Dicas dos Amigos

Tem “Caviste” na Granja Vina!

Essa foi a chamada para um vídeo que o amigo Didu Russo fez em seu site sobre a visita que me fez na Vino & Sapore. Adorei, foi de supetão, sem nada de pré-avisos ou textos pré elaborados, chegou e começou a filmar! rs Bem informal e difícil de na hora e em questão de segundos escolher algo para mostrar pois ao longo dos anos venho recolhendo em minhas prateleiras muitas coisas interessantes, fora os portos seguros que sempre há que ter, sem descuidar de preço porém jamais deixando de olhar qualidade em suas gamas específicas, coisa que é prioridade total para mim. Até os baratinhos lá na Vino & Sapore primam pela qualidade em sua faixa de preço, há vida sim fora dos grandes vinhos de preços nas alturas, só precisa fuçar e abrir mão de eventuais preconceitos.

Há quase dez anos que escrevo regularmente minhas mal traçadas linhas tentando compartilhar experiências e conhecimento, mas há bem mais anos que isso tomo vinho e sempre trabalhei muito para garantir meu sustento, seio o quanto a conta pesa ao final do ano para os fiéis seguidores de Baco, especialmente no reino dos impostos e altos custos chamados Brasil. Foram estes mesmos objetivos que tracei para Falando de Vinhos e na filosofia por trás de cada post ao longo destes anos que, posteriormente, levei para as prateleiras da Vino & Sapore:

O intuito principal desta coluna é o de demonstrar que há “vida” fora do mundo dos; Romanée Conti, Mouton Roschild, Veja Sicilia Único, Barca Velha, Gaja Costa Russi, Ornellaia Toscana, Opus One, Penfolds Grange, Chateau Margaux e Chateau Petrus, entre outros vinhos excepcionais, mas a preços fora do alcance da grande maioria de nós pobres mortais. Encontrar, e tomar, excelentes vinhos nos níveis destes maravilhosos néctares não é tarefa difícil, mesmo que não se tenha mínima ideia do que eventualmente haja na taça! Qualquer um o pode fazer, basta que tenha a disponibilidade financeira para bancar algumas destas garrafas que podem custar 800, 1000, 2000 , 12.000 Reais e até mais.

Encontrar vinhos de qualidade a preços acessíveis em nossa terra brasilis é um processo mais complexo que requer muita leitura, muita degustação, garimpo e pesquisa. Esta é a ambição desta coluna, buscar descobrir e trazer aos leitores, essas pérolas escondidas num mar de mais de 25.000 rótulos disponíveis hoje no mercado Brasileiro, tentando desmistificar os preconceitos em torno do vinho. Existe muita coisa boa, entre muita ruim, a preços acessíveis mas que poucos tratam de divulgar, pois não dá ibope o povo gosta é de glamour.

São essas descobertas que espero poder compartilhar com os leitores e amigos do vinho. Vinhos de R$200, 300, 400 e 700 são bons? Tem obrigação de o ser, muitos são ótimos, mas quantos de nós os podemos tomar com regularidade. Como explorador, ou garimpeiro, que sou, quero achar alegria e prazer em vinhos bons de R$40 (que são poucos) nos de R$60 (que são muitos) e nos de R$80 , 100 e 150 (que já são um montão) e compartilhar isso com quem nutre os mesmos valores e interesses”

Tudo isso está lá na Vino & Sapore e fiquei imensamente feliz que o Didu tenha percebido isso ao fazer este vídeo. Acompanhem a entrevista/reportagem feita pelo Didu clicando na imagem abaixo. Valeu Didu, valeu gente! Kanimambo e sigo por lá e por aqui aguardando a visita dos amigos e amantes de bons vinhos, sáude!

Um caviste por Didu Russo

 

 

Salvar

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WORLD WINE EXPERIENCE 2016 – Parte 2

Amigos, eis a segunda parte das experiências da Raquel Santos por mares italianos na World Wine Experience. Desta feita as regiões mais nobres ganham destaque começando, para preparar o palato, com espumantes. Vamos lá, vamos viajar virtualmente?

6 – Mionetto

Localizada no coração da DOCG Conegliano/Valdobbiadene, região demarcada do Vêneto, esta vinícola produz Proseccos há mais de 110 anos. Provei 5 estilos diferentes feitos com a qualificação “extra dry” (12 a 20g de açúcar por litro). Todos eles muito frescos, independente do padrão de rigor ou sofisticação da vinificação.

            Mionetto  Vivo e Mionetto Vivo Rosé extra Dry – Esses dois primeiros são os vinhos de entrada da vinícola. São espumantes simples, festivos e agradáveis, feitos com uvas variadas. O branco ( Chardonnay, Pinot Blanc, Riesling, sauvignon Blanc e Verduzzo ) e o Rosé ( Cabernet Sauvignon, Merlot e Raboso ).

            Prosecco di Valdobbiadene Superiore Extra Dry DOCG – 100% Glera, muito macio e agradável em boca. Expressa muito bem o estilo desse tipo de vinho.

            Sergio MO Extra Dry e Sergio Mo Rosé Extra Dry – Espumantes de autor que leva a assinatura do enólogo(Sérgio Mionetto). A linha Sérgio foi feita para homenagear seu avô, Francesco Mionetto, fundador da empresa. O Branco foi vinificado com as castas Bianchetta, Chardonnay, Glera e Verdiso. O Rosé , Raboso e Lagrein. Muito rico e elegante.

7 – Bellavista

A Lombardia, região do Franciacorta não poderia estar fora dos vinhos destacados. São os espumantes que rivalizam com os de Champanhe como os melhores e mais aclamados do mundo.

            Franciacorta Cuveé Alma Brut DOCG – Método tradicional usando as castas locais (Chardonnay, Pinot Nero e Pinot Bianco). Aromas complexos e sutis. Bela pérlage e persistência em boca.

            Franciacorta Gran Cuveé 2009 Rosé Brut DOCG –  Ótima expressão da Pinot Nero que certamente não lhe confere apenas a cor rosada. A elegância delicada dos aromas e a firmeza persistente dos sabores fazem deste vinho uma experiência única para ser apreciado em ocasiões especiais.

 8 – Poggiotondo

Da região da Toscana, provei dois vinhos produzido por Alberto Antonini, que preza a autenticidade e a pureza das características da DOCG Chianti, por meio da agricultura biológica.

            Chianti “Cerro del Masso” 2014 – Frutado com alguns toques balsâmicos. Fresco e mineralidade que dá leveza e vocação gastronômica.

            Chianti Riserva 2009 – Com as mesmas características, porém com mais intensidade. Um clássico que expressa toda a personalidade e elegância do terroir.

 9 – Travaglini

 Na região do Piemonte, a família Travaglini, produz vinhos com a Nebbiolo (que lá é chamada Spanna), na pequena província de Gattinara(DOCG). O local é considerado um dos mais expressivos para essa casta, juntamente com Barolo e Barbaresco. O solo ácido e vulcânico, a grande amplitude térmica, produz Nebbiolos mais suaves, menos tânicos e com acidez que permite maior tempo de guarda. Uma curiosidade é a forma da garrafa, projetada pelo produtor, para funcionar como um decantador.

            Gattinara DOCG 2009 – Envelhecido 24 meses em barris de carvalho esloveno. Complexo e bem equilibrado.

            Gattinara DOCG Riserva 2008 – Elaborado com colheitas excepcionais, tem maior tempo de afinamento em barris de carvalho (3 anos) e consequentemente um vinho mais evoluído. Muito bom.

10 – Gianni Gagliardo

Outro grande produtor do Piemonte, considerado um dos mestres do Barolo. A família possui vinhedos em La Morra, Barolo, Monforte, Serralunga e Monticello d’Alba. Provei um Barbera d’Alba, Nebbiolo d’Alba e 2 Barolos, mas quero destacar apenas um dos Barolos:

            Barolo Serre DOCG 2007 – Quando provamos um vinho e ficamos sem palavras para descrever as sensações que ele provoca, percebe-se que ele cumpriu 100% sua função. Um Barolo é um Barolo!

             A relação entre a quantidade e a qualidades dos vinhos apresentados foi impressionante, principalmente se pensarmos que ali estavam apenas vinhos italianos. Isso mostra a diversidade que temos à disposição nessa vinosfera mundial. E é sempre bom lembrar que ter acesso à ela não deveria ser privilegio restrito apenas a alguns. Vinho é alimento, saúde, e principalmente cultura.

 

WORLD WINE EXPERIENCE 2016 – Parte 1

Não pude estar presente neste importante evento do calendário viníco de nossa vinosfera tupiniquim, porém não quis ficar de fora, nem deixar o leitor amigo por fora do que por lá ocorreu, então a forma encontrada foi pedir ajuda para minha amiga, sommelier e enófila Raquel Santos para nos tirar da escuridão! rs Como o evento tinha muita coisa a provar e a Raquel se inspirou e se esbaldou, dividi o texto em dois e espero que você aprecie tanto quanto eu, me deu água na boca por alguns desses rótulos!

            “Todos os anos a importadora World Wine promove um evento promocional com os vinhos de sua importação. Este ano tive a oportunidade de participar e aproveito esse espaço para compartilhar minha experiência, onde pude confirmar que quando falamos de vinhos, a melhor maneira de entendê-los é sempre provando e comparando as infinitas particularidades entre eles.

            Este ano o foco foi a Itália e suas diversas regiões, representadas por 21 produtores que somavam aproximadamente 90 rótulos. Pensando nisso, dada a enorme quantidade de vinhos a serem provados, é necessário estabelecer alguns critérios que favoreçam o bom aproveitamento de toda aquela informação. Resolvi começar meu roteiro pelas regiões menos famosas, mas não menos importantes, pelas suas características regionais e deixar os gigantes de Barolo e Brunello para o final.

            Baseada nos vinhos que mais me chamaram a atenção, deixo aqui meu relato dos destaques.Comecei por um produtor da Sicília que já havia conhecido tempos atrás e me causou grande entusiasmo.

1 – Donnafugata

A família Rallo mantem uma produção de alta qualidade sem esquecer a importância da responsabilidade social. Utilizando agricultura sustentável,  os vinhos estão sempre relacionados à vários projetos sociais, além de ligações com a música, literatura, artes plásticas e arqueologia. O nome “Donnafugata” remete-se a literatura siciliana, onde a região dos vinhedos é citada no romance “Il gattopardo”. A historia da rainha em fuga foi filmada por Luchino Visconti em 1963. Vale a pena conhecer o site ( www.donnafugata.it ) que descreve um trabalho inovador onde  as relações entre a produção vinícola sempre se relaciona com algum conceito artístico, desde a elaboração dos rótulos, até a apresentação dos vinhos.  José Rallo, uma das produtoras, interpreta uma música para descrever cada vinho.

             Anthilia DOP 2014 – Feito com castas autóctones, Catarrato e Ansonica. Muito fresco, com mineral calcário e ótima acidez.

            La Fuga DOC – Chardonnay 2011 – Sem passagem em madeira, um Chardonnay diferente, bem equilibrado e de boa persistência.

            Serazade IGP 2013 – Um vinho alegre e vibrante. Bom equilíbrio entre a acidez, taninos e corpo. 100% Nero d’Avola.

            Sedàra IGP 2013 –  Boa estrutura, com potencial de evolução. Um corte prevalentemente de Nero d’Avola. 

            Mile e Una Notte DOC  2006 –  Nariz exuberante. Elegante e potente, mostra toda sua gama de aromas e sabores aos poucos. Um vinho para divagar!

            Ben Ryé DOC – Passito de Pantelleria 2011 –  O Passito é um vinho fortificado, naturalmente doce, proveniente da ilha de Pantelleria (DOC) e elaborado com a casta Zibibbo( Moscato d’Alessandria ). Linda cor âmbar, aromas de pêssegos e mel que se intercalam com florais delicados e um frescor marítimo. A fusão entre a doçura e a acidez impressiona. Tem longa persistência.

 2 – Feudi Di San Gregorio

Esse segundo produtor, da região da Campania, me chamou muita atenção pela diversidade regional (3 DOCG, 1 DOC e 1 IGT) e qualidade dos vinhos. Eles me disseram que o segredo dos seus exemplares está no período de afinamento na cave. Os tonéis descansam ao som de cantos gregorianos.

            Fiano di Avellino DOCG 2014 – Esta casta, de origem romana é muito antiga na região e se adaptou perfeitamente nos solos vulcânicos. Muito fresco, delicado e sutil, com boa acidez e mineralidade.

            Greco de Tufo DOCG 2013 – A uva Greco, como o nome já diz tem origem grega. Divide com a Fiano o mesmo solo vulcânico e as montanhas rochosas da região. O vinho possui as mesmas características minerais, porém com um corpo mais frutado e bem equilibrado.

            Primitivo di Manduria DOC 2013 (Puglia) – Um vinho mais rústico e gastronômico. Para acompanhar aperitivos picantes e defumados, como embutidos e queijos de massa curada.

            Rubrato IGT 2011 – Elaborado com a casta Aglianico, é bem regional e encorpado. Para acompanhar pratos regionais como assados e parmegiana de berinjelas.

            Taurasi DOCG 2008 – Taurasi é a região demarcada onde a casta Aglianico mostra todo o seu explendor. Esse vinho revela uma exuberância de aromas bem complexa, onde pode-se sentir cerejas confitadas com especiarias. Em boca é equilibrado, macio e com boa estrutura.

3 – Arnaldo Caprai

A região da Umbria, nas proximidades da cidade de Perugia, tem a Greghetto e Sagrantino como suas  castas principais. A família Caprai dedica-se na elaboração de vinhos usando essas uvas e conseguiu colocar nos holofotes internacionais sua produção.

            Grechetto Colli Martani 2012 DOC (Grecante)-  Casta branca local (Grechetto 100%), muito fresco e equilibrado. Os vinhos italianos regionais são perfeitos pares para a culinária local. Neste caso, um branco com boa estrutura, que harmonizaria muito bem, desde a entrada ou até com pratos de peixe ou carnes magras mais simples.

            Sagrantino di Montefalco “25 anni” DOCG 2008 – Casta tinta tradicional na região de Montefalco onde é cultivada há mais de 400 anos. Muito elegante e complexo possui uma paleta olfativa bem rica. Equilibrado e com longa persistência.

 4 – Schiopetto

A região do Friuli localiza-se no nordeste italiano, quase na divisa com a Eslovênia. O Collio (DOC), conhecida pela excelente produção de vinhos brancos, situa-se entre montanhas, florestas e recebe forte influencia climática do Mar Adriático. O fundador Mario Schopetto produz vinhos na região desde 1965 onde a elegância, o refinamento e o respeito à tradição são suas principais orientações.

            Sauvignon Blanc Collio DOC 2012 – Reflete toda a tipicidade da casta.

            Pinot Grigio Collio DOC 2012 –  Mineralidade calcária que seca a boca e pede mais um gole. Boa estrutura com elegância e equilíbrio.

            Mario Schiopetto Bianco IGT 2010 – Um Chardonnay com ótimo volume em boca. Delicioso!

 5 – Foradori

Elisabetta Foradori foi uma das responsáveis pelo ressurgimento da casta Teroldego, típica da região de Trentino. Pratica a viticultura natural e agricultura biodinâmica.

            Fontanasanta Manzoni Bianco – Vigneti dele Dolomiti (IGT) – 2013 – Um vinho diferente que demonstra a determinação da enóloga por desafios. A começar pela casta “Manzoni Bianco” que resulta do cruzamento da Pinot Bianco com a Riesling. A produção é pequena (20.000 gfs por ano)e tem afinamento de 12 meses em barril de acácia e 3 anos em garrafa. Vale a pela conhecer, não só  pelo apelo inusitado, mas também pela qualidade.

            Sgarzon Teroldego – Vigneti delle Dolomiti (IGT) 2010 – Muito expressivo e de personalidade. Tem a fermentação e afinamento em ânforas de barro com as cascas por 8 meses. Complexo e bem estruturado.”

Hoje postamos os vinhos das regiões menos conhecidas, já na Segunda-feira traremos os vinhos das regiões mais consagradas para você conhecer. Kanimambo Raquel por compartilhar essa experiência conosco e aos amigos por visitarem por mais uma vez este blog, sempre bom ter vocês por aqui. Um ótimo fim de semana e dia 9 não esqueçam, tem o Wine Dinner harmonizado no restaurante Koizan aqui na Granja Viana, reservas estão acabando!

Mezzo a Mezzo

          Não, não tem nada a ver com pizza, tem a ver com a postagem deste blog durante os próximos quinze a vinte dias que será meio errática. Tem as festas, as férias e tem, também,  uma série de acontecimentos pessoais no forno então está faltando tempo e meu foco anda meio disperso. Vou, no entanto, tentar dar uma certa sequência ás matérias que venho publicando. Hoje, uma série de dicas dos amigos blogueiros do vinho sobre caldos especiais tomados em 2009:

Álvaro Galvão (Divino Guia)–  Maiores destaques do ano de acordo com o amigo.

Claudio Werneck (Le Vin Au Blog) – eis alguns dos achados deste ano: Iniciemos pelos nacionais, algumas vinícolas que não conhecia que acredito que devemos ficar de olho:

Do Chile, os vinhos da Valle Casablanca, como:

Um francês:

 

O Maior Post de Vinhos do Mundo – Não sei se batemos o recorde, mas a ótima iniciativa do Alexandre teve uma participação bastante boa, mesmo que eu esperasse uma maior presença dos amigos blogueiros do vinho prestigiando esta iniciativa de quem nos abriu este portal chamado Enoblogs.  Neste post de grandes dimensões, quem participou enviando sua contribuição, eu incluso, tratou de falar de seus melhore de 2009 ou algum/s rótulos que se tenham destacado e marcado presença , deixando um rastro na memória. Vale a pena fuçar por lá pois existem uma porção de dicas e  rótulos interessantes a conferir.  http://www.enoblogs.com.br/blog/Default.aspx?BlogID=24

         É só por hoje. Amanhã minha mensagem natalina e depois dois dias de provável “dolce fa niente” aqui no blog já que estarei demasiado ocupado preparando a ceia aqui em casa e focado em outras prioridades.

Salute e kanimambo.