Vinhos abaixo de 50 pratas?

Este poderia certamente ser um post de autoria do amigo Didu, mas tomei emprestado o tema porque nos dias de hoje isso é um garimpo com parcos resultados, especialmente se exigirmos um mínimo de qualidade na taça. Há muito tempo que falo para o Didu que esse patamar já era, rs, com o passar dos anos os impostos aumentaram, o real se desvalorizou e os custos aumentaram, tanto que minha prateleira de vinhos até 50 Reais, poucos mas bons na faixa, teve que ser aumentado e hoje já está, a duras penas, em até 65!

Todavia, volta e meia algumas pepitas acabam aparecendo, mesmo que raramente. Recentemente dois vinhos me chamaram a atenção, ambos abaixo das 50 pratas e não são nem argentinos nem chilenos, muito menos uruguaios ou brasileiros, um é um branco português e o outro um rosé, pasmem, italiano! Falamos de vinhos de entrada, descompromissados e que surpreendem exatamente pela qualidade entregue versus um precinho muito camarada onde abundam coisas ruins.

Udaca, união de cooperativas do Dão, produz este vinho com o rótulo Rua Direita, um vinho de mesa com uvas da região, não sei quais e, sinceramente, pouco me importa! rs. Seco, frutado, boa acidez e bom de papo! sim, sabia que vinho também conversa com você? Uns não dizem nada, outros são papo cabeça e outros são pura diversão e este é um deles. Bem equilibrado, leve sem ser ralo, foi bem com uma tapioca de queijo branco, tomate e peito de peru no lanche da noite e no almoço escoltou um prato de bavete com molho de curry e frango.

O Rosé é outro daqueles vinhos que é pura diversão, piscina sem frescuras, tem uns por aí que custam um absurdo e não valem nem metade do preço, porém viraram fashion. Vinhos para se mostrar, não para beber! A melhor forma, na verdade, de você se mostrar é servir um vinho desses e depois dos comentários falar quanto custou! rs Muito fresco e frutado, não se sente doçura apesar de possuir um pouco mais de residual de açucar (por isso meio seco) porque a boa acidez controla isso. Vinho descompromissado para acompanhar frango agridoce, como eu fiz, sushis, sashimis, temakis, urumakis (especialmente os de salmão), camarão fritinho na beira da praia e sozinho num dia quente com boa companhia porque vinho sempre fica melhor quando bem acompanhado.

Enfim, é isso, curtam e se encontrarem por aí sirvam-se sem cerimônia, são vinhos para tomar de golão e ser feliz, tem momento para tudo, para os de precinho e de preção dependendo da ocasião. Saúde, kanimambo e que tal vir comigo no meu Tour de Vinhos de Altitude de Santa Catarina no próximo dia 28 e Abril? Abraço