França – Bourgogne, Loire e Cotes-du-Rhône. Vinhos que Tomei e Recomendo – I

            É meus amigos, seguimos na França neste mês de Julho, só que falando de três outras regiões em que se destaca a Borgonha (Bourgogne). Mas a França não é só Bordeaux e Borgonha ou Champagne, como já vimos no mês de Junho com o Languedoc-Roussillon, é também a elegante e deslumbrante região do Loire e o complexo emaranhado de sub-regiões de Cotes du Rhône com seus deliciosos vinhos e preços competitivos. São estas a três regiões que veremos em maior detalhe ao longo deste mês de Julho no blog. Também, al longo do mês, uma lista de rótulos que provei e aprovei, porém com preços, lamentavelmente, um pouco mais altos do que gostaríamos assim como alguns bons destaques que nossos parceiros estarão ressaltando em Boas Compras.

           A Borgonha é o berço da Pinot Noir, região em que apresenta todo o seu esplendor, o mesmo ocorrendo com a Chardonnay. O clima é instável e as uvas difíceis de viníficar, razão pela qual as safras são importantes nesta região. Os tintos são menos tânicos, devendo ser tomados levemente refrescados em torno de 15 a 16º. Os bons; são vinhos sensuais, de extrema elegância e apaixonantes, produzidos em pequenas quantidades por um grande numero de produtores e alguns importantes negociantes. São vinhos cobiçados no mundo inteiro e, conseqüentemente, caros. Diferentemente de Bordeaux, aqui os vinhos são, essencialmente, varietais de Pinot Noir (tintos) e Chardonnay (brancos) exceção feita à sub-região de Beaujolais em que a Gamay, que gera vinhos muito frutados e leves, tem forte presença.

           O Loire é o paraíso dos vinhos brancos e onde tanto a Sauvignon Blanc quanto a Chenin Blanc produzem grandes vinhos como os da sub-região de Vouvray, Pouilly-Fumée e Quarts de Chaume. Nos tintos, seus principais vinhos são elaborados como varietais de Cabernet Franc. Uma região linda, repleta de castelos e mosteiros, conhecida como Jardim da França, tendo sido reconhecida como Patrimônio da Humanidade. Uma região a ser prospectada e seus vinhos garimpados. Brancos exuberantes, que precisam ser conhecidos. Nossa visão e opinião sobre vinhos brancos, muda depois que percorremos os caminhos do Loire, acredite-me.

            Cotes-du-Rhône, dividido entre o Norte e o Sul, com características bem diferenciadas, é, junto com o Languedoc, a região onde, entre grandes e caros vinhos como os Hermitage, Cote-Rotie, Vaqueyras e Chateauneuf-du-Pape, encontramos alguns belos vinhos por preços bem acessíveis. Ao Norte uma maior presença de Syrah e Viognier enquanto ao Sul, uma maior preponderância de Grenache, Mourvédre, Cinsault e Carignan. Do Norte, talvez a sub-região mais famosa seja a de Cote-Rotie com incríveis vinhos elaborados com Syrah e uma parte (máximo 20%) de Viognier, uma cepa branca, e no Sul, o Chateauneuf-du-Pape, tanto branco como tinto, em que podem ser usadas até 8 cepas diferentes no assemblage do tinto e seis no branco.

            Dos vinhos desta região que tomei e recomendo, os mais acessíveis vêm da Cotes-du-Rhône, mas os grandes néctares, tenho que reconhecer, vêm da Borgonha e com os preços lá em cima. Por outro lado, foi também nesta mesma Borgonha, e em Bordeaux, que mais tombos tomei. São vinhos complexos, difíceis, caros e nem sempre estão à altura da fama. Acredito que consumir e aprender a apreciar estes vinhos, é coisa para quem entende ou tem bolso farto resistente a tombos das mais diversas alturas. Minha sugestão; participe de degustações e vá conhecendo estes vinhos e suas nuances, descubra o seu estilo e treine seu paladar, depois saia comprando. Do Loire, uma grande surpresa com brancos deliciosos, sutis e elegantes. De qualquer forma, eis aqui as minhas recomendações, com asterisco os meus preferidos, daquilo que tomei e posso, tranqüilamente, recomendar como vinhos saborosos de boa qualidade. Vamos lá, vamos aos vinhos!

 

 Até R$30,00 – Que eu conheça, nenhum em especial que possa recomendar como uma boa compra. Talvez alguns Beaujolais, mas que não me agradaram tanto em função da uva Gamay que produz vinhos muito leves e meio ralos. Na maioria das vezes, melhor comprar um vinho Nacional, Argentino ou Chileno, que provavelmente lhe trarão mais prazer e satisfação. Se quiser garimpar e explorar este segmento de vinhos Franceses, eis três opções de fácil obtenção em supermercados e casas do gênero, os vinhos de Abel Pinchard, que é razoável dentro de seu estilo, e estes outros dos quais recebi boas indicações, mas que não conheço; Lês Celliers de Sichel e Masson-Dubois, ambos vinhos das Cotes-du-Rhône.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De R$30 a 50,00, ainda modesta a quantidade de rótulos e nenhum da Borgonha, a não ser um único Beaujolais (erroneamente inserido como Cote-du-Rhône na coluna do jornal) que só começam a aparecer a partir de R$65,00. Nesta faixa, as grandes estrelas são mesmo os vinhos das Cotes-du-Rhône e “um” achado da sub-região de Vouvray no Loire.

           Cotes-du-Rhône – Alguns deliciosos achados por preços muito bons, começando pelo saboroso, leve e alegre Saint Esteves D’Uchaux* 05 (Zahil/Portal dos Vinhos), de muito bom preço e fácil de agradar, e os elaborados e ricos Les Chévrefeuilles * 05 (De la Croix), delicado, elegante e fresco, e o Belleruche Rouge* 05 (Mistral), mais encorpado, boa estrutura, média persistência e, certamente, um belo acompanhamento para uma carne assada com batatas. Todos verdadeiros achados num emaranhado de rótulos. Mas existem mais vinhos de boa qualidade e, entre eles; o Parallel 45 Rouge 05 (Mistral), um vinho bem conhecido e muito constante ano após ano, o Village Baumes de Venise 04 (Mistral) saboroso e equilibrado e, finalizando, o Cotes-du-Rhône Village de Louis Bernard 04 (World Wine), bastante harmônico e cheio na boca com taninos finos e elegantes. 

            Vouvray – Guy Saget é um produtor de grande qualidade que nos traz este Vouvray 06* (Mistral), um vinho branco “off dry” elaborado á base de Chenin Blanc. Um vinho branco especial, diferente e ótimo para tomar como aperitivo, acompanhando um curry, um fricassé de frango ou, quem sabe, um lombo agridoce. Um verdadeiro e delicioso achado que me encanta por fugir ao lugar comum e, ainda por cima por este preço! Difícil encontrar um vinho deste nível, desta região e desta qualidade dentro desta faixa de preços. Um achado em todos os sentidos.

           Borgonha – o Beaujolais Village Domaine La Beche Oliver Depardon 05 (Nova Fazendinha – RJ), um gamay mais encorpado, médio corpo e evoluído, de boa tipicidade da região mostrando boa fruta, frescor e taninos macios num final de boca bem agradável.

           Nos próximos posts veremos os vinhos acima destas faixas de preços. Enquanto isso, deliciem-se com alguns destes saborosos rótulos e de bom preço, em função do binômio Qualidade x Prazer ofertado.

Salute e kanimambo.

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