Entendendo o Português

http://www.falandodevinhos.com/wp-content/uploads/2009/09/22124254/dicionario1.jpgFérias chegando e cada vez mais tem gente descobrindo Portugal, seus vinhos, sua cultura, sua gente, sua gastronomia e se surpreendendo! Sim, a maioria de quem por lá andou recentemente e com quem falo se pergunta, porquê não fui antes?! Agora, você entende o português?!

Falo do idioma, porque o português, como o brasileiro, é difícil de entender! rs Vejam este estes exemplos:

1 – Este vinho tinto vinificado em extreme com tinta amarela, é muito porreiro e fácil de encontrar no mercado retalhista lisboeta, mais barato do que os preços nas garrafeiras. Melhor seria dizer que é uma tara, especialmente quando acompanhado de uma tarte de pimentos assados, algo que me sabe muito bem. Podem-me chamar de saloio, mas me fio no feitio do banheiro, que é gajo sério e fiche, quando me diz que é um dos melhores vinhos de Portugal. Ou será que me está a enfiar o barrete?

2 – “O gajo, um trinca-espinhas que usava verniz, peneirento e aldrabão, gostava de entrar em tascas e pedir sapateira, como se isso fosse casual. No fundo era um Zé dos anzóis que mal e mal trincava uns rebuçados velhos e vivia de restolhos que a vizinha mista lhe deixava na porta de seu apartamento de dois assoalhados, morada que a maioria desconhecia. Tomates lhe faltavam, mas lata não e era comum vê-lo na zona a soltar piropos ás miúdas que passavam o que, invariavelmente, o metiam em sarilhos quando algum namorado matolão por lá aparecia e aplicava-lhe uma valente tareia, deixando-o bastante magoado e com algumas nódoas negras pelo corpo. Uma vez, tentou engatar uma rapariga que andava pelo passeio com um cão que lhe acabou mordendo, fazendo com que tivesse que tomar uma pica, só por garantia, já que nem massas tinha para fazer um penso. Enfim, um sorna que mais estava para partir um choco do que para enveredar pelos caminhos da labuta diária na busca do pão de cada dia. Preferia tentar meter o barrete a um e a outro e, com isso , lá ia levando a vida aos trambulhões.”

3 – algumas mais curtas!

  • Ao passar a lomba, deixou o carro ir abaixo mesmo ali, no ponto de inversão de sentido.
  • Passa-me lá no supermercado e compra uma caixa de diósperos e uma chucha e biberon para o bebé.
  • Final de tarde na Sexta-feira, nada como juntar a malta, pedir uns joaquinzinhos e uma imperial, sentarmos na esplanada, ver os elétricos passarem cheios de turistas giras e deitar conversa fora. 
  • Com essa conversa de tretas não tens hipótese de engatar essa miúda que é explicadora e inteligentíssima. Ela é capaz é de ficar lixada contigo!
  • Ó pá, dá-se-me nas tintas se quiseres ir aos copos, mas vê lá não te metas em zaragatas. Na volta passa na farmácia e compra-me um creme para picaduras e duas caixas grandes de durex.

Entendeu tudo, tem a certeza? Então não precisas de ajuda, boa viagem! Agora, se não entendestes patavina, minha ajuda para ti está no pequeno dicionário Português > Brasileiro que publiquei em 4 partes há alguns anos e que alguns amigos me pediram para repicar. Clica aqui e agora sim, boa viagem por terras lusas, ai que saudades que tenho!!

Salute, kanimambo, seguimos nos encontrando por aqui e, porquê não, em Mendoza!