Chile – Vinhos que Tomei e Recomendo, parte III

                 Este é o último post da série, com  alguns vinhos acima de R$80,00 que tomei e recomendo. Não tomei muitos nesta faixa de preços, fundamentalmente porque me faltou oportunidade. A maior parte dos vinhos que tomei nesta faixa, e acima, foram decorrência de compras feitas no exterior e o Chile não foi um dos meus destinos, lamentavelmente. De qualquer forma, alguns me agradaram bastante, aqui estão. 

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  • Don Amado 1999 (Portal dos Vinhos) – Um belíssimo vinho, que encanta. Um corte de 75% de Cabernet Sauvignon com Merlot é um vinho que está no ponto para ser tomado. Vinho de grande qualidade, muito redondo na boca, boa estrutura, toque de defumado, algo herbáceo, terra e baunilha num conjunto muito saboroso, elegante e de boa persistência. Faz lembrar o Don Melchor, mas com um preço bem mais acessível.
  •  Tabali Reserva Especial Corte 2005 (Grand Cru Granja Viana) – Este eu degustei com o Marcel e a Bete, simpáticos donos deste novo empreendimento no centrinho da Granja Viana. É um muito agradável corte de Cabernet Sauvignon (50%), Syrah (45%) e arrematando, um tico de Merlot só para amansar e arredondar o vinho. No nariz aromas complexos, intensos, frutas negras com algo floral. Abre na taça, demonstrando grande frescor e algo de baunilha num final de boca muito prazeroso e longo. Taninos muito elegantes, sedosos e muita harmonia, tornando imperceptíveis seus 14.5º de teor alcoólico. Um grande vinho realmente cativante que empolgou e me conquistou.
  • Amayna Pinot Noir 2005 (Mistral) –  Muito bom, só um reparo quanto aos preços desta linha que acha um pouco cara, mas como isso é muito relativo…. Isso não altera o fato de que seja um belo exemplar de Pinot Noir. Muito fresco, cheio de fruta vermelha, algo de ameixa evoluindo na taça quando aparecem toques florais. Na boca é um vinho intenso de boa estrutura e muito equilibrado com taninos finos e elegantes. Redondo, de média persistência, um vinho cativante.
  • Arboleda Cabernet Sauvignon 2002 (Expand) – Cabernet, porém com um toque de Merlot, Cabernet Franc e Syrah que lhe dá bastante complexidade na boca. Vinho denso, potente, balanceado e firme. Aromas clássicos de fruta madura, baunilha e tostado com notas de especiarias e boa persistência. Bom acompanhamento para pratos fortes.
  • Amayna Sauvignon Blanc (Mistral) – Boa intensidade de aromas, boa textura num conjunto muito bom e de médio corpo. Na boca sente-se um grande frescor calcado em ótima acidez que, junto com um alto teor alcoólico, pede comida. Final de boca muito gostoso de média persistência, leves toques amanteigados e um pequeno amargor. Parece um Sauvignon da Nova Zelândia, pelo menos dos que eu conheço.
  • Arboleda Chardonnay 2005 (Expand) – Bem mineral com toques cítricos e algo amanteigado em função da madeira. Bastante elegante, um vinho de porte médio, evoluído, com notas de abacaxi formando um conjunto bastante agradável. Ótima paleta de aromas .

 Acima destes valores, o Céu é o limite e existem vinhos divinos, aclamados pela crítica especializada. A maior parte já conhecida de todos como, Almaviva, Clos Apalta, Don Melchor, Altair, Seña, Casa Marin, etc. Eu tive o privilegio de provar somente dois. Sinto-me inibido cada vez que tenho que comentar vinhos deste calibre. Certamente porque tanta gente, com muito mais conhecimento que eu, já o fez e por serem ícones de uma região ou produtor. Nestes casos, minhas anotações servem mais como meros testemunhos de satisfação pessoal que pouco adicionam ao tudo o que já foi descrito por outros. De qualquer forma, lá vai. 

  •  Don Melchor 1997 (Expand) – É considerado um dos melhores, se não o melhor, Cabernet Sauvignon do Chile e um dos ícones do país, vinho topo de gama da Concha Y Toro. Quando a safra não é boa, ou algo sai fora dos padrões, suas avaliações “despencam” de 92 a 95 pontos, para 89! Ruim né? Brincadeiras á parte, o que falar de um vinho com este retrospecto e reconhecimento mundial. Realmente um grande vinho com um nariz de boa complexidade e média intensidade com frutas negras e notas balsâmicas. Vinho encorpado que cresce na boca com sabores fumados, café e algo de chocolate. Denso, carnoso com taninos elegantes e muito boa persistência. Um clássico do Novo Mundo que para mim, apesar de estupendo, acho um pouco “over rated”. Pelo preço que a Expand, importador oficial e exclusivo, está vendendo este mês, é uma grande opção e altamente recomendável. 
  • Casa Marin Riesling  2006 (Vinea Store)-  Não tinha nem idéia que a América do Sul era capaz de gerar vinhos  deste calibre com esta cepa. Absolutamente divino. Mais um daqueles vinhos com tal intensidade aromática, que cativam à primeira “fungada”. Aproveitando, alguém me ajuda? Ainda não consegui achar uma palavra tecnicamente apropriada que consiga expressar o ato de forma sintetizada. Inspirar, cheirar? Essas me parecem palavras sem expressividade, insípidas sem força. E aí, alguém me ajuda, ou fico na “fungada” mesmo? Bem, voltemos ao vinho porque já devaneei demais! No nariz, uma multiplicidade de aromas inebriantes com forte presença de frutas cítricas.  Na boca, muito mineral e ótima acidez que lhe dá uma marcante frescura. Teor de álcool bem comportado, 12.8º e muito bem balanceado. Corpo médio e boa persistência num conjunto que nos arrebata ao primeiro gole. Um vinho de grande expressividade e encantador.  Não fosse o preço, certamente estaria mais vezes sob a minha mesa e na minha taça. Salute.

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