Fui Revisitar Um Alentejano e Achei um Francês!

Foi com prazer que estive recentemente na importadora Premium para rever vinhos que há muito andaram por minha taça, desde as boas épocas da Lusitana há cerca de uns sete anos. Com o fechamento da importadora, veio um iato e depois vim a descobrir o produtor novamente, agora na Porto Mediterrâneo com quem nunca consegui levar adiante negociações. Esta importadora também fechou e agora o produtor reaparece na Premium. Feliz porque a casa é amiga e preocupado porque …, bem sal grosso e reza nunca fizeram mal a ninguèm! rs

Gente, brincadeiras à parte, fiquei feliz porque os vinhos da Herdade Paços do Conde são muito bons, desde sua linha mais básica com o Albernoa, seja com seu top o Paços do Conde Reserva que é um vinhaço e digno representante dos grandes vinhos do Alentejo.Deles falarei em outro post, pois hoje quero falar deste espumante francês que me surpreendeu. O representante já tinha me falado dele, porém confesso que tinha ficado com um pé atrás e explico porquê abaixo.

Comte Bailly Blanc de Blanc Brut, um vin mousseaux (espumante elaborado pelo método charmat na França) produzido na Borgonha com uma uva rara por aquelas bandas, a Airén e aqui a causa de minha aprrensão. A uvas branca mais plantada no mundo é esta Bailly Brutespanhola que por lá ainda representa cerca de 25% (vem caindo) de todas as uvas plantadas. No mundo, só perde para a Cabernet Sauvignon e Merlot! Incrível né, e você provavelmente não a conhecia. Pois é, vivendo e aprendendo. Como sempre digo, desconfie daquele que diz que sabe tudo sobre qualquer coisa, estarás frente a frente com um enganador, cai nessa não!

Já conhecia a uva que na Espanha gera alguns vinhos meia boca, pouquíssimos dignos de destaque e nenhum que eu provei até hoje fez a minha cabeça. Alcóolica, caráter algo oxidativa, é usada básicamente para a produção de álcool vínico e brandies. Imagina me convidarem para provar um espumante com esta uva!! De qualquer forma não me fiz de rogado não e agradeço por ter a mente aberta a novas experiências, gostei bastante, como é bom ser surpreendido!!

Pesquisei o diabo, mas não consegui encontrar literatura que mostrasse como ela veio parar na Borgonha nem a quantidade, mas verdade é que encontrei uma boa porção de rótulos de espumantes da região com Airén. Se achar algo depois publico, mas por hoje vos deixo com mais este achado. Aromas mais complexos, fresco de média intensidade, mas sem aquele perfil mais cítrico que estamos acostumados a ver nos espumantes brasileiros. Na boca isso fica claro, com um perlage bem fino e delicado, notas frutadas que me levaram a pensar em pêssego e frutas de gênero, uma ponta mineral de final de boca completa o conjunto que me agradou bastante e fica aí na casa dos R$70 a 75,00 o que me parece justo pelo que entrega de qualidade e prazer ao tomar. Uma ótima opção para quem quer trazer à mesa e apresentar aos amigos, algo diferente. Eu gostei! Dizem que o Cremant (método champenoise) deles também é muito bom, mas esse não conheci, quem sabe numa próxima oportunidade e aí vos conto.

Bem gente, é isso. Um ótimo fim de semana para todos e semana que vem tem mais quando falarei dos vinhos da Herdade Paços do Conde. Saúde, kanimambo e nos vemos por aí!

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