Viña Maquis, você conhece?

Eu não conhecia e sigo conhecendo pouco, porém esse pouco me despertou a curiosidade esperando que num futuro não muito longínquo eu, e você, possamos ter a oportunidade de conhecer melhor seus vinhos. Conheci dois rótulos deles no recente encontro da Wines of Chile durante a Master Class (virou moda) apresentada pelo Jorge Lucki e posteriormente no salão de degustações por onde passei rapidamente.

Na Master Class provamos alguns ótimos vinhos chilenos que demonstraram bem as características de cada uma das novas denominações (Costa/Entre Cordilleras e Andes) entre eles destaco; o marcante Sauvignon Blanc Cool Coast da Casa Silva, o sempre confiável Cousino Macul com seu Finis Terrae um mui equilibrado e muito bom blend de Cabernet, Syrah e Merlot, o agradável Santa Carolina Reserva da Familia Cabernet Sauvignon, o complexo e bem estruturado Intriga da Montgras que mesmo sendo 100% Cabernet Sauvignon não apresenta as goiabas e pimentões muito presentes nestes vinhos e que, sinceramente, não me agradam, porém o maior destaque de todos foi o Maquis Lien.

Lien em Mapuche, quer dizer metal prateado que eles simbolizaram no rótulo com um lagarto prateado. Aliás, todos os Maquis lizardrótulos deste produtor possuem uma marca diferenciada e muito interessante. A Viña Maquis existe desde 1927, porém somente a partir de 2002 a família começou a engarrafar seus próprios vinhos e ainda não está presente entre nós. Pelos comentários e cochichos de bastidores, creio que logo, logo estarão por aqui, então fique de olho ou, se for passear por terras chilenas, eis um produtor a visitar. Estão localizados na região Entre Cordilleras do Valle de Colchagua estrategicamente posicionados entre dois rios o que lhe confere condições de solo diferenciadas. O Maquis Lien 2009, elaborado pelo enólogo bordalês Jacques Boissenot, é daqueles vinhos que exalam personalidade desde as primeiras fungadas e nos levam a rapidamente querer levar a taça à boca onde ele se mostra potente porém muito elegante (ótima combinação essa!) de taninos bem presentes mas finos e aveludados, equilibrado, frutos negros bem presentes (cassis), ótima estrutura, denso e muito jovem, um adolescente com promissor futuro mas já muito guloso e sedutor, de final apetecível, longo e algo especiado.  Mais uma vez um blend que seduz, comprovando que este estilo de vinhos realmente se mostra bem mais complexo que a grande maioria dos varietais, ainda mais quando no corte se coloca um pouco Maquis Rosede Petit Verdot (sempre ela!). A composição do vinho é um corte de Cabernet Franc (42%) Syrah (32%) Carmenére (23%) e aquele toque mágico, 3% de Petit Verdot!

Enfim, fique de olho no mercado pois esse vinho não deve tardar a chegar por aqui e merece toda a nossa atenção, só espero que venha a preços que caibam no bolso. No salão ainda provei seu Rosé de Malbec que é um vinho delicioso e refrescante que certamente fará sucesso em nosso verão por chegar.

Salute, kanimambo e um ótimo final de semana para todos.

 

Tinto & Branco Chilenos na Taça

Não tive a oportunidade de participar do Winebar da Wines of Chile que antecedeu a Wines of Chile Tasting e lançamento oficial das novas denominações (áreas) Costa, Entre Cordilleras e Andes, então vou colocando aqui minhas impressões sobre os vinhos provados conforme os for degustando.

Comecei por uma dupla de tinto e branco de Casablanca, área da Costa na nova denominação. Mesmo a foto não sendo das melhores, nas taças estavam o Ventisquero Reserva Pinot Noir e o Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro. Cada um do seu jeito e no seu patamar de qualidade e preço, foram bem na minha taça, sendo que o Terrunyo extrapolou por sua exuberância. Falemos dos vinhos e do que senti deles:

A Ventisquero produz bons vinhos em diversas gamas de qualidade e eu gosto bastante dos vinhos da família Queulat em especial o Merlot. Este Pinot Noir se mostrou muito agradável mostrando fruta abundante no nariz e uma cor rubi demonstrando uma extração maior o que é típico dos pinots chilenos. Na boca está bem redondo, saboroso e frutado fácil de gostar, boa acidez, taninos delicados como manda o figurino e um final com uma certa mineralidade. Cumpre bem seu papel considerando-se que é vinho na casa dos R$45 a 55,00 nos dias de hoje.

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Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro, vinho de pontuação média, pelos grandes critico mundiais, ao redor de 90 pontos com alguns picos. Mudamos de patamar, não subimos um degrau, pulamos alguns! Nunca tinha tomado este vinho e tenho que confessar que me surpreendi pois é dos melhores Sauvignon Blanc que já tomei , não só do Chile mas das Américas. Paleta olfativa gostosa em que notas cítricas, maçã verde e notas de orvalho matinal nos fazem viajar um pouco. Na boca é pura sedução, repete as sensações da fruta fresca com uma mineral bem presente, um vinho em perfeita harmonia, elegante e marcante que faz lembrar muito os vinhos do Loire que me encantam. Um belíssimo exemplar de Sauvignon Blanc que não é para qualquer bolso, mas falamos de um vinho top de gama, então o preço acompanha, entre R$100 a 120 pelo que pude ver na internet.

Tenho mais uns três para provar, mas de saída me dei bem. Realmente os terroirs do Chile e uma enormidade de bons produtores são farto material para pesquisa (prova) como pude mais uma vez comprovar, inclusive na Wines of Chile Tasting! Em breve mais do Chile mas quem quiser uma experiência a mais, dia 28 de Agosto na Vino & Sapore farei uma apresentação sobre os vales, suas uvas e vinhos, com ênfase na introdução das novas áreas e, obviamente, provaremos alguns bons vinhos e serviremos um prato. Será a partir das 20 horas então caso tenha interesse, me enviem um comentário que entro em contato.

MOVI – Vinhos Chilenos com Personalidade Própria

Os vinhos do MOVI (Movimento dos Vinhateiros Independentes) do Chile, como falei um pouco antes de minha viagem, me surpreenderam muito positivamente . Alguns baita vinhos , outros muito bons num nível de qualidade poucas vezes provado numa degustação do genêro. São vinhos a nível geral mais caros, porém têm razão para sê-lo!

Dos 21 vinhos provados, alguns merecem um destaque especial tendo separado os que mais me marcaram para comentar:

I-Wines Chardonnay 2011 – Já conhecia o excelente e potente Syrah, porém este Chardonnay me impressionou. Bastante expressivo, untuoso, madeira bem integrada, um belo vinho de final bem longo e fresco. Importadora Berenguer

Lagar de Bezana Aluvion 2008 – um blend Syrah/Cabernet Sauvignon de muita qualidade onde a syrah é protagonista e dá suas caras com muita qualidade. Consegue equilibrar de forma harmoniosa a potência, extração e elegância o que nem sempre ocorrer. Rico e complexo, é um vinho marcante. Importadora Magnum

Meli 2010 – Carignam com mais de 50 anos que leva um tempero de 7% de Cabernet Sauvignon. Encorpado, denso, taninos finos e mito saboroso. É na boca que ele mostra todos seus encantos. Importadora La Charbonade

Garage Field Blend Carignan Old Vines 2010 – de vinhedos de Carignan com mais de 50 anos e um toque de Grenache, por volta de 10%, o vinho é vibrante, de bom corpo, taninos aveludados e um certo frescor de final de boca que nos seduz. Poucas garrafas, algo ao redor de 3500 gfs, para poucos apreciadores.  Importadora Premium

Rukumilla 2008 – Cabernet Sauvignon com Cabernet Franc num encontro muito saboroso e bem feito. Nariz intenso e mito atrativo nos faz levar a taça à boca onde taninos aveludados nos recebem com bom volume de boca onde se destacam notas achocolatadas e tem mais, um teor alcoólico de cordatos 13.2% que nos faz pedir bis. Procurando importador (eu acho!)

Tunken Wines Malbec 2011 – para quem é amante da  uva, è a chance de experimentar algo diferente pois esta interpretação da cepa é algo diferenciada do que se está habituado a tomar da Argentina e os produtores primam por vinhos sempre mais equilibrados e elegantes. De  boa estrutura, denso, extração correta sem exageros, bem frutado de final sedoso e apetecível mostrando bem a matiz do terroir e do conceito do produtor. Procurando importador.

Starry Night  2010 – Puro Syrah de região mais fresca (Maipo Costa – Cordilheira da Costa). Um vinho de muita classe e personalidade, sedutor na boca e no nariz, arrisco dizer que deve ser um dos melhores syrahs chilenos que já passaram por minha taça. Um excelente vinho, apetitoso, elegante, frutado com equilibrados toques de especiarias típicos da cepa, para mim o melhor vinho do evento, sem desmerecer qualquer um dos outros, porém este está um degrau acima dos demais e me seduziu. Procurando importador, acho, porém vi alusões à Vinoart que não conheço?

Para não alongar muito mais este post, listo mais alguns rótulos que estão pouco abaixo destes em minha avaliação, porém todos muito bons que merecem que você gaste um pouco de seu tempo e grana para conhecer e curtir:

Erasmo 2007, Flaherty Aconcagua blend 2008, Gillmore Hacedor de Mundos Cabernet Franc 2008, Von Siebenthal Carabantes blend 2009 e Lafken 2009, também um blend, todos muito bons e diferenciados.

         No total, doze vinhos de tirar o chapéu e despertar muitos uaus pelas mesas mostrando sua capacidade de seduzir, mas os outros ficam pouco atrás. Acho que o “selo” MOVI é certamente um selo a buscar nas garrafas menos conhecidas, fique de olho e aproveite. A foto, tirada a esmo, mostra alguns dos rótulos provados, clique nela para aumentá-la.

Salute e kanimambo

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

MOVI – Um Exemplo Chileno a Ser Seguido Pelos Produtores Brasileiros

     Há poucos dias participei da degustação promovida pelos 21 membros desta associação e A-DO-REI o que ouvi e provei, um exemplo a ser seguido. MOVI – Movimento dos Vinhateiros Independentes do Chile é uma associação de 21 produtores loucos por vinho que põem a mão na massa para produzir apenas algo ao redor de 40.000 caixas ano, ou por volta de 500 mil garrafas no total! Tem gente nesse grupo que produz ínfimas 1000 caixas ano ou seja, são produtores artesanais movidos por um projeto pessoal onde a paixão é colocada em prática “refletindo o caráter e identidade do terroir de seu local de origem”.

       Cada um tem seus canais de venda específicos e toca seu negócio de forma indepentente, porém a associação trata de promover conjuntamente as empresas e seus produtos e que produtos! Faz tempo que não participo de uma degustação tão marcante com presença de vinhos deste patamar de qualidade mostrando que a vida para além dos grandes conglomerados e rótulos midiáticos chilenos existe e é de primeira linha. Nascido há quatro anos com doze produtores, hoje totaliza 21 porém o grupo segue aberto a outras inclusões. Eis a lista dos produtores dos quais tivemos o privilégio de provar uma seleção de vinhos realmente top; Armidia, Bravado Wines, Bustamante, Clos Andino, Flaherty Wines, Garage Wine Co., Gillmore, I-Wines, Lafken, Lagar de Bezana, Meli, Peumayen, Polkura, Reserva de Caliboro (Erasmo), Rukumilla, Starry Night, Trabun, Tremonte, Tunquen Wines, Villard e o maior deles, a Von Siebenthal. Fique de olho nos rótulos desse pessoal, valem muito a pena serem conhecidos!

        Não sou de dar nota para vinhos, exceto em concursos e degustações do qual participo e haja essa necessidade, porém se tivesse que o fazer neste dia creio que 80% desses vinhos teriam pontuação acima de 90 pontos o que, para mim, não é comum fazer. Pessoalmente costumo classificar meus vinhos em:  Ruim / Fraco / Médio (Honesto) / Bom / Muito Bom / Excelente e DTC (De Tirar o Chapéu) e nesta degustação, afora uns três ou quatro rótulos “somente” bons, todos vinhos de grande categoria e uma meia dúzia marcantes. Na semana que vem compartilho um resumo dos vinhos tomados, mas desde já fico triste pois o MEU vinho da degustação não tem importador, ainda! Vou ter que pedir para os amigos me trazerem umas garrafas, fazer o quê.

      Esta introdução aos vinhos da MOVI, tem o objetivo de dar um toque aos pequenos produtores artesanais brasileiros que não participaram dessa excrecência de Salvaguardas ao Vinho Brasileiro, sim não esqueçerei tão cedo, que a Ibravin e os barões do vinho quiseram nos impor, UNAN-SE! Montem sua própria associação com projetos mercadológicos conjuntos, saiam pelo Brasil mostrando sua cara aos formadores de opinião e publico em geral. Deixem de ficar se lamentando pelos cantos, hajam, tomem uma atitude tipo MOVI e façam acontecer porque como já dizia Vandré; “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”!

      Salute, kanimambo e um ótimo feriado a todo, semana que vem falo dos vinhos provados. Quem ficar em Sampa e região vai aqui uma dica; nesta Sexta na Vino & Sapore tem Happy Wine Time! Vá conferir os  bons vinhos que estarão disponíveis á taça com empanadas Caminito e outros quitutes num ambiente informal, descontraido e gostoso com a cara da Granja Viana.

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Um Sauvignon Blanc de Tirar o Fôlego!

          Há pouco mais de um mês tive a oportunidade de conhecer um Sauvignon Blanc como há muito não provava e num estilo “loirense” de ser que me seduz. O vinhos desta cepa elaborados nessa encantadora região da França, um de meus muitos desejos na lista de viagens a fazer antes da derradeira, são de uma elegância impar. Sedutores, sutis, plenos de frescor com boa mineralidade e vibrantes, me entusiasmam e no Chile também encontramos rótulos deste estilo, sendo o Laberinto Cenizas 2011 um exemplo onipresente e delicioso que comprova o que digo.

          Do Chile, especificamente da parte mais Andina do Vale do Maule beirando o lago Colbún, foi elaborado na edílica Viña Ribera del Lago (veja uma boa reportagem sobre o lugar aqui ) do respeitado enólogo Rafael Tirado que vem de uma família de winemakers famosa no Chile. Um projeto em que a qualidade se sobrepõe à quantidade com pouco mais de 25.000 mil garrafas produzidas entre 4 vinhos. Este Cenizas Sauvignon Blanc foi considerado pelo guia Descorchados 2012, mais importante guia do Chile, como o Melhor Vinho Branco Chileno. Como, no entanto, sou que nem São Tomé, tenho que experimentar sempre e o que comprovei é que todo esse retrospecto é mais do que merecido. Na minha taça aprovou com honras, verdadeiramente delicioso, um grande Sauvignon Blanc de notas mais vegetais que florais, ótima acidez, fino, com uma mineralidade sedutora na boca e uma persistência muito longa que pede  não a próxima taça, mas sim a próxima garrafa!

      Sem aqueles aspargo muito presente em boa parte dos Sauvignon Blancs chilenos, por vezes enjoativo quando em excesso o que não é tão incomum assim, estamos diante de um vinho muito fino onde os frutos brancos e as suaves nuances de grama cortada se juntam a uma acidez muito balanceada formando um conjunto difícil de bater para aqueles que preferem a sutileza à opulência. Mais para a delicadez da geisha do que a intensidade da madrinha de bateria, (faz algum sentido a comparação?!!) sem deixar de ser vibrante, é um grande parceiro para pratos de frutos do mar e saladas tropicais e foi uma das gratas surpesas que tive este ano, ainda mais porque mesmo com todos esse CV e retrospecto, possui um preço honesto que não chega aos 90 Reais e espero que permaneça assim. Importado pela Magnum.

Salute, kanimambo e amanhã tem Happy Wine Time na Vino & Sapore. Nos encontramos por lá?

 

Desafio de Cabernets do Chile

         No último dia 26 de Outubro, tivemos o prazer de realizar na Vino & Sapore um embate bastante interessante. Importante diferencial é que ele foi feito com consumidores e não críticos de vinho, consequentemente entendo que seja uma visão mais hedonística e privilegiada do pensamento de boa parte do mercado. Nesse desafio às cegas com cerca de apenas 30/40 minutos de aeração dos vinhos, colocamos frente a frente um Ícone dos cabernets chilenos o consistente e respeitado Don Melchor com suas 22 edições, este o de 2007, e da mesma safra também o Manso de Velasco que dispensa apresentações. Afora esses dois mais conhecidos, mais três rótulos menos midiáticos porém, a meu ver, de grande valor o que me fez escolhê-los para este embate; Anya Ícono 2010, William Févre Chacai 2008 e Casa Lapostolle Cuvée Alexandre  2009. Óbvio que melhor seria se todos fossem da mesma safra, porém isso é um pouco complicado de se conseguir.

        O mais interessante, mais uma vez provando que conceitos genéricos neste mundo do vinho não têm vez, é que cada um desses vinhos mostrou uma cara bem diferente dos outros. Vejamos como cada um se comportou:

Concha y Toro Don Melchor 2007 –  com 3% de Cabernet Franc mostrou ser, como sempre, super consistente tanto que creio que em 22 edições somente em uma meia dúzia andou por baixo dos 90 pontos na visão da grande critica. A referência em cabernets chilenos junto com mais uma meia dúzia de importantes e renomados rótulos. Eu o considerei bastante pronto a beber apesar de ainda ter aí mais uns bons seis anos pela frente de franca evolução. De inicio fechado no nariz, abre-se aos poucos mostrando-se bastante frutado. Muito equilibrado na boca, taninos muito finos, complexo, boa acidez, ótimo final de boca, muito boa persistência, um vinho sem arestas e muito apetecível, feito para agradar. Um caldo muito bom, mas acho os sugeridos R$400 de preço de venda algo fora de propósito, porém é um vinho que tem seu histórico, seus séquito e quem pague então a vinícola o precifica bem sendo que até no Chile anda caro, por volta dos 130 dólares. Este exemplar veio de um amigo que o trouxe da Inglaterra, 50 libras, especialmente para este momento. Importação  VCT Brasil.

Casa Lapostolle Cuvée Alexandre 2009 – com 15% de Carmenére, ainda muito jovem e algo desbalanceado com o vegetal da carmenére se sobrepondo ao cabernet sauvignon e álcool aparente tanto no nariz como na boca. Os 40 minutos foram pouco e creio que deveria melhorar com mais uma hora de aeração quando deveria encontrar seu ponto de equilibrio. Custa ao redor dos R$120,00 mas neste embate mostrou-se um patamar abaixo dos restantes competidores. Importação Mistral.

Torres Manso de Velasco 2007 – um 100% Cabernet Sauvignon de vinhas velhas, potente, complexo, rico, equilibrado com taninos ainda bem presentes, encorpado porém com taninos finos e aveludados de muita qualidade. Um senhor vinho, melhor de boca que de nariz, que faz jus a sua fama e vai durar muitos anos ainda, vinho que não é para gente ansiosa! rs Dê-lhe tempo, compre agora e tome daqui a dois ou três anos acompanhada por uma paleta de cordeiro ou picanha suculenta! Vinho na casa dos R$190/200,00 aqui em Sampa. Importação Devinum.

William Févre Chacai 2008 – com 15% de Cabernet Franc, um vinho absolutamente sedutor no nariz que te convida a levar a taça à boca. Aromas intensos de frutos vermelhos e alguma especiaria. Na boca mostra uma certa complexidade, rico, boa estrutura, taninos finos e sedosos, final de boca muito agradável e fresco que pede o próximo gole. Certamente o vinho mais pronto e vibrante de todos apresentados, tendo entusiasmado a maioria. Custa ao redor de R$130,00 porém a nova safra que obteve 93 pontos no Descorchados 2012 (igual ao Don Melchor), deve chegar por volta dos R$190,00 e virá em quantidade minguada que deve sumir rapidamente! Importação Dominio Cassis.

Anya Ícono 2010 – o mais jovem dos vinhos e o que mais se ressentiu da falta de um maior tempo de aeração. Foi também o mais intrigante dos vinhos provados neste noite com aromas animais, estrebaria se sobrepondo á fruta que aparece mais ao longo do tempo na taça. Na boca é cheio, untuoso, encorpado pedindo comida e certamente será um grande companheiro para uma carne suculenta como um bife de chorizo! Recebeu 92 pontos da revista Vinho Magazine e custa ao redor dos R$115,00 o que o transforma no best buy deste embate e um vinho para comprar e guardar abrindo uma garrafa aqui outra daqui a seis meses, depois mais seis,…… Importador Palácio dos Vinhos.

         Óbvio que a esta altura vocês já está mesmo é querendo saber quem foi o ganhador e concordo, já não é sem tempo! Há no entanto, que se considerar que o painel foi muito parelho tendo havido votos de primeiro lugar para 4 dos 5 competidores. Eis a classificação abaixo:

  1. William Févre Chacai 2008

  2. Don Melchor 2007
  3. Manso de Velasco 2007
  4. Anya Ícono 2010
  5. Cuvée Alexandre 2009

     Mais um desafio realizado e mais uma vez a constatação de algo que ao longo dos anos neste blog acontece muito amiúde em nossos painéis e desafios, nome não ganha campeonato! Ás cegas, o que vale mesmo é vinho na taça assim como no futebol é bola na rede. Por isso curto tanto a diversidade e o garimpo por coisas novas saindo da mesmice, é isso que faz viajar por nossa vinosfera uma experiência única e tão prazerosa. Por falar em viajar, um amigo leitor, o Guilherme, vai compartilhar conosco sua experiência pelos vinhedos da África do Sul nesta próxima Quinta-feira, não deixe de sintonizar neste canal! Salute e kanimambo.

EPU um Segundo que é Primeiro

       Pelo menos no meu bolso, porque pagar mais de 600 Reais pelo primeiro vinho da Bodega, o Almaviva, está fora do meu alcance e, cá entre nós, apesar dele ser um grande vinho compro coisas melhores por esse preço. Questão de gosto e opinião, claro, e certamente haverão controvérsias.  Já o EPU é um vinho que cabe no bolso, porém o problema é que só está disponível no Chile, apesar de alguns pequenos lotes serem trazidos por uma loja virtual. EPU, aparentemente pois apesar de minha pesquisa na net pouco consegui encontrar, quer dizer segundo e não as iniciais de algum nome próprio como um famoso crtitico sugeriu num programa de rádio, neste caso o segundo vinho da Almaviva, uma joint venture entre Concha y Toro e Baron Philippe de Rotschild célebre mundo afora.

        Nunca tinha provado estes vinhos, porém, como sempre, através do desapego e generosidade enófila de um amigo e colega blogueiro (Christiano Orlandi de Vivendo Vinhos – um amante das coisas do Chile e do EPU) que se predispôs a compartilhar os sabores e mistérios desse vinho numa mini vertical, 2001, 2006 e 2007 realizada lá na Vino & Sapore. Muito bons vinhos, cortes de Cabernet Sauvignon e Carmenére, sendo que o 2001 se mostrou divino comprovando que são vinhos de guarda. Mas falemos destes vinhos, apesar de que devo chover no molhado, que custam algo como um terço do “primeiro”.

EPU Dos Mil Uno

14% de teor alcoólico imperceptível e estupendamente integrado. Muito aromático, sua paleta olfativa nos mostra frutos negros em geléia, algo de eucalipto, terminando com toques animais após um tempo em taça. Na boca é denso, muito equilibrado, vivo ainda com boa acidez após 10 anos de vida, rico, complexo e longo com um final com notas achocolatadas. Um vinho hedonístico que está no ponto certo de ser tomado, sedutor e extremamente prazeroso. Aliás, estou por montar uma degustação de vinhos com mais de dez anos e ando á busca de uma garrafa dessas, se alguém a tiver me ajude, vai! Maravilha de vinho de profunda elegância, um dos melhores que tomei em 2011.

EPU Dos Mil Seis

Os mesmos 14%, as mesmas uvas, o mesmo corte porém um vinho totalmente diferente do anterior. Aquela elegância aromática do 2001 não está presente aqui em que tudo é mais franco; fruta, álcool e um quimíco forte que não existia no primeiro. Na boca mostrou-se também menos radiante, algo mais monocromático, com um tradicional perfil chileno que, mesmo bom, não chega a encantar. Será falta de tempo? Poderia ser, mas….

EPU Dos Mil Siete

Para os mais antigos de boa memória invoco a frase; “Eu sou você amanhã” para descrever este vinho com relação ao 2001 e, neste momento, desbanco a possível falta de tempo como “desculpa” para o 2006. Este vinho mostrou todas as aptidões do 2001 porém mais novinho, fechadinho, fruta um pouco mais presente e franca no nariz faltando-lhe, ainda, os aromas terciários do 2001, mas dá para sentir que está tudo lá, ainda escondidinho! Um grande vinho que pede tempo, porém já mostra grandes virtudes e nos dá um enorme prazer tomá-lo deixando-nos, não com vontade da próxima taça, mas sim da próxima garrafa! Quem conseguir algumas garrafas, compre para beber já e guardar por mais alguns anos, vai valer a pena! Grande vinho.

       Por hoje é só. Salute, kanimambo e já sabem, na próxima viagem ao Chile é trazer EPU na bagagem, um achado que deve estar custando por volta de 30 míseros dólares por lá!

Destaques 2011 de los Hermanos – Argentina & Chile

        Este ano me surpreendi mais com os vinhos do Chile, que andavam meio por baixo neste blog, e de menos com os vinhos Argentinos que, na minha taça, sofreram de falta de criatividade sendo que os vinhos mais elaborados estão se tornando excessivamente caros, mesmo para o nosso mercado habituado a preços nas alturas, inclusive lá na Argentina. Algo para se pensar e refletir, tendo já tratado deste tema aqui.

       Os conceitos, que repetirei a cada post para que não pairem dúvidas, para a escolha destes Destaques de 2011 levam em conta os vinhos que mostraram algo acima de seus pares em sua faixa de preço, vinhos que surpreenderam. Grandes vinhos, como são a maioria dos Chutando o Balde ou Sem Noção, são ótimos, mas ao preço que cobram, têm que ser isso mesmo! Esses relacionarei nas listas que virão a seguir, porém hoje cito alguns que me marcaram, cada um em seu estilo e proposta diferenciada, inclusive de preços que podem e devem variar em função da carga tributária em cada Estado. Minha base de preços é das mais caras do mundo, São Paulo! Enfim, preparem-se para uma maratona de dicas e vinhos a começar por estes rótulos Argentinos e Chilenos que foram Destaque em minha taça.

  • Cabal Reserva Malbec – Uma grata surpresa porque está abaixo dos R$40 e passa 12 meses em barrica e 12 em adega. Madeira presente sem exageros, muito saboroso e equilibrado em que tudo se une numa sinfonia bem orquestrada sem destaques a não ser o conjunto. Dentro desta faixa de preços, um dos melhores malbecs que provei este ano.
  • Lugi Bosca De Sangre – Luigi Bosca é sinônimo de bons vinhos e este não é diferente. Lançamento recente, é um vinho algo mais poderoso e estruturado do que a maioria dos vinhos da casa que primam pela finesse. O De Sangre, no entanto, consegue unir a estrutura a um final elegante e muito saboroso num corte pouco usual de Cabernet, Merlot e Syrah intenso e de taninos bem presentes que pedem algum tempo de aeração. Custa algo ao redor de R$90,00.
  • Alma Negra Pinot Noir– comprado e tomado por influência da amiga Gabi, é um pinot que surpreende por unir os dois mundos num só em perfeita e gostosa harmonia. Um vinho que satisfaz tanto aos amantes dos caldos do velho como do novo mundo. Faz jus aos vinhos da casa já que o Malbec também é muito bom. Com preço ao redor dos R$76,00, é uma boa opção de Pinot argentino sem exageros de extração e álcool.
  • Carlos Basso Signature Blend – da Viña Amalia, este rótulo leva o nome de seu criador e proprietário da bodega. Um vinho complexo e muito rico elaborado com Cabernet, Malbec, Merlot e Syrah que mostra uma estrutura tânica aveludada, muita fruta e um final longo e saboroso, algo especiado. Por volta dos R$100, um rótulo que só vem confirmar a boa fase porque passam os blends argentinos.
  • Paso de Piedra Cabernet Sauvignon – Vina Alicia é uma bodega do grupo Luigi Bosca que trabalha vinhos mais butique. Este Cabernet é uma delicia, taninos finos, boa acidez,nariz bastante aromático que comprova que esta cepa gera ótimos vinhos na Argentina e que deveria ser mais olhada pelos amigos apreciadores destes caldos. Preço ao redor dos R$65,00 e vale cada centavo.
  • Dos Fincas Cabernet/Merlot – esta linha de vinhos elaborado pela Viña Amália, é da gama de entrada da vinícola e surpreende pois custa pouco mais de R$30,00. A Wine Enthusiast lhe deu 91 pontos, o que acho meio exagerado, porém é aquele vinho que ultrapassa expectativas e certamente entrega mais do que se paga por ele. Para agradar quem aprecia vinhos e não assustar quem não é tão chegado, uma ótima pedida para fazer bonito em eventos e uma bela pepita que encontrei neste meu garimpo por mares fora das obviedades e vinhos mais comerciais que estão por aí há anos sem nada acrescentar!

         O Chile foi dos países Hermanos aquele que mais me surpreendeu este ano com vinhos realmente muito interessantes e de bom preço considerando-se a qualidade entregue. Nas listas que produzirei com os Achados de 2011 por faixa de preços, um monte de rótulos chilenos certamente estarão presentes. Nem todos pude incluir no portfolio da loja e outros provados nem dão as caras no Brasil, mas no todo uma linha de produtos para se tirar o chapéu. Os vinhos ícones estão pela hora da morte e, cá entre nós, super valorizados não valendo o que estão cobrando por eles, porém num patamar de até R$200 se acham grandes vinhos que, ás cegas, certamente darão pau em muitos dos rótulos mais afamados.

  • Lauca Reserva Cabernet Sauvignon – Conheci os vinhos desta vinícola há cerca de uns dois anos e fiquei feliz por vê-los finalmente chegar por aqui. Possuem m bom Pinot, mas o que mais me surpreendeu depois de tanto tempo provados, foi este Cabermet. Para quem gosta de bons Cabernets e não está a fins de mais goiaba e pimentão tão comuns nos cabs chilenos. No mais, já escrevi sobre ele aqui e custa algo ao redor de R$50,00 que, junto com o Sucre Cabernet Reserva, são boas opções a preço acessível á maioria.
  • Estampa Carmenére/Malbec – por falar em vinhos acessíveis, este por volta dos R$40,00 é um achado e tanto junto com seu irmão Cabernet/Petit Verdot . Este produtor há muito que anda na contramão do que a maioria dos chilenos fazia, tendo se especializado somente na produção de blends evitando os varietais. Cortes inusitados e no final resultados sempre muito positivos. A malbec aporta uma fruta mito saborosa que equilibra e completa o herbáceo mais peculiar da carmenére formando um conjunto vibrante e harmônico. Pelo preço então, um achado e tanto.
  • Chono San Lorenzo Estate– um baita vinho encorpado e rico, vinho premium da Geo Wines (leia-se Alvaro Espinosa – um craque na arte de fazer vinhos) elaborado com uvas orgânicas de vinhedos com mais de 40 anos. Um vinho denso, encorpado que se mostra bastante gastronômico mas que precisa, ainda jovem com pouco mais de três anos de vida, de um tempinho de aeração para que ele nos entregue todas a sua complexidade de forma mais exuberante. Um belo vinho , blend de cinco uvas, que deve acompanhar carnes untuosas de forma magnífica. Custa ao redor dos R$115 e não frustra quem paga o preço.
  • El Milagro Syrah – um delicioso exemplar desta cepa que se deu muito bem no Chile. Nesta faixa de preços, entre R$50 a 55, este e o Sucre Syrah Reserva, que já mencionei em outros anos, são dois dos melhores rótulos para quem gosta desta cepa. Sedutoramente aromático, mostra muita tipicidade da cepa com gostosa fruta e especiarias que formam um belo conjunto de boa acidez e madeira aplicada no ponto. Um vinho irresistível e muito bem feito pela Viñedos Puertas.
  • Chocalan Grand Reserva Blend – se o Chono é um blend de cinco uvas, este vai além, são seis; Cabernet Sauvignon, Carmenere, Syrah, Malbec, Merlot e Petit Verdot. Bom corpo e textura, taninos macios e sedosos, complexo e harmonioso, final de boca elegante com notas de chocolate e boa persistência, um vinho que surpreende. Preço ao redor dos R$100,00.
  • Chacai – 0 vinho top da vinícola William Févre, importante produtor francês conhecido por seus bons Chablis, é o Antis, porém é o Chacai que mais me chamou a atenção e agradou. Gosto muito de sua linha Espino também, especialmente o Chardonnay, mas este realmente enche a boca de prazer e, com isso, cumpre o papel de todos grandes vinhos. A uva protagonista é Cabernet Sauvignon, este 2008 possui 15% de Cabernet Franc o que o enquadra como um varietal e o de 2007 tinha uma proporção grande de Carmenére. A versão 2009 (que bateu o Don Melchor no Descorchados de 2012 com 93 pontos), no entanto, é quase que só Cabernet Sauvignon. O que se destacou na minha taça foi o 2008 que se mostrou concentrado, jovem com taninos finos muito presentes, notas defumadas, frutos negros, um belo vinho que tem ainda muitos anos pela frente. Dos mais baratos nesta faixa de qualidade e complexidade, cerca de R$125,00.

        Com isto terminei os Chilenos e Argentinos. Amanhã tem mais. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou na Vino & Sapore onde sempre haverá uma taça amiga para o receber.

Destaques da Wines of Chile

           Para quem não conhece,  este é um órgão oficial do país que trabalha no sentido de promover as exportações de seus vinhos e vinícolas. Nestes eventos, importadoras apresentam os rótulos chilenos que trazem para nosso mercado e, em alguns casos, vinícolas vêm expor seus produtos na busca de importadores. Sinceridade? Depois de alguns anos visitando esta verdadeira feira de vinhos, sentia que esta havia caído numa certa mesmice (os mesmos rótulos, importadores e produtores) que não me seduzia muito a comparecer. Para quê ver mais do mesmo? Vinhos bons, já amplamente conhecidos, e caros na sua maioria assim como um festival de vinhos básicos algo industrializados sem personalidade que nada agregam caindo numa mesmice sem atrativos. Aliás, uma vez provei uns vinhos básicos de três varientais diferentes que, se fechasse os olhos, dificilmente conseguiria distinguir diferença entre eles. Ainda bem que eu estava de olhos bem abertos e os rótulos indicavam a cepa!

         Desta feita, ledo engano e ainda bem que fui! Uma pena que não pude dedicar mais do que um par de horas á feira e não pude participar da palestra antes do evento que, pelo que me contaram, foi ótima e teve degustação de alguns vinhos ícones. De forma bem sintetizada, eis algumas das boas surpresas encontradas que recomendo aos amigos. Vinhos e produtores com algo mais, para quem busca sabores e experiências diferentes.

Orzada Carignan de Odjfell – segue sendo um ícone da cepa que merece ser provado. Este não é novidade, mas suas vinhas velhas produzem um vinho de muita qualidade e constância merecendo estar na adega dos aficionados pelo vinho.

Falernia – um produtor diferenciado de uma região ainda pouco conhecido da maioria dos seguidores de Baco, o Vale de Elqui, extremo norte do Chile. Cepas diferentes e processos de vinificação diferenciados. Gostei muito do Viognier deles e uma pena que o varietal de Pedro Jimenez (conhecida por lá com o a princesinha do Elqui) não estivesse presente pois me deixou curioso. Dois tintos me seduziram; um Carmenére (Antakari)  diferente em que 60% passa por um processo passito a la Amarone, gerando sabores e corpo únicos para vinhos desta cepa, assim como seu Syrah de Limari, 100% orgânico, que é muito complexo. Bons vinhos com preços que me pareceram bastante interessantes. É trazido pela Premium.

Rayun – um belo Chardonnay sem madeira que passa 8 meses sur lie e de preço bem competitivo, creio que algo próximo aos R$35, é um verdadeiro best buy! Já seu Rayun Premium entra já dentro de um estilo mais clássico, mas consegue se sobressair do resto, um belo vinho! Quem o traz é a Vinho Sul.

Chocalan Blend Gran Reserva – um corte sedutor de Cab. Franc/Syrah/Cab. Sauvignon/Malbec/Carmenére e Petit Verdot. Adorei, um vinho que me encheu a boca de prazer e despertou minha curiosidade pelos outros vinhos diferenciados que eles estão trazendo com cepas menos comuns. A importadora é a Magnum, para ficar de olho e eu vou querer provar mais!

Volcanes de Chile – um novo produtor que a Zahil está trazendo e que possui um projeto diferenciado pois produzirá somente sobre solos vulcânicos nas mais  diversas regiões do Chile. Interessante que a importação da Zahil foi a primeira nota fiscal desta nova vinícola, porém os produtos já estão à venda na Coréia e na China! Ou seja, nossa famosa burrocracia conseguiu, mais uma vez,  superar todas as expectativas. Por falar em superar expectativas, Parinacota Limited Edition, um dos vinhos que mais me entusiasmou neste encontro e uma dica certeira do amigo Deco (Enodeco). Carignan com Syrah, é um vinho absolutamente sedutor que deixa aquele gostinho de quero mais na boca! Muito bom o Sauvignon Blanc Summit e o Tectonia, um belo Pinot da região de Bio-Bio, que só deve chegar em 2012, é outro que merece lugar no podium. Tudo bem, tem marketing, mas tem também qualidade para substanciar o projeto. Gostei muito e só preciso saber preço agora!

William Févre Chile – conceituado produtor de bons chablis na França, possui este interessante projeto no Chile e gostei muito do que provei. Uma bela tacada do amigo Wilton da Dominio Cassis que também está trazendo uns deliciosos azeites orgânicos de lá.  O Antis é o top de linha e um belo vinho, mas os que mais me seduziram e possuem preços mais interessantes, são o Chardonnay Espino muito mineral e elegante num estilo bem francês e o delicioso Chacai, corte de Cabernet Sauvignon com 10% de Cabernet Franc, absolutamente marcante e sedutor um dos melhores que provei por aqui. Bom demais da conta sô!

Haras Character Syrah – este já está na Vino & Sapore e mais uma vez confirmou ser um belo exemplar da cepa mostrando como ela vem produzindo grandes vinhos na região. Não é novidade, mas é um vinho cativante e marcante. Quem traz é a Winebrands.

De Martino Old Bush – corte de Carmenére com Malbec que surpreende por sua complexidade e bom corpo, longo, muito bons taninos bem equilibrados por uma acidez no ponto. Vinho que promete evoluir muito com o tempo. Decanter é o importador.

          Pedi ajuda a alguns amigos blogueiro para ver se eles tinham visto algo que eu não tivesse e um vinho, que não provei, aparece com destaque para a maioria, é o LFE900 Malbec (Luis Felipe Edwards) então é bom ficar de olho. Eu já estou na perseguição a uma garrafita! rs É isso, por hoje é só e seguimos nos vendo por aqui. Salute e kanimambo pela visita.

Vertical de Don Melchor

          Quem quer marcar encontro comigo neste próximo dia 25 num evento para lá de especial? Juntamente com o amigo Jeriel Costa, experiente degustador, colecionador de bons rótulos e especialista nos vinhos do Chile, a Vino & Sapore promoverá uma degustação vertical para poucos!  Ícone chileno, estamos diante de uma rara oportunidade de provar este grande vinho de seis safras diferentes. Não é todo dia que aparece uma oportunidade destas e certamente completa uma programação de Maio em grande estilo. O Jeriel, um dos blogueiros do vinho mais conhecidos e respeitados do Brasil com seu Blog do Jeriel, traz esses vinhos de sua coleção pessoal e nos contará um pouco da história por trás deste mito chileno que desde 1993 alcança no minimo 90 pontos na avaliação da Wine Spectator com exceção dos anos de 98 e 96 quando obteve “somente” 89 pontos. Destas safras, estaremos provando seis e ás cegas, inclusive a 2005 reconhecida como o melhor Don Melchor de sempre, até agora:

 Safra

1999

2000

2002

2004

2005

2006

Wine Spectator

92

94

92

93

96

94

Robert Parker

93

89-91

90

94

95

95

Wine Enthusiast

91

      –

91

92

93

94

         Para esta degustação muito especial em que serão disponibilizadas somente 10 vagas, o investimento será de R$250,00. O Jeriel fará uma curta palestra sobre este mito chileno antes de iniciarmos a prova, enquanto preparamos o palato tomando um delicioso Valmarino & Churchill, e ao final uma surpresa que divulgaremos posteriormente. Por um custo menor do que uma garrafa desse prestigiado e renomado rótulo, você terá o privilégio de provar seis safras. Este tipo de evento não tem todo o dia, então não hesite pois já só sobram sete vagas. Abaixo a vitimas que serão traçadas no evento.

           Vai perder? A Granja Viana é bem pertinho, logo aqui no KM 24 da Rodovia Raposo Tavares, sim aquela dos móteis, então dá até para extender o programa! Para quem se interessar, ligue para (11) 4612.6343/1433 ou envie e-mail para comercial@vinoesapore.com.br e veja como garantir sua vaga.

 Bem, por hoje é isso, salute e kanimambo pela visita