dezembro 2009

Reflexões do Fundo do Copo – O Bom de Bico Argentino

breno3Tenho escrito para uma revista italiana, a Il Sommelier, vinculada à Federação Italiana de serviços de hotelaria e restauração (FISAR) e que tem uma versão para internet pelo site www.ilsommelier.com. É uma revista mais formal e faço esforço para escrever de modo mais impessoal, o que talvez tire o texto do perfil que costumo dar às minhas crônicas neste espaço de reflexões. O último artigo que escrevi para eles foi publicado na revista que ainda está no ar e acredito ter interesse para os brasileiros assim como para os europeus, por conta, talvez, da importância que a uva ícone argentina ganhou por aqui.

             O mundo do vinho levou um “susto bom” em 2001, quando o vinho Nicolás Catena Zapata – uma assemblage Cabernet Sauvignon/Malbec – ganhou destaque ao vencer numa degustação às cegas os grandes de Bordeaux e Napa Valley. Foi o grande debut da versão argentina da uva Malbec e, para quem não sabia do trabalho que se desenvolvia em Mendonza – a principal região produtora da Argentina – e só a conhecia pelo seu rude resultado em Cahor, seu lugar de origem no sul de Bordeaux, o resultado foi visto com descrédito.

             Anos se passaram e o desempenho da Malbec argentina deixou de ser novidade para se transformar em sucesso do público e da crítica. Da parte do público, o reconhecimento se nota pelos volumes de vinhos que são vendidos mundo afora e as divisas conseguidas pela Argentina através da exportação de seus vinhos e mosto, majoritariamente com origem na Malbec. Da parte da crítica especializada, é generalizada a aprovação que recebe, chegando até a ter o destaque do ano em revistas como Decanter, que, em 2008, deu a Nicolás Catena o seu “Decanter’s Man Of The Year”, um prêmio aos vinhos da América Latina em geral e aos argentinos em particular.

            Quinto produtor de vinhos do mundo, 11º exportador, a Argentina produziu 2,2 bilhões de kg de uva no ano de 2009. Este volume transformou-se em 1,2 bilhões de litros de vinho e mais de 387 milhões de litros de mosto (dados oficiais do Instituto Nacional da Vinicultura Argentina, publicados no http://www.inv.gov.ar/noticias.php?ind=1&id_nota=88). Esta safra é significativamente menor do que a anterior, algo em torno de 30% a menos em regiões de produção importante como Mendoza, por conta de um verão muito quente. Mas se o calor diminuiu a quantidade colhida, elevou o nível de concentração de açúcar, tradicionalmente alto, chegando a 12,9º para as uvas tintas em Mendoza e a 12,7º para as de San Juan.

            Estes números do INV argentino são referentes ao conjunto das uvas produzidas, entre as tantas cepas que se deram bem em solo platino, sendo que se a Malbec e Shiraz argentinas jogam para cima esta média, as italianas Bonarda – segunda variedade mais plantada do País – jogam a média para baixo. Pois a potência tânica da Malbec é impressionante, podendo atingir gradações que na Itália costumavam freqüentar apenas os vin santi, sendo extremamente comum os Malbec ultrapassarem a faixa dos 14º de gradação alcoólica … E haja álcool! Para se ter uma idéia, o melhor exemplo neste quesito é o San Pedro de Yacochuya de Salta que na safra de 2001 se apresentou com 15,8% de álcool.

          Ou seja, a Malbec é uma das grandes novidades deste século que se inicia, como pretendeu vaticinar Robert Parker em 2004, prevendo que esta seria uma das grandes uvas do mundo até 2015, nos moldes das grandes que não se internacionalizam como a nebiollo e a sangiovese grossa, por exemplo, expressões particulares de uma determinada região do mundo e não uvas que se dão bem em qualquer solo e condições climáticas, como parecem ser as Cabernets e Chardonnays, as Syrah/Shiraz e Sauvignon Blanc, que passeiam por todos as vinhas com grande desenvoltura.

          Malbec tornou-se uma espécie de porta de entrada para o mundo do vinho, ao menos para muitos jovens urbanos no Brasil, que não tinham o hábito de beber vinho. Ela tornou-se responsável por uma espécie de “terceira onda” de consumo, que começou entre os brasileiros com os vinhos alemães de casco azul e continuou com os lambruscos italianos. Seu grande atrativo está no seu pronunciado sweet-point-attack, um sabor de fruta em compota muito fácil de gostar. Mesmo quando não muito bem elaborado e o seu lado selvagem de amargo retro-gosto se faz presente – o doce de uvas bem maduras, o álcool muitas vezes bem dominado, a madeira – muitas vezes produto de artifícios como chips de madeira depositados em grandes torres de alumínio; e vinhos mais em conta de vinícolas como o Fúria da Finca La Célia, o Santelmo e tantas outras marcas fazem o maior sucesso entre a turma dos estreantes em vinho, com pouco dinheiro e pouca idade.

         Mas nem só vinhos de pouca qualidade se faz com Malbec. No estágio intermediário, quando a madeira geralmente é de barril de segundo uso e os cuidados na vinificação são muito maiores, encontramos vinhos interessantes, como os da Susana Balbo, os da Finca La Linda, os Terrazas, os Álamos de Catena Zapata, os vinhos do Mauricio Lorca e tantos outros. E ao chegar no Top, então, não há como negar a qualidade indiscutível atingida e encanta os novos apreciadores do vinho em todos os continentes. Os Top de Mauricio Lorca, o Clos de Los Siete do famoso e polêmico Michel Roland, os Catena Zapata, os Luigi Bosca, os Familia Marguery, os Yacochuya de Salta, os Ruca Malen e tantos outros encantam até o mais cético dos degustadores como eu.

        Veremos no mercado, o que esta safra mais reduzida e mais concentrada nos trará. Para os que se interessam só pela quantidade poderá trazer decepções, mas para quem aprecia o bom vinho, ela deverá ser muito bem vinda!

Mais um texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado.

Dicas da Semana

            O Dicas desta semana  começam com uma viagem pelas vinícolas do Chile e Argentina, degustação no interior, o fino da Austrália, tem até cerveja!

Chile e Argentina – pelas mãos do Emilio do Portal dos Vinhos, uma viagem de uma semana curtindo e conhecendo um pouco da vinosfera de nuestros hermanos. Uma grande pedida.

 

Emporio Vinis – Misto de loja e importadora trabalhando com diversas marcas em Itatiba, a Vinis promove uma mini-feira de vinhos no próximo dia 11 final do dia. Boa oportunidade para o pessoal da região conhecer o o portfólio e como tem produtos de importação própria que não conheço, provavelmente darei uma passada por lá.

 

Ícones Australianos no Hyatt – Um verdadeiro Dream Team do que de melhor existe na Austrália trazido pelas mãos do renomado jornalista do vinho, Marcelo Copello. Esta degustação é rara e inédita no Brasil, uma seleção de sonho dos melhores vinhos da Austrália, de safras antigas, em seu auge, todos com altas pontuações da crítica e preços mais altos ainda. As garrafas foram trazidas da Austrália pelas mãos do próprio Marcelo  e conservadas em sua adega pessoal. Não é para muitos, somente 14 lugares a R$800 a cabeça, mas veja só o programa que ainda terá um jantar no Eau French Grill especialmente elaborado pelo Chef Laurent Hervé.

Espumante Croser 2002, Petaluma

  • Simplesmente o melhor espumante da Austrália. Leva o nome de seu criador Brian Croser, uma lenda em seu país, e fundador da vinícola Petaluma. Ele foi “man of the year” da revista inglesa Decanter em 2004 e duas vezes presidente da Winemaker’s Federation of Australia. Trata-se de um espumante de guarda, elaborado pelo método Champenoise, com 76% Pinot Noir e 24% Chardonnay, de Piccadilly Valley (South Australia). A vinícola petaluma ganhou 5 estrelas no Australian Wine Companion 2008, de James Halliday.

The Reserve 1996, Yalumba

  • Maior e mais antiga vinícola familiar australiana, foi fundada em 1849, a Yalumba elabora dois dos maiores vinhos do país, o Octavius Shiraz” e o topo de linha The Reserve. Este último é feito apenas em safras especiais. Este 1996, uma safra histórica na Austrália, foi a 3ª edição do “The Reserve”, elaborado com Cabernet Sauvignon e Shiraz do Barossa Valley. Recebeu 96 pontos de Robert Parker. Sua guarda sugerida é de 20 anos ou mais,

Balmoral Shiraz 1997, Rosemount State

  • O topo de gama da tradicional vinícola Rosemount, elaborado com vinhas de até 100 anos de idade do McLaren Vale. Alcançou nada menos que nota 98 de Robert Parker. Sua guarda sugerida é de 15 anos.

The Armagh Shiraz 1998, Jim Barry

  • Outro gigante australiano, de uma grande safra, elaborado a partir de um vinhedo plantado em 1968 no Clare Valley. A Wine Spectator provou esta safra ano passado e deu-lhe 93 pontos e mais décadas de vida. Parker deu 92 pontos e consumo até 2016.

 The Octavius Shiraz 1998, Yalumba

  • Elaborado a partir de vinhedos de até 100 anos de idade de Shiraz do Barossa Valley e Eden Valley. Amadurecido em mini-barricas de 90 litros. Colecionador de vitórias em concursos e degustações, recebeu nada menos que 97 pontos de Robert Parker e 94 da Wine Spectator, que sugere seu consumo até 2015.

Hill of Grace 1997, Henschke

  • Este vinho é uma lenda na Austrália e uma raridade no Brasil. Divide o trono de soberano da Austrália com o Penfolds Grange. Elaborado a partir de vinhas pré-filoxéricas plantadas em 1860. Degustar este vinho é provar um dos maiores mitos do Novo Mundo e parte importante da história do vinho australiano. A Wine Spectator concedeu a esta safra 95 pontos e sugere consumo até 2012.

Grange 1997, Penfolds

  • O Penfolds Grange está para o vinho australiano como Pelé está para o futebol brasileiro. Podemos dizer que o Hill of Grace seria um Garrincha (de produção menor e mais elegante). Foi este vinho que colocou a Austrália no mapa ao ser eleito em 1995 “Wine of the Year” na revista Wine Spectator. Esta safra recebeu 94 pontos de Robert Parker e sugestão de consumo até 2022! 

Noble One 2000, De Bartolli e Riverina Botrytis Semillon Limited Release 1996, McWilliam´s

  • Os melhores vinhos doces da Austrália rivalizam com bons Sauternes, elaborados com a uva Sémillon e atacados pelo fungo Botrytis. O McWilliams deverá estar exuberante aos 13 anos de idade, a ponto de rivalizar com o Noble One, considerado o maior vinho doce da Austrália.

         Para fazer jus a esses néctares, uma verdadeira pós-graduação em “Aussie Wines”, o Chef elaborou um menu especial composto de:  Bife de Hereford Rossini com batatas defumadas, fois gras selado e presunto ibérico; Camarão gigante com caviar mujol  e couve-flor à amêndoas e ervas terminando com Pavlova de manga assada com baunilha, sorbet de iogurte e toque de açaí. Abriu o apetite, vai encarar? Então contate a Karina Faber no Hyatt através do e-mail karina.faber@hyatt.com ou pelo telefone (011) 2838-1232.

 

Zahil tem Premiados Franceses e outras gostosuras – Não são apenas os mais famosos vinhos que vêm da França, mas também alguns dos melhores guias de vinhos são elaborados lá, sob o crivo de experts mais que renomados, cujas experiências e títulos são passados de geração em geração. O “Bettane et Desseauve” e o “Guide Hachette des Vins” acabam de lançar suas edições de 2010 e, como já era de se esperar, a Importadora Zahil conta com rótulos enaltecidos em ambos os guias.

              Entre os destaques do Bettane et Desseauve, a Zahil conta com o produtor Domaine Leroy (a partir de R$ 1.470), que recebeu a classificação máxima de 5 “BD” e a segunda colocação entre os “Produtores do Ano”; e a Drappier La Grande Sendrée (R$ 320) que, com 17 pontos, foi qualificado como um vinho “ainda muito jovem, um grande champagne de mesa que aconselharíamos envelhecer em adega ainda por um ou dois anos: vivacidade, intensidade, memorável persistência, estão todos juntos”.

            Já o Guide Hachette des Vins vem com dois destaques que merecem atenção: o Château Clarke (R$ 196), classificado com duas estrelas e o título “coup de coeur” – segundo o guia, “de uma bela cor rubi com reflexos violeta, este vinho encanta pelo bouquet gourmand que une cassis, baunilha e notas tostadas” – e o tinto Château Puycarpin (R$ 69), condecorado com uma estrela e, de acordo com os degustadores, dono de “notas achocolatadas, tostadas e de alcaçuz, que acompanham um agradável frutado”.

            Agora, comprar o Tosca por este preço promocional na compra de três garrafas ou o Trumpeter Malbec 2007, um dos meus preferidos do painel de vinhos até R$50 que fiz em Outubro, essa é imperdível e a minha dica especial de compra para este final de semana. O saboroso Tosca Chianti Colli Senesi 2006 que custa R$59, se levar três sai por R$118,00 ou seja, cerca de R$39 a unidade, uma baba! Já o Trumpeter Malbec 2007 que custava R$45,00 está por R$38,00, duas ótimas opções por preço bem camarada.

 

Cervejas Especiais na Kylix – É, para mostrar que não somos preconceituosos, nem eu nem o Simon, uma novidade nesta que é a melhor loja de vinhos da região de Higienópolis, cervejas especiais! Baita calor, você passa lá, compra uns vinhos e aproveita para pegar algumas dessa boas loiras e morenas estrangeiras!

1.Tripel Karmeliet (Bélgica) – 330 ml – Cerveja Belga elaborada com cevada, aveia e trigo.   Sabor intenso, notas de laranja e coentro.  De: 26,60 Por: 24,50 e se comprar 6 garrafas cai para  23,40 a und..

2. Traquair House (Inglaterra) – 330 ml – Envelhecida em barril de carvalho durante uma semana, elaborada sem adjuntos ou conservantes. Licorosa, bem equilibrada. Amadeirada, adocicada, com aroma de malte tostado, toffee, ameixa, rum e um final de chocolate. De: 23,60 Por: 21,70 e se comprar 6 garrafas cai para  R$20,80 a und.

 3. Oettinger Pils (Alemanha) – 500 ml – Personalidade é o que você encontrará na Oettinger Pils. Cerveja Pilsen que mostra que há mais sabores nessa categoria de cerveja, que o mercado brasileiro poderia imaginar. Puro Malte, com amargor pronunciado, tem a refrescância das pilsen, sem abrir mão do paladar pils alemão.  De: 11,50 Por: 10,60 e se comprar 6 garrafas cai para  R$10,10 a und.

4. Oettinger Weiss Hefeweizen (Alemanha) – 500 ml – Uma das mais vendidas cervejas de trigo na Alemanha, a Oettinger Weiss é engarrafada com as leveduras utilizadas em sua fermentação (“Hefe”). Possui cor dourada, turva, notas de cravo e banana, típicas das cervejas de trigo bávaras. Suave e frutada, traz a alegria e descontração típicas das grandes festas alemãs. De: 12,50 Por: 11,50 e se comprar 6 garrafas cai para  R$11,00 a und.

5. Czechvar Pilsen (República Tcheca) – 330 ml – Premiadíssima cerveja, rica em malte, com notas de vanília e lúpolo e leves toques de maça. Refrescante, suave e equilibrada. Enfim perfeita, irretocável como o melhor design Tcheco. De: 13,30 Por: 12,25 e se comprar 6 garrafas cai para  R$11,70 a und.

6. Coopers Sparkling Ale (Austrália) – 375 ml – Toda a força do verão australiano você encontra nessa cerveja, única no mundo. Deliciosamente refrescante por ser carbonatada, surpreende com seu marcante amargor. Intensa e ao mesmo tempo leve como uma tarde de verão em Surfer’s Paradise. De: 14,50 Por: 13,35 e se comprar 6 garrafas cai para  R$12,80 a und.

7. Christoffel Nobel (Holanda) – 330 ml – É uma larger pilsen, puro malte, não filtrada e não pasteurizada. Apresenta uma coloração dourada, é encorpada, possui um sabor muito equilibrado e um amargor médio, resultado da adição generosa de lúpulo fresco durante a fabricação. Em seu aroma percebe-se claramente a presença de lúpulo, que neste é o Saaz. Sua apresentação é em garrafas de 330 ml, com fechamento tipo “flip-top”. De: 24,60 Por: 22,60 e se comprar 6 garrafas cai para  R$21,65 a und.

8. De Koninck Triple (Bélgica) – 330 ml – Sabor encorpada média, pouca carbonatação, quente, leve amargor de lúpulo, doce, laranja com final leve de álcool e leve amargor. Boa cerveja. Legal em dias frios por ser agradavelmente quente. Menos intensa do que normalmente são as cervejas deste estilo, apresentando notas de especiarias/ cravo menos acentuadas do que em outras cervejas Tripel. De: 17,90  Por: 16,50 e se comprar 6 garrafas cai para  R$15,75 a und.

9. Coopers Vintage (Austrália) – 375 ml – Refermentada na garrafa, antes a cerveja passa um período em barricas de carvalho, o que confere a ela notas de madeira e baunilha. Nota-se uma presença de lúpulo bastante intensa, e que tende a diminuir com o passar dos anos. O fabricante afirma que após 18 meses da data de fabricação, a cerveja chega a seu ápice. De: 18,90 Por: 17,40 e se comprar 6 garrafas cai para  R$16,60 a und.

Fiquei curioso com algumas dessas cervejas e certamente terei que me aventurar por outros caminhos que não os de nossa vinosfera!

 

Rancho do Vinho no Morumbi – sabe aquele porco no rolete e rodízio de costela em Itapecerica? Sim aquele que já dei a dica aqui e que ainda não consegui ir pois cada vez que me programo alguma zica acontece? Pois bem, basta dar uma passada aqui no Morumbi na nova casa que agora, ás quartas, conta com o piano do Ralf para acompanhar seu jantar.

 

Cava Cristalino na Assemblage Vinhos – Para finalizar a Bete me informa de uma promoção especial com a cava Cristalino. Para  os amigos do Butantã, Granja Viana, Cotia e região uma bela oportunidade.

             Amanhã a Crônica do Breno que traz um texto muito legal sobre a Malbec e na Segunda os TOP10 do Grande Desafio de Espumantes.  

Salute e Kanimambo

Grande Desafio de Espumantes – os Champagnes

               Dentro os quarenta e dois rótulos apenas cinco de Champagne, mas deu para tirar as eventuais dúvidas existentes. A primeira delas, como aliás comentado pelo amigo Álvaro (Divino Guia) na degustação, é de que a Pinot Meunier faz diferença no assemblage (todos com a participação das três cepas tradicionais – Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier) e a segunda de que realmente são excelentes espumantes que não é á toa que possuem a fama que têm. Estão num patamar algo acima dos demais e se, alguns pontuais concorrentes existem, esses são poucos num universo de tanta coisa boa disponível naquele pedacinho de céu chamado Champagne.

               O que falar sobre os cinco champagnes provados que já não tenha sido dito por outros? Gente muito mais capacitada já comentou e destrinchou esses vinhos de uma forma que, provávelmente, eu já jamais conseguirei, então fica aquele negócio de chover no molhado. Já provei muitos, entre eles um que me deixou apaixonado e inebriado sendo um dos melhores vinhos que já tomei, mas confesso que tomei poucos porque, lamentavelmente, o bolso não alcança, então são objetos de desejo que, efetivamente, são consumidos em momentos muito especiais de celebração.

            De qualquer forma não há como fugir da raia e, como já dizia o saudoso e “complexo”  Vicente Mateus, “quem sai na chuva é para se queimar”, então vamos lá, por ordem de classificação entre os cinco champagnes presente a este Grande Desafio, ressaltando que todos eles estão entre os TOP 10 da prova. Como não podia deixar de ser, a perlage em todos eles mostrou-se constante, muito fina e persistente, dentro do que se espera de um bom champagne. Apesar de não divulgar as notas hoje, deixo como curiosidade o fato de que entre o primeiro e o último champagne, meros 1,5 pontos ou seja, nada!

1º – Zoémie De Sousa Cuvée Marveille Brut  – importado pela Decanter e, na minha opinião um dos melhores do desafio, se não o melhor, que se mostrou algo mais evoluido e sedutor que os outros concorrentes da região.  De uma finesse impar tanto no olfato como no palato, foi o que mais entusiasmou a maioria dos degustadores.  Nariz muito complexo onde afloram aromas de coco queimado, baunilha, brioche, leveduras, uma verdadeira boulangerie (rs) com alguma nuance cítrica. Na boca é denso, cítrico, incrivelmente harmônico , mousse clássico lhe dando leveza , frescor na medida certa formando um conjunto que chega a empolgar e por isso se colocou melhor que seus pares. Entre todos os Champagnes, o meu preferido deste embate.

2º – Taittinger Brut Reserve – pêssego, damasco, algum floral numa paleta olfativa de não tanta intensidade, mas muito elegante e sedutora que nos atrai a levar a taça á boca onde essa elegância persiste com muita classe. Macio, cremoso, equilibrado e muito delicado terminando bastante longo, fresco e agradável com uma perlage muito fina e abundante que acaricia o céu de boca. Sedutor. É trazido com exclusividade pela Expand, mas encontrado em diversas outras boas lojas do ramo.

3º – Tsarine Cuvée Premium –  como característica, uma perlage extremamente fina, persistente mas não muito abundante. Muito rico, denso, cremoso e gentil ao palato, é um espumante algo diferente produzido por casa de grande tradição, Chanoine. Uma paleta olfativa complexa com intensa presença  de notas lácteas, torta de morango e fermento com algo de caramelo e cevada no final de boca em que também aparecem nuances cítricas. Bastante complexo e interessante. Quem o traz é a KB-Vinrose do Rio de janeiro, mas este apareceu na prova devido á gentileza da BR Bebidas  (São Paulo) que nos disponibilizou  a garrafa.

4º – Drappier Carte d’Or Brut – Borbulhas muito finas presentes  em  grande número e de boa persistência formando um bonito colar na taça. Bem mineral, pêra, brioche, frutas secas, lembra panetone, presentes no nariz. No palato mostra-se cítrico, fresco e saboroso com um final com amêndoas tostadas sob laranja confeitada. Muito gostoso e disponível na Zahil (seu importador e distribuidor exclusivo) e diversas lojas especializadas.

5º – Piper-Heidsieck Brut – Talvez o mais fresco e vibrante de todos eles e, arriscaria dizer, mais jovial e franco. Fermento e aromas de frutas cítricas (grapefruit?), nectarina presentes no nariz e que se repetem na boca de forma delicada e bastante suave em comparação com os outros champagnes presentes. Vibrante, bem balanceado, elegante e fino, suculento, um champagne cativante e apetecível a qualquer dia e hora. Importado pela Interfood e disponível na maioria das boas lojas especializadas.

              Pela fórmula matemática que usamos nos Desafios, a Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Tsarine Cuvée Premium Brut. Muito bons produtos e fico imaginando se o vencedor do Grande Desafio de Espumantes será um deles? Provavelmente sim, porém nunca se sabe pois acidentes e surpresas acontecem. De qualquer forma, este é o momento do ano em que pipocam promoções com espumantes e champagnes (veja algumas nos posts Dicas da Semana nesta útima Sexta e Sábado) para tudo o que é lado e nada melhor, podendo, do que comprar um destes bons rótulos, garanto que sairá satisfeito com a experiência. Para saber mais dados, inclusive preços, de cada um, clique aqui. Outros poderiam estar aqui, porém ou não tive acesso ou não houve interesse das importadoras convidadas. Quem sabe no próximo ano?!

            Salute, kanimambo e siga acompanhando nossa viagem de descobertas  pelo mundo dos espumantes neste mês de Novembro passado. Quem será que faturou? Vai arriscar?!

Três Dias Rodando por Borgonha

O amigo Evandro, parceiro e confrade da banca degustadora de meus Desafios de Vinho, tirou uns dias de férias para se aventurar pelas pequenas cidades e vinícolas da região de Bourgogne na França, berço da Pinot Noir. Inveja, tenho que confessar,  porém da boa diga-se de passagem, daquela de querer estar junto e não de estar em seu lugar! Para os amigos que, como eu, não conhecem e querem ficar com uma aguinha na boca, para aqueles que pensam em tomar o mesmo caminho, o relato do Evandro no blog de sua confraria 2 Panas é imperdível e um colírio para os olhos e a mente.  Valeu por compartilhar essa experiência conosco mon ami.

Eu quero, eu quero …….!

Vinhos da Semana Passada

Fazia tempo que não escrevia sobre Vinhos da Semana e neste calor nada como vinhos e espumantes brancos e rosés. Já gosto e bebo normalmente o ano inteiro, agora então se tornam imprescindíveis e esta pequena e refrescante seleção me deu muito prazer tomar. Um grupo de vinhos bastante diverso de cinco origens diferentes que me geraram diferentes sensações que agora compartilho com vocês.

Chateau St. Michelle 2006, um Riesling muito saboroso e de bom corpo de Columbia Valley (Estados unidos) importado pela Expand. Muito mineral, boa textura num vinho que é menos aperitivo e leve e sim de maior peso e gastronômico apresentando uma característica intermediária entre os leves vinhos do Mosel e os mais encorpados da Alsácia. Pêssego, nectarina, algum açúcar residual muito leve, saboroso, um tico de acidez a mais não lhe faria mal melhorando seu equilíbrio. Um vinho bastante agradável que me agradou, tendo acompanhado um curry de frango levemente apimentado com galhardia. Preço ao consumidor por volta dos R$55,00.  I.S.P .$    

 

Filosur Torrontés 2009, o frescor em pessoa num novo rótulo argentino que chega pelas mãos da Berenguer Imports, uma nova importadora sediada em Curitiba. Uma marca do grupo Andeluna, que tem em seu portfólio diversos varietais. Este Torrontés é muito saboroso com aquele floral muito característico da cepa bem presente no nariz aliado a aromas de frutas cítricas, tudo com um equilíbrio harmônico que nos convida à taça. Na boca é vibrante, saboroso, fresco com ótima acidez que aguça as papilas gustativas e combina muito bem com comida oriental levemente apimentada, como aperitivo, uma delicia de vinho e há muito não tomava um torrontés tão equilibrado. O amigo Charlston acertou na escolha (o Malbec que comentarei em outra ocasião, também é muito bom) e na política comercial já que o preço deverá rondar os R$36 em São Paulo.  I.S.P .  $ 

 

Cave Antiga Moscatel, um espumante nacional que se deu bem em meu Desafio de Espumantes Moscatel. Vieram duas garrafas para o Desafio, esta sobrou na minha adega (eheh) e não resistiu ao calor de Sábado passado tendo sido rápidamente consumido no final do dia sentado no terraço acompanhando morangos com sorvete de creme. Incrível como bons espumantes moscatel como este somem rápido da taça! Um nariz cativante em que aparecem aromas de pêra em calda, maracujá doce com nuances florais de boa presença e intensidade comprovando o resultado da prova. A perlage é de borbulhas finas e abundantes com boa persistência. Na boca é onde ele mais seduz sendo bastante fresco, saboroso, balanceado apesar do residual de açúcar se sobressair um pouco sobre a acidez. Harmonizou bem com os morangos que aportaram um pouco mais de acidez ao conjunto. O preço está ao redor de R$25,00 . I.S.P. 

 

Maycas Del Limari Reserva Especial Chardonnay 2007, um senhor vinho de bom corpo sem se tornar pesado o que, para o meu gosto, mata qualquer branco. Um Chardonnay com C maiúsculo mesmo, no estilo que gosto, bem mineral, fresco, aromas de frutos tropicais e nuances florais. Untuoso, rico, textura algo cremosa e sedosa, com um final muito saboroso e persistente em que aparece algo de maçã verde e um delicado toque tostado. Um belo vinho que acompanhou bem um risoto de frutos do mar, mas que penso caberia que nem uma luva harmonizado com um prato de camarão à Mary Stuart. Esta garrafa meu filho me trouxe do Chile, só a titulo de curiosidade a Bodega pertence ao grupo Concha y Toro, mas está disponível no Brasil pelas mãos da Fasano e custa ao redor de R$90.   I.S.P .  

Rosé d’Anjou Remy Pannier 2008, da região do Loire na França, importado pela Inovini (divisão de vinhos da Aurora Importadora), uma delicia vibrante, algum residual de açúcar, e refrescante com apenas 10.5% de teor alcoólico resultado de um assemblage de Cabernet Franc, Gammay e Grolleu Gris. Começou como aperitivo e acompanhou maravilhosamente o almoço de Domingo, peito de peru à Califórnia, e penso que deverá se dar muito bem com lombo agridoce. A cor é linda, o primeiro impacto olfativo algo doce com frutas como morango e framboesa bastante sutis, dá lugar a algo mais cítrico que se confirma na boca onde a boa acidez lhe aporta um frescor que tem tudo a ver com este quente verão, digo primavera, e uma ótima pedida  para acompanhar uns petiscos como patê de queijo de cabra com ervas ou canapés de frutos do mar. Um vinho fácil de agradar e descompromissado que cumpre muito bem seu papel e que eu serviria, como o fiz, a cerca de 6 a 8% no máximo. Custa em torno de R$43, mas se não fosse essa maledetta substituição tributária e o ICMS nas alturas em São Paulo, poderia estar por volta de R$36 e, nessa faixa, certamente seria um visitante mais assíduo na minha adega .  I.S.P    

Salute, kanimambo e amanhã tem mais resultados do Grande Desafio de Vinhos. Quem será o ganhador da noite? Um espumante Brasileiro, Champagne, Cava ou será que algum outro rótulo cometeu essa proeza?

Grande Desafio de Espumantes – os Brasileiros

           Não é de agora que os espumantes brasileiros são bons, mas faz um pouco mais de três para quatro anos que a mídia e os produtores iniciaram um trabalho mais forte de divulgação. Contrariamente aos vinhos tranqüilos onde a produção nacional, apesar da grande melhora de qualidade, perdeu espaço no mercado desde 2005 para os importados, no segmento de espumantes o inverso acontece com um crescimento de participação porcentual do mercado de cerca de 64% em 2004 para 75% em 2009. Somente neste ano o crescimento de vendas atingiu 14% sendo no Moscatel onde essa média é mais alta, cerca de 22%. Daí a começarmos a falar que o Brasil se tornou um dos três melhores produtores do mundo e que em alguns casos até champagne bate, num afã nacionalista muito típico nosso, não demorou muito. Minha avaliação geral é que, sim nos Moscatel estamos muito bem e entre os melhores do mundo, mas nos Rosés e Brancos apesar dos bons rótulos produzidos, ainda temos muito a crescer, inclusive no quesito regularidade.

          Deixo claro que é uma opinião particular, compartilhe ou jogue pedra quem quiser, mas acho que afora os investimentos necessários no vinhedo e na produção, um dos principais problemas para nos tornarmos realmente membros da elite dos espumantes é a falta de constância. Isto pelo que tenho observado nos últimos quatro para cinco anos, com algumas poucas exceções. Ainda é muito comum um determinado produtor estourar na mídia e na critica num determinado ano e no outro ficar bem aquém. Precisamos tempo para poder demonstrar nossa qualidade, humildade para seguir trabalhando na melhoria, constância de qualidade e um maior intercâmbio com o mercado e produtores internacionais. Temos muito bons espumantes, alguns até ótimos, bons preços, mas mantenhamos os pés na terra e deixo o forum aberto para comentários.

          Pessoalmente gosto muito dos nossos espumantes que trazem um frescor e uma característica cítrica muito interessantes que, a meu ver, são muito a cara do Brasil. Por isso convidei alguns dos principais produtores nacionais tendo o Brasil representado  cerca de 36% dos rótulos em prova com quinze espumantes que, só para relembrar, listo agora com menção do método de elaboração usado: Miolo Millésime Brut – R$75 (tradicional), Salton Evidence  Brut– R$65 (tradicional), Chandon Excellence Brut – R$90 (charmat), Marson Brut– R$59 (tradicional), .Nero Gran Reserva Extra Brut – R$45 (charmat longo), Valduga Gran Reserva Extra Brut 2004 – R$90 (tradicional), Cave Geisse Nature 2007 – R$45 (tradicional),Pizzato Brut – R$45 (tradicional), Dal Pizzol Brut – R$45 (tradicional), Do Lugar – R$32 (charmat), Don Giovanni Ouro – R$75 (tradicional), Marco Luigi Reserva da Família Brut – R$30 (tradicional), Villaggio Grando /SC – R$40 (charmat), Valduga 130 Brut – R$65 (tradicional) e Don Giovanni Nature – R$50 (tradicional). Destes, os que mais se destacaram na prova foram, por ordem de classificação, os que seguem:

1º Chandon Excellence Cuvée Prestige – Um senhor espumante que consegue juntar o frescor e característica cítrica dos espumantes nacionais com a complexidade dos franceses, não fosse a casa produtora originária de lá. Este não peca pela ausência de constância e a cada vez que o provo ele se mantém neste alto nível. Perlage muito boa, fina e abundante, mostrando que o método charmat pode sim gerar espumantes muito elegantes, formando um colar de espuma atraente na taça. Mineral bem presente, cítrico invocando laranja confitada, algo de fermento e brioche com nuances tostadas compõem uma paleta olfativa bastante complexa e delicada.  Já na boca é cremoso, gostosa textura, um produto de muita qualidade que seduz os mais exigentes e termina muito fresco com algo de frutas secas e novamente aquela presença gostosa de notas minerais.

2º Marson Brut – Uma grata surpresa de um espumante bastante tradicional no mercado que mostra uma perlage bastante fina e de boa persistência. No mais, talvez o mais exótico de todos com presença de frutas tropicais maduras como abacaxi e banana combinadas com um frescor imenso, fruto da ótima acidez muito bem balanceada formando um conjunto que satisfaz sobremaneira deixando na boca um gostinho de quero mais. Leve, gostoso, um final bem frutado e de boa persistência que abre o apetite.

3º Miolo Millésime Brut 2006 – Top dos espumantes da Miolo, é um pouco pálido na cor, mostrando-se ao nariz com aromas mais presentes de levedura e algo cítrico com nuances de amêndoas torradas. Na boca apresenta maior corpo, enche mais a boca e a cremosidade advinda de uma espuma abundante invade a boca com muito frescor. Perlage de tamanho médio, abundante e de boa persistência. Na boca é equilibrado, saboroso, um espumante que nos seduz facilmente e que já é boa companhia para uma refeição.

4º Salton Evidence Brut – Nariz citrino com nuances de flores brancas, tudo muito sutil e delicado convidando a levar a taça á boca. Na boca é fino, equilibrado, bom colar de espuma, muito boa perlage, fina, regular e consistente que nos massageia a boca com pequenas agulhas e mostra nuances tostadas, algo de padaria e bem mineral com um final onde desponta algo de maçã verde e muito boa acidez.

5º .Nero Extra Brut –  Elaborado pelo método charmat longo de seis meses que resulta num número considerável de bolhinhas bem finas e persistentes, muito cítrico e fresco numa boca gulosa, franca sem grande complexidade, mas muito saboroso que nos faz pedir mais uma taça, e outra, e outra … Prima pela finesse, final elegante, vibrante com toques de maracujá. Entre os Brasileiros, foi considerado o Melhor Custo x Beneficio

6º Cave Geisse Nature 2007 –  Aromas muito agradáveis, com um leve brioche intermediado por algo cítrico, nuances doces (mel) e toques florais muito sutis e elegantes. Na boca é cremoso, acidez maravilhosa que aporta um incrível frescor, balanceado, final muito saboroso, delicado com notas minerais e muito longo. Um espumante muito fino e sedutor tendo apresentado um leve amargor final que não chegou a incomodar.

          Todos espumantes que fazem juz aos comentários positivos da mídia especializada, ou seja sem grandes surpresas, que eu compraria sem exitar pois me agradaram muitíssimo. Na sequência os outros nove desafiantes: Valduga 130 / Pizzato Brut / Marco Luigi Reserva da Família Brut 2008 / Do Lugar Brut / Dal Pizzol Brut / Villaggio Grando (recém lançado nem rótulo tinha ainda, sendo a primeira prova dele) / Don Giovanni Brut Ouro / Valduga Extra Brut Gran Reserva 2004 e Don Giovanni Nature que compuseram um nível de qualidade bastante alto.

         Em Fevereiro deverei ir a Portugal e quero armar, com alguns amigos blogueiros de lá,  um Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes durante minha estadia. Serão oito rótulos (os TOP 6 acima mais dois convidados) versus sete portugueses, meu primeiro Desafio Internacional. Bem, por hoje é só, na sequência outros posts sobre esta deliciosa maratona de espumantes que, neste quente verão, são um must! Nada de ficar esperando ocasiões especiais, abra um espumante e faça o momento especial. Quer coisa mais chique do que naquele encontro com os amigos abrir um espumante de boas-vindas? Melhor, não precisa nem gastar muito para isso!

Salute, abraço e kanimambo.