Coluna da Eliza – O Languedoc

            Antes dela se apresentar e começar a introduzi-los no mundo enogastronomico do Languedoc, deixa eu falar um pouco da Eliza. Durante muitos anos ela foi a alma e força motora por trás da Lusitana de Vinhos, uma importadora que fechou há uns anos e deixou saudades. Lembro bem dos; Quinta Giesta, especialmente o rosé, vinhos bem honestos da região do Dão, do incomparável e inesquecível S. Leonardo Tawny 20 anos, dos Portos da Quinta de Baldias em especial o delicioso Tawny que mais parecia um reserva e os Barão do Sul e Barão do Sul Reserva que eram incríveis relações Qualidade x Preço x Prazer. Fechou a empresa e a Eliza alçou voo rumo a uma terra distante porém encantadora e repleta de cultura, conhecimento e muito vinho! Agora, enquanto não encontra seu caminho de volta, compartilhará conosco suas experiências. Benvinda amiga e espero ansioso por mais posts.

 

            Atualmente moradora do Sul da França (quelle chance) e completamente apaixonada pela cultura local, aproveito esse espaço (gentilmente cedido pelo queridíssimo João Filipe) para compartilhar com vocês algumas descobertas, minhas impressões e ainda muitas novidades do mundo vinícola francês, disponíveis ou não no Brasil.

            Neste primeiro momento, eu proponho um resumão da história da vinha e do vinho na região Languedoc-Roussillon. Preparados?

            Foram os gregos os primeiros a cultivar a vinha na região méditerrannée, 5 séculos A.C.. Naquela época, o vinho era uma importante moeda de troca e os proprietários das vinhas possuíam poder e prestígio.

            No entanto, quem realmente expandiu a cultura da vinha, desenvolveu o comércio do vinho e até criou as primeiras regras de produção, foi o povo romano. Imaginem que, um século antes do nascimento de Cristo, ao longo de toda a voie domitienne, os centuriões romanos cultivavam a vinha e vendiam o seu fruto mais precioso: o vinho. Mas, como nada dura para sempre, com o declínio do Império, as invasões germânicas e a expansão da presença muçulmana, o comércio se desestabilizou e muitos vinhedos foram esquecidos ou arrancados…

            Por mais de 15 séculos, a região perdeu a sua vocação vinícola… apenas os monges pareciam se interessar pelas práticas vinícolas herdadas da época romana. Muitas Abadias possuíam um pequeno vinhedo, instalações para a vinificação e ainda uma cave para estocar as preciosas garrafas. Mas atenção: tudo isso para consumação própria.

            Foi somente durante os séculos XV e XVII que algumas personalidades se interessaram em desenvolver o comércio no sul da França e, em consequência, a vinha. Mesmo sendo a rota de passagem mais importante entre a Itália e a Espanha, as estradas da região eram muito perigosas e o mar repleto de piratas, o que dificultava énormément o desenvolvimento do comércio. Com a construção do Canal du Midi, em 1681, tudo mudou! A vinha expandiu, expandiu sem parar… o Languedoc tornou-se, em apenas um século, o maio produtor de eau-de-vie, aguardente de uva, do mundo. E, logo em seguida, tornou-se o maior produtor de vinho barato da França. Títulos que marcam a reputação da região até os dias de hoje.

            Mas, atualmente, muita coisa mudou por aqui. Após anos de crise e de falências de caves cooperativas, os antigos produtores preocupados com a quantidade, cederam espaço à uma nova geração de vignerons. A região, enquanto produtora de vinho, se estrutura, descobre seu terroir, tão diverso e tão rico. E nós, hoje, podemos fazer parte dessa história, degustando os vinhos da região, com toda a atenção e o carinho que eles merecem!

Petição Contra as Salvaguardas – Já Passamos de 10.000 !

        Um recadinho a quem de direito, já são mais de 10.000 chatos que subscreveram a Petição Publica contra essa excrescência que pretendem nos enfiar goela abaixo! Esses são consumidores que certamente já estão vendo a produção nacional de forma diferenciada e, lamentavelmente, de forma negativa. Mesmo que quisessem, os concorrentes como as cervejas gourmet, não seriam tão eficientes quanto foram Ibravin, Uvibra e seus patrocinadores em derrubar a boa imagem do vinho brasileiro que vinha sendo contruída. No entanto, como bem disse o amigo Rogério em seu comentário, ainda é muito pouco para o tamanho da indignação e é importante que tomemos atitude em vez de só ficar resmungando pelos cantos então, se ainda não o fez, assine logo clicando no link aqui do lado

       A luta continua!

Vinhos da Semana

Hoje quero falar de dois vinhos que tomei neste último mês de Abril  e que me deixaram muito feliz, pois possuem uma ótima relação Qualidade x Preço x Prazer  e é sempre motivo de jubilo quando, num mercado marcado por preços altos, especialmente aqui em Sampa, conseguimos garimpar bons vinhos a preços mais módicos.

 Da Espanha, chega-nos um vinho elaborado com 100% da uva Tempranillo na região de La Mancha onde esta é mais conhecida por Cencibel. É fermentado em tanques de inox passando por um processo de micro oxigenação que lhe assegura um frescor e intensidade de fruta muito saborosos e de bom corpo com ótima textura . É o Canforrales Classico,  vinho que gira em torno dos R$45,00 e vale cada centavo, uma ótima pedida para se beber bem, sem ter que gastar muito e sem ter que cair nos eternos vinhos e sabores dos Hermanos. Considerado o melhor vinho jovem da Espanha e disponível nos aviões da Iberia, é um belo exemplar para quem quiser entrar no mundo maravilhoso da Tempranillo!

Ainda neste tema de vinhos de grande relação custo x beneficio, provei um vinho australiano que fez minha cabeça, um Richland Shiraz , vinho que leva cerca de 14% de uma uva francesa de nome Durif, que hoje praticamente inexiste em seu país de origem. Sob o nome de Petit Syrah, é muito presente na Califórnia (EUA) e Israel assim como na Austrália onde segue sendo conhecida por seu nome original. Neste caso, ela traz ao vinho uma acidez mais presente, frutos do bosque e boa textura de boca que complementa de forma muito saborosa as especiarias do ótimo Shiraz australiano formando um conjunto rico, muito agradável e de um final de boca bastante longo para um vinho de apenas R$58,00, uma barganha ainda mais para os vinhos de “down under”! Um amigo o harmonizou com pimentão recheado, diz que fiou da hora!!

Esta diversidade e achados deste porte estão em risco caso as salvaguardas sigam adiante, então é importante que você se engaje na luta para preservar os direitos que conquistamos depois das trevas em que vivemos por tanto tempo com produtos de qualidade duvidosa e sem acesso a esta enormidade de rótulos com boa relação de preços x qualidade. Já subsreveu a Petição CONTRA as Salvaguardas? se não o fez não deixe para mais tarde, faça-o já clicando no link aqui do lado.

Salute, kanimamo e amanhã tem concurso de Vinopiadas!

Mais uma Triste Noticia na nossa Tumultuada Vinosfera Tupiniquim

       Hoje não falo das Salvaguardas, mas sim da pequinês de boa parte de nossos produtores nacionais e não falo de dinheiro ou porte, mas sim de visão empresarial ou falta dela, sei lá! Sei que quanto mais leio e vejo as coisas por baixo dos panos, mais me decepciono com o que vejo e leio. Não é á toa que nos encontramos na situação em que estamos e a leitura completa do link que relacionarei abaixo é um “must” para que possamos entender o imbróglio em que essas entidades nos meteram, lembrando que elas são a cara de seus associados e tentar desvincular isso é um exercício inútil e vazio pois carece de qualquer fundamento lógico!

       Para quem ainda não conhece a Academia do Vinho, link aqui do lado em “Meus Sites Preferidos” desde os primórdios deste blog, deveria! Quando pouco ou nada havia no mercado que ajudasse os apreciadores de vinho a se aprofundarem neste mundo mágico do vinho, este site era um porto seguro repleto de informações num estilo fácil de entender. Foi e segue sendo, um exemplo de apoio ao enófilo, uma fonte de informações imensa e bem estruturada. Aliás, em junho de 2008 publiquei um post “chupado” deles (com os devidos créditos obviamente) em que uma frase se destacava;

“No século 17, a Igreja Católica dava pão e vinho às famílias pobres! Vinho era considerado item de primeira necessidade, fazia parte da cesta básica! Todo mundo deveria ter a oportunidade de aprender a tomar vinhos, sem achar que o vinho e sua cultura representam chatice ou um bicho papão, cheio de mistérios e dificuldades”.

 Essa junto com algumas outras poucas, especialmente do Saul Galvão e do Albert de Villaine, se tornaram meus mantras particulares nesta minha cruzada do vinho que trata, entre outras coisas, de desmistificar o vinho.

        Posteriormente, deram inicio a um projeto que também se tornou o norte, o mais completo informativo disponível no mercado, para quem se interessava pelo vinho brasileiro, nascia o Site do Vinho Brasileiro. Me ajudou muito quando ao iniciar meu blog com uma série de matérias sobre países, tive que falar de Brasil, seus vinhos, cepas e regiões. Não existe nada igual até hoje, ou melhor, EXISTIA! Recebi para minha enorme tristeza, decepção e perplexidade a noticia do fechamento do site, acabou-se!  Isso, mesmo que triste, pode até se entender porém as causas, essas são estarrecedoras assim como os fatos por trás da decisão. Vai-se um sonho, mas ficam as pessoas, sua reputação e seu caráter, parabéns Carlos e Karin Arruda pela dedicação á causa do vinho e por compartilhar conosco tanto conhecimento e informação necessária à formação do enófilo de língua portuguesa e em especial, dos brasileiros amantes do vinho. Leia a nota integral na página do Site do Vinho Brasileiro  mas vou adiantar  para vocês a razão básica para esse triste acontecimento, as vinícolas não queriam pagar R$39,00, sim todo esse absurdo de dinheiro, para ajudar na manutenção do site e a Ibravin, bem sobre essa é melhor ler a nota e aí tirar sua próprias conclusões. Eu já tirei as minhas faz tempo e estas informações só vêm corroborar com tudo o que já sabia!

       Amanhã falo de vinhos, duas descobertas frutos de meu garimpo, Quarta tem Vinopiadas (concurso está terminando dia 16/05), Quinta a Eliza Leão, direto do Languedoc, estreia sua coluna aqui e sexta, bem aí é dia de Dicas da Semana. Quanto a Salvaguardas, os “Chatos das Salvaguardas” não param nunca e no Face o grupo já passa dos 830, com noticias diárias,  e por aqui não haverá dia especifico, todo  o dia é dia, para falar dessa  excrescência. Semana que vem vou falar de mais vinhos, coisas novas bem interessantes, de um encontro enogastronomico no histórico e respeitado Dom Curro, enfim, há muito que compartilhar então fique por aqui.

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos. A Luta Continua!

Dica da Semana

     Algumas dicas para a semana e também para o Dia das Mães que está chegando. Aliás, um bom vinho para acompanhar o encontro da familia nesse dia tão importante, é um “must’! Muitos dos vinhos colocados em promoção na Vino & Sapore já se foram no fim de semana prolongado, mas ainda há uma série de ótimo rótulos disponíveis e neste Sábado tem Taste & Buy com quatro rótulos  á prova, venha!

Promoção de Vinhos, Aproveite Enquanto Dura – Para ajuste de portfolio abrindo espaço para novidades, mais de trinta rótulos com descontos variados de até 40%. Eis uma lista de rótulos, apenas parte do que estará por lá, para você aproveitar e já se estocar para o inverno. Temos rótulos com apenas uma garrafa e  no máximo seis então o que vai imperar é a diversidade não a quantidade então, como já dizem os ingleses, venha logo porque “the early bird catches the worm” e quem chegar tarde vai perder os melhores vinhos:

  • Montessu, Villard Assemblage Gran Vin, Calvulcura, Quinta Mendes Pereira Reserva Touriga Nacional,  Rocca de la Macie Sasyr, Pacifico Sur Pinot Noir, Crios Malbec, Crios Rosé, Quinta do Vallado Douro, Strabon Crianza Plata, Cavas de Crianza Blend, Don Giovanni Espumante Moscatel e Stravagganza, Gloria Alvarinho, Equus Cabernet, Don Giovanni Merlot, Tomero Cabernet, Vistalba Corte C, Entre II Santos, Marco Luigi Reserva da Familia Brut, Casa Marin Pinot, Batassiolo Barbaresco, Caligiore Bonarda, Baffarela Reserva Douro entre diversos outros, inclusive uma vodka da Estonia e um gin inglês!

        Na Vino & Sapore enquanto durarem os estoques que já são limitados! Veja como chegar clicando aqui! Aproveite e venha passear nesta bucólica região e provar também os pratos de nossos bons restaurantes, como o Emilia Romagna, nosso vizinho, e o Restaurante do Ney no Pattio Viana, uma instituição aqui do pedaço! Tudo a poucos passos da Vino & Sapore.

Saturday Taste & Buy – neste Sábado, a Vino & Sapore colocará quatro vinhos selecionados para você provar, na faixa, e só compra se gostar, legal né? Um Chardonnay chileno, um Rosado espanhol, um Tinto australiano e um francês todos com ótima relação Qualidade x Preço x Prazer, vai conferir?! Se não vier terei que tomar tudo!!!!!!

Senhor Brigadeiro para o Dia das Mães – minha amiga Vanessa faz uns brigadeiros da hora! Tanto que o Sr. Brigadeiro está virando mania lá em Campinas, porém agora também podemos ter acesso a estas delicias através de sua loja virtual. Experimente um Porto junto, fica melhor ainda! Pois bem, tem produtos novos para este dias especial, então veja abixo e clique na imagem para acessar o site!

Almoço de Dia das Mães no La Marie – sou fã deste restaurante, mesmo não o frequentando com a assiduidade que gostaria! Comida muito boa, preços camaradas e uma carta de vinhos não muito grande, mas honesta nos preços e de boa qualidade sem contar o serviço que é de prima. “bistrô de cozinha mediterrânea em Pinheiros, oferece no Dia das Mães um menu especial com um prato principal e uma sobremesa, como opção além do seu cardápio tradicional mediterrâneo. O chef Edson di Fonzo criou o Filet Mignon suíno ao molho de mostarda laranja acompanhado de Risoto de Pinhão e Mousse de Chocolate de sobremesa, por R$ 45. Além desse menu fechado, a casa mantém o a la carte no Dia das Mães, sempre com várias opções, das entradas às sobremesas, que agradam as mamães dos diferentes perfis.

       Entre os suflês, uma das especialidades da casa, as versões salgadas de bacalhau, de camarão, de cogumelos e de queijo brie são as mais pedidas. Entre os suflês doces, o de Chocolate e o de Gran Marnier são os campeões. Nos pratos principais, há sempre pelo menos uma opção de cada tipo de carne ou frutos do mar: coelho, codorna, pato, marreco, filé, cordeiro, mesclam-se a lagosta, camarões e ao famoso Polvo Mediterrâneo, um clássico doLa Marie.”

Reservas: Fones. (11) 3086-2800 – (11) 3063-5033 – Horário de atendimento no domingo: das 12h às 17h. Rua Francisco Leitão, 16 – Pinheiros. Este eu recomendo.

         Por hoje é só, um bom fim de semana para todos, salute e kanimambo por seguir prestigiando este escriba do vinho e suas cruzadas (rs).

 

 

Salvaguardas – Pensamentos Soltos

       Semana que vem volto a falar de vinhos e experiências gastronômicas, tenho um monte de coisas represadas em função desta excrescência chamada Salvaguardas! Também iniciarei a postar os textos de uma amiga que se mandou para terras francesas (Eliza Leão) e que agora nos falará esporadicamente sobre a região do Languedoc e seus vinhos, enfim vou retomar as rédeas de meu blog antes que seja tarde! Rs Hoje, como chato (de galocha) assumido contra as salvaguardas que sou, ainda vou tecer alguns comentários com algumas das coisas que tenho ouvido e visto, porém antes deixo aqui um pensamento para reflexão:

“Quase todos os homens podem suportar a adversidade,

mas se você quiser testar o caráter de um, dê-lhe  poder.” Abraham Lincoln 

Debate do Vinho:

     O debate ficou aquém do desejado, até porque os homens da Ibravin falaram tanto que pouco tempo sobrou para debate. No entanto algumas coisas ficaram claras, para mim pelo menos, e gostaria de ressaltar alguns tópicos para reflexão:

1 – todas as decisões são unânimes e a ACAVITIS faz parte da Ibravin, então me parece que os produtores Catarinenses têm que buscar resposta em sua associação que aderiu, ou se absteve, quando, pelo menos ao que consta, a maioria de seus associados é contrária ás Salvaguardas. Seria interessante uma manifestação oficial de sua presidência.

2 – O Sr. Leocir Bottega, que deveria falar do custo de produção no Brasil, passou o tempo inteiro numa manifestação de defesa da Ibravin e de números pouco falou. Quando o fez, me lembrou aquela frase do economista Rodrigo Constantino que diz que estatísticas são o “ato de torturar números até que eles confessem qualquer coisa”. Ninguém acreditou naquela salada apresentada de forma apressada!

3 – Interessante o quanto a Ibravin faz questão de dizer que os produtores não têm nada a ver com a ação tomada e que isto foi orquestrado pelas entidades peticionárias. Chegaram a instruir produtores a não se manifestarem, mas estes não têm nada com isso! As entidades não são formadas por associados? Estes não são consultados pelas entidades, especialmente quando de um assunto tão sério?

4 – Orlando Rodrigues, diretor da importadora Premium, ressaltou o fato de que o Brasil é o dos poucos mercados, se não o único, em que não existe uma sistemática de distribuição pré-estabelecida. Aqui todo mundo vende para todo mundo, transformando clientes em concorrentes. Realmente algo a se repensar até em função da guerra fiscal que gera brechas e práticas comerciais desleais e predadoras inclusive no âmbito do comércio virtual.

5 – O mesmo Orlando informou que o setor, através de suas entidades, estaria apresentando uma proposta de reconciliação e discussão construtiva do caminhos do vinho no Brasil e se a Ibravin aceitaria recuar em seu pedido de Salvaguardas para discutir o tema no fórum adequado. Vejam aqui a Carta Aberta, item 9. Disse o Paviani, diretor geral da Ibravin, que ao recebê-la a analisaria, mas não senti firmeza não!

Vinhos Finos e a Similaridade de Produtos X Salvaguardas ao Vinho Nacional

Este tema será, certamente, um dos mais discutidos no âmbito do Ministério e cito um exemplo, sem qualquer desrespeito á história e importância da marca no âmbito nacional como uma porta de entrada á nossa vinosfera tupiniquim, mas é difícil, se não impossível, entender a validade das salvaguardas quando a Cooperativa Garibaldi diz querer dobrar sua participação em vinhos finos com a compra da Granja União! Ora, as salvaguardas não contemplarão a Argentina de onde vem a vasta maioria de vinhos de entrada de gama e maior concorrente da produção nacional e sim atingirão, do ponto de vista da circular, os “similares” vinhos da Borgonha, Bordeaux, Rioja e Douro. Em sã consciência, isso não faz o mínimo sentido!

Entrevista do Adriano Miolo à Revista Menu

A ibravin diz que consultou as víncolas, já o Adriano diz que a Miolo não foi! Quem se esqueceu do quê? O Adriano diz que falou com seus clientes, quais? Lojistas, restaurantes distribuidores? Sim, porque o consumidor, esse nunca recebeu nenhuma resposta, inclusive eu e pelo menos mais um dos leitores que já se manifestou aqui no blog sobre esse mesmo tema. Lavar as mãos e dizer que isso é coisa das entidades, é lamentável e traz uma percepção ao mercado (consumidores) que não condiz com a história da empresa e do empresário. Parafraseando  o conceituado jornalista Sardenberg da CBN, meteu o pé na jaca, uma pena!

Resumo da Ópera

O enófilo apreciador de vinhos finos de qualidade certamente pagará mais caro porém não deixará de tomar bons vinhos, sejam eles importados ou não, deixando as zurrapas de qualquer origem á margem.  Os grandes concorrentes da produção nacional são; os impostos locais e federais, a quem os salvaguardistas e seus defensores deveriam dirigir suas ações e seu forte lobby politico, os vinhos baratos da Argentina (que não serão atingidos por essas Salvaguardas) e do Chile, vinhos de origem duvidosa (se policiarem e controlarem as fronteiras reduzindo os estimados 40 milhões de litros de contrabando seria ótimo para todo o setor) não os vinhos da Borgonha, Bordeaux, Rioja ou Douro que as Salvaguardas atingirão diretamente. Aumento de vinho nacional por decreto é uma utopia tal que fica dificil entender e aceitar que ainda haja gente que nos dias de hoje ainda acredite nisso! Tem hora que penso que deve haver algo mais por trás desta estratégia adotada ao botarem o bode na sala, só não consegui ainda solucionar o inigma, pois ignorantes eles não me parecem ser!! As pessoas tomarão menos preservando a qualidade a que se habituaram ou migrarão para outras bebidas e toda essa zorra que armaram só trará prejuizos para o setor como um todo.

      Sou um ferrenho adversário das Salvaguardas como enófilo estudioso do vinho e do mercado, comerciante de vinhos e colunista que sou. Me sinto ultrajado, desrespeitado porque não buscam soluções de fato para os problemas do setor e sim formas absurdas e prepotentes de atingir a livre concorrência sem atacar os problemas essenciais, fazendo-nos de idiotas com suas explicações sem nexo para um ato absolutamente truculento e desnecessário. Sou a favor do vinho brasileiro, especialmente dos pequenos produtores que penam para levar o dia a dia num ambiente tributário inóspito, mas sou radicalmente contra a ganância, o oligopólio, a ditadura e truculência, a falta de democracia e transparência, a politização das entidades, o peleguismo, a Ibravin e restante das entidades peticionárias das Salvaguardas que não nos levarão a lugar nenhum como o Selo Fiscal não o fez!

      Amanhã Dicas da Semana e outros papos. Na Semana que vem voltarei a Falar de Vinho, porém não esquecerei as Salvaguardas não!  Aproveitando, a petição publica está chegando em 10.000 assinaturas e você, já assinou? Acesse o site e vamos em frente porque a luta continua. Salute e kanimambo.

Quarta de VinoPiadas > Respostas Vazias = Taças Vazias

     É meus amigos, só mais duas semanas para participar e depois daremos inicio á votação aberta dos leitores para ver quem irá faturar o prêmio. Hoje a participação é do amigo Josmar que travou minha caixa postal (rs) com o envio de uma imensidão de cartoons bem elaborados e criativos, especialmente alusivos ao difícil momento pelo qual passa nossa vinosfera tupiniquim. Esta foi a que mais me agradou, espero que curtam tanto quanto eu.

Salvaguardas – Finalmente o Adriano Falou

         Suzana Barelli (Revista Menu) conseguiu entrevistar Adriano Miolo que, aparentemente, fala pela primeira vez sobre o imbroglio das Salvaguardas. Eu cá tenho a minha opinião, mas leia você a entrevista clicando aqui neste link e faça seu juizo de valor. Para mim, me chamaram a atenção três pontos abordados:

“Por que a Miolo demorou a se pronunciar?

Assim que saiu a notícia da salvaguarda, começou o tiroteiro. Decidimos deixar as coisas acontecerem antes de nos pronunciarmos na imprensa. Mas temos falado com nossos clientes desde o primeiro dia, explicado nossa situação. Só não dá para dizer que foi a Miolo que pediu a salvaguarda. A Miolo não é sócia do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho). Foi o Ibravin que apresentou a proposta da salvaguarda e não as empresas. O Ibravin fez isso a partir de seus sócios, que são 52 associações. As associações de produtores são os sócios do Ibravin. A Apex-Brasil é sócia do Ibravin. A Abrabe é sócia do Ibravin. Não são as vinícolas que são sócias. E o setor tem fóruns legítimos para estas discussões, que é a Câmara Setorial da Uva e do Vinho.

Mas a salvaguarda não foi discutida nesta câmara. O Ibravin e mais três entidades do setor apresentaram a proposta diretamente para o Ministério da Indústria.

Não entendo porque a salvaguarda não foi discutida neste fórum. Mas não adianta atacar as empresas. Temos de fazer a discussão de como resolver a crise do vinho brasileiro. E nós, da Miolo, somos pelo entendimento, não pelo enfrentamento, como algumas empresas, alguns importadores e alguns jornalistas.

A Ibravin diz que a ideia da salvaguarda foi discutida antes com as vinícolas.

Nunca fomos convidados para discutir este tema com o Ibravin.

         Pelo acima exposto, acho incrível a autonomia que a Ibravin tem para tomar as rédeas da vitivinicultura gaúcha e brasileira sem consulta nem satisfação aos grandes produtores nacionais! Por outro lado, pelo que outras vinicolas têm falado e pelas respostas acima, me parece que existe aqui um festival de incongruências, mas enfim……..cada um que acredite no que quiser; Papai Noel, Coelhinho da Páscoa,……….

A luta continua!