novembro 2014

Bellini, Um Drink De Sucesso

Há algumas semanas tive a oportunidade de conhecer um drink que está fazendo sucesso no Brasil, o tal do Bellini. Eu conhecia o craque, o capitão que levantou a primeira taça do mundo para o Brasil em 58, mas agora a convite do Winebar e da Expand, provei o drink que tem origem em Veneza, mais Belliniprecisamente no famoso Harry´s Bar, tendo a vinícola Canella (sobrenome do fundador, nada a ver com a especiaria) o conseguido engarrafar em 1988 após diversos estudos e tentativas.

Tenho um profundo respeito pelo Otavio Piva (Expand) que tem história em nossa vinosfera tupiniquim sempre sacando um coelho da cartola quando menos se espera ou dando aquele drible de deixar o adversário sentado no chão num momento crucial do jogo e marcando o gol. Mais uma vez ele comprova essa aptidão, esse feeling que poucos têm e que faz a diferença, com as vendas demonstrando isso. Parece que trazer o Bellini foi mais uma certeira tacada dele já que e o mercado Brasileiro rapidamente se tornou o quarto maior mercado do mundo para o produtor.

Afinal, o que é um Bellini? Não, não é vinho, é um drink à base de Prosecco, o contra rótulo indica ser um frisante, com adição de suco de um pêssego branco especial da região e umas gotas de framboesa para lhe dar cor e com apenas 5% de conteúdo alcoólico. Cá entre nós, não fez a minha cabeça, mas o Champagne Ice também não faz o menor sentido para mim, então isso não quer dizer grande coisa porque o consumidor está comprando bem ambos! Colocar gelo num Champagne é que nem colocar guaraná num whisky 12 anos, acho que há opções mais baratas que darão o mesmo efeito, mas cada um escolhe e gasta como quer então há que respeitar o poder do marketing e o gosto do consumidor.

Achei doce demais e gelar a dois graus como recomendado me parece um paliativo meio sem propósito já que a essa temperatura nada perdura nem sabores nem aromas, porém tenho que confessar que ficou mais apetitoso quando adicionei duas pedras de gelo e também quando adicionei um pouco de espumante brut que tinha aberto. Harmonizá-lo com comida me parece uma aberração, porém umas frutas cítricas poderão até dar certo, mas eu o tomaria como simples aperitivo, descompromissadamente, gelado a uns 5 ou 6 graus sem acompanhamentos a não ser um bom papo ou piscina e, no meu caso, com gelo ou uma adição de uns 20% de um espumante brut bem cítrico e fresco.

Como o consumidor brasileiro tem uma certa queda pelos docinhos, me parece que o sucesso está garantido mesmo a cerca de 85 pratas a garrafa. O drink da moda e da high society que já gera algumas novidades com versões outras como o Rossini com polpa de morango.

Salue, kanimambo e até Segunda quando volto a falar de minha última viagem à Argentina, ainda na Patagônia. Enquanto isso, dê uma espiada no roteiro da Wine & Food Travel Experience para Mendoza dia 21 de Janeiro, IM-PER-DÍ-VEL!! Bom fim de semana

Dicas e Novidades

O José Manuel Ortega proprietário da O Fournier (Mendoza/Argentina) que conheci recentemente meO fournier - José manuel envia mensagem informando de sua felicidade pelos resultados que seus vinhos obtiveram argentinos (tem na Espanha e Chile também) no Wine Spectator top 100 deste ano e fiz questão de publicá-la na íntegra!

Estamos encantados de anunciar que O. Fournier Alfa Crux Malbec 2010 acaba de ser seleccionado como uno de los 25 mejores vinos en el Wine Spectator Top 100 World List. Alfa Crux Malbec 2010 , junto con O. Fournier Malbec 2007, también el más puntuado de la lista de vinos de Argentina con 94 puntos.
En solamente 10 años, O. Fournier ha producido 14 vinos con 92 puntos o más por Wine Spectator, habiendo tenido al menos un vino de cada cosecha desde 2002, entre éstos. Tambien ha recibido 34 puntuaciones con 93 puntos o más de Wine Spectator, Wine Enthusiast y Wine Advocate (Robert Parker).
El Sr. Kim Marcus, editor senior de Wine Spectator responsable de Argentina, escribió sobre el Alfa Crux Malbec 2010: “Plush, poderoso y bien elaborado, con sabores concentrados de ciruela negra, porcino, chocolate de panadero y mora. Esto tiene un núcleo de carne seca y notas de especias asiáticas que perduran en el acabado poderosamente cremoso. Para beber ahora y hasta el 2018. 1.250 cajas elaboradas. “

Eu não tomei esses, porém garanto que a Magnum de Alfa Crux blend 2001 que tomei recentemente, está divina, um grande vinho praticamente esgotado em todo o mundo. O. Fournier é uma boa escolha inclusive do que ele faz no Chile.
SBAVSBAV de Cara Nova e diretoria idem. A Sbav/SP – Associação Brasileira dos Amigos do Vinho nasceu em 1980, com o nome de Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho, sendo a primeira confraria formal de vinhos do Brasil. Foi fundada por pessoas que se reuniram com a intenção de congregar apreciadores de vinho interessados em aprender e aprofundar seus conhecimentos, além de difundi-lo.

A partir de janeiro de 2015, a associação será liderada pelo presidente Gilberto Medeiros e pelo vice-presidente Paulo Sampaio, que terão como desafios principais dar continuidade ao processo de renovação da Sbav/SP, iniciado na atual gestão, que inclui o aumento da base de associados e a revisão de todas as atividades da associação com o objetivo de torná-las mais atraentes e conectadas com o momento atual, em que há um grande volume de informações e iniciativas relacionadas ao mundo do vinho.

Entre os desafios da nova gestão estão a continuidade do que vinha dando certo, como os tradicionais cursos básicos e degustações sociais, e a consolidação de novas iniciativas, lançadas este ano, sob a gestão de Rodrigo Mammana, como os cursos temáticos e as degustações técnicas. Também estão previstas viagens a regiões vinícolas e eventos como festivais de vinho e jantares enogastronômicos. A comunicação também está sendo revista com o objetivo de aproximar a Sbav/SP do seu público-alvo, os apreciadores e estudiosos do vinho.

A Nova sede, desde Outubro, está localizada na Rua Cincinato Braga, 321, cj. 42, onde realiza não apenas cursos, mas também degustações técnicas e temáticas. Veja mais em http://sbav-sp.com.br

logo MistralMistral com a bola cheia. Três dos TOP 10 da Wine Spectator deste ano estão em seu portfolio. Na lista dos “Top 10”, que desde 1988 é divulgada pela mais respeitada publicação especializada em vinhos, os portugueses Chryseia 2011 e Quinta do Vale Meão 2011 e o italiano Castello di Ama San Lorenzo 2010 ficaram em 3º, 4º e 6º lugares respectivamente.

O Chryseia 2011 (US$ 185.90), fruto da parceria entre Bruno Prats, antigo proprietário do Château Cos d’Estournel, em Bordeaux, e a família Symington, no Douro, é extremamente sofisticado e elegante, com cativante bouquet floral e de frutas maduras, e concentrado na boca. Foi o primeiro tinto português a ser indicado entre os “100 Melhores Vinhos” na Wine Spectator.

Também produzido no Douro, o Quinta do Vale Meão 2011 (US$ 189.50) é uma verdadeira unanimidade na Europa. Extremamente rico, potente e muito complexo, ele bateu os maiores vinhos de Portugal em uma degustação às cegas organizada pela Revista de Vinhos e foi o tinto português indicado para a lista dos “100 Melhores Vinhos” da Wine Spectator em 2005.

Já o Castello di Ama San Lorenzo 2010, que chega em breve à Mistral, é elaborado em uma das mais célebres regiões italianas, a Toscana, por um produtor que merece a cotação máxima de Robert Parker e as due stelle do guia Gambero Rosso, por seus 23 tre bicchieri conquistados, uma das melhores qualificações em toda a Itália. Com vinhos elegantes, finos e complexos, o Castello di Ama oferece todos os anos produtos de um caráter extraordinário, fortemente radicados no terroir de onde nascem, e seu enólogo, Marco Pallanti, que já foi eleito o “Enólogo do Ano” pelo Gambero Rosso, é o atual presidente do Consorzio del Marchio Storico Chianti Classico.

Logo WofAWines of Argentina inova num júri só de mulheres no Argentina Wine Awards de 2015. A Wines of Argentina, entidade responsável pela imagem do vinho argentino no mundo, apresenta o Argentina Wine Awards (AWA) 2015: “The Empowerment of Women in Wine” (O Poder da Mulher no Vinho). Este evento, criado e planificado para avaliar e premiar a qualidade e os avanços da indústria vitivinícola argentina, já ganhou lugar como o concurso mais importante do país.

A nona edição do AWA será realizada de 8 a 13 de fevereiro de 2015 na província de Mendoza e enfatizará o empowerment (poder) feminino e o papel que a mulher desempenha dentro da indústria. O propósito desta edição é conhecer a opinião das mulheres mais destacadas a nível mundial sobre os vinhos argentinos.

Na edição 2015 contará com um júri formado por mulheres que são referencia da indústria mundial do vinho. O propósito é reconhecer o papel que a mulher exerce, em um mundo tradicionalmente masculino, outorgando inventividade e intuição à indústria em todos os aspectos. Eis a bancada do júri convocada para o evento; Jancis Robinson MW (UK), Christy Canterbury MW (USA), Susan Kostrzewa (USA), Barbara Philip MW (Canadá), Sara D’Amato (Canadá), Annette Scarfe MW (Singapura/HK), Megumi Nishida (Japão), Felicity Carter (Alemanha), Essi Avellan MW (Finlândia), Cecilia Torres Salinas (Chile) e Suzana Barelli (Brasil). Resta ainda confirmar oficialmente Shari Mogk Edwards (Canadá).

Organizado pela Wines of Argentina e pela Corporación Vitivinícola Argentina (COVIAR), o Argentina Wine Awards (AWA) é um evento ícone que permite às vinícolas locais mostrarem ao mundo tudo aquilo que seus vinhos podem entregar. Mediante a apresentação de amostras, o certame se realiza a portas fechadas e tem como júri destacados profissionais do no tema.

Do mesmo modo, com o objetivo de incentivar a participação de vinícolas de todas as regiões da Argentina – Norte, Cuyo e Patagônia – será entregue pela segunda vez um Trophy especial para os melhores de cada uma delas.

Na oitava edição dos prêmios do Argentina Wine Awards, realizada em fevereiro deste ano, participaram 182 vinícolas com 650 amostras ao todo. À cerimônia de premiação assistiram mais de 250 pessoas, entre donos de vinícolas, enólogos, autoridades, diretores de organizações da indústria vitivinícola, integrantes do júri e jornalistas. Ao todo, foram entregues 4 Trophies Regionais, 12 Trophies, 58 medalhas de ouro, 256 medalhas de prata e 276 de bronze.

Adesivo_WFTEWine & Food Travel Experience leva você a Mendoza numa curta, porém intensa viagem de descobrimentos. Com um roteiro cuidadosamente selecionado mesclando grandes e pequenos produtores, encontros com conceituados enólogos, hotel cinco estrelas, almoços harmonizados, degustações temáticas e vinhos top em todas as visitas programadas a nove vinícolas o Tour Loucos Por Vinho em Mendoza se realizará dos dias 21 a 25 de Janeiro. Veja mais clicando aqui!

Mendoza Janeiro/2015, Vem Comigo Vem?

Mendoza logoCaprichei nesse roteiro, por isso demorou! Há viagens para tudo que é canto e com tudo o que é preço para tudo o que é gosto. Esta é para quem é realmente apaixonado por nossa vinosfera, pela diversidade e pela novidade buscando novas sensações com a possibilidade de conversar, provar e trocar ideias com alguns dos produtores mais interessantes de mundo do vinho mendocino.

Fora dos pacotes turísticos convencionais, fui fundo na negociação de cada rótulo que será provado e de nossos almoços harmonizados para que novas experiências e sensações sejam vividas e, preferencialmente, se tornem persistentes na memória. Creio que, pelo menos no papel e salvo eventual contratempo especialmente de alguns de nossos principais anfitriões, conseguimos isso e cabe a você conferir. A viagem será curta porém intensa e limitada a 14 participantes mais eu que acompanharei o grupo em todo o roteiro, vejam a síntese de como ficou e caso haja interesse estou á disposição para lhes enviar o roteiro detalhado.

Dia 21 ás 11:40 saída de São Paulo Guarulhos (liguem para o Rodrigo se estiverem em outras cidades do Brasil ou de Portugal para providenciar conexão) via Buenos Aires com destino a Mendoza onde chegaremos às 16:30. Direto para o hotel Diplomatic, 5 estrelas e um dos melhores de Mendoza!

  • Ás 18:30 saída, degustação temática sobre a Malbec em Mendoza e a influência dos diversos terroirs.

Dia 22 às 09:45 saída para nosso primeiro, de três, compromisso do dia.

  • Achával-Ferrer / Belasco de Baquedano com almoço harmonizado e sala de aromas / Passionate Wines com Juan e Matias Michelini jovens revolucionários da nova enologia argentina. Jantar vendo o pôr do sol sobre os Andes

Dia 23 ás 9:45 todos prontos para mais um dia de intensas experiências

  • Catena Zapata / El Enemigo com a apresentação e almoço com Alejandro Vigil um dos principais nomes da atualidade na enologia argentina / Vina Alicia degustação e bata papo com Rodrigo Arizu sobre suas experiências nesta bodega boutique.

Dia 24 será um dia algo mais leve e mais lúdico porém não menos marcantes onde abundaram grandes vinhos na taça.

  • Benegas-Lynch e Casarena com almoço harmonizado, elaboração de um blend e degustação de vinhos top. Retorno no meio da tarde com passagem pelo Mercado Municipal e um pouco de garimpo gastronômico ou quem quiser, uma passada no shopping.

Dia 25 – Dia de retornarmos para casa porém sem antes participarmos de uma das mais saborosas experiências sensoriais em Mendoza.

  • Visita e almoço harmonizado na Dominio del Plata e o restaurante Osadia de Crear, um Grand Finale que, quem já participou, pode confirmar.

Mais detalhes, valores e outras informações adicionais acesse o blog da Wine and Food Travel Experience clicando aqui.

Salute, kanimamo e espero você em Guarulhos?

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Riesling e Joelho de Porco (Eisbein)

Eisbein 2Uma dupla alemã de respeito em mais um encontro da Confraria Saca Rolhas na Vino & Sapore. Já testei essa mesma harmonização e o resultado foi igual, sozinho o alsaciano se destaca porém ao chegar o prato o alemão mostra suas garras e essa foi a sensação da maioria. O Eisbein pelas mãos do chef e cozinheiro de mão cheia Ney Laux estava perfeito e o chucrute divino, porém como temos uma porta voz, deixemos a amiga e confreira Raquel Santos dar sua visão e compartilhar conosco suas emoções de mais este experimento.

Assim como todo vinho tem uma história, as parcerias que ele faz com as comidas, incluído como parte das refeições, coloca-o lado a lado na história da alimentação.

Esta experiência, com um Riesling, tão comum aos povos germânicos, pode parecer estranho para nós que temos alguns parâmetros pré estabelecidos, como aquela máxima que diz que vinhos brancos devem combinar com peixes ou comidas mais leves, ou mesmo que são vinhos para dias quentes de verão. Curiosamente, podemos constatar que toda as regiões nos arredores do Alpes, produzem principalmente vinhos elaborados com uvas brancas.

No nordeste da Itália (Trentino-Alto Adige e Friuli-Veneza Giulia) reinam Chardonnay, Pinot Grigio, Pinot Bianco, Sauvignon Blanc, Riesling e Gewürztraminer. Assim como na França (Alsacia), onde faz fronteira com a Alemanha, o Riesling do Reno disputam a maestria na elaboração desse vinho, cada um à sua moda. Além da Suíça e Áustria, com suas variedades locais, também dividem sua situação geográfica e o clima alpino.
A harmonização desses vinhos com as comidas típicas de países frios podem parecer à primeira vista algo inusitado. Quando pensamos nos queijos curados, de massa cremosa, ou nas fondues, nos salsichões e joelhos de porco (Eisbein), chucrute, carnes defumadas e condimentadas, o mais óbvio seria pensar num vinho potente, que ampare a gordura e os sabores marcantes. Pois acreditem: Esse vinho pode ser um Riesling! Neste caso a comida entra com o ataque potente e o vinho vem para apaziguar os ânimos mais exaltados. São leves, refrescantes e limpam o paladar, sem deixarem de ser marcantes.

Começamos o encontro bem dentro dos nossos propósitos:
Um espumante italiano da região de Franciacorta. Próximo à cidade de Bressia, as pés dos Alpes, esse DOCG se notabilizou por produzir os melhores espumantes do pais feito pelo método clássico, com a uva Chardonnay:
1. Lo Sparviere Brut 2007 – Gussali Beretta – 100% Chardonnay
Aromas de pão e biscoito amanteigado. Boa persistência, acidez e corpo. Perlage contínua, que se perde um pouco no final. Tinha uma lembrança de outras provas, tratar-se de um espumante com muita pérlage. Daí pode-se perceber que os vinhos não se comportam igualmente em todas as ocasiões.
Na sequencia seria servido o jantar:

Um eisbein suculento que pareceu ter sido cozido na própria gordura, que foi totalmente retirada depois. Acompanhado de batatas cozidas, chucrute e mostarda.
Para acompanhar o prato, dois vinhos:

2. Eugen Müller – Forst – Kirchenstück – 2012
Riesling alemão, da região do palatinado (Pfalz). No início os aromas são tímidos, mas vão evoluindo com o tempo na taça. Percebe-se a mineralidade do solo argiloso, com ótima acidez, corpo persistente e longo. No final, aparecem nuances cítricas e borracha. Muito elegante. Ficou muito bom com a carne que tinha sabores sutis, defumados e da gordura do cozimento.

3. Gustave Lorentz – Vin d’Alsace – Reserve Riesling – 2010
Riesling francês, da região da Alsacia de cor mais dourada, demonstrando alguma evolução. Denso e perfumado. Aromas florais frutas brancas (peras, maçãs e melão). Na boca parecia bem complexo e equilibrado. A mineralidade típica estava presente, com bom corpo e boa acidez. O envelhecimento tirou-lhe um pouco de frescor, sem comprometer, mas dando-lhe mais seriedade. Final com uma doçura que casou muito bem com o chucrute, feito com cebolas caramelizadas e bacon.

Riesling e eisbein 1

Chegou a hora de partir para a sobremesa, mas o que está se tornando tradição nesses nossos encontros novamente aconteceu! A vontade de abrir uma garrafa extra para tirarmos a “prova dos nove”. E a sugestão foi irrecusável: Que tal mais um vinho branco, italiano do Alto Adige, elaborado por uma uva desconhecida por nós? Já ouviram falar em Kerner? A vontade de conhecer foi unânime e igual a qualquer viagem, que quando passamos pertinho de algum lugar interessante, pensamos: Já que estamos aqui tão perto, não custa nada dar uma passadinha lá, não é mesmo?

4. Kerner 2012 – Stiftskellerei Neustift – Abbazia di Novacella
De vinhedos proveniente do Valle Isarco (DOCG), bem ao norte da Itália, quase na divisa com a Áustria, essa uva foi batizada com o nome do médico e poeta Justino Kerner. Plantada principalmente na Alemanha é um cruzamento da Trollinger (ou Schiava) com a Riesling e adaptou-se bem nesse clima dos Alpes. Muito aromático, como pêssegos em calda, maçãs e cítricos. Na boca é muito encorpado, cheio de frutas tropicais(manga). Sua opulência é quebrada pela acidez bem colocada. É daqueles vinhos que quase dá para mastigar! Comparando com o Riesling, o Kerner tem mais fruta, sem perder o mineral, o floral e as notas cítricas típicas da Riesling.

E para encerrar nosso jantar tivemos uma belíssima Tarte Tatin que harmonizou muito bem com mais um Riesling alemão, da região do Mosel, só que com um grau de doçura maior que os anteriores. Um Spätlese, ou seja, de colheita tardia. As uvas atingem um nível de maturação maior antes da colheita e Tartin e rieslingconsequentemente serão mais doces, e mais alcoólicos. Esse me chamou a atenção pela dosagem alcoólica baixa. Apenas 8%.

5. Grans-Fassian 2007 – Piersporter Goldtröpfchen – Spätlese Riesling
Cor âmbar dourado com aromas frutados e minerais. Na boca mostrou certa untuosidade, com bom corpo e refrescância, devido à boa acidez. Sabores cítricos e muita maçã verde. Equilibrado e elegante.

Como podemos ver, nem sempre um vinho feito com uvas brancas significa falta de estrutura para acompanhar pratos mais consistentes ou mesmo, aquela bebida que “quase” poderia substituir a água nos dias de calor. As combinações que podemos fazer entre vinhos e comidas são infinitas e nunca será uma equação matemática. Por isso eu gosto de humanizar essa minha relação com eles. Imaginem uma conversa entre duas pessoas com pontos de vista diferentes. Quando um entende a questão do outro fica mais fácil chegar a uma conciliação. Isso é harmonização!

O TOP da Wine Spectator é Tuga, é Porto, é Douro!

A cada ano que passa, com todas as criticas que se fazem á revista e seus degustadores, a verdade é que todos aguardam ansiosamente os TOP 100 da revista e, em especial os TOP 10 e o número 1 da revista.Portugal Fixe Agora, não se deixe enganar, não é, como muitos o induzem a acreditar, o melhor vinho do mundo. Aliás, me incomoda sobremaneira essa apologia que muitos fazem dos resultados de concursos e listas deste tipo, tremenda mentira e tentativa de eludir o leitor! O resultado é sim, o melhor vinho provado pelos degustadores e críticos da Wine Spectator neste ano o que, convenhamos, já não é pouca coisa não já que, de acordo com o que divulgam, degustam cerca de uns 20 mil rótulos anualmente!

Mas tem mais, para a alegria do Douro, mais dois vinhos entre os TOP 10 o Chryseia (3º) e o Quinta Vale do Meão (4º), e ainda um em 13º (Fonseca Vintage) e outro em 27º (Qta. do Portal Colheita), é mole?! Quem ainda tinha dúvidas sobre a qualidade dos vinhos portugueses creio que as acabou de enterrar, né? Veja mais sobre este baile que os produtores do Douro deram lendo esta ótima matéria (em inglês) do Douro Profundo de onde, por sinal, vieram algumas destas imagens.

Top Tuga na WS 2014

Eu, amante que sou dos Vinhos do Porto a quem devotei inúmeros posts aqui no blog, fico extremamente orgulhoso de um vinho dessa região, um vinho Português no TOP dessa conceituada lista. O DOW’S Vintage 2007 já tinha recebido 100 pontos da revista e se tornado o “melhor” vintage desse ano e agora ganha esse prêmio com 99 pontos, que beleza e que orgulho deve ser para a família Symington e o simpático Dominic (1º à esquerda) já que o Chryseia também é deles. Esta família que desde 1882 se dedica ao Porto e possui marcas como Graham’s, DOW’S, Chryseia, Warre’s, Quinta do Vesuvio, Cockburn e Altano entre outras, faz alguns dos melhores vinhos da região. Esta semana será de festa nessa casa, tenho a certeza, e só fico imaginando as “garrafitas” que serão abertas nessa comemoração! Fico feliz por ver esse trabalho reconhecido e por ter esta garrafa em minha adega reservada para quando eu fizer meus 75 anos e ele 18, afinal eu respeito a maioridade! Podia esperar mais, porém não se eu aguento, já o vinho eu tenho a certeza que vai beeeem mais longe!!!

DOWs 2011 equipe
Ah, você quer saber quem completou o pódio dos TOP 10 da revista, bem, já que insiste, aqui vai de 1 a 10 > Portugal / Austrália / Portugal / Portugal / Austrália / Itália / França / EUA / Chile e França (rs), para ver detalhes dos vinhos e da premiação, vá até aqui e beba da fonte.

Clipboard TOP 100 WS 2014

Salute e kanimambo, vamos brindar com um bom vinho português hoje?

Patagônia, Chegamos!

Entramos no terceiro dia de nosso “recorrido” pelos terroirs, vinhos e vinícolas argentinos e que grande dia foi! Voo para Neuquen que fica na Patagônia, mas longe dos glaciares! Estamos a mais de 2.000 kms da ponta sul da Argentina, que se diferencia das outras regiões produtoras pois aqui, pasmem, os rios têm água!! Os rios de degelo, Neuquen e Limay se juntam para formar o Rio Negro e através de um sistema de grandes diques a água é gerenciada tornando a região num polo frutífero onde a Pera e a Maçã possuem um destaque especial afora o petróleo e gás que são as principais atividades econômicas.

Uma outra característica que o difere de outras regiões é que por aqui não temos montanhas, é uma planície (entre 300 a 500metros de altitude) ou vales entre rios, então os vinhos de altitude não aparecem por aqui, no entanto o clima possui uma influência grande sobre o resultado dos vinhos, é uma região mais fria de fortes ventos e grande amplitude térmica o que gera vinhos de menor teor alcoólico e maior acidez, vinhos mais elegantes.

Uma outra diferença grande é o pequeno numero de produtores, não consegui obter o numero exato, porém a informação que recebi de uma delas é de quem devem ser umas 26 no total. Essa quantidade de vinícolas tem numa rua de Lujan de Cuyo/Mendoza! rs Bem, brincadeiras á parte, é uma região sem grandes atrativos paisagísticos porém há por aqui grandes vinhos e produtores. Os vinhos brancos mais a Pinot Noir e Merlot, que são mais chegadas num frio, adoram o pedaço e tenho que reconhecer que foram os vinhos que mais me entusiasmaram nesse trecho da viagem. Não que não haja outros belos vinhos e bons malbecs, num estilo diferenciado, mas o destaque para mim são essas uvas.

No avião viemos com o Guillermo Barzi , diretor da Humberto Canale, nossa primeira parada, e um cara muito gente fina a quem demos carona até á bodega pois estávamos indo direto para lá. Confesso, me apaixonei, pela bodega vamos deixar claro! Tudo a ver comigo; lugar histórico com sua cultura preservada, vinhos incríveis, simpatia, um almoço de fogo de chão de lamber os beiços, melhor chegada impossível, que forma de começar essa visita a Patagônia, inesquecível.

A Humberto Canale existe desde 1909 e é não só pioneira na região, já passou daquela fase mais difícil que são os primeiros 100 anos (rs), mas é também uma das mais antigas vinícolas argentinas preservando muito bem sua história, se modernizando porém sem perder o contato com suas raízes. Há tempos que tinha curiosidade de conhecer seus vinhos e me encantei com o que provei e olha que foram bastantes!

Sem querer vos chatear com muitos detalhes, vou destacar alguns desses vinhos, os que mais me marcaram, porém todos os provados mostraram um nível de qualidade muito alto e para nos acompanhar nessa empreitada de dez vinhos o enólogo da casa, Horacio Bibiloni.

Intimo Sauvignon Blanc/Semillon – da gama de entrada, fermenta em separado para posterior blend em que a Sauvignon Blanc é majoritária (cerca de 60%) e parte passa levemente (3 meses) por madeira. De boa estrutura, foi um vinho que me surpreendeu por seu frescor, equilíbrio e complexidade coisas não muito comuns em vinhos de entrada.

Riesling Old Vineyard – uma enorme surpresa esse vinho que é elaborado com uvas de vinhedos muito antigos (1937) . Macio, fresco (particularidade dos vinhos desta zona), uma leve agulha, longo e muito elegante com notas sutis minerais e algo de limonada e maçã verde. Pena que por estas bandas custa o mesmo, quando não mais alto, do que alguns vinhos da Alsácia e Alemanha porque senão certamente apareceria de forma amiúde em minha taça. Gostei muito e não só do vinho, vejam se descobrem porquê?

Canale Riesling Old Vineyard

Os dois Pinots provados foram bem interessantes. O Canale Estate Pinot Noir mostrou boa tipicidade com um leve toque de barrica de segundo uso, boa fruta e muito equilibrado com alguma especiaria de final de boca. Já o Canale Gran Reserva é um belo Pinot com muita expressividade e deixou marcas.

Seus Gran Reservas Cabernet Franc e o Merlot são grandes vinhos que precisam ser conhecidos. Os dois são muito bons, mas o Merlot ganha um destaque especial, pois é muito marcante e fino, o melhor que eu já provei na Argentina. Certamente o Miles, do filme Sideways, não conhecia este vinho quando detonou a Merlot!!

Para não dizer que não falei de malbecs, a minha surpresa ficou com o Canale Estate Malbec (linha intermediária), que possui aromas pouco comuns á cepa, muita fruta fresca e especiarias, elegante com uma passagem de somente 20% em barricas que lhe dá suporte sem marcar o vinho. Muito bom, fino e mais uma bela surpresa.

Bem terminada a prova dos vinhos, lunch time! Parte dos vinhos provados vieram para a mesa, o papo corria solto e a comida de-li-ci-o-sa! Saladas e legumes irretocáveis, morcilla (adoro) muito boa, mas o cordeiro patagônico, meus amigos!!!! Tudo ótimo, gooood wines, e aí o Guillermo nos presenteia com uma das últimas 100 garrafas magnum comemorativas aos 100 anos da bodega, o Centenium. Um tremendo privilégio, um grande vinho digno do momento e uma nova paixão na minha vida, a Humberto Canale. Que bom que sou um homem de coração grande onde cabem muitas paixões!!

Só isso já era um dia cheio, mas lá vamos nós na van de novo, uma soneca de meia hora e chegamos em mais uma grande surpresa da viagem e ainda estamos no terceiro dia!! Del Rio Elorza, guarde esse nome e em especial, busque os vinhos de depois de 2012, porque neles há a mão de um jovem enólogo chamado Agustín Lombroni que possui uma filosofia diferenciada baseado na menor interferência possível, deixando os vinhos contarem suas histórias tal qual são., nem parece que tem 29 aninhos!

Nascida há dez anos, a bodega é boutique com uma produção variando entre 65.000 a 90.000 garrafas ano. Gostei bastante do Cabernet Franc ainda em barrica, bons malbec e Sauvignon Blanc com sur lie de 8 meses, mas caí de quatro mesmo, como a maioria dos presentes, por seu Verum Pinot Noir! O 2013 está divino, complexo, num estilo puro mais puxado para borgonha com menos extração e fruta mais fresca, mas o 2014 que provamos de tanque com uma leve maceração carbônica, foi uma experiência única a conferir depois que engarrafar. Busque no mercado a marca Verum (de verdadeiro) estampada em seus rótulos, vale a pena conhecer.

Ok, back to the van, e lá vamos nós a caminho de Neuquen e do hotel. Acha que acabou, acabou não!! Ainda tinha jantar com a Fin del Mundo. Isso, no entanto eu falo no próximo post quando compartilharei minhas impressões sobre essa vinícola e a NQN. Por enquanto, cliquem na imagem abaixo (para ver o slide show) e viajem comigo, mesmo que virtualmente, por mais essa etapa concluída.

Salute, kanimambo e sigo vos encontrando por aqui.

CAM00770

Salvar

Espumantes, O Vibrante Mundo das Borbulhas

Champagne-Bubbles - Ministry of Alcohol                NOVA DATA 04 de DEZEMBRO

Para mim toda a hora é hora, curto demais esses vinhos cheios de vida que não precisam de nenhuma data especial para habitar minha taça. Aliás, como publiquei à dias, o consumo desses vinhos segue crescendo no mercado Inglês e batendo recordes, porém não é só lá não, por aqui também e cada vez existe mais gente produzindo e mais rótulos novos no mercado. O final de ano está aí, ao dobrar da esquina, e as compras nesta época disparam, mas você sabe o que comprar? Sabe o que é um Prosecco, um Espumante, um Champagne ou um Cava? Sabe as diferença entre os estilos; brut, doce, extra-brut, dry, extra dry, doce ou nature? Lambrusco é espumante?

Visando explorar um pouco desses segredos do mundo das borbulhas, neste próximo dia 27 de Novembro promoverei na Vino & Sapore uma degustação temática onde falarei um pouco dos métodos de produção e estilos do vinho, aplicando na prática a teoria apresentada.

Degustaremos e harmonizaremos com comidinhas, espumantes; brut, doce, extra-brut, nature, rosé e brancos, elaborados pelos métodos Charmat e Champenoise ou tradicional. Serão 8 espumantes no total que serão servidos ás cegas, exceção feita ao doce, para que você possa fazer sua própria avaliação sem a influência de rótulos, preços, origens e produtores.

Provaremos; Champagne, Franciacorta, Cava, Prosecco e Espumantes de origens brasileira, espanhola, italiana e francesa. Quer conhecer mais e desbravar esse mundo das borbulhas facilitando assim as suas compras de final de ano, então faça logo sua reserva através do e-mail: comercial@vinoesapore.com.br ou por telefone (11) 4612-6343. O valor, a ser efetivado antecipadamente no ato da reserva, será de R$120,00 por pessoa. Não deixe para a última hora, venha!

Argentina Dia Dois – Regiões, Características e Vinhos de Salta

Um pouco mais de 206 mil hectares plantados dos quais 95% na região de Cuyo que inclui Mendoza, San Juan e La Rioja, cerca de 3 % na região Norte que abrange Catamarca, Salta e Tucuman e na Patagônia o restante, 2%. Como vemos, uma tremenda concentração. Alguns dados que nos foram fornecidos eu não conhecia e outros só comprovei, porém gostaria de compartilhar alguns desses dados com os amigos e, se quiserem ler algo mais sobre os vinhos dessa região, eis links para uma série de posts sobre minhas experiências por lá há dois anos:

1 – Cada região e sub-região produz um pouco de tudo, porém a grosso modos algumas uvas se destacam mais em algumas regiões. Desta forma:

  • Mendoza – gera melhores Malbecs, Cabernet Sauvignons e Bonarda
  • San Juan – ótimos Syrahs
  • Patagônia – destaque para os Pinot Noir e os Merlots
  • Salta – grande ênfase na Torrontés porém ultimamente tem gerado ótimos Tannats e os já conhecidos bem estruturados Malbecs de grande altitude.

WofA map_english2 – Bonarda é um clone da uva francesa Corbeau, novidade para mim! Sabia que não tinha nada a ver com a cepa de mesmo nome italiana, porém essa origem me era desconhecida.

3 – Torrontés – esta emblemática cepa branca argentina é uma mutação de uva Criolla com a Moscatel de Alexandria. Mais uma que aprendi.

Isso e muito mais escutamos na palestra dobre a vitivínicultura argentina apresentada na inusitada Casa Umare, um hotel boutique único e exclusivo. Se quiser paz e sossego (sequer nome na porta tem!) com requinte, ótimo restaurante com sofisticada culinária e cave idem, este é o lugar e desde já o convido para um passeio virtual pelo seu site. Logo após, uma mini-feira com alguns produtores de Salta já que não conseguiríamos ir lá nesta viagem. Revi alguns e conheci outros mas eis um resumo com os vinhos que, para mim, se destacaram.

Colomé – três vinhos da bodega Amalaya que faz parte do grupo e está localizada em Cafayate. O bom e extremamente competitivo Riesling com Torrontés, o Dolce Late Harvest e o que mais me chamou atenção; o Corte Único. Este último é novo, blend de 90% Malbec e o restante de partes iguais de Cabernet Sauvignon e Tannat com madeira bem integrada, muita fruta e ótimo frescor. Tomei outros, porém foi o que melhor acompanhou meu almoço.

El Porvenir – trouxe 4 vinhos e parte deles já os conhecia de minha viagem a Salta em 2012. Dois Torrontés sob a marca Laborum, um com passagem em madeira e o outro não, tendo este último me agradado mais. O Laborum Tannat estava bom mas sua linha abaixo (Amauta) me pareceu melhor e o Amauta Corte III de Malbec com Cabernet Sauvignon mostrou ótimo volume de boca e equilíbrio, o meu destaque do que provei deles nesse dia.

Tukma – uma enorme surpresa pois nunca tinha ouvido falar deles ou seus vinhos. Vinhos de grande altitude numa região de muita pedra e um produção limitada a cerca de 120 mil garrafas. Um Sauvignon Blanc muito marcante produzido a 2670 metros de altitude, em Jujuy já quase fronteira com a Bolivia, mostrando grande mineralidade, aromas intensos e sabores explosivos na boca, em garrafas de 500ml devido á pouca produção, um Cabernet Reserva muito interessante um Cabernet Reserva muito interessante e um ótimo Gran Corte de apenas 5 mil garrafas. Agora, o que realmente fez minha cabeça foi o incrível Torrontés Tardio, um vinho extremamente saboroso, equilibrado, fresco e bem feito que me deixou querendo mais! Tivesse ele algumas garrafas lá e eu certamente compraria pois seria um ótimo encerramento para o final de minha Degustação da Mala no próximo dia 18.

Bodega el Esteco (mais conhecida aqui por Michel Torino) – vieram com apenas dois rótulos mas de grande nível. O Altimus eu já conhecia e há anos é um de meus blends (Malbec/ Merlot/ Cab. Sauvignon e Bonarda) preferido da Argentina com um preço razoável (creio que está casa dos R$125 a 140), mas me chamou muito a atenção seu novo lançamento o El Esteco Malbec 2012, belo vinho! Barricas muito bem usadas (12 meses), só de 2º e 3ºuso, menos extração, taninos sedosos e de muita qualidade, fresco e muito apetitoso com leve toque de especiarias, marcante e muito longo.

Para completar, um ótimo almoço na Casa Umare acompanhado desses vinhos e de todos os representantes das bodegas presentes. Mais uma festa de sabores e a qualidade que já é marca registrada da WofA em todos esses eventos que ela organiza.

À noite tinha mais, tinha tango no tradicional Café los Angelitos e o Deco conseguiu que levássemos uma garrafas que tínhamos comprado no dia anterior lá no Joaquin Alberdi. Mais uma série de ótimos vinhos onde o destaque, para mim, ficou com os ótimos Monte Cinco Petit Verdot e o Monteagrelo Cabernet Franc, show de bola porém não tomei nota, estávamos no tango, mas deixaram marcas!!

Mais um slide show (clique na imagem) com algumas fotos desse dia. Nos próximos vou postando um pouco mais dessas experiências e a próxima parada, Neuquen, Patagônia. Salute, kanimambo e até lá.

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Ribera del Duero na Taça – Briego Vendimnia Seleccionada

Provei este vinho neste último Sábado. Estava meio down e achei que para levantar o astral só abrindo algo que me surpreendesse. Não conhecia o vinho, porém as indicações eram boas então, what the heck, porquê abri-lo, porquê não, fui lá e filo! Corria o risco de ficar com o saco (desculpem o linguajar) ainda mais na lua porém foi uma escolha para lá de acertada!!

Briego vendimnia seleccionadaAo “descorchar”, os aromas já invadiram o ambiente, antes mesmo de servir na taça, o que me fez abrir um sorriso, meu dia estava a minutos de melhorar pensei, oba! Na taça mostrou que meu sorriso tinha razão de ser, que aromas intensos e sedutores, algo não muito comum a um 100% tempranillo, com muita fruta vermelha no nariz, um passeio no bosque! Na boca essa fruta aparece de forma fresca muito bem integrada com a pouca madeira (cerca de 8 meses) usada em sua elaboração. Taninos macios e finos, meio de boca guloso e de médio corpo, final que pede bis, um vinho apetecível e fácil de gostar numa faixa de preço muito parelha com que o vinho entrega de prazer, em torno dos R$80,00. Mais um tiro certeiro de meu amigo Juan Rodriguez da importadora Almeria. Estou com o crianza deles para provar, e esta experiência com o Vendimnia me deixou curioso!

Fiquei feliz com minha decisão e rapidamente meu astral melhorou. Um pouco depois meu neto chegou e aí pronto, foi a cereja que faltava para completar minha mudança de humor. Mais um bom vinho espanhol provado mostrando que as dificuldades econômicas deles fizeram que nos déssemos bem. Precisaram produzir melhor, com melhores preços e abrir novos mercados e nós acabamos nos beneficiando disso.
Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Degustando Taças

Participei novamente de uma pedagógica degustação de taças, desta feita com as taças da alemã Schott-Swiezel, líder no setor de restaurantes (Hotel & Food Service) e no ramo há mais de 140 anos. Uma das suas Taças schottprincipais características que a faz tão popular no setor de restaurantes e hotéis é sua elaboração com Titanium, sem o uso de metais pesados como o chumbo, o que lhes dá uma vida bem mais longa, mesmo sendo cristal, pois sua durabilidade e resistência são incomparáveis. Com uma produção de mais 70 milhões de taças e copos para todos os gostos e bolsos, já andou por diversos mãos aqui no Brasil, mas recentemente se associou comercialmente à Zwilling (showroom em Sampa na Oscar Freire) para a distribuição de suas taças no Brasil.

Fui convidado a testar três linhas de taças com cinco vinhos e eis o que achei desse gostoso experimento sensorial.

  • As linhas: Concerto, Classico e Fortissímo
  • As Uvas: Espumante, Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Noir e Cabernet Sauvignon.
  • O Experimento: provar o mesmo vinho na taça apropriada de cada linha proposta e ver qual melhor enalteceria sabores e aromas.

Bem, como sempre as opiniões foram diversas, porém compartilho com vocês, de forma bem sucinta, minhas conclusões por vinho:

Espumante – Foi servido o saboroso Lirica da Hermann Vinhos, brasileiro.Taças Schott Espumante

  • Taça Fortissímo – Aromas mais concentrados e intensos porém a perlage sumiu rapidamente
  • Taça Classico – Perlage mais dispersa assim como aromas
  • Taça Concerto – Perlage mais sutil e elegante assim como persistente, aromas marcantes e entrada de boca mais intensa realçando sabores. A MELHOR dos espumantes.(a da esquerda na foto)

Sauvignon Blanc – Foi servido o da Marichal de origem uruguaia.

  • Taça Concerto – o vinho sumiu rapidamente tanto na boca quanto nos aromas
  • Taça Classico – mais cremoso na boca, um efeito algo inesperado.
  • Taça Fortíssimo – mostrou bem mais o que vinho era. Intensificou aromas e sabores mostrando uma melhor presença de boca. A MELHOR para esta uva e este vinho.

Chardonnay – Foi servido um chileno da Terranoble e talvez a taça mais difícil de escolher. Depende muito do que cada um espera de seu chardonnay. Eu talvez ficasse com a Fortíssimo.

  • Taça Concerto – foi a que mais ressaltou a madeira presente e mostrou melhor presença de boca.
  • Taça Classico – a madeira mais equacionada, a fruta aparece um pouco mais, boca cremosa, fruta madura.
  • Taça Fortíssimo – a taça em que a madeira foi menos aparente, pungente com notas cítricas mais presentes.

Pinot Noir – Foi servido o vinho Catalpa, argentino produzido pela Atamisque.

  • Taça Classico – o álcool apareceu um pouco mais dominante tanto na boca quanto no nariz não ajudando a primeira impressão do vinho. Na boca foi neutro.
  • Taça Fortissímo – intensifica tudo projetando com maior intensidade aromas e sabores, mas também a madeira e o álcool mesmo que sem a mesma intensidade da anterior
  • Taça Concerto – Todo ele mais sutil e harmonioso, mostrando de forma elegante as características do vinho. A MELHOR para esta uva e este vinho.

Cabernet Sauvignon – Foi servido o Valdivieso Winemaker´s Selection de origem chilena.

  • Taça Concerto – destacou demasiado a piracina existente no vinho o que não me agradou.
  • Taça Classico –madeira, piracina (mesmo que menos que o anterior), álcool mais aparentes
  • Taça Fortíssimo – Aromaticamente mais harmonioso tendo a fruta aparecido na taça, algo que nas outras duas não tinha ocorrido. Tenho que confessar que o vinho não ajudou muito esta última análise (opinião pessoal) porém entre as três taças provadas, esta seria a MELHOR para esta uva e este vinho.

Conclusão > Uma prova deveras interessante que levaria a:

  • Comprar a Concerto para meus espumantes, já voltei a provar em casa e faz bastante diferença.
  • Comprar a linha Fortissímo para o restante dos vinhos como a taça que reproduz, em média, o maior equilíbrio dos vinhos.

A última coisa a comentar sobre estas taças de Tritan Crystal degustadas tem a ver com preço que, mesmo não marcando no dia, me pareceram bastante atraentes e chamaram minha atenção.

É isso, salute e kanimambo pela visita. Uma ótima semana para todos