Nem a Pau Juvenal!

Estão aclamando o acordo feito pelos produtores nacionais, leia-se Ibravin e os Barões do Vinho nacionais, e deixando de enxergar o tremendo atentado contra o estado de direito e liberdade empresarial neste país. A essência golpista desse pessoal é impressionante! Na eminência de ter as salvaguardas negadas pelo MDIC e este, por seu lado, encurralado entre o parecer técnico e o pagamento de dividas politicas de seus aliados, optaram por chamar os importadores e demais entidades contrárias e fazer um acordo para uma retirada da petição, coisa que desde o inicio pedimos e sem sucesso,  porém sob a sombra do retorno da mesma.

Tudo bem que um mau acordo é preferível a um contencioso, porém o que alinhavaram, de acordo com a matéria publicada no jornal Valor e amplamente detalhada e comentada pelo Arthur Azevedo em seu site ArtWine, (recomendo ler) não é um mau acordo, é um atentado ao estado de direito e uma utopia sem pés nem cabeça impossível de ser aplicada. Fazer com que supermercados, importadoras e lojas especializadas sejam “OBRIGADOS” a ter 25 e 15%, respectivamente, de seu portfolio, ou estoque o que seria ainda pior, em produtos nacionais é um absurdo, uma verdadeira ingerência nos negócios particulares de cada um. É o Estado querendo controlar meu negócio em que país estamos; Venezuela, Cuba, China? O custo desse estoque, sim porque a venda desses produtos é pequena, alguém terá que pagar! Quem você acha?

O custo dos vinhos nacionais, é mais caro, os prazos de pagamento menores , os de entrega mais longos, a concorrência desleal via venda direta dos produtores isenta de impostos locais é um fato e as quantidades mínimas exigidas mais altas em função de problemas deles com logística! Tudo é pior quando o produto é nacional, inclusive a relação Qualidade x Preço x Prazer, porquê um enófilo compraria estes produtos? A ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) maiores importadores e comerciantes de vinhos no Brasil, ABRABE e ABBA (associações de importadores) toparam a parada. Os supermercados ainda podem diluir esse custo extra entre seus diversos outros produtos (carne, peixe, pãozinho, etc) já as lojas especializadas não têm como. E as lojas virtuais como ficam nessa?

    No entanto e para que não fiquem dizendo que sou radical, faço aqui uma proposta publica aos produtores brasileiros, eu topo colocar 15% de meus pouco mais de 400 rótulos com produtos nacionais, só que será CONSIGNADO!

    Ah, o espaço (m²) ocupado por esses vinhos também lhes será cobrado, meu aluguel não é barato e cada m² tem que obrigatoriamente ser rentável, dessa forma o risco é mutúo. Topam? Para facilitar, a Ibravin pode pagar a correspondente conta do aluguel, 15%,  do que meu locador me cobra! Como não quero ser acusado de falta de colaboração, cederei o espaço gratuitamente para que uma vez por mês eles desenvolvam atividades de degustação promocionais, que tal? Se acreditam tanto em seu produto, creio que deve chover proposta na minha horta, certo? Num negócio, qualquer que seja, compramos o que vende, não o que querem que compremos e quem manda no meu negócio é meu cliente não meu fornecedor, importador, produtor, Ibravin ou o Estado!

Por hoje chega e kanimambo pela visita, hoje sem brinde. Daqui a algumas semana conto para vocês quantas propostas e de quem foram recebidas ok?