Degustando Argentina I

         

           Neste últimos dez dias, tive a oportunidade de provar uma série de vinhos Argentinos. Uns foram verdadeiros achados, outros me surpreenderam bastante, enquanto outros só vieram confirmar a excelência pela qual sua produção é regida.

         Neste primeiro post, falarei da Hacienda Del Plata, de importação da Vinea e disponível na Vinea Store. Alguns vinhos muito interessantes, de boa qualidade e preços bastante convidativos. Três linhas; a básica composta do Sauvignon Blanc 2007, o Reflejo Rosé de Syrah 2007 e o Zagal Malbec 2003; a linha intermediária Arriero Reserva com um Syrah, um Malbec e um Cabernet Sauvignon e o topo da linha os Gran Reserva Mayoral nas versões Syrah e Malbec. Falemos um pouco daqueles que tive oportunidade de degustar.

Me surpreendeu o delicioso Nevisca Sauvignon Blanc 07, advindo de clones italianos e plantados em uma área da vinícola mais baixa e mais quente, a cerca de 600 metros de altitude quando o tradicional é buscas zonas mais frescas. Possui uma paleta olfativa intensa em que aparecem frutas tropicais e algo cítrico. Sem madeira, suave e bem balanceado mostrando bom frescor na boca. Após um tempo em taça, o vinho abriu ainda mais, mostrando aromas algo florais de forma sutil e muito delicada. Gostei muito, ainda mais pelo preço que está em R$38,00.

O Reflejo Rosé de Syrah 07, também me agradou muito, sendo um vinho diferente do que estamos habituados a ver e em que aparece muita framboesa e fruto doce. Este é mais gastronômico porem sem perder o frescor e vivacidade, típicos de vinhos deste estilo. Certamente acompanhará muito bem um peru á Califórnia ou como entrada, como foi o caso, acompanhando uns canapés de carpaccio com pesto e bruschetas de búfala. Legal o preço que também está em R$38,00.

Zagal Malbec 04, um vinho que já tinha dado uma chamada aqui no blog em função de um artigo de Eric Asimov do “The Pour” com link aqui do lado. Vinho de bom nariz com fruta madura e algo floral. Na boca é denso, rico, bem especiado, bom equilíbrio, corpo de boa estrutura, boa acidez, taninos finos, tudo muito correto com final de boca muito agradável e de boa persistência. Qualidade surpreendente para um vinho nesta faixa de preços, R$48,00.

O Arriero Reserva Syrah 2004 apresentou um nariz de boa tipicidade, fruta algo caramelada, bom corpo, entrada de boca firme que arredonda no meio de boca e termina aveludado. Mostrou estar bem balanceado, apesar de seu alto teor de álcool em torno de 14.5º que refletiu num final de boca um pouco quente que não chega a incomodar. Um vinho muito bom, mostrando que a Argentina também possui bons exemplares de Syrah. Preço de R$69,00.

Arriero Reserva Cabernet Sauvignon 2003, para mim um vinho extremamente sedutor e encantador que mexeu com as estruturas de grande parte dos convidados presentes. A meu ver, o grande campeão no quesito Qualidade x Preço x Prazer que, ainda por cima está com um preço muito acessível. Quis comprar, mas ainda não tinha chego do porto, quem sabe você ainda acha! O incrível é que em 2004 o vinhedo foi dizimado por uma tempestade de granizo e não mais conseguiu repetir o mesmo nível de qualidade. É único e não dá para perder. Vinho de muita personalidade, aromas gostosos, taninos doces, boca harmônica, delicioso final de boca, me conquistou, é o meu vinho! Não vou falar muito, compre e confira, duvido que se arrependa. Preço R$ 69,00.

Mayoral Gran Reserva Malbec 2005, vinho de grande potência, ainda jovem, meio amarrado, taninos ainda bem firmes, mas mostrando enormes qualidades que devem desabrochar em mais um ano ou dois. Já o 2004, está pronto, redondo, sedoso com muita fruta, grande equilíbrio, um belo vinho por R$98,00.

No bate papo com o produtor, duas frases importantes que mostram bem o porquê desses bons vinhos:

  • Barricas e tecnologia todos os têm, o que difere um produtor de outro é o pequeno pedaço de terra que cada um possui.
  • Espero que tenham gostado, porque é uma parte de mim.

Logo, logo a segunda parte dessas degustações de vinhos Argentinos.

Salute e kanimambo.