Um Trio Diferenciado Na Taça

São três os vinhos e três as letras no nome do produtor que vem da Região Lisboa e, pelo que conheci deles até agora, primam por conseguirem sempre uma boa relação Custo x Qualidade x Prazer em seus produtos dos mais variados níveis. Já falei aqui de seu Francos, um vinho marcante topo de gama, porém hoje quero compartilhar com vocês minha experiência com vinhos mais em conta, mais dia a dia, “vinhos da crise” (rs), todos eles abaixo dos R$60, variando dependendo da loja e do Estado. Esta linha de produtos chama-se Paxis é um de meus bons achados este ano, tendo me trazido surpresas muito agradáveis.

Paxis arintoPaxis Arinto 2014 – este branco vem da região Lisboa, mais precisamente do Cartaxo. Esta uva também aparece no norte de Portugal em especial na região dos vinhos verdes onde é mais conhecida como Pedernã, mas é em Bucelas onde ela mais se destaca. Cartaxo não está mito longe de Bucelas, e posso dizer que poucos arintos tomei com a pujança deste. È um vinho que já seduz no nariz mostrando notas de frutos tropicais, um floral, e um toque de frescor que pede ser levado à boca onde explodem os sabores mais cítricos como limão, algo de maçã verde, uma acidez e mineralidade que o deixam extremamente vibrante. Volume de boca médio, boa persistência, um vinho divertido para acompanhar peixes e iguarias do mar grelhadas, carne de porco e solo numa bela tarde de verão. Um vinho que me seduziu e que ainda por cima tem um preço bem bacana mesmo com todos os aumentos de preço em função da alta do dólar. Aliás, já no ano passado na Expovinis tinha despertado minha curiosidade e comentários

Paxis Lisboa 2012 – abaixo das 50 pratas,paxis Lisboa um tremendo best buy e aí concordo com a Wine Enthusiast! Nos Estados Unidos, o paraíso do vinho barato, está por USD9 (cerca de R$42 somando-se taxas e IOF), então vejam que com bom senso e colaboração de todos dá sim para se vender vinho a preço competitivo. Um tremendo de um vinho de dia a dia que surpreende pela relação preço x qualidade. Aliás, já disse isso aqui algumas vezes, nesta faixa de preços os vinhos Ibéricos deitam e rolam e não tem para ninguém, especialmente os hermanos de ambos os lados dos Andes. Aqui a Tinta Roriz, muito comum em Portugal de norte a sul (onde é conhecida por Aragonês) se une a uma uva de origem francesa pouco conhecida, a Caladoc resultando num vinho muito agradável, macio, bem frutado, de média persistência sem passagem por madeira. Vinho jovem sem compromissos, bom para a pizza, a pasta com molho de tomate, o hambúrguer, um bate papo, taninos suaves e macios, um vinho fácil de se gostar, álcool bem integrado, educadamente em 12.5%, com uma acidez muito boa.

Paxis Douro 2011 – Uma subidinha na escala, e um vinho que já nos traz algo mais de complexidade. Corte de Touriga nacional, Touriga Paxis DouroFranca e Tinta Roriz, com passagem em barricas francesas provavelmente de segundo e terceiro usos por um curto período de três meses com igual período de descano em garrafa antes de sair ao mercado. A safra de 2011 foi excelente no Douro então isso também contribui muito com o vinho. Médio corpo, taninos aveludados e suaves, frutos negros, boa textura, meio de boca rico e saboroso, final muito agradável e de média persistência compõem um conjunto muito equilibrado que já acompanha bem uma carne com molho, porém sem muito peso, Kafta ou até um prato de bacalhau ao forno. Uma boa introdução aos vinhos do Douro por um preço que cabe no bolso da maioria, um bom vinho de fim de semana! Rs

Já comentei aqui e ainda mais nesta época de dificuldades em que vivemos nunca é demais repetir, bons vinhos com boa política de precificação coisas que o produtor em parceria com seu importador, a Lusitano Imports, fazem bem e eu, que tanto bato nessa tecla, tenho que elogiar e ressaltar. Bom para nós que temos mais essas opções na praça e na duvida já sabe, vai de Tuga!

Kanimambo, boa semana e voltei! Talvez ainda não no mesmo ritmo, mas a semana passada complicou legal e ainda estou me recuperando. Próximo post mais um vinho Luso, mas será surpresa. Saúde, tchin-tchin!