E a Dalva Chega a São Paulo!

Demorou, mas chegou! rs Meu primeiro contato com os vinhos da Dalva foi em 2011 na Expovinis quando declarei, metido eu (rs), o Golden White 63 como o melhor vinho do evento. Me apaixonei e mesmo custando entre 100 a 120 Euros por lá, sempre que consigo juntar uns trocados e tenho portador, faço questão de trazer uma garrafa. Tremendo Porto Branco envelhecido, quem tiver a oportunidade não perca!

Depois, numa outra Expovinis em 2014, me esbaldei com uma seleção de Tawnies Colheita antigos (1967 e 75) e um branco com 40 anos inesquecível!

Agora, pelas mãos da Lusitano Import, ela finalmente chega a São Paulo e eu andei provando algumas coisas, inclusive seus vinhos tintos de mesa DOC Douro que aqui compartilho com os amigos. C. Da Silva (Vinhos) SA é uma Casa de forte tradição no vinho do Porto. Fundada em 1862, o seu nome atual foi definido nas primeiras décadas do século XX, quando o Sr. Clemente (não sei porquê esconde nome tão nobre! rs) da Silva recebeu a empresa através de casamento. Não conhecia seus vinhos de mesa e tão pouco o LBV, me surpreendi!

Dalva Colheita tinto, de vinhas velhas com predominância de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca tem passagem por madeira em barricas de 600 litros de carvalho francês, aparentemente de segundo uso, por apenas seis meses. A madeira no vinho é sutil para não dizer imperceptível, médio corpo, o vinho prima pela fruta intensa e uma acidez que nos faz pedir bis, um vinho vibrante em boca com final levemente especiado. No mercado entre 80 a 85 reais

Dalva Reserva Tinto 2015, com as mesmas uvas de seu irmão mais novo com a adição de Tinta Barroca, porém com mais tempo de barricas de 600 litros, oito a doze meses, o que faz com que ganhe robustez e complexidade. Os taninos estão mais presentes mas aveludados e finos, bom volume e textura, rico meio de boca, notas tostadas, frutos negros (cereja madura, cassis), especiarias, médio corpo para encorpado, elegante, um vinho para beber ou guardar ainda por mais um par de anos. No mercado ao redor de 145,00 Reais acompanhou muito bem o delicioso Filé a Poivre Vert do Cascais, onde o Caio anda mandando bem no fogão!

Dalva Porto LBV 2012 – Equilíbrio é o nome deste belo exemplar de Late Bottled Vintage, um Porto Ruby para ser desfrutado sem parcimônia, podendo ser aberto já ou para guarda por mais uma meia dúzia de anos. Com 92 pontos no Decanter Wine Awards de 2017, este é certamente a estrela desta seleção, até porque não provei o Colheita 2007. Fruto intenso, notas vegetais e um toque de especiarias, prima pelo equilíbrio entre a doçura e a acidez, um belo exemplar que, dizem, era para ser declarado Vintage mas por falta de pedidos acabou ficando e engarrafaram como LBV, realmente muito bom. Bom queijos fortes, torta de chocolate, figos e nozes, chocolate amargo com laranja ou cramberry, bom demais. Preço médio de 185 Reais, excelente relação PQP (Preço x Qualidade x Prazer).

Também me chamou a atenção o Colheita Tawny 2007, na faixa dos 280 a 290 Reais, mas esse não tive oportunidade de provar. Todavia, me baseando no 75 e 67 que tomei na Expovinis de 2014 mais o fato de que a safra de 2007 no Douro foi excepcional, creio que deve estar muito bom e me deixou ansioso por prová-lo. Engarrafado em 2018, arriscaria dizer que para quem gosta de vinhos de guarda 2025 está logo aí, para celebrar meus 70 anos! rs Grande parceiro para sobremesas com frutos secos, torta de amêndoas ou pekan, doces conventuais portugueses, panetone ou colomba. Quem sabe na Páscoa abro uma, acompanhamento não faltará! rs

Tem duvidas sobre o que seja um LBV e um Tawnie safrado, então clica aqui e conheça mais sobre esse incrível mundo dos Vinhos do Porto que não, não são todos iguais. Na lista tem ainda os Ruby e Tawny “básicos”, Branco e Rosé estes último mais próprios para drinks. Kanimambo pela visita e espero que goste da dica, eu gostei e acabei colocando  na confraria Frutos do Garimpo deste mês.

Saúde!