Região Vitivinícola de Santa Catarina – O Futuro Chegou!

Santa Catarina é minha menina dos olhos na vitivinicultura brasileira, nossa “borgonha” (rs) como gosto de chamá-la, com diversas pequenas propriedades e produtores. São cerca de 36 produtores, dos quais cerca de 22 engarrafando. Falamos de produtores de 20 a 200 mil garrafas, versus uma Miolo no Rio Grande do Sul com mais de 10 milhões de litros produzidos, ou seja, é um outro mundo a explorar.

São vinhedos de Altitude similar ao que encontramos em Mendoza, variando de 800 a 1400 metros de altitude e condições climáticas bastante favoráveis. Resultado são vinhos de taninos mais macios e acidez mais presente, num estilo de vinho mais fino e tradicional europeu.

Em função de ser ainda muito jovem, os primeiros vinhedos foram plantados pela Quinta das Neves em 1999 e os primeiros vinhos engarrafados em 2002, ainda se pesquisa muito quanto às melhores castas a serem plantadas e existe uma tendência de, afora as já tradicionais Cabernet Sauvignon e Merlot, explorar as castas autóctones italianas como a Nebbiolo (San Michele) e a Sangiovese (Villaggio Bassetti) mas existem castas pouco conhecidas como a Gros e a Petit Manseng que a Villaggio Grando usa para elaborar seu exclusivo (só 3500 gfas) e excelente Marilla, um vinho de sobremesa sob a batuta do reconhecido enólogo português Antonio Saramago. Um outro produto diferenciado é o espumante de Vermentino da Abreu Garcia, único no Brasil e a diversidade não pára por aí não!

Entre os produtores os grandes destaques são a Villaggio Grando, a maior e que fica um pouco fora do roteiro de São Joaquim em Caçador, e a Villa Francioni, mas existem ao menos mais umas 14 a serem conhecidas com uma diversa produção passando pelos ótimos espumantes, vinhos brancos de qualidade, rosés de muito bom nível assim como de tintos marcantes. Destas, destaco: Qta. da Neve, Sanjo, Hiragami, Villaggio Bassetti, Monte Agudo, Pericó, Suzin, D’Alture, Leone di Veneza (todas em São Joaquim) mais Kranz, Santa Augusta, Abreu Garcia, Urupema (Sto. Emilio) e San Michele.

Uma característica bastante interessante também, é que a grande maioria dos projetos na região é de empresários e industriais, diferentemente do Rio Grande do Sul que é essencialmente de famílias mais ligadas à terra, descendentes de colonos. Isso parece que não tem nada a ver, mas tem sim uma influência grande especialmente em estratégias comerciais e um pouco mais “exploradoras” devido á ausência de uma tradição maior no setor. “Brigam” menos em preço e mais em qualidade, filosofia que me apraz. Não que preço não seja importante, é e muito especialmente no Brasil e na crise que nos assola, e há para todos os gostos porém a busca me parece mais focada em atingir um segmento de mercado de médio para cima deixando de lado a grande produtividade a baixos preços.

Tenho explorado esta região tanto com viagens (levando grupos) como provando vinhos e cada vez me surpreendo mais, ao ponto de achar que essa é a grande aposta de vinhos de qualidade no Brasil. Não que não os haja em em outros lugares, tenho especial apreço pelos vinhos da Campanha por exemplo, mas esta região é diferenciada. Por sua juventude há ainda muito a explorar

Estou montando um Tour para rever os amigos que lá deixei (rs) e descobrir novos sabores, alguém a fins? A principio será de 11 a 17 Outubro e assim que tenha uma medida do interesse dos amigos agilizo o roteiro e custos. Quem tiver interesse me contate in-box por favor.

Kanimambo e vamos de vinho Catarinense neste fim de semana? Olha que é uma boa pedida!!