Portugal – Regiões & Uvas

       Nestas primeiras edições me dedicarei a compartilhar com vocês, de forma mais genérica, algumas sugestões de vinhos que tomei ao longo dos últimos anos e que, de alguma forma, se destacaram. Vou dividi-los por faixas de preço o que deve facilitar o vosso garimpo por estes vinhos. O preço não pode ser o único fator de compra, mas, certamente, em algumas situações é fator preponderante na escolha. Conforme evolui o preço, a principio, aumenta a complexidade e a qualidade do vinho. Isto ocorre até uma faixa de uns R$100 a 150,00. A partir deste nível de preços o céu é o limite e nessas faixas, afora a qualidade, impera a lei da oferta e demanda e muito, mas muito marketing. A cada mês darei dicas por país produtor já que o espaço é curto para tanta coisa boa que existe por ai, são quase 15 mil rótulos no mercado para baralhar sua cabeça e seus sentidos. São vinhos que considero de qualidade, mesmo que mais simples, que atendem ao meu gosto e à minha análise sensorial. Como o mundo do vinho é de enorme subjetividade, cabe a você fazer a prova final.             

    mapa-portugal-custom.jpgComeço por Portugal por diversas razões. Primeiramente porque conheço bem e gosto bastante dos vinhos da região, depois porque, junto com Espanha e Argentina, são os paises que melhor relação custo/beneficio apresentam e, finalmente, porque vem apresentando vinhos de muito boa qualidade e aumentando sua participação no concorrido mercado Brasileiro. Com características únicas os vinhos Portugueses são, na sua maioria, elaborados com uma série de uvas autóctones pouco conhecidas fora do pais como Trincadeira, Castelão, Alchofreiro, Touriga Nacional, Baga, Jaen, Tinto Cão nos tintos e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Trajadura, Loureiro, Encruzado e Fernão Pires entre os brancos. As uvas mais tradicionais como Cabernet Sauvignon, a Tempranillo que é uma casta típica da península Ibérica e que aqui se conhece como Aragonez ou Tinta Roriz, a Syrah e Alicante Boushet muito presentes no Alentejo vêm também sendo usadas com sucesso tanto em varietais como em cortes.

                Existe uma enorme diversidade de regiões produtoras (Douro, Alentejo, Dão, Bairrada, Terras do Sado, Estremadura, Ribatejo e Monção, região do Vinho Verde) para um país tão pequeno, Portugal nos dá uma variedade incrível de vinhos. A maior parte destes vinhos são, historicamente, cortes (assemblages), vinhos elaborados com mais de um tipo de uva, na busca das melhores características que a safra produziu e do equilíbrio dos vinhos. Ainda são poucos os vinhos varietais (de um só tipo de uva) ou monocastas, como os Portugueses lhe chamam, e destes de destacam os elaborados com a Touriga Nacional, a grande uva Portuguesa. No mais, vinhos para todos os gostos e todos os preços, com nomes, por vezes, bem estranhos.

ADENDO em Set/2010: este post precisa de revisão em função das mudanças regionais ocorridas no país. As principais, no entanto, foram as mudanças de nome de região Ribatejo para Tejo e de Esremadura para Lisboa.