Paella y Vino – The Day After

Faz um mês, nossa há quanto tempo, que tivemos a oportunidade de nos sentarmos na Vino & Sapore com amigos para mais uma degustação harmonizada. Mais uma vez um grande sucesso já que conseguimos atingir nossos objetivos ao conseguirmos montar as bases estruturais de toda e qualquer harmonização; Prato, Vinho, Pessoas e Momento! A ideia deste encontro veio da quantidade de pessoas, clientes e eleitores, que me perguntavam sobre os vinhos mais adequados para harmonizar com Paella e optei por diversificar os vinhos em prova.   Na Granja Viana a reputação da Paella preparada no forno a lenha pela Dona Sagrario é irretocável e célebre há décadas, então a fonte do alimento sólido para esta experiência enogastronomica só  poderia vir de lá e não deixou duvidas, delicia! Já os vinhos, aí a escolha foi bem mais difícil pois as potencialmente boas “maridajes” no mercado eram enorme. Optei por mixar o tradicional ao inusitado, rótulos mais conhecidos com aqueles menos midiáticos e só provando para ver o que dará certo.

  • Ramon Bilbao Branco – um Viura fermentado em barrica de que gostei muito quando visitei o tradicional e famoso Don Curro. Ótima acidez, saboroso, equilibrado e complexo com bom corpo, um vinho que entusiasmou o pessoal mas que não aguentou a paella valenciana que junta carnes brancas e frutos do mar.
  • Señorio de Sarría Rosado – um vinho de Navarra, região famosa por seus rosés, elaborado com a uva símbolo da região, a garnacha. Menos residual de açúcar do que estamos acostumados a ver nos vinhos deste estilo, mais seco e com uma acidez bem presente, acompanhou muito bem a paella com um toque mais refrescante e provavelmente seria minha escolha para uma tarde de verão.
  • La Calandria Cientruenos Garnacha – um vinho que acaba de chegar ao mercado, pequeno produtor que cria mais que vinhos, cria poesia engarrafada. Tentando restaurar a essência e tradição da Garnacha nos vinhos tintos de Navarra, um vinho diferenciado. Muita fruta, pouca madeira, taninos suaves paleta olfativa deliciosa e sedutora que evolui para bala de cereja, porém sem qualquer açúcar residual no palato. Um vinho que combinou muito bem com a Paella sem brigar com ela em nenhum momento tendo se mostrado um vinho muito alegre e jovial que certamente também deverá acompanhar muito bem um variado dortido de tapas. Uma maridage muito agradável que fez a cabeça de alguns.
  • Finca San Martin Crianza – um Rioja delicioso e sedutor que provei o ano passado e me surpreendeu muito positivamente já que, inclusive, possui um preço muito bom. Mas é na boca que ele realmente mostra a que veio e arrasou neste encontro com a Paella. Uma maridaje clássica, que mostrou uma incrível harmonia com o prato. O vinho mostra muito de um estilo mais clássico qdos vinhos de Rioja alta, porém algo mais light. Madeira muito bem colocada, taninos finos e maduros, um caldo vibrante que seduz e que, na minha opinião, foi a melhor harmonização num encontro em que os vinhos, como um todo, foram muito bem com o prato.
  • Trapezio Plus – nenhuma degustação que armo fica completa sem algo diferente e este vinho, fruto do corte entre a Merlot, maior porcentual, e a Cabernet Franc produzido na Argentina, surpreendeu a todos. O vinho por si só já surpreende pois prima pela elegância muito mais que potência que creio ser típico dos vinhos advindos de Agrelo em Lujan de Cuyo, pois tenho tido essa sensação da maioria dos vinhos dessa sub-região em Mendoza. Taninos bem posicionados, médio corpo, frutos negros muito agradáveis, final algo especiado, equilibrado e fresco. Uma ótima descoberta neste encontro em que a harmonização geral foi muito bem.

Destes cinco vinhos, quatro muito boas harmonizações, o ganhador fica por conta de cada um já que houve preferências por diversos. Só o branco, que todos adoraram, acabou destoando o que não lhe tira valor, uma pena pois o produtor não mais exportará esse rótulo. Mais uma noite muito agradável onde a alegria imperou e nos mostrou que as pessoas são claramente parte integrante de qualquer harmonização.

Salute, kanimambo e amanhã tem mais.

 

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