Temas Gerais

Feliz Dia dos Namorados

Um ótimo dia a todos aqueles que hoje podem compartilhar com alguém momentos de pura felicidade e amor. Que tenham sabedoria na escolha do vinho pois um bom coadjuvante só fará ressaltar o protagonista de hoje, o amor! Salute e a imagem é uma simples e modesta homenagem a todos os apaixonados de plantão! É hoje, é hoje, é hoje……

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Pintura abstrata por Marcus Ashley

Nossa Vinosfera Também Gira!

e pára em pontos muitas vezes já visitados. Deixa eu explicar; recebo o Vinoticias semanal do amigo Marcio Oliveira e hoje vejo esta notícia surpreendente!

          DRINQUE ESPANHOL COM VINHO TINTO É CITADO NO “NEW YORK TIMES” E SE TORNA A “BEBIDA DO VERÃO”Na Espanha, mais precisamente no País Basco, os jovens costumam se reunir em bares e conversar em meio a um drinque que é quase unanimidade: o Calimocho, uma mistura de vinho tinto e coca-cola. Longe da figura depreciativa que logo vem à mente, o Calimocho é visto como um coquetel refinado.  Porém, o que era algo regional ultrapassou fronteiras há algum tempo e agora chegou a um dos maiores jornais dos EUA, o The New York Times, onde é visto como o drinque do verão. Em sua coluna mensal mais recente, a jornalista Rosie Schaap conta sua experiência com a bebida e a descreve como um clássico do País Basco. “Recebi olhares muito céticos quando pedi o Calimocho em bares de Nova York. Mas não sinto nenhum arrependimento, pois ele é um de meus maiores prazeres”.

Poucas horas depois de publicado o artigo, o Calimocho já estava nas graças dos jovens norte-americanos e, agora, é tido como uma das grandes tendências para o verão, pois, além do destaque do New York Times, é um drinque simples de ser feito: metade de um copo de vinho, a outra metade de coca cola, e uma rodela de limão. (Fonte: ADEGA – 23/05/2013).

Pois bem, não é que nos idos dos anos sessenta, inicio de setenta isso era comum lá em Moçambique! Sim, foi assim que comecei no vinho e até hoje, por muitas vezes, pego um pouco de coca e jogo num restinho de taça só para matar saudades. Já até  ameaçaram fotografar e usar como arma de negociação (rs) contra mim, porém agora que abro o jogoMaputo vista da Catembe tem gente que vai ficar desapontada. Chamava-se Catembe, pequena cidade praiana do outro lado da baía de Maputo (ex- Lourenço Marques) hoje conhecida como Ka Tembe, onde era servido nos bares de praia. É, há novidades que o são só para quem é mais jovem, pois nosso mundinho está repleto de releituras do mesmo! Enfim, mais uma curiosidade do mundo do vinho e por lá também se usava misturar vinho branco com ginger-ale. Salute e…….kanimambo!

PS. Lógico que como não se mistura um belo Malte escocês com guaraná, também não se usam grandes vinhos para isso! Sei que é óbvio, mas………

Apagando o Fogo!

Será? Na verdade mais acelerador do que extintor tendo sido fluído para muita loucura (viva la vida oca!) lá pelos idos de 75/76! Quem lembra disto? Esta raridade desenterrei numa limpeza do “quartinho” e como não é safrado (!) nem sei há quanto tempo jazia por alí! rs Bom fim de semana com algo mais light, que tal uma taça de bom vinho tinto aproveitando o friozinho que anda fazendo? Salute

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Ah, para os curiosos, por incrível que pareça ainda em bom estado!!!!!!! Será que ainda existe por aí?

As Mulheres e o Vinho

“QUEM BEBE MAIS, O HOMEM OU A MULHER ?” – Uma pesquisa da consultoria Nielsen realizada no mercado americano chegou a conclusões que destroem alguns mitos: as mulheres, ao contrário do que se imaginava, bebem mais vinho do que os homens.

Pelo menos, essa é a realidade da Califórnia, a principal região produtora de vinhos nos Estados Unidos, e o estado mais populoso do país. A pesquisa mostra que as mulheres são 55% do total de consumidores de vinho, enquanto os homens representam 45%. Outro mito derrubado com a pesquisa é o de que as mulheres preferem vinho branco docinho. Segundo a pesquisa elas preferem os tintos e das uvas Cabernet Sauvignon e Merlot.

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 MULHERES QUE BEBEM VINHO TÊM VIDA SEXUAL MAIS ATIVA – Diversas pesquisas já relacionaram o consumo de vinho a uma vida mais saudável. Agora, um novo estudo realizado pela Universidade de Florença, na Itália, demonstrou que mulheres que consomem uma taça de vinho por dia têm uma vida sexual mais ativa do que aquelas que não bebem.

            Publicada no Journal of Sexual Medicine, a pesquisa foi realizada com cerca de 800 mulheres, de idade entre 18 e 50 anos que as dividiu em três grupos de consumo: vinho tinto, bebidas alcoólicas em geral e abstêmias. Elas, então, completaram um questionário em que expunham seu interesse por sexo. Chamada de Índice de Função Sexual Feminina, a pesquisa concluiu que as mulheres que consumiam uma ou duas taças de vinho foram as que mais mostraram desejo sexual.

            Os médicos que realizaram o estudo concluíram que “há uma relação potencial entre a ingestão de vinho e uma sexualidade mais aflorada”, chegando à hipótese de que os componentes químicos do vinho podem aumentar o fluxo de sangue nas zonas erógenas do corpo, beneficiando o estímulo da função sexual. (Fonte: ADEGA – 03/05/2013).

Dá no que pensar, né? rs Salute, Kanimambo e não esqueçam, neste Sábado tem SATURDAY NIGHT TASTING na Vino & Sapore na Granja Viana. Ligue (011 – 4612.6343) ou envie e-mail (comercial@vinoesapore.com.br) e veja como garantir sua presença, só R$35,00 e ainda tem crédito de R$15 para gastar na compra dos rótulos em degustação!

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Mais Dicas de Degustação em Maio

      Esta época do ano é farta em oportunidades para ganharmos conhecimento enófilo! Maio traz mais dois belos eventos neste mês, sem contar a que passou, a Expovinis e seus eventos paralelos assim como a de dia 18 na Vino & Sapore! São os das importadoras Vinci e Grand Cru, vamos a eles:

De 13 a 15 de Maio, Vini Vinci, no Rio de Janeiro e São Paulo. Está chegando a hora do grande encontro de vinhos: O Vini Vinci´13. A importadora comandada por Ciro Lilla traz ao Brasil mais de 40 prestigiadas vinícolas da África do Sul, Alemanha, Argentina, Chile, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal, Nova Zelândia e Uruguai.  O evento bienal, em sua 4ª edição, será realizado no dia 13 de Maio no Rio de Janeiro (Hotel Windsor Atlantica) e nos dias 14 e 15 de Maio em São Paulo (Hotel Tivoli Mofarref). Os ingressos são limitados e não serão vendidos no local. Preço: R$150.00 por dia.  Informações pelos telefones 11.2797.0000 e 21.2523.5424, ou pelo e-mail info@vinci.com.br  e www.vinci.com.br/vinivinci2013.

As vinícolas serão representadas por seus proprietários, enólogos ou diretores, que vêm ao país para servir pessoalmente ao público brasileiro algumas de suas melhores criações. No evento, poderá será degustada uma premiada seleção de quase 250 grandes rótulos, produzidos em diferentes regiões e nos mais diversos terroirs. Alguns dos produtores participam do Vini Vinci pela primeira vez, como o português Stéphane Ferreira, da Quinta do Pôpa, e os italianos Federico Manetti, da Fontodi, Luca Cigliuti, da La Spinetta e Alessio Di Majo Norante, da Di Majo Norante. Também estreiam no evento os franceses Gregory Hecht e François Bannier, da Hecht&Bannier, e Tim Ford e Barbara Ford, da Domaine Gayda, além de Christina Boutari, diretora das vinícolas gregas Boutari e Cambas.

Grandes nomes do mundo do vinho, presentes em outras edições do evento, estarão de volta no Vini Vinci’13, como Jose Manuel Fournier, que elabora consagrados tintos e brancos na Argentina, Chile e Espanha, a italiana Caterina Dei, proprietária da Dei, o espanhol Julio López de Heredia Montoya, da Viña Tondonia e Gabriel Pisano,  da Viña Progreso.

Tenho participado destes eventos e assino embaixo. Afora serem muito bem montados e organizados pela competente Sophia Carvalhosa que atende as contas deles e da Mistral, a seleção de vinhos é muito boa (alguns excepcionais) e a diversidade me encanta. Vale a pena e estarei lá com certeza.

De 14 a 25 de Maio a Grand Tasting 2013 da Grand Cru. A tradicional feira anual de vinhos da Grand Cru percorrerá nove cidades em Maio. Curitiba (14), Florianópolis (15), Brasília (16), Campinas (17), Belém (18), São Paulo (20 – Profissionais e 21 – Consumidor Final), Rio de Janeiro (22), Macaé (24) e Natal (25).

Em São Paulo, o evento acontece no Nacional Club do Pacaembu, nos dias 20 e 21 de maio, sendo o primeiro dia dedicado aos profissionais do setor e, o segundo, para o Consumidor Final. Para este ano, a importadora receberá pelo menos 28 produtores, que dividirão espaço com as já conhecidas estações temáticas, somando mais de 200 vinhos para degustação.  O investimento é de R$ 220 por pessoa.

As degustações temáticas, grande destaque da noite de consumidores desde a primeira edição, terão como tema este ano os vinhos super pontuados por Robert Parker e também os grandes ícones da Borgonha.

Confira a programação das ESTAÇOES TEMÁTICAS

  • Brancos Frescos
  • A elegância da Riesling
  • A opulência da Chardonnay
  • Rosés do mundo
  • Il Vino da Toscana
  • Catalunya
  • Espanha, a Terra do Tempranillo
  • Valle du Rhône
  • Bordeaux
  • Alentejo
  • Austrália e Nova Zelândia
  • África do Sul
  • Os Grandes Malbecs
  • Califórnia
  • Ícones do Chile

Degustação Paralela – 500 PONTOS POR PARKER

  • Château Haut Brion 2009 | RP 100
  • Pingus 2009 | RP 100
  • Delas Hermitage Rouge Les Bessards 2010 | RP 100
  • Chateau La Mondotte 2009 | RP 100
  • Ducru Beaucaillou 2009 | RP 100

R$ 1400 por pessoa. Vagas super limitadas!*Valor com direito ao acesso à feira

 Degustação Paralela  – GRANDES DOMAINES DA BORGONHA

  • William Fevre Chablis Les Clos Grand Cru 2010
  • Chandon Briailles Corton Blanc Grand Cru 2009
  • Bouchard Vosne Romanee Les Beaux Monts 2010
  • Lambrays Clos De Lambrays Grand Cru 2008
  • Domaine Trapet Latricieres Chambertin 2009
  • Guy Amiot Chassagne Mont.Les Caillerets 1Er Cru 2009

R$ 350,00 por pessoa. Vagas super limitadas! *Valor com direito ao acesso à feira

Local: Nacional Clube Pacaembu  – R. Angatuba, 703 – Pacaembu, São Paulo. Informações e Vendas: 0800-777-8558 / eventos@grandcru.com.

        Para finalizar segue uma frase de que gosto muito e que diz bem do porquê eu sugerir todos essas degustações inclusive a da Vino & Sapore no Sábado dia 18. Afora o ganho de conhecimento, certamente diminuímos o risco de comprar errado e destacamos aqueles rótulos que valem a pena serem comprados, elementar meu caro Watson! Já dizia Alexis Lichine, Jornalista e produtor de vinhos em Bordeaux;  “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca-rolhas. Vinho se conhece mesmo é bebendo! Salute e kanimambo.

Tabela de Calorias no Vinho

      Fuçando na rede me deparei na www.winefolly.com (um site com um monte de coisa legal) com esta tabela que certamente será de uso para alguns. Como abusei ontem, acho que hoje vou de Riesling do Mosel, fresco e levinho, ou um Vermentino, só 140 calorias! Para ampliar a imagem, clique nela. Salute e kanimambo

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O Vinho Fala!

“O vinho fala”, toda a gente sabe disso. Ventriloquiza. Tem um milhão de vozes. Solta a língua, arranca-nos segredos que nunca tencionávamos contar, segredos que nem conhecíamos. Cada garrafa, um sopro de outros tempos, outros lugares. A transformação de matéria simples no ingrediente dos sonhos. A alquimia do leigo”. (“Vinho Mágico” de Joanne Harris).

Uma ótima semana e deixen-se levar por ele, o papo é bom! Salute e kanimambo

Lei Seca – já existia e era mais coerente!

        Não é de hoje que bato na tecla de que a mídia e o governo tratam este assunto de forma fantasiosa e o povo embarca na mensagem. Sei que provavelmente vou chamar contra mim a ira de muitos, mas a redução de acidentes não tem nada a ver com a tolerância zero na chamada Lei Seca! Tem a ver com uma coisa que pouco se exerce por aqui em terras brasilis, tem a ver com FISCALIZAÇÃO e PUNIÇÂO! Se houvesse essa fiscalização mais rigorosa antes e a impunidade não corresse solta , nada disto seria necessário e os efeitos maléficos na economia não seriam sentidos como já estão sendo com o consumo de vinho caindo, dependendo dos restaurantes, entre 30 a 40%. Deixemos claro aqui que condeno a direção quando se extrapola na bebida, mas os graves acidentes e efetivas loucuras no volante não são decorrência de tuas taças de vinho no jantar! Não são esses os causadores dos graves problemas no trânsito e o fundamentalismo não é solução para nada. Maior fiscalização e eliminação da impunidade, só isso já bastava para trazer ordem para o caos, a lei já existia (0,6 decigramas era o limite em linha com os países do primeiro mundo e economias mais avançadas) e as penas também, bastava aplicá-las! Só que neste país tem sempre um iluminado querendo reinventar a roda, fazer o quê?!!

      O artigo recém recebido do Márcio Oliveira e publicado em seu vinoticias desta semana explicita bem os efeitos que essa lei desproporcional vem causando no mercado e merece uma leitura mais cuidadosa. Afora nos dar uma visão didática da lei, ainda não clara para alguns, também mostra seus efeitos sobre o setor de restauração.

“A LEI SECA E AS SUAS CONSEQUENCIAS NO MERCADO DE GASTRONOMIA E VINHO” (por Márcio de Oliveira) – As novas regras que endureceram a Lei Seca começam efetivamente a ter seus resultados na área de gastronomia, com alguns restaurantes amargando receitas operacionais abaixo da média, e trazendo um ar de desânimo para o setor. A multa para quem dirige embriagado dobrou e, além disso, agora não adianta mais fugir do bafômetro para tentar escapar da punição. A nova lei seca põe fim à brecha do bafômetro (ainda sujeito a palavra final do STJ), aumenta a multa para R$ 1.915,30, suspende o direito de dirigir por 12 meses e faz a retenção do veículo até a chegada de um condutor habilitado e sóbrio.

                Segundo a legislação, essa quantia pode dobrar se, no prazo de um ano, o motorista for reincidente. O valor sobe para R$ 3.830,80. Com a mudança na legislação, é possível autuar os motoristas com outras provas, pois além do bafômetro, o motorista do veículo envolvido em acidentes de trânsito ou que for parado na fiscalização poderá ser submetido, por exemplo, a testes e exames clínicos.

                A tolerância zero diz respeito ao teor alcoólico medido por exames clínicos (como o de sangue), enquanto na blitz o motorista parado para avaliação é convidado a soprar o bafômetro. O Conselho Nacional do Trânsito (CONTRAN) determina que de 0,05mg/l a 0,33mg/l (miligramas por litro) de álcool  no ar que vem dos pulmões, há infração do Artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro.

                Acima   de 0,33mg/l é configurado crime de trânsito e, além de multa, o motorista perde a carteira de habilitação e pode ficar preso por seis meses a três anos. Apesar da Constituição não permitir que se crie prova contra si mesmo, caso o motorista se negue a soprar o bafômetro, a pessoa pode sofrer as conseqüências da Nova Lei Seca e ter seu estado de embriaguez avaliado pelo guarda de trânsito por indícios (alguns subjetivos) tais como sonolência, olhos vermelhos e exaltação, além de testemunhos de terceiros, fotos e vídeos.

                Não é estranho que comecem circular sugestões de como burlar a Lei. Já há gente bebendo vinagre, lambendo carvão, usando enxaguante bucal ou ingerindo Metadoxil. Na realidade não há “remédio” e se você se arriscar, certamente se for parado numa blitz, terá problemas.

                Aqui vão as principais doses de bebidas alcoólicas, suas conseqüências e alguns mitos:

  • ● comer bombom de cereja ao licor: comer 2 unidades (20g) – teor de álcool de 2% – Resultado: 0,00mg/l => Penalidade: nenhuma.
  • ● comer gelatina de cachaça: comer 3 unidades (20g) – teor de álcool de 15% – Resultado: 0,24mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● comer torta de café com rum: comer 1 porção (175g) – teor de álcool de 2% – Resultado: 0,00mg/l => Penalidade: nenhuma.
  • ● usar enxaguante bucal: uso de 30ml – teor de álcool de 6% – Resultado: 0,54mg/l => Penalidade: Crime de trânsito.
  • ● beber uma cerveja: quantidade ingerida de 300ml (1 gf long-neck) – teor de álcool de 4,7% – Resultado: 0,12mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma taça de vinho: quantidade ingerida de 125ml (1 taça) – teor de álcool de 14% – Resultado: 0,25mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma dose de cachaça: quantidade ingerida de 80ml (2 doses) – teor de álcool de 45% – Resultado: 0,05mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma dose de whisky: quantidade ingerida de 80ml (2 doses) – teor de álcool de 47% – Resultado: 0,30mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.

                A conclusão que se chega rapidamente é que não adianta tentar enganar o bafômetro e que o melhor é não misturar bebida e direção. E se tudo caminha tão bem no sentido de preservar a vida de várias pessoas quais seriam os motivos de preocupação no setor de gastronomia?

                A verdade é que o “sistema” não chega a ser tão simples como a solução de ter vários taxis a disposição dos clientes na frente do restaurante, ou de fazer-se um sorteio entre amigos para ver quem não beberá naquela noite e poderá conduzir o veículo até a casa, entregando um a um à salvo. Claro que isto ajuda as pessoas saírem e festejarem a vida. O setor de alimentação e bebidas terá que “abusar da criatividade” para que as pessoas voltem a beber uma taça de vinho acompanhando um prato harmonizado, como o faziam antes.

                Almoçando num restaurante neste domingo, procurei observar quem bebia algo alcoólico e raros clientes tinham cerveja, vinho, caipirinha ou algo neste estilo à mesa. A conseqüência é a queda de faturamento das casas no segmento bebidas e diminuição dos pedidos destes produtos no mercado, com diminuição de vendas por  parte de importadores e lojistas do setor, que a seu turno foram recentemente surpreendidos com o aumento da “ST- Substituição Tributária”.

                Ou seja, será muito difícil sobreviver comercialmente num momento em que a demanda está caindo e os impostos estão em curva crescente. Por seu turno o conseqüente aumento dos preços das bebidas pelo aumento da ST vai aumentar os preços dos rótulos nas Cartas de Vinho (espera-se um aumento de cerca de até 10% nos preços destes produtos). E preços mais caros serão um evidente desestímulo a sair de casa.

                Não é à toa que muita gente está buscando aprender a cozinhar e preparar jantares em casa, recebendo amigos e familiares. É uma tentativa de não correr risco (apesar de quem é convidado ter que recorrer ao táxi). Por quanto tempo este “modelo” se manterá ? Em alguns casos, sair de casa é uma boa alternativa de lazer e forma de fugir do stress que toda esta pressão do dia-a-dia traz para quem bebia de forma racional, acompanhando um belo prato de comida, ou simplesmente brindando a uma vitória pessoal ou de um amigo e que agora se vê privado desta oportunidade, simplesmente por que vai dividir com a companheira um brinde ou uma taça de vinho.

                Em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra, vigoram leis bem semelhantes. Por exemplo, nos Estados Unidos, é classificado como crime dirigir sob efeito de oit0 decigramas de álcool por litro de sangue, no entanto, a quantidade pode variar de acordo com o estado. Se o condutor for menor de 21 anos, ele perde a carteira de motorista. No geral, além da multa, o motorista tem a carteira invalidada por 90 dias e, nos casos em que o condutor se nega a realizar o teste do bafômetro, já fica constatado o estado de embriaguez, diferentemente do Brasil, onde o motorista tem o direito de se negar a realizar o teste, impossibilitando a comprovação.

                Na Inglaterra, também é considerado crime dirigir sob influência de oito decigramas de álcool por litro de sangue. O infrator flagrado dirigindo embriagado é multado em cinco mil libras, tem o direito de dirigir suspenso por 12 meses e pode pegar um ano de prisão.

                Como não há previsão da Lei Seca mudar, a solução para o setor de gastronomia voltar a faturar as mesmas médias anteriores, ficará por conta da criatividade de cada um. Se a Copa das Confederações não amenizar o problema, certamente o “mar não ficará para peixe pequeno” !

Salute e kanimambo. Uma òtima semana para todos

Fatores de Compra

      O vinho, por mais que eventuais enosnobs queiram negar, também se compra pela cara! Vos conto aqui algumas estórias de minha curta experiência como comerciante de vinho, preservando o nome dos três rótulos que, por sinal, são todos Ibéricos.

Vinho 1 – Nome ruim, rótulo horrível, preço mediano (na casa dos R$80), vinho bom. Tive que fazer o diabo para vender esse vinho, nem com reza brava! No final, matei o dito cujo e nunca mais comprei.

Vinho 2 – Nome sem apelo, vinho básico e bem agradável, rótulo feio, preço camarada, por volta dos R$35. Vendi a duras penas porque o vinho era barato, porém demorei tanto para fazê-lo que também o tirei do portfolio

Vinho 3 – Nome padrão (não é especial mas não atrapalha), rótulo muito bom e clássico, preço bacana, qualidade muito boa para a faixa de preço (mesmo sendo uma uva pouco conhecida) e vende que é uma beleza!

     O colega e amigo Pingus Vinicius já uma vez confessou que comprou vinho pelo rótulo, eu também (vai dizer que você não?!), então porquê tão poucos produtores investem no design e em branding? Eis aí uma área boa para o meu amigo Claudio Werneck,  autor do logo da Vino & Sapore e blogueiro dos bons, investir só que o pessoal é meio pão duro nesse quesito. Especialmente quando se pretende atingir uma grande região ou até países, é importante se ater a esse desenvovimento de conceito de marca. Minha experiência até agora me leva a ressaltar alguns fatores essenciais para conseguir sucesso na venda de vinhos;

  • Rótulo (design) que pode inclusive se estender à própria garrafa. Exemplo do Tellus Syrah (itália), Maset Syrah (Espanha) e Storia (Brasil). 
  • Nome (branding) é essencial
  • Preço – a precificação dentro do mercado e sua concorrência é essencial
  • Qualidade – sem ela não tem equação que funcione e por isso eu provar tudo o que vendo! Reprovou, fora, independente dos outros fatores.

    É a conjunção de pelo menos dois desses três fatores que definem o sucesso da venda. Parece óbvio, e é, por isso mesmo fica aqui a indagação; porquê então se presta tão pouca atenção a isso? Não só produtores, os importadores também deveriam dar uma maior atenção a estes fatores pois o que brilha nem sempre é ouro, mas brilha! Num mar repleto de vinhos á venda no Brasil, dizem que por volta dos 30.000 rótulos entre importados e nacionais, brilhar pode fazer a diferença.

Salute, kanimambo e até mais.

Pingus nos Is

      Meu saudoso amigo blogueiro de fina estirpe que carrega o codinome Pingus Vinicius, é o menos matemático dos matemáticos que conheço e que, por sinal, são poucos.  Homem culto, professor, profundo apreciador de vinhos e grande conhecedor do Dão, foi e sempre será um artista na arte de escrever. Tem uma veia poética, um verdadeiro mestre da pena, um texto franco que sempre me encantou e, como eu, volta e meia entra em suas crises de falta de inspiração que lhe atormenta a alma pois sabe bem que a esta altura do campeonato a criatura já tomou conta de seu ser.

      Nesta minha momentânea crise de criatividade foi lá, em seu delicioso blog “Pingas no Copo”,  que fui buscar alguns textos que têm tudo a ver com o momento de reflexão e definição de valores e prioridades pelo qual passo neste momento. Gostaria de compartilhar esses textos com vocês:

“Ler, ouvir música, ver uma obra de arte ou conhecer um vinho pressupõe que os nossos sentidos estejam despertos, acordados ou vivos. Não vale a pena, não consigo falar se não estiver focado, se faltar energia, se duvidar ou desconfiar de tudo. Fica-se desorientado e o discurso sai vazio, impessoal e forçado. Inócuo. Olharei para dentro, procurarei alguma chama, um laivo de calor. Tentarei descortinar um ponto de orientação. Procurarei, sei lá mais o quê. Estou literalmente em branco…”

“Ando confuso. Mesmo confuso. Será que ando cansado de vinho? De beber vinho? Provo este, aquele, mais aquele e mais outro, e não consigo debitar qualquer descritor, muito menos avançar para textos de índole mais técnica. Terei perdido o olfacto? Terei perdido pretensas habilidades, supostas capacidades, o jeito para a arte? Hum…que coisa malvada. Não se faz. Pego num vinho e penso que irei gostar, depois não gosto. Pego noutro e acho que não vou gostar, acabo por gostar. Doentio.

“Digam-me lá, aqueles que conseguem, como é que fazem, ainda, p´ra descrever aromas e sabores tão detalhados e precisos? Já o fiz, em tempos, de forma eloquente e até altiva, não esqueço, mas agora não sai nada p’ra além do trivial, do banal. Que coisa malvada. Não se faz.”

“Qual o sentido, qual o interesse, qual a vantagem em prosar inúmeras descrições olfactivas e gustativas? De que vale, eu, estar a dizer que determinado vinho sabe ou cheira a X e outro, mesmo ao lado, estar a dizer que sabe ou cheira a Y? O presumível leitor fica esclarecido? Tenho dúvidas.  Por isso advogo que se abandonem todas, e mais algumas, descrições organolépticas. Não têm qualquer interesse e não esclarecem coisa alguma! Servem, apenas, para medir a capacidade eno-imaginativa de cada um de nós.”

“Perdoem-me o desplante. Perdoem-me, até, o atrevimento. Perdoem-me, ainda, a violação do status quo que determina a impossibilidade de contraditório público: pax eno-blogueira. Qual o interesse, para o leitor, para o consumidor, para o comprador (sem dinheiro), falar, partilhar ou divulgar vinhos de três mil euros? Serve quem? Servirá, apenas, o próprio ou os próprios que o beberam em regime de conta gotas e em regime de cota. Aos outros, é-lhes reservado, apenas, o estado de inveja.”

     Enfim, enquanto penso e repenso na razão de ser do blog, de sua importância ou insignificância, leio um pouco o que os colegas têm a dizer e busco nos escritos deles um pouco de inspiração enquanto descubro se ainda tenho algo a dizer e se isso ainda me dá prazer. Sei que nem tudo tem a ver com o vinho, o momento é de reflexão e mudanças, alguma frustração, alguns desapontamentos, enfim muito mais além dos caldos de Baco então veremos onde isso me leva. O que sei, no entanto, é que ainda quero falar dos vinhos de Colomé e de outras experiências vividas na minha gostosa viagem à Argentina no já longínquo mês de Novembro de 2012! Quem tiver paciência aguarde, quem não tiver sugiro visitar a página do amigo Pingus,  aquele que não tem papas na língua e conhece como poucos o universo de vinhos lusos.

Salute e kanimambo.