Noticias e Dicas do Mundo do Vinho

 

Wine-globe 2         Olá amigos, eis uma coletânea de noticias e dicas colhidas na net e que creio podem ser interessantes para aumentar vosso conhecimento sobre nossa vinosfera, uma dica imperdível para quem vai a Londres e uma dica de programa para Sábado.
OS ESTADOS UNIDOS SE TORNAM O MAIOR CONSUMIDOR DE VINHO DO MUNDO – No mundo, o consumo caiu no ano passado em 1,7%, para 2,6 bilhões de caixas de vinho. Os Estados Unidos ultrapassaram a França e se tornaram o maior consumidor de vinhos do mundo, de acordo com dados da consultoria Impact Databank. Em 2013, os norte-americanos consumiram 329 milhões de caixas de vinho, um aumento de 1% em relação a 2012, mas 18% se comparado com 2005.
De acordo com o Impact Databank, o consumo na França caiu 7% em 2013, para 313 milhões de caixas (14% em comparação com 2005). A Itália, terceira colocada no ranking dos maiores consumidores, viu uma queda de 21% desde 2005. A Alemanha, por sua vez, cresceu 4% no ano passado.
A China tem sido foco dos exportadores de vinho por conta de seu mercado apresentar elevação de 38% no consumo da bebida entre 2005 e 2012, o que faz do país o quinto maior consumidor do mundo. No entanto, em 2013, viu-se a primeira queda nesses números. O consumo caiu 6% em relação a 2012, com 187 milhões de caixas de vinhos.
Apesar de os Estados Unidos não serem os maiores consumidores per capita, é o único país entre os cinco primeiros do ranking a ter um aumento a cada ano, desde 2000. No mundo, o consumo caiu no ano passado em 1,7%, para 2,6 bilhões de caixas de vinho. (Fonte – Revista ADEGA – 21/05/2014). Minha observação – A China recentemente também se tornou o maior consumidor de vinhos tintos no mundo, ultrapassando a França.
Flag Button FrançaVINHO SE TORNA PATRIMÔNIO NACIONAL NA FRANÇA – Lei foi aprovada por unanimidade pelos senadores franceses. O vinho foi considerado oficialmente como um patrimônio nacional francês quando todos os senadores votaram a moção por unanimidade no dia 12 de abril. A lei aprovada reconhece que “o vinho, o produto da videira, e seus terroirs fazem parte do patrimônio cultural, gastronômico e rural da França”. Lei prevê que “o vinho, o produto da videira, e seus terroirs fazem parte do patrimônio cultural, gastronômico e rural da França”
A proposta foi elaborada pela primeira vez pelo político de Languedoc-Roussillon, Roland Courteau. “O vinho não será mais visto somente como uma bebida alcoólica comum, o vinho é agora protegido contra ataques e não pode ser desvalorizado no futuro”, afirmou Courteau após presenciar o voto do Senado a favor da lei.
De acordo com Gerard Bailly, um dos membros do senado da região do Jura, a cultura do vinho tem sido parte da herança francesa há 2 mil anos e tem desempenhado um grande papel na fama do país, especialmente, na imagem que leva de capital de alimentos aos olhos do mundo. “O trabalho dos viticultores deixou uma marca profunda na vida francesa e nas paisagens de muitas regiões”, afirmou. (Fonte – Revista ADEGA – 23/04/2014).
DICAS DE LOJAS DE VINHOS EM LONDRES (por Marcelo Copello) – Baseado em dicas de experientes e conceituados críticos de vinho mundiais com os quais mantém amizade, Marcelo aproveitou uma viagem a Londres para mergulhar em alguns estabelecimentos sugeridos. Eis suas conclusões.

London
1 – A primeira e obrigatória parada foi a Barry Bros & Rudd (BBR), na famosa St James Street, onde mora o príncipe Charles. A loja vale uma visita primeiramente por sua arquitetura e historia (tente visitar a adega nos andares subterrâneos). Até pouco tempo aqui não haviam garrafas expostas, comprava-se simplesmente conversando com um vendedor detrás de uma antiga mesa de madeira com listas de vinhos impressas. Hoje há (poucas) garrafas expostas, os vendedores usam computadores (nas mesmas antigas mesas). Mas não se engane pela aparência a BBR é um dos mais dinâmicos negociantes de vinhos de Londres com uma grande oferta de vinhos (disponível em seu site). Não deixe de visitar a seção de uísque.
2 – De uma das mais tradicionais lojas fui a uma das mais novas (e premiadas), a The Sampler. O nome da loja (que traduzo como “o mostruário”) já sugere o que vamos encontrar. São cerca de 80 vinhos em taça, pelo sistema enomatic, em doses que vão de 25ml a 125ml, com preços que começam centavos de libra. Até aí ótimo mas não inédito. O diferencial é a seleção de vinhos disponíveis para serem provados em doses bem baratinhas. A The Sampler oferece vinhos muito interessantes, de Jura a Brasil (havia um Castas Portuguesas da Miolo disponível em dose), e não fica por aí. O que me chamou a atenção foram safras antigas (a bons preços) de Riojas, Bordeauxs e Borgonhas. Provei 25ml de um Calon Segur 1959 e um Rioja Monte Real 1973, além de outros mais jovens e minha conta não passou de 10 libras. Todas as garrafas oferecidas em dose também estão dosponíveis para compra.
3 – Visitei várias lojas, mas onde acabei comprando mesmo algumas garrafas foi na HandFord. Lá encontrei, além de um bom atendimento e uma boa seleção, especialmente em Portugal, Borgonha e sul da França, além de boa variedade de Bordeaux, Loire, Languedoc, Itália e África do Sul.
Ao final de diversas outras visitas ele compilou esta lista abaixo que acho vale a pena imprimir e levar consigo na próxima viagem á capital britânica!
Recomendados:
● Berry Bros & Rudd 3 St James’s Street, London SW1A 1EG www.bbr.com
● The Sampler 266 Upper Street, Islington, London N1 2UQ www.thesampler.co.uk
● Harrods 87–135 Brompton Road, London SW1X 7XL – www.harrods.com
● Terroirs 5 william IV Street, WC2N 4DW – www.terroirswinebar.com
● Brown 49 Columbia Rd. E2 7RG – www.brown.com
● Gordon´s Wine Bar 47 Villiers Street, WC2N 6NE – www.gordonswinebar.com
Outras lojas que merecem visita:
● Fortnum & Mason – www.fortnumandmason.co.uk Loja de departamentos de luxo, com seção de vinhos, forte em Borgonha, Alemanha e fortificados
● Lea & Sandeman www.londonfinewine.co.uk Especialidade: Itália e Borgonha
● Around Wine www.aroundwine.co.uk Um paraíso para quem busca acessórios de vinhos
● Oddbins Fine Wine Store, Farringdon www.oddbins.com Especialidade: Australia, USA
● Haynes Hanson and Clark www.hhandc.co.uk Especialidade: Borgonha.
● Highbury Vintners www.highburyvintners.co.uk Especialidade: além de bons vinhos, cervejas artesanais
● City Beverage Company www.citybeverage.co.uk Especialidade: além de bons vinhos, cervejas artesanais.
Wine Dinner de Sábado (31) na “ A Quinta do Bacalhau”, quem tiver interessado corra pois dos 40 lugares disponibilizados, só sobraram 5! Quem reservar primeiro leva! Para mais detalhes clique na imagem.

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Por hoje é só, um ótimo fim de semana para todos e nos vemos por aqui na Segunda. Salute e kanimambo.

Magnífica Montalcino!

Tenho o privilégio de fazer parte desta confraria e mais uma vez me esbaldar nos abençoados elixiris de Baco, mais uma grande e inesquecível experiência com vinhos marcantes que considero, entre todos os que já provei ou tomei desta região, os melhores em seu estilo, verdadeiros bálsamos para a alma. Tem muito Brunello que gostaria de ser um Rosso Salvioni e esse Poggio di Sotto é um Brunello para o qual faltam adjetivos, pura luxúria! Vinhos de excelência, de extrema persistência na mente e na alma, como bem descreve a amiga Raquel (nossa porta voz da Confraria Saca Rolhas), é fechar os olhos e ser levado numa inebriante viagem ao passado, à cultura e  tradição de uma romântica e sedutora região, é arte e poesia em forma liquida! Enfim, deixemos que a Raquel fale desse encontro em que eu fiquei numa dúvida cruel, se fungava ou bebia e, na dúvida, lambi! rs

Mas é tudo Sangiovese!!!!!!!! Foi a primeira coisa que pensei, quando comecei a organizar as informações pré degustação da confraria.

Toscana
A região da Toscana, situada entre Firenze e Roma, foi o berço da renascença. Sua paisagem verde, recortada em vários tons, possui pequenos vales e montes que não passam de 600m de altitude. Os verões são quentes , muito ensolarados e secos, fazendo dessa paisagem uma grande pintura de cores contrastantes entre o claro e o escuro, luzes e sombras, no mais puro estilo renascentista. Os invernos frios com névoas que cobrem os pequenos vales como um véu pela manhã, transformam sua paleta em tons pastéis.

Foi nesse ambiente que a uva Sangiovese se originou. Alguns dizem que seu nome provem de “Sangue de Giove”(sangue de São João), outros de “Sangue de giogo/gioghetti”(sangue de um monte/montanha, com referências aos Apeninos). É a matéria prima dos principais vinhos da Toscana (DOCG): Chianti, Chianti Clássico, Nobile di Montepulcciano, Rosso de Montepulcciano, Rosso di Montalcino, Brunello di Montalcino, Morellino di Scansano e Carmignano. Todos eles com personalidade marcante e tão diferentes entre si. O que os diferencia é justamente o local de plantio da Sangiovese, que foi se desdobrando em vários clones. Há basicamente dois tipos da mesma uva: A Sangiovesi Grosso, maior, com a pele mais grossa e a Sangioveto, com uvas menores. E dependendo da denominação de origem, vão mudando de nome: Prugnolo Gentili em Montepulcciano, Brunello em Montalcino e Morellino em Scansano.

Tudo começou por conta de uma viagem à Toscana dos amigos e confrades Márcia e Marc, que se dispuseram a trazer umas garrafas do mítico Brunello de Montalcino Poggio di Sotto, que seriam o alvo da nossa próxima degustação. A ideia no entanto, não era conhecer vários produtores, mas sim um produtor em especial a que alguns ali já haviam sido apresentados e vez ou outra comentavam como sendo uma experiência única! Curiosidade atiçada, foram eles atrás do tão bem falado “Poggio di Sotto”. E para lhe fazer páreo, foi escolhido um Salvioni Rosso de Montalcino produzido pela Azienda Agricola Cerbaiola.

Montalcino At it´s Best

Os vinhos de Brunello em Montalcino originaram em 1870, pelas mãos da família Clemente Santi (hoje Biondi-Santi) que replantou todo seu vinhedo com a variedade Grosso, por ser mais resistente, principalmente à filoxera. Nos anos 80, ganhou interesse internacional pela qualidade, que faziam frente aos grandes vinhos Barolos do Piemonte. São vinhos classudos, que demoram 5 anos para serem colocados no mercado ( 6 anos para os reserva). Já o Rosso foi uma opção dos produtores da região, obterem um produto de qualidade, porém com mais agilidade de comercialização. Utilizando as mesmas videiras em safras não tão boas ou mesmo videiras mais jovens, e com apenas 1 ano de maturação na cave, já é possível colocar o produto no mercado. E convenhamos que a diferença de qualidade entre um Brunello e um Rosso di Montalcino, depende muito das mãos do seu produtor, já que a matéria prima é a mesma. Portanto, um Rosso bem feito, poderá ser melhor que um Brunello mal feito. Independente de quanto custou cada garrafa em questão!

E este foi naquela noite o nosso dilema: quais dos vinhos estariam mais sedutores? O Rosso ou o Brunello? Tínhamos ali um ótimo Rosso e um ótimo Brunello, ou seja , deveríamos nos desarmar de todos os paradigmas já estabelecidos e simplesmente apreciá-los. Afinal, nesse universo de bacco, o que menos importa é o julgamento e sim as sensações presentes em cada taça. No meu caso, a única coisa que vinha à mente era a paisagem da Toscana. E não era uma paisagem real, mas sim uma pintura renascentista, com seu realismo particular, revelando-se pouco a pouco como uma história remota. Os aromas facilitavam esse embarque no tempo e no espaço. Naquela paisagem bucólica, permeada de ciprestes e oliveiras, as vinhas e construções em terracota, que inspirou pintores como Leonardo da Vinci, Raffaelo Sanzio, e tantos outros. Nuances cromáticas, sabores e texturas aveludadas deixavam cada um de nós, a cada gole mais tocados e embriagados, no bom sentido, por aquela experiência vivida, que só um bom vinho é capaz de nos oferecer.

Provamos primeiro o Rosso di Montalcino Salvioni 2009 e depois partimos para o Brunello di Montalcino Poggio di Sotto 2007.

Acho que não da para dizer que um vinho é melhor que o outro. Os dois eram muito bons dentro de cada categoria. Obviamente, fiz minhas anotações e acho que a “viagem” foi longa, intensa e certamente quando a experiência é boa, fica para sempre. Foi uma estória com final feliz onde eu arriscaria até a dizer que compreendi o sorriso da Monalisa!

Portugal – Enorme Riqueza e Diversidade Vínica com Precinho!

Castelo almourol Dizem que grandes perfumes vêm em pequenos frascos e, certamente, a enogastronomia deste pequeno país com pouco mais de 92 mil quilômetros quadrados, menor que Santa Catarina, faz jus ao ditado popular e surpreende a maioria que por lá perambula pela primeira vez. Sua gastronomia rica em frutos do mar e carnes diversas, o famoso bacalhau e doces deliciosos, com cada região produzindo uma culinária típica do pedaço, é um prato cheio para os amantes do vinho se esbaldarem em harmonizações das mais diversas, alimentando o corpo e, porquê não, a alma! Visitar Portugal, ô saudade (!),  é também uma tremenda imersão na história com uma vasta opção de locais a visitar e estórias a ouvir numa simples tasca, copo cheio de vinho e umas boas pataniscas de bacalhau!

Falar de vinhos neste país que não possui a maior extensão de vinhedos, não é o maior produtor de vinhos e tão pouco tem o maior consumo per capita, é falar de diversidade, de sabores únicos advindos de uma enorme quantidade de uvas autóctones (cerca de 250) que nos fazem sair da mesmice dos Cabernets, Merlots e Chardonnays de nossa vinosfera. É uma viagem por sabores e emoções diferenciadas que vêm fazendo a alegria dos apreciadores do vinho pelo mundo afora desde muito tempo. Pode-se pensar que a projeção do vinho português no mundo seja algo recente, mas muito pelo contrário! Desde o inicio do século XVII os ingleses já importavam vinhos que, mais tarde, se tornariam os Vinhos do Porto que conhecemos hoje. A primeira região produtora de vinhos demarcada no mundo, é exatamente a do Douro em 1756 ou seja, há muita história por trás dos vinhos portugueses.

Panorama do Douro

Com características únicas, a grande maioria são fruto de blends (mais de um tipo de uva) elaborados com uma série de uvas autóctones pouco conhecidas fora do país como Trincadeira, Castelão, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Baga, Jaen, Tinto Cão, Tinta Barroca, Touriga Franca nos tintos e Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Trajadura, Loureiro, Bical, Encruzado, Roupeiro, Rabigato, Gouveio e Fernão Pires entre os brancos. As uvas mais tradicionais como Cabernet Sauvignon, a Tempranillo que é uma casta típica da península Ibérica e que aqui se conhece como Aragonês (no Sul) ou Tinta Roriz (no Norte), a Syrah e Alicante Boushet muito presentes no Alentejo vêm também sendo usadas com sucesso especialmente nas regiões produtivas mais novas como Tejo e Lisboa onde houve uma maior flexibilização das comissões reguladoras regionais. Incrível como num país tão pequeno possa existir tamanha diversidade de regiões produtoras e com tantas diferenças entre si! Das mais importantes como Alentejo e Douro, de onde sai a produção mais emblemática do país, passando pelo tradicional Dão, a Bairrada da cepa Baga, Terras do Sado com seus bons tintos e emblemáticos vinhos Moscatel, Lisboa e Tejo com sua modernidade e o Minho dos vinhos verdes, entre outras.

Já lá se vai o tempo de vinhos rústicos, pesados sem qualquer finesse! Estamos diante de um Portugal vínico revigorado que merece ser revisitado e conhecido sem preconceitos desde os vinhos mais baratos e jovens para consumo imediato até os vinhos de média e longa guarda de maior complexidade e de preço idem. Nas minhas mais recentes viagens de garimpo por feiras e eventos vínicos, tive o prazer de garimpar alguns rótulos muito interessantes que valem ser conhecidos em função de sua excelente relação Preço x Qualidade x Prazer que deixa claro que hoje os vinho de Portugal são fortes concorrentes dos argentinos e chilenos em vinhos de todas as faixas de preço, mas especialmente nas mais baixas, aventure-se e saia da mesmice, quebre paradigmas e se surpreenda. Eis algumas dicas para você descobrir com preços abaixo de 60 reais:

  • Vilaflor Branco – um vinho branco do Douro que rentemente, na última Expovinis, ganhou o troféu de melhor branco abaixo de R$50 promovido pelos Wine Hunters, um grupo de blogueiros especializados convocados para a missão. Um vinho branco barato porém com conteúdo que satisfaz a maioria e encanta quando se vê o preço. Seu tinto, na mesma faixa de preço que o branco (R$35) não tem a mesma “vibe”, mas é igualmente saboroso.
  • Casa do Lago Tinto – um tinto da região Lisboa que mistura castas autóctones com internacionais, um saboroso blend de Touriga Nacional com Cabernet Sauvignon de corpo médio, ar modernoso, fruta madura, bom volume de boca, um vinho para conhecer e se surpreender pois o blend ficou muito bom. Entre R$45 a 50,00 uma bela compra e gostei do branco também!
  • Casa da Passarela Dão Colheita – Uma região que andava meio esquecida e mal tratada, mas que de alguns anos para cá vem produzindo algumas preciosidades. Este gama de entrada é delicioso e já quebrou a resistência de alguns por vinhos lusos! Vinícola premiada, vinho com boa intensidade de frutos do bosque vermelhos, boa acidez, elaborado com as 4 principais castas regionais (Alfrocheiro, Tinta Roriz, Touriga Nacional e Jaen), que não é cepacol (os mais velhos entenderão!) mas é bom de boca! Também entre R$45 a 50,00.
  • Grandes Quintas Colheita – Mais um saboroso blend do Douro só que desta vez tinto e de uvas exclusivamente autóctones. Corpo médio e muita fruta, final macio, meio de boca muito rico, taninos aveludados e já uma certa complexidade, uma enorme surpresa na faixa de preços. Entre R$50 a 55,00.
  • Confidencial Tinto – também da região Lisboa é mais um daqueles vinhos que encantam ao primeiro gole e o produtor faz questão de não divulgar o blend que, dizem, tem cerca de sete diferentes uvas. Um vinho redondo, harmônico, gostoso e fácil de agradar tanto os de mais litragem quanto os iniciantes desbravadores do mundo de Baco. Na casa dos R$35 a 40,00.

Tem mais ainda, vinhos como os; Gaião do Alentejo; Casa de Cambres Reserva, Castello d’Alba e Casa do Brasão do Douro (abaixo dos R$30!); o Forja do Ferreiro de Beira Interior, o Terras do Pó Branco e Tinto da região Setúbal, enfim uma enormidade de rótulos estão disponíveis, converse com seu fornecedor de confiança e mergulhe nessa aventura que garanto será surpreendente e ainda um plus, nessa faixa duvido que consiga mais prazer com los Hermanos!

Portugal Fixe

Por outro lado, os vinhos topo de gama que se destacavam não só por sua qualidade, mas também pelo preço, agora começam a perder esse atrativo de preço e ficaram no mesmo patamar dos vinhos de seus vizinhos italianos, franceses e espanhóis sendo cada vez mais comum encontrar rótulos na casa dos 400, 500 e 600 Reais no mercado e não falo dos astros Pera Manca e Barca Velha! na faixa de R$200 a 300 são inúmeros os rótulos, porém na igualdade de preços, o atrativo da “marca” e aqui vale a nacionalidade, ainda faz diferença num mercado ainda pouco evoluído e muito levado por estereótipos formados ao longo do tempo. Como, no entanto, achados há em todas as faixas de preço, seguem aqui três dicas de belos vinhos com preços idem face o que entregam. Não vou falar muito sobre eles, por enquanto, mas se der de cara com estes rótulos pode mergulhar sem medo. Eu não garanto (rs), mas se você é leitor assíduo e se dá bem com minhas dicas, posso dizer que não vai se arrepender pois os três entregam mais do que cobram.

  • Grandes Quintas Reserva – premiado rótulos deste produtor do Douro na casa dos 100 reais, de final especiado, longo e prazeroso que acompanhou maravilhosamente uma rabada desfiada sobre uma cama de polenta!
  • DFJ Francos – um vinho da região Lisboa que só é produzido em safras especiais e nesta década só em dois anos foi engarrafado. Causa impacto ao primeiro gole, um vinho de personalidade forte, denso e rico de sabores, na casa dos R$140/150.
  • Monte da Peceguina Tinto – um belo vinho da Herdade da Malhadinha que entrega bem mais que um monte de seus primos alentejanos mais famosos. Um vinho de ótimo volume e estrutura de boca, harmônico, sedutora e vibrante paleta olfativa, mais uma ótima opção nesta faixa um pouco mais alta de preços, na casa dos R$100,00.

Salute, kanimambo e vamos curtir os vinhos de Portugal? Eu tou nessa e faz tempo!!

Copa de Vinhos – Antecipando o Mundial

Bola países            São muitas as boas regiões produtoras que terão seus times nacionais presentes em mais esta copa do mundo que se realizará daqui a poucos dias. Pensando nisso decidi montar um Mundial particular, a dos vinhos de alguns desses países, aqueles que mais se destacam no cenário mundial. Antecipando a copa do mundo de futebol, dia 11 de Junho reuniremos seis representantes desses países num desafio vínico especial e ás cegas nas aconchegantes instalações da Vino &  Sapore. Dos países presentes à copa relacionei os seguintes que são comprovadamente expoentes de nossa vinosfera; Itália, França, Portugal, Espanha, Argentina, Chile, Uruguai, Alemanha, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Autrália e correndo por fora o Brasil. Treze países mas espaço para tão somente seis, o que fazer, quem escolher?! É difícil colocar num mesmo Desafio tamanha diversidade e ainda mais misturar brancos com tintos, então de cara a Alemanha caiu fora. Sim eles também possuem bons tintos, mas seus grandes vinhos são realmente os brancos!

Bem, ainda preciso cortar CINCO! Como segunda condição para corte, optei por eliminar os menos representativos no mercado e aí caíram fora mais três; Grécia, Estados Unidos e Croácia. Considerando-se que não dá para eliminar França, Itália, Espanha, Portugal, Argentina e Chile, lamentavelmente sobraram três que ficarão em stand-by o Uruguai, Austrália e o Brasil. Afinal, se o Felipão pode ter uma reserva estratégica de sete porquê eu não posso ter três!

Agora vou conversar com meus parceiros para ver quem quer participar e que rótulos escalaremos em mais esse Desafio às Cegas e dia 2 de Junho, uma Segunda-feira, publicarei a lista dos convocados para esse embate que se dará na Vino & Sapore no dia 11, véspera da do inicio da Copa, a partir das 20 horas. Como teremos tão somente 14 vagas em aberto, eu sugiro que façam desde já vossas pré-reservas através do e-mail comercial@vinoesapore.com.br .

Salute e kanimambo, uma ótima semana para todos e e esta semana o blog estará bem mais ativo e eu também! Afinal, no dia 31 tem o meu Wine Dinner Português (ainda temos umas 10 vagas das 40 iniciais!), e Junho estará bem ativo então muita coisa a organizar!

Wine Dinner ou Melhor, Jantar Vínico Luso!

Gente, engordei mais dois quilos só fazendo testes lá na “A Quinta do Bacalhau”, mas a meu ver valeu a pena, as harmonizações ficaram bastante interessantes e algo diferentes do padrão, gostei. Os pratos são deliciosos, os vinhos muito saborosos e escolhidos com muito critério então garanto que prazer não faltará e, talvez, até algumas surpresas! Dia  31/05 (Sábado) a partir das 20 horas receberemos os amigos (limitado a 40 participantes e já só sobraram 24) para um jantar harmonizado nesse gostoso e charmoso restaurante no km 39 da Raposo Tavares, acesso para Caucaia do Alto onde frequentemente almoço, seu executivo vale bem a viagem para quem é da região!

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A gastronomia portuguesa é divina e muito diversa indo muito além do Bacalhau, apesar deste ser a estrela mais conhecida. Os Vinhos portugueses passam por uma fase maravilhosa com deliciosos vinhos nas mais diversas gamas de preço e estilo, então vamos juntar esses dois destaques da cultura portuguesa num menu degustação devidamente harmonizado, um evento promovido a quatro mãos, as da Iva (proprietária do restaurante) e as minhas, que esperamos seja de vosso agrado. Vejam os detalhes abaixo e façam já suas reservas, pois como já disse haverão tão somente 40 lugares disponíveis. Por R$140,00 por pessoa (R$270 o casal), os privilegiados participantes terão a oportunidade de se deliciar com:
Acepipes – Bolinho de bacalhau, Punheta de bacalhau, Pimentões assados e Beringela á moda harmonizado com Espumante Luis Pato Maria Gomes Bruto. (100ml)
Entrada – Alheira com ovo e batata frita harmonizada com Muros Antigos Loureiro (100ml)
1º Prato – Bacalhau com Natas harmonizado com o vinho Grandes Quintas Colheita (100ml)
2º Prato – Borrego assado (paleta de cordeiro) com batatas coradas harmonizado com o DFJ Francos Reserva (100ml).
Sobremesa – Pastel de Santa Clara harmonizado com Van Zeller Porto Tawny 10 anos (50ml)

Clipboard Wine Dinner Luso

Todos os rótulos servidos (mais detalhes abaixo) estarão disponíveis para venda com preços promocionais ao final do jantar, uma ação em parceria com a Vino & Sapore. O valor inclui água, café e serviço assim como uma taça de 100 ml de cada vinho exceto do Porto do qual será servido 50ml. Pedidos adicionais serão cobrados á parte. Junte seus amigos ou familiares e garanta já sua vaga devendo o pagamento ser efetuado no ato da reserva que poderá ser feita tanta na Vino & Sapore como na Quinta do Bacalhau vejam os dados para contato abaixo:

Vino & Sapore – comercial@vinoesapore.com.br ou Tel. (11) 4612.6343
A Quinta do Bacalhau – contato@aquintadobacalhau.com.br ou Tel. (11) 4616.5481

  • Luis Pato dispensa apresentações e este espumante brut elaborado  com 100% de cepa autóctone portuguesa Maria Gomes (mais ao sul conhecida como Fernão Pires) mostra toda a sua arte.
  • Muros Antigos Loureiro 2012 sai da mão de outro mestre do vinho, o enólogo Anselmo Mendes, e este vinho foi escolhido como um dos 50 melhores vinhos portugueses para o mercado brasileiro no ano passado. É meu conhecido e intimo companheiro de taça já faz um tempinho!
  • Grandes Quintas Colheita 2009, um produtor que descobri recentemente na Expovinis e que me seduziu pela qualidade e sobretudo pelos preços de seus vinhos. Um blend típico duriense de castas autóctones da região que certamente será do agrado de todos, tenho a certeza!
  • Francos Reserva 2009, mais uma grata surpresa da Expovinis e um vinhaço! Da região Lisboa, obteve da Revista de Vinhos  em Portugal o Troféu de Melhores Vinhos Portugueses de 2013 (foram cerca de 100 vinhos escolhidos) e seu enólogo José Neiva Correia foi distinguido com o título de “Senhor Vinho” por sua obra. Vinho produzido somente em grandes anos, sendo esta sua segunda edição. Um achado!
  • Van Zeller Porto Tawny 10 anos, é uma criação de Cristiano Van Zeller conhecido como um dos Douro Boys e produtor de grandes vinhos, entre eles o CV Tinto que para mim é um dos melhores vinhos portugueses da atualidade. Só isso já basta como introdução, porém na boca….hummmm, uma bela forma de encerrar este encontro!

Meus amigos, é só (ufa!!), mas se não reservar logo não adianta reclamar depois! Salute, kanimambo e um ótimo final de semana para todos, agora só volto Segunda.

Harmonizando Clássicos de 2009 Parte II > Salton Talento

Bem, eis a segunda parte do Post de Segunda-feira e desta feita fui de vinho Brasileiro, Salton Talento um saboroso blend de Cabernet Sauvignon (60%), Merlot (30%) e Tannat, mais um clássico e mais um porto seguro que há anos encanta os que já conseguiram deixar o preconceito de lado. Neste último fim de semana, optei por não ir para a cozinha e saí com um casal de amigos para desfrutar das massas leves e deliciosas do Stéfano. Me incomodou o fato de que, por telefone, terem me dito que o valor da rolha, que até acho justo, seria cobrada porém que o valor dependia do vinho, mas enfim, decidi arriscar e pelo menos fiquei só nos 25 Reais, menos mal! Como a Rejane, nossa garimpadora gastronômica, estava presente, não vou falar do restaurante nem de sua comida pois ela certamente o fará, então vamos direto no vinho e na harmonização.

O que gosto deste vinho e desta vinícola, é que não se deixaram levar pelo sucesso permanecendo com uma política de precificação adequada e competitiva e, importante, manifestou há época seu desapreço pela tentativa de implantação das maledettas salvaguardas ao vinho brasileiro, tendo sido a única vinícola grande a fazê-lo, respeito isso. Não entram em delirius tremulis quando um de seus vinhos se sobressai nem tentam produzir ícones e sim vinhos que qualquer um possa tomar e, muito importante, com boa qualidade desde sua gama de entrada,  como prova sua nova linha Intenso sobre a qual falarei um dia desses.

Há cerca de 5 anos montei um Desafio de Vinhos ás cegas entre blends do novo mundo com preços acessíveis tendo havido 9 rótulos em prova, incluindo aí rótulos do Chile, Argentina, Uruguai , Austrália e outros brasileiros. Para a surpresa de todos, (você pode ler sobre isso clicando aqui) o ganhador foi exatamente o Salton Talento que de lambuja também levou o troféu de melhor relação Custo x Beneficio. O que comentei na época segue válido agora; “No olfato, uma certa timidez inicial que vai se abrindo na taça de forma sutil e delicada mostrando aromas de ameixa, cassis com algo de chocolate. Na boca mostra bom corpo, fruta madura, boa acidez, taninos finos e aveludados ainda bem presentes num final de boca bastante redondo e de boa persistência, harmônico enchendo a boca de prazer.” O 2009 confirmou o equilíbrio encontrado com o de 2005 que tomamos no Desafio e o preço pouco mudou pois encontra-se por aí ao redor de R$60 a 70 versus os R$58 de cinco anos atrás, nada mal! Um bom vinho que sempre me agrada abrir.

A harmonização foi com massa, especificamente Rondelli de presunto e queijo + Canelone de carne, este último sendo a especialidade da casa, ambos com molho vermelho. O vinho pode facilmente encarar pratos mais pesados, como o cabrito e coelho à caçadora que eles também têm no cardápio, porém não matou a massa não. A boa acidez do vinho enfrentou bem a acidez do molho e a harmonização até que satisfez e, obviamente, a companhia também ajudou e muito! Minha nota para a harmonização vai ficar em 4,  faltou o chan!!!

Harmonização FV Talento e Pasta

Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui.

Harmonizando Clássicos de 2009 – Parte I > Quinta da Bacalhôa

Curto harmonizar meus vinhos e sempre que possível pratico esse exercício até porque, na minha opinião, um nasceu para o outro! Já postei essas imagens no face, porém esta semana quero compartilhar com os amigos essa experiências de forma mais completa tentando colocar no papel, digo no teclado, algo mais! Por outro lado, a partir deste post, sempre que escrever sobre experiências de harmonização darei uma nota até cinco; 1 quando nada deu certo, 2 quando for muito meia boca, 3 quando for abaixo do esperado mas aceitável, 4 quando for justo mas sem chegar a encantar e 5 quando extrapolar.

Na Páscoa me meti a, pela primeira vez, fazer um bacalhau à Lagareiro com batas ao murro e entrei na rede fuçando por receitas, gente como tem receita diferente para a mesma coisa, impressionante! Enfim, depois de muito fuçar acabei optando pela que me pareceu mais tradicional e que achava ser capaz de realizar considerando minhas limitadas aptidões na cozinha. Compartilho o link aqui e, cá entre nós, ficou da hora e os elogios foram unânimes tendo eu trocado o tomate da receita por pequenas cebolinhas. Agora preciso repetir para ver se não foi só sorte de principiante! rs Ah, óbvio que os lombos foram de Gadus Morhua, porque o bacalhau certo é o primeiro passo para o sucesso do prato.

Clipboard Bacalhau à lagareira

Para acompanhar, optei por uma garrafa de minha adega de guarda, um não muito antigo e clássico, “Quinta da Bacalhôa 2009” que se mostrou um parceiro perfeito para o Bacalhau. Estava um pouco preocupado de inicio pois este vinho costuma demorar alguns anos mais para mostrar toda a sua exuberância, mas ficou no ponto, um equilíbrio perfeito com o prato. Para quem não conhece (está esperando o quê?), este vinho é elaborado na região de Setúbal em Portugal desde 1979 tendo como protagonista a Cabernet Sauvignon e um leve toque de 10% de Merlot ou seja, nada das célebres uvas autóctones portuguesas. Fruta presente sem exageros, algo de notas vegetais típicas da cepa, ótima estrutura e volume de boca, taninos aveludados, acidez em perfeito equilíbrio, final de boca longo e algo apimentado, rico, puro prazer. É um vinho que entra ano sai ano, mostra-se sempre muito equilibrado e um porto seguro, tendo me deixado profundamente satisfeito neste encontro com meu bacalhau de Páscoa e a meu ver logo de inicio, minha primeira nota máxima, 5 pontos!

harmonização FV Lagareira com Bacalhôa

O preço do vinho, estava esquecendo disso, é de cerca de R$150 hoje no mercado o que salga um pouco a harmonização. Por outro lado, os USD 39 do  free shop, já foi 27, é uma boa pedida! Durante a semana publicarei a segunda harmonização com mais um clássico de nossa vinosfera safra 2009, aguardem. Por hoje é só e espero que tenham uma ótima semana. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Aguarde!

A gastronomia portuguesa é divina e muito diversa indo muito além do Bacalhau, apesar deste ser a estrela mais conhecida. Os Vinhos portugueses passam por uma fase maravilhosa com deliciosos vinhos nas mais diversas gamas de preço e estilo, então vamos juntar esses dois destaques da cultura portuguesa num menu degustação devidamente harmonizado. Um menu degustação desenvolvido por mim em parceria com a Iva (proprietária do restaurante) da “A Quinta do Bacalhau”, com cada prato sendo harmonizado com um bom vinho. Como sempre, algumas harmonizações fora do padrão e vinhos pouco conhecidos porém de qualidade irretocável fruto de meu garimpo por produtos e sabores diferentes privilegiando sempre o binômio Qualidade & Preço. Informações em breve, mas vão preparando o palato para mais esse gostoso encontro que desta feita se realizará num Sábado.

Clipboard banner Wine Dinner Português

Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana.

Encontro de Vinhos em Ribeirão Preto

Os amigos de Ribeirão vão ter um Sábado daqueles porque o Encontro de Vinhos dos amigos Beto e Daniel chega na cidade em mais uma edição deste gostoso evento que já está virando referência da vinosfera regional e eu recomendo. Adotando o conceito Road show, o Encontro de Vinhos visita as maiores capitais do Brasil levando para estes locais o que há de melhor no mundo do vinho sendo que no interior do Estado de São Paulo somente duas cidades de interior fazem parte do calendário Ribeirão Preto e Campinas. Eis a nota recebida dos amigos:
Conhecida pelo seu potencial enogastronômico e pela cultura no consumo de cerveja, a cidade de Ribeirão oferece ao público conhecedor da boa mesa uma ampla gama de bares e restaurantes. É nesse palco que o vinho pretende alavancar o consumo e se tornar excelente opção aos apreciadores da cerveja e do chopp.
O evento, que foi sucesso ano passado, pretende alcançar na sua quinta edição, a marca de 600 convidados. Serão mais de 200 rótulos disponíveis para degustação, que acontecerá dia 17 de maio no Hotel JP a partir das 14h. A Miolo marcará presença com uma ilha de espumantes, onde o visitante poderá degustar todo o seu portfólio de produtos e escolher a melhor opção para levar para casa.
Estão confirmados como expositores: Miolo, Ideal Drinks, Devinum, Portus Cale, Enocultura, Valduga, Domno, Aurora, Max Brands, Perini, Basso, Routier Darricarrère, Carmelo Pati, Decanter, Interfood, Família Cassone, Winefit, Brastemp e Queijo d’Alagoa.Os convites podem ser adquiridos pela internet (www.encontrodevinhos.com.br ) ou no local pelo valor de R$ 60,00. Sócios ABS-São Carlos terão 50% de desconto.

Aproveitem, pela lista de expositores haverão belos rótulos para provar. Salute e kanimambo.

encontro de Vinhos em Ribeirão

A Acidez no Azeite Realmente Importa?

Venho começando a decifrar esse outro mundo de sabores tentando entender seus segredos e descobrir seus usos, muita coisa interessante devo dizer! Não pretendo me tornar um expert, mas me sentirei algo mais feliz quando puder interpretar melhor esse ouro liquido e sair um pouco do; gosto – não gosto para o gosto-não gosto porque……… Abaixo listo alguns links interessantes para quem tiver a mesma curiosidade que eu mas a razão deste post tem a ver com a quebra essencial de alguns paradigmas para nos facilitar a compra e começo exatamente pelo tema acidez que acho que talvez seja o mais enraizado em nossa pouca cultura “olival”! rs Lembrando, azeites Extra Virgem possuem um limite máximo de 0,8% de acidez e os Virgens até 2%.

Como na loja sempre tenho alguns azeites disponíveis tanto para prova como para venda, é comum ouvir alguém dizer que um azeite de 0,2 é mais saboroso que um de 0,5%. Pois bem, a acidez apenas indica qualidade das azeitonas utilizadas e o zelo no manejo, porém não indica o sabor. O sabor tem a ver com o tipo de azeitona (pelo que pude ver são cerca de 270) e estado de maturação. A sua acidez, apesar de ser considerada um fator de qualidade, não garante um bom produto a ser consumido. O sabor e o aroma do produto é resultado de um complexo equilíbrio de pelo menos 70 compostos diferentes (cetonas, éteres, alcoóis, entre outros) que são transmitidos em gradações diversas, primariamente, pela variedade e pela maturação dos frutos no momento do processamento e, secundariamente, pelo micro clima e pelo solo em que a árvore está plantada. Já a acidez é gustativamente imperceptível. No entanto, esse índice tem um outro valor: a acidez tende a ser menor quando a coleta e o processamento das azeitonas é bem feito. Por isso é comum que bons azeites tenham acidez baixa. No entanto é possível encontrar um azeite com grau de acidez baixo, mas com pouca personalidade, pouco aroma e de sabor apagado e, também o contrário, um azeite com acidez um pouco mais alta, mas de presença marcante na boca. Por isso muitos produtores de Extra virgem sequer mencionam o percentual de acidez no rótulo.

Azeite de Oliva

Eis mais algumas dicas sobre o tema, lembrando que este post é uma coletânea de textos tirados do site do Empório Aioli, da Companhia dos Azeites e do Azeite Online.

  • A cor não define a qualidade do azeite de oliva. Representa somente a fase de maturação em que ocorreu a colheita das azeitonas. As azeitonas são verdes no começo do seu ciclo de amadurecimento e se tornam negras no final. As degustações profissionais são feitas num copo azul escuro que não permite ver a cor do azeite, porque esta influencia a percepção visual, mas é irrelevante em relação à sua qualidade.
  • Diferentemente do vinho, o azeite não melhora com o tempo. Deve ser consumido o quanto antes, de preferência dentro do primeiro ano de produção. Quando bem conservado, seu prazo de validade é de três anos.
  • É melhor fritar com azeite de oliva. Além de ser uma gordura vegetal mais saudável, ele agüenta maiores temperaturas sem oxidar, e cria uma película envolvente no alimento que impede que este se encharque de gordura. Do ponto de vista do sabor, é insuperável. Experimente um simples ovo frito em óleo convencional e outro no azeite de oliva. Desfrute a diferença!
  • Como no vinho, o ar, a luz e o calor, afetam a qualidade do azeite de oliva. Por isso, convém conservá-lo em embalagens lacradas, escuras, em temperatura ambiente e distante da incidência direta da luz.
  • Origem Artesanal – Pesquisas comprovam que o melhor azeite é o fabricado em pequenas escalas, com produtos mais artesanais e consumidos na mesma safra.
  • Micro Climas – O sabor do azeite produzido em cada país tem as suas características específicas e dentro de cada país cada região possui características diferentes da outra. Um azeite do Alentejo em Portugal, certamente será diferente de um do Ribatejo, Do Douro ou dos Trás-os-Montes, então saber sua origem é essencial.
  • É mito dizer que azeites de primeira prensagem são melhores. Na verdade, todos os azeites de oliva virgens, bons ou ruins, nos dias de hoje, resultam de uma primeira prensagem, portanto não é esse um fator que define a qualidade do produto.
  • Origem do Azeite – leia bem o rótulo, pois na Itália, por exemplo, que consome e exporta mais do que produz, há diversas empresas que importam azeites de outros países e envasam com marcas italianas, obtendo produtos de boa qualidade, mas não necessariamente azeites obtidos de azeitonas produzidas na Itália. O mesmo pode ocorrer com outros países. Nestes casos, normalmente se encontra no rótulo dizeres como “Embalado na Itália” ou “Envasado em Portugal”, mas não informam onde o azeite foi produzido e este pode muito bem ser espanhol que é o maior produtor mundial de azeite. As marcas que são produzidas e envasadas em um determinado país utilizam dizeres como, por exemplo, “Produto Espanhol”, ou “Este produto cumpre com as especificações do país de origem”, “Produzido e embalado em Portugal”, ou “Denominação de Origem Protegida (D.O.P.)”, o que assegura que aquele azeite é de origem conhecida (país e/ou região). Azeite produzido e envasado (ou engarrafado) por um produtor, no país de origem da marca são um indicativo, apesar de não ser uma certeza, de que o azeite pode apresentar uma melhor qualidade.

Para finalizar, uma dica da nutricionista Eneida Ramos colunista da revista Veja para testar a qualidade de seu azeite extra virgem; Como saber se o azeite é realmente extra virgem? Sim, porque existe muita safadeza por aí como foi denunciado há pouco tempo pela grande mídia, então melhor confirmar!

  • Coloque um pouco de azeite (em um recipiente de vidro) ou o próprio vidro de azeite dentro da geladeira. Mantenha a geladeira fechada por 48 horas (aproveite para fazer esse teste quando viajar em algum final de semana). Ao abrir a geladeira, o azeite extra virgem deverá apresentar–se espesso. Isso acontece, porque o ponto de fusão (transformação de líquido para sólido) do azeite acontece na temperatura de 13-14° C, ou seja, com o abaixamento da temperatura o azeite deverá solidificar, e apresentar-se na forma pastosa.

É isso, salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.