Espumantes que Tomei e Recomendo I – Dez/08

As dicas dos espumantes que tomei ao longo do ano e que recomendo como boas opções passam por todos os estilos e métodos de produção, seja ele tradicional (champenoise), charmat ou asti. Sem preconceitos, provei um pouco de tudo, desde proseccos a grandes champagnes, independente de faixa de preço, no sentido de posicionar o leitor de diversos tamanho de bolso e gosto. A partir de R$15 a 17,00 já encontramos vinhos de alguma qualidade que nos trazem bastante satisfação pelo preço especialmente se tomados no momento adequado. Neste primeiro Tomei e Recomendo, listarei rótulos até R$30,00, faixa em que encontramos alguma boas opções ligeiras, descompromissados bons para o dia-a-dia e eventos como festas, comemorações ou casamentos, inclusive os espumantes Moscatel nacionais, e algumas gratas surpresas, rótulos realmente muito bons por um preço muito convidativo. Os preços são médios e aproximados já que não conferi níveis sendo hoje praticados, podendo haver variações dependendo de Estado, loja, etc., e obtidos nas lojas da grande São Paulo. Por outro lado, tentarei não listar aqui os que já comentei no final do ano passado, tentando fazer com que esta lista seja uma adicional aquela e somente de vinhos que provei este ano, com algumas poucas exceções.

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Dois espumantes nacionais que surpreendem, são o Conde de Foucault Brut da Aurora (Casa Palla)) e o Tributo Brut da Marco Luigi. O primeiro foi um leitor que me recomendou e realmente é bastante saboroso, suave ligeiro e muito fácil de agradar, ótimo para grandes eventos. O segundo, a Marco Luigi recém lançou para explorar esse mesmo segmento de espumantes de baixo valor agregado direcionado a eventos e conseguiram uma perlage bastante abundante, muito frescor e aromas cítricos sendo que ambos saem por menos de R$18,00 e muito melhores que a grande maioria dos proceccos meia-sola que se encontram por aí nessa mesma faixa. Um pequeno degrau acima e encontamos o Terranova Demi-sec, produzido pelo método Charmat no Vale do São Francisco pela Miolo, que é uma grande opção também para eventos pois é muito fácil de agradar apresentando bastante frescor, apesar de um pouco curto. Num patamar de preços um pouco mais acima, mas ainda mantendo-me nos bons espumantes nacionais, tenho que tirar o chapéu para dois produtos imperdíveis nessa faixa, o Salton Reserva Ouro Brut e o Marco Luigi Reserva da Família, dois verdadeiros blockbusters e uma grata surpresa, não pela qualidade, mas por terem caído nesta faixa de preços. O Salton Reserva Ouro Brut  (BR Bebidas)está mais próximo dos R$24, razão pelo qual o recomendo muito para eventos, e é um espumante fácil de gostar, de boa intensidade, balanceado e de boa perlage fina e abundante; já o Marco Luigi Reserva da Família Brut 2006 (Saint Vin Saint) fica mais perto dos R$30 e está num degrau mais acima ainda, sendo elaborado pelo método champenoise, mostrando muita elegância e finesse, enorme frescor, muita frutuosidade, grande harmonia, perlage de boa intensidade, fina e persistente deixando aquele gostinho de quero mais na boca, uma beleza. Outros bons produtos nacionais disponíveis nesta faixa de preços, mesmo que sem o destaque dos outros, são o; Salton Reserva Brut, Terranova Brut e Peterlongo Brut. Para dizer que não falei dos estrangeiros nesta faixa, há pouquíssimos, afora os que já sugeri o ano passado provei um que certamente será interessante para os amantes dos vinhos de nossos irmãos Argentinos, é o Nieto Senetiner Extra Brut (BR Bebidas). Não sou fã dos espumantes argentinos, acho os nossos bem melhores, mas este não faz feio, apesar de ser bem diferente já que é um Blanc de Noir, ou seja um espumante à base de cepas tintas em que se sobressai a Pinot Noir. Espumante mais encorpado e denso, de uma bonita cor salmão, bem seco, de boa perlage que certamente acompanhará comida muito bem.

Das Cavas, a Don Roman Brut e a Cristalino Brut e Demi-sec, seguem imbatíveis nesta faixa podendo ser encontradas no mercado a partir de R$29 e, em média, chegam a cerca de R$35,00. Como, no entanto, encontrei-os abaixo de R$30, os inclui nesta lista. Ambos são super frescos, o que acho essencial num espumante, bastante frutados, algo cítricos, corpo médio, boa acidez, fáceis de beber e agradar, com boa perlage, vão muito bem com a época do ano pois ambos têm uma personalidade bem viva e festiva. Provei outras boas Cavas, mas todas acima desta faixa.

Dos Proseccos, provei alguns entre os quais destaco o Chiarelli (Casa Palla) e o Cassal Del Ronco que são bastante agradáveis, porém mais encorpados, secos com leve amargor no final de boca, que tem muito a ver com a própria casta. O Villa Fabrizia (Kylix), é mais ligeiro, mais frutado e fresco com um bom preço. Para o meu gosto, todavia, nesta faixa de preços o Corte Viola Extra Dry (BR Bebidas) ainda segue sendo imbatível com uma ótima relação Qualidade x Preços x Prazer.

Moscatel é o que mais abunda nesta faixa de preços e a produção nacional está muito boa, com diversos e bons rótulos no mercado variando de R$16 a 25,00 que combinam muito bem com sobremesa e bem geladinhos são uma ótima opção para aperitivos, especialmente aqueles menos doçes que são os que mais me atraem. O onipresente Marco Luigi Moscatel, que tanto elogio por seu incrível equilíbrio de acidez com açúcar residual e sua intensidade de aromas e sabores com grande tipicidade da cepa, é o principal deles e o meu preferido, mas o da Aurora também é bastante saboroso como já anteriormente dito. Este ano, todavia, tive a oportunidade de provar diversos outros espumantes deste estilo e obtive alguns bons resultados que quero compartilhar com você. A começar por um novo lançamento no mercado o .Nero, produzido pela Domno, um novo projeto da Família Valduga, que me agradou pelo bom equilíbrio encontrado, muito sutil na boca e no nariz, fácil de agradar e bem leve; detentor do maior market share neste estilo, o Terranova Moscatel, exemplo da Moscatel nordestina do Vale do São Francisco, que está de cara nova, é muito bom no nariz e na boca mostrando boa intensidade, perlage abundante e persistente com um final de boca muito fresco e agradável; Oremus, produzido em Flores da Cunha pela Fante Bebidas é o mais suave deles, pálido, quase incolor, muito ligeiro, fino e feminino, para agradar em encontros informais sem grandes compromissos e onde a presença feminina seja maioria;  o Salton Moscatel (Cia do Whisky), com ótima espuma que deixa um bonito colar na taça, possui boa intensidade de aromas, na boca é saboroso e fresco, apesar do residual de açúcar um pouco alto e o Cavalleri que possui uma cor diferenciada, amarelo palha, nariz de bastante intensidade com algo floral, maior corpo que os outros acima citados, de boa concentração e bastante doçe, o que não faz muito a minha praia, mas para quem prefere algo mais doçe ambos são boas opções assim como, certamente, boas companhias para uma sobremesa de salada de frutas com sorvete ou, aproveitando a época, panettone de frutas. 

Enfim, será uma questão de difícil escolha já que há opções diversas, mas acredito que pelo menos uma deva encaixar no seu bolso e lhe agradar ao palato. Salute e no decorrer da semana tem mais. 

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