fevereiro 2014

Dicas da Semana

Bem, para quem gosta, o Carnaval é um prato cheio, porém há quem prefira paz e tranquilidade então para esses há aqui uma boa leva de dicas para analisar com calma neste feriado pra lá de longo, enquanto curte uma boa taça de vinho em melhor companhia ainda!

Curso de Vinhos Em Sampa na Winet do amigo Deco Rossi – Não sei se ainda tem vagas, mas o amigo manja do riscado e pelo que sei seus cursos valem muito a pena, então tá esperando o quê? Liga lá, liga!

Curso Deco

Faça seu Vinho aqui bem pertinho de Sampa – Outro amigo que promove um evento legal para quem quer descobrir como fazer vinho e ajudar a fazer o seu. O Gustavo Borges da Vínicola Bella Quinta aqui em São Roque traz as uvas do Rio Grande do Sul e elabora os vinhos aqui. Para quem não pode se deslocar para berço do vinho brasileiro, eis uma  o bela oportunidade de introdução aos segredos de Baco!

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Expovinis 2014 – Bem é só em Abril, mas as inscrições para os profissionais do ramo já estão abertas e desta vez nossas criticas foram ouvidas, TRANSPORTE FREE da feira para o metrô e Expovinis 2014vice versa, oba!! Desta feita a maior feira de vinhos da América Latina terá a administração da SIAL; “Nesta edição, incrementamos alguns aspectos da feira para garantir a comodidade de quem nos visita. Esperamos que os profissionais façam bons negócios e que tenham uma experiência positiva durante os três dias de evento”, explica Clélia Iwaki, diretora da BTS Informa, que, juntamente com o grupo francês Comexposium, forma a joint venture SIAL Brasil Feiras Profissionais, responsável pela organização do ExpoVinis Brasil a partir deste ano – até 2013, a feira era organizada pela Exponor Brasil.

Representantes do Velho Mundo como França, Portugal e Itália, e do Novo Mundo como Chile, Argentina, Uruguai e África do Sul, são alguns dos países que vão apresentar suas novidades, além, claro, dos vinhos do Brasil. Este ano, também desembarcam no ExpoVinis produtores da Holanda e da Polônia.

         O pré-credenciamento de profissionais pode ser solicitado pelo site www.expovinis.com.brExpovinis credencial  na seção ‘Credenciamento’, e aqueles que concluírem o processo até o dia 10 de março vão receber a credencial de acesso no local de escolha do visitante.  Essa eu recomendo e minha credencial já está prontinha! Nos encontramos por lá nos dias 22, 23 e 24 de Abril?

18º Salão Internacional do Vinho – 22 a 24 de abril / Expo Center Norte – Pavilhão Azul – Vila Guilherme – São Paulo / Facebook: ExpoVinis Brasil / Twitter: @expovinis

Chilean Wine Ambassador 2014 – Esta é para sommeliers, vendedores, confrarias, alunos da Wine & Spirit Education Trust, Wine Hunters, associações de sommeliers e grandes apreciadores e conhecedores do mundo do vinho.  Seminários exclusivos, com a presença do Top Winemakers, o evento dirige-se aos profissionais e apreciadores do vinho chileno, com palestras e degustações de vinhos top do Chile. Ao final do evento, será escolhido o embaixador do vinho chileno no Brasil!

O seminário oferece uma verdadeira oportunidade para saber mais sobre esse incrível país, sua diversidade de estilos, terroirs, sabores, climas e riquezas vitivinícolas, uma viagem para aprender, sentir e degustar o Chile. Seu conceito é apresentar um Chile unido, integrado, um país com novas propostas de vinhos; mostrar sua riqueza por meio da diversidade de vales e estilos enológicos.

Chilean Wine embassador

Quer saber mais sobre o Seminário Central Chilean Wine Ambassador – R$ 1.200,00 (parcelado em até 6 vezes no cartão de crédito, depósito em conta ou boleto bancário).  Consulte ao Terruares: vendas@terruares.com com Cristóbal Pérez Navarro  ou pelo telefone,  (011) 98799-1796. A partir das 18:30 uma Feira de Vinhos acontece no mesmo espaço com degustação de mais de 100 vinhos chilenos brancos, tintos e espumantes de 15 importadoras. Além disso, haverá degustação de Pisco e outros produtos de origem chilena.

Valor de investimento na Feira; R$ 120,00 porém os participantes do Seminário Chilean Wine Ambassador terão acesso liberado à feira.

              Bom feriado para todos e quem for para a folia, calma que o mundo não acaba na Quarta-feira de cinzas não! Responsabilidade é essencial, divirtam-se e espero revê-los por aqui após a farra. Para quem não for viajar, eu estarei de plantão na Vino & Sapore tanto no Sábado quanto de Segunda e na quarta abrimos normalmente, então dê uma passada por lá e venha me fazer companhia! Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Garimpando + Gostosuras Gastronômicas.

Mais uma dica de gastronomia da amiga Rejane que parece tomou gosto pelo riscado! Houve aqui uma bela harmonização de textos o que só vem enriquecer este blog que trata de enogastronomia e não só de vinhos, pois acredito que um não vive sem o outro. Seja alta gastronomia ou cozinha de fim de semana, com uma boa taça de vinho tudo ganha outra perspectiva. A Rejane e o Helio curtem demais esse garimpo gastronômico assim como eu o das coisas de nossa vinosfera, então adorei esta nova “aquisição” de GENTE que curte as boas coisas da vida sem perder de vista a perspectiva dos valores essenciais a ela. Valeu Rejane!

Oie, o primeiro “bate-papo’’ sobre o “Garimpo Gastronômico”, foi bacana (ainda se usa essa gíria?!)…rsss Essa é a idéia! Conversar como disseram alguns leitores e amigos, “ao pé do ouvido”, uma conversa  leve descontraída, cheia de paixão verdadeira por essa nossa culinária tão maravilhosamente diversificada.

Não estou aqui para criticar isso ou aquilo, mas comentar as gostosuras encontradas a ponto de vocês sentirem uma vontade doida de provar, ou ao menos de conhecer. Longe de mim  fazer com que corram para o Google a fim de entender termos técnicos.

Vamos ao que interessa? Pensem em uma comida irrepreensível, sem maquiagens desnecessárias; bem servida, na medida certa. Você nem fica com pena de desmanchar o prato, e muito menos pensa que talvez fosse melhor ter pedido uma pizza. Capitou?! Hummm… parece que estou sentindo os aromas. Sério!!!

Rancho 53 – Sabores de Portugal

Ambiente tipicamente Luso, cheio de pratos pintados á mão, trajes típicos, vinho, vinho, vinho, vinho e quando você pensa que acabou dá-lhe mais vinho, (me senti como o Esquilinho do desenho A Era do Gelo… ai aii… opa, voltando). Tem um empório enorme, que vende desde polvo gigante congelado, até Pata Negra, o legitimo! Os pratos?  Bacalhau de tudo quanto é jeito, tem jeito que eu nem imaginava que existisse e uma ou outra opção tipo; filé com fritas, arroz com sardinha, petiscos diversos. Pedimos um prato excepcional, que Rancho 53delícia!

Pensem em um polvo gigante mesmo, impecavelmente temperado, e feito na brasa, com batatas assadas na brasa também e brócolis , com alho. Polvo a Lagareiro, olha a foto e veja o tamanho de um dos tentáculos. O prato é servido com três a quatro tentáculos, e atende muito bem duas a três pessoas.

O atendimento é muito bom, bem cordial, sem exageros, tem um sommelier na casa, e você pode entrar na adega para escolher um vinho, ou simplesmente para conhecer. Os vinhos vão dos mais simples, porém honestos aos “ tops tops”; afora os licores, cachaças, e os mais diversos aperitivos e digestivos.

Já os doces, apesar de portugueses deixam a desejar, não vale a pena pedir; melhores em disparada os da Vino & Sapore (hum… Toucinho do Céu …de lí ci aaaa … olha o Merchant  João).

Agora temos que conversar sobre preços, afinal amigos são também para dividir a conta. Tipo, na alegria e na tristeza…rss Vá se preparado, nada suave, mas justo pela qualidade!

Ah, ia me esquecendo, toda quinta tem “Noite do Fado”, música Portuguesa  ao vivo… Ora Pois! É isso aí, espero que gostem da dica.

Bjusss e “óteeemooo garimpo”.

Onde fica:

Rodovia Presidente Castello Branco, Km 53, Araçariguama – São Paulo – SP

Tel.: (11) 4136-1381 / www.rancho53.com.br / facebook.com/rancho53”

        Bem, como disse no post de Segunda, esta semana teria mais gastronomia e na Sexta mais uma seção de Dicas da Semana com coisas bastante interessantes. Me aguarde, salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui.

 

 

Bacalhau Luso-Italiano e Tannat de Salta, Combinação Inusitada

Hoje falo de comida, meu prato de Domingo (rs), e de “prefácio” uso o texto que o Jair Oliveira (Jairzinho para os mais antigos) colocou no cardápio do restaurante de sua mãe aqui na Granja, o Escondidinho, onde em breve realizarei alguns eventos. Adorei, pura poesia de quem entende do riscado.

“Quando a boca torna-se a porta do paraíso,

a alma delicia-se sem juízo e o prazer cresce quase sem medida.

Pois é assim que é bom levar a vida; com o sabor escondidinho num sorriso

e o paraíso escancarado na comida.”

(Jair Oliveira)

Bacalhau Luso-Italiano, a união de Baca & Pasta deu samba em terras brasileiras acompanhado de um Tannat de Salta, é o samba do crioulo doido em véspera de carnaval!. Mais um prato fácil e gostoso para você testar em sua casa, tenho a certeza que o pessoal vai curtir, eu me deliciei. Já o vinho, esse fica a seu gosto, mas como já tinha um Tannat de Salta aberto, imaginem só,  tomei junto e ………….. surprise, “ornou” legal! Tannat com bacalhau, o João pirou? Pirei não minha gente, este Tannat é para lá de especial e deu muito certo! Vamos à receita para 4 pessoas com sobra para a marmita de Segunda! rs

400 grs de bacalhau em lascas ou desfiado Gadus Morhua.

1 cebola média

2 dentes de alho

600grs de spaghetti de grano duro

200grs de tomate cereja bem madurinho

Salsinha, cebolinha, azeitona preta picadinha, pimenta do reino a gosto, muito azeite e três ovos cozidos.

Dessalgue o bacalhau em água gelada na geladeira por 24 horas trocando a água pelo menos duas vezes. Guarde a água da segunda e terceira (derradeira) troca e adicione na panela em que o spaghetti será cozinhado. Como essa água já é salgada, sugiro esquecer o sal nesta receita! Escorra bem o bacalhau e deixe-o descansar por cerca de uma hora bem regado com azeite, um foi feito para o outro, pois realça o sabor do bacalhau. Desfie, lasque bem o bacalhau e guarde.

Bacalhau Luso-Italiano by JFC

Refogue no azeite a cebola, alho, tomate e salsinha finalizando com o bacalhau. Misture bem e quando o bacalhau começar a dourar adicione um pouco de cebolinha e pimenta do reino moída a gosto. Jogue a spaghetti na panela ou frigideira alta, que é a que gosto de usar, e misture bem. Desligue o fogo, termine adicionando o ovo cozido grosseiramente cortado por cima para finalizar o prato. Sirva com um bom azeite do lado, eu adoro regar bastante! Viu, não falei que era fácil!

Quanto ao vinho, recomendo um tinto não muito tânico e redondo, mas harmonize CAM00017como queira, afinal se há 1001 maneiras de fazer bacalhau, há outras tantas para harmonizar. Eu, que não sei cozinhar sem vinho, já tinha aberto um que curto muito e que, lamentavelmente, por aqui não chega, é o Colomé Lote Especial Tannat de Salta comprado no produtor.  Apenas 1430 garrafas produzidas, 14 meses de barrica e imperceptíveis 14.9% de teor alcoólico, juro! Macio, frutos negros típicos da casta, algum tabaco, meio de boca extremamente rico e absolutamente sedutor, sedoso com um final de boca longo e muito saboroso não tendo passado por cima não! Certamente que não é a harmonização clássica, mas ficou muito bom!  Bem, por hoje é só, mas na semana ainda falaremos mais de gastronomia aqui no blog com a participação da Rejane, pois onde há boa comida há sempre a presença de vinho e vice-versa. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

O vinho faz da refeição uma ocasião, torna a mesa mais elegante e cada dia mais civilizado.” Andre Simon, comerciante e wine writer francês.”

Um Banho de Sauvignon Blanc no Saca Rolhas

 Sauvignon-blanc-wine-and-grapes-770x537 - wine folly A Confraria Saca Rolhas aproveitou o verão quente para se refrescar numa viagem pelas diversas faces desta saborosa e fresca casta de uvas brancas. A meu ver, a Sauvignon Blanc é, entre as uvas brancas mais conhecidas, a que melhor absorve as características de cada terroir em que é plantada, especialmente quando vinificada sem madeira como é a maioria. Nesta saborosa viagem guiada por Baco, pudemos ter um pouco dessa experiência inclusive com a presença de dois vinhos que fiz questão que estivessem presentes pelo fato de me terem impressionado muito bem em recentes degustações, o chileno Terrunyo e o surpreendente Bellavista Estate Bueno.  A uva proporciona vinhos bastante agradáveis em todas as faixas de preços então neste verão há muito o que explorar e nós fizemos isso! Tendo feito este comentário, transfiro a palavra para a porta voz da confraria, a amiga e confreira Raquel Santos que compartilha conosco suas impressões de mais uma agradável noite de alegria e confraternização. Clique na imagem para maiores informações sobre a uva e suas características de acordo com o site Wine Folly.

Com esse calor estonteante que vem fazendo em São Paulo, quando se pensa em vinhos, a primeira ideia que vem à cabeça são os brancos geladinhos, frescos e leves.

         Optamos por conhecer melhor a uva Sauvignon Blanc, que tem como característica principal, a sua refrescância e jovialidade. Os vinhos provenientes desta casta, raramente passam por madeira e salvo algumas exceções, devem ser consumidos jovens. A peculiaridade da Sauvignon Blanc começa no seu amadurecimento, no vinhedo, que é mais rápido que as outras uvas brancas. Desenvolve-se melhor em regiões frias, onde demora mais para amadurecer, ganhando assim mais tempo para adquirir estrutura e complexidade.

         Sua origem se divide entre Bordeaux e o Vale do Loire, na França. Em Bordeaux, tornou-se importante, quase sempre associada a Sémillon na produção de vinhos brancos secos, mais austeros e densos, bem ao estilo dos bordaleses, e doces, como os famosos Sauternes. No Vale do Loire, seus vinhos feitos somente com a SB, são os Sancerre e Pouilly-Fumé. Em duas colinas de calcário e argila, cortadas pelo rio Loire e entremeadas por florestas, que num clima continental, frio, com muita névoa, a Sauvignon Blanc encontrou seu lar perfeito. Seus vinhos expressam esse terroir com tanta naturalidade que quando os provamos, eles nos transportam para aquela paisagem verdejante, como nos contos de fadas, com direito a castelos e lufadas de vento no rosto.

          Fora da França, a Sauvignon Blanc encontrou na Nova Zelândia o clima favorável onde conseguiu mostrar todo seu esplendor. Na ilha do sul, em Marlborough, região setentrional, com muitos ventos vindos do Oceano Pacífico, os dias longos com noites frias, outonos secos, foram propícios para que as uvas amadurecessem lentamente. Nesse clima a Sauvignon Blanc atingiu seu apogeu, resultando em vinhos extremamente vivazes, de grande qualidade que destacaram a Nova Zelândia no mundo. Existem, no entanto, outros lugares onde são produzidos vinhos com a Sauvignon Blanc com qualidade. Nas regiões frias do Chile, África do Sul, e com controle de técnicas de cultivo na Austrália, Califórnia e até no Brasil.

 DOMAINE COLLIN CRÉMANT DE LIMOUX BRUT CUVÉE TRADITION

                 Antes de começarmos a degustação propriamente dita, preparamos nossas papilas com esse ótimo Crémant de Limoux, da região do Languedoc. Trata-se de um espumante elaborado pelo método tradicional, com as uvas Chardonnay, Chenin Blanc, Pinot Noir e Mauzac. Muito fresco, aromático e leve. Além da boa acidez, bom corpo e sabores cítricos, pêra e maçã. Foi uma bela introdução para vinhos de verão.

Saca rolha - Sauvignon Blanc

MAISON SCHRÖDER&SCHŸLER CHARTRON LA FLEUR BORDEAUX SAUVIGNON BLANC 2011

                O 1º vinho da noite veio de Bordeaux, da região chamada Entre-deux-mers, que é o triangulo entre os rios Dordogne  e Garonne, e onde se produz a maioria dos vinhos brancos secos de lá. Esse vinho já havíamos provado no desafio de Bordeaux-margem esquerda x margem direita. Mas sempre é bom repetir o mesmo vinho, porém em um contexto diferente. Nesse caso, ele mostrou toda a personalidade que está impressa no estilo de Bordeaux, com as características da Sauvignon Blanc. Ou seja, muito aromático e fresco, apesar da estrutura densa, encorpada e boa persistência. Um vinho bem complexo, que vai evoluindo sempre. Ótima acidez, que o faz um bom acompanhante de comida e no final, sem perder o frescor, mostrou seu lado mineral, com um sabor de cinza ou fumaça. Muita elegância!

 WILD ROCK INFAMOUS GOOSE SAUVIGNON BLANC 2012

         O 2º vinho, veio justamente fazer um contraste, em relação ao anterior, mostrando a versatilidade que uma única casta, com tratamento diferente (clima, solo, cultura, etc ) proporciona vinhos com a mesma característica, porém com personalidade diferente. Da Nova Zelândia, região de Marlborough, esse chegou marcando  presença! Com uma vivacidade incrível, aromas típicos herbáceos da SB de grama cortada, mineralidade de maresia, cítricos e acidez que fazia salivar. Com o tempo apareceu algo defumado que foi evidenciado pela mousse de haddock e salmão defumado que tínhamos para acompanhar os vinhos. Grande persistência!

 BELLAVISTA ESTATE BUENO SAUVIGNON BLANC 2012

          O 3º vinho, veio da região da Campanha Gaúcha no Rio Grande do Sul. Fruto da fusão entre a Miolo e a Bellavista Estate, de propriedade do Galvão Bueno (o jornalista esportivo ) que se aventurou no mundo dos vinhos e criou a linha Bueno. Contou com a assessoria do enólogo Michel Rolland, e investiu na produção de vinhos de qualidade Premium. Esse, 100% SB, no início causou uma certa estranheza no nariz, algo químico, canforado. Talvez uma mineralidade, que logo foi se transformando. Apareceram ervas aromáticas ( funcho, manjericão ) e um leve frutado ( marmelada ). Boa acidez, bom extrato com frescor. Um vinho muito agradável!

 CASA SILVA COOL COAST SAUVIGNON BLANC 2012

         O 4º vinho, do Vale do Colchágua, no Chile, que é sub dividido em três regiões: Costa ou Paredones, nas escarpas da cordilheira dos Andes. Entre Cordilheiras, zona plana e central e Andes, região de altitude onde está a sub região de Apalta. E foi na região da Costa ou Paredones, de frente para o Oceano Pacífico, que a SB de adaptou melhor por ser uma região mais fria, menos ensolarada, que recebe os ventos oceânicos, além do solo pedregoso. De lá pudemos provar um vinho quase transparente, muito fresco, cítrico, mineral e com ótima acidez. Apesar de sua leveza, tinha uma forte presença aromática e estrutura na boca com certa cremosidade e longa persistência. Acompanhou bem o queijo de cabra, mas acho que escoltaria bem desde  pescados simples, até pratos mais cremosos. Muito versátil!

 JOSE PARIENTE SAUVIGNON BLANC 2009

         O 5º vinho veio de uma região que não tem a tradição da Sauvignon Blanc. Na Espanha, em Castilla y Leon, uma grande planície ao longo do rio Duero, encontra-se uma D.O. (denominação de origem) chamada Rueda. Nesse local a uva principal é a Verdejo, mas a SB também é autorizada. Aqui mais uma vez, o clima é o grande determinante na produção de uvas com qualidade para criação de vinhos frescos e bem estruturados. Com dias de grande amplitude térmica, verões quentes e longos, e invernos muito frios, influência marítima do oceano Atlântico pelos ventos que se guiam através vale do rio Duero (o mesmo que atravessa Portugal, como Douro ).

         Esse vinho começou timidamente mostrando alguns aromas vegetais, herbáceos e com algum tempo, toda a tipicidade do SB apareceu com força. Muito bem equilibrado na acidez, corpo, e sensação alcoólica na boca de calor. No final, me pareceu um pouco pesado (acho que o fator idade influenciou), deixando de lado aquele frescor que sempre se espera desse tipo de vinho.

 CONCHA Y TORO TERRUNYO SAUVIGNON BLANC 2011

          Nosso 6º vinho veio do Chile, mais precisamente do Vale de Casablanca. Trata-se da linha Premium da gigante Concha y Toro, que possui vinhedos nessa região, com vocação para o cultivo das castas Chardonnay e Sauvignon Blanc. Suave no nariz, mostrando muita elegância e sutileza. Sem arestas que chamem a nossa atenção para algo, a despeito de qualquer outra. É o que se pode dizer de um vinho com equilíbrio. Acidez e frescor que cumprem a expectativa que se espera de um Sauvignon Blanc.

CHATEAU DE TRACY MADEMOISELLE “T” POUILLY FUMÉ 2011

               O 7º, e último vinho da noite! Voltamos  à região onde tudo se originou. Pouilly-Fumé, no Vale do Loire na França. São vinhos excepcionais e profundos, principalmente como de uma maneira natural, simples e direta, conseguem descrever, todo aquele “terroir” presente ali há tantos anos. Seus SB são secos, minerais e refrescantes com um leve toque defumado e esse não fugiu à regra. Um vinho para viajar! 

          A Sauvignon Blanc, depois da Chardonnay, é a casta branca mais conhecida e plantada no mundo. Os vinhos elaborados com ela, apresentam grandes variações, expressando as características dos diferentes terroir aos quais ela encontra facilidade em se adaptar. Gosta de climas marítimos, frios, nebulosos, solos calcários e arenosos. Os vinhos geralmente são frescos, sem amadurecimento em madeira, para serem consumidos jovens, com comidas leves. Por isso são ótimos no verão e combinam muito com o nosso clima e a nossa culinária costeira de peixes e frutos do mar.

         Aproveite esse verão, que pelo jeito será longo, e ponha sua garrafa de SB no gelo e refresque-se! ”   Bem meus amigos, por hoje é só e semana que vem tem mais. Falando de vinhos, Garimpando Gostosuras com a amiga Rejane, dicas e curiosidades de nossa vinosfera e “otras cositas más”! Um ótimo fim de semana para todos, salute e kanimambo.

        

  

   

 

 

Degustar, degustar, degustar a melhor forma de se ganhar conhecimento!

         Pelo menos isso é o que dizia Alexis Lichine e eu também acredito piamente nisso, litragem é necessário! rs Por outro lado, num país onde o vinho, como tudo por sinal, está custando os olhos da cara, a degustação serve como uma forma de filtrar rótulos possibilitando compras mais seguras. Enfim, as degustações são sempre uma ótima forma de você descobrir a diversidade de nossa vinosfera sem gastar muito e por isso mesmo a dica desta semana é para você se programar pois há muitas boas oportunidades de adquirir conhecimento de agora até final de Março. Afinal, o saca rolha é nossa principal chave de acesso aos mistérios deste saboroso mundo regido por Baco!

20/02 – Em Piracicaba o amigo Luiz Otavio manda ver legal num Desafio Douro x Duero que também tenho programado mais para a frente. A partir das 20:00 horas – no ENOPIRA. VINHOS APRESENTADOS: 1- Esmero 2005- R$ 150,00 / 2- Alonso del Yerro 2006- R$ 234,00 / 3- Abandonado 2009- R$ 558,00 / 4- Aalto PS 2009- R$ 795,00 / 5- Casa Ferreirinha Colheita 1998- R$ 420,00 / 6- Sastre Regina Vides 2003- R$ 990,00 / 7- Barca Velha 1991- R$ 1.400,00 / 8- Veja Sicilia Único 2000 – R$ 2.000,00. Depois da degustação será servido: Borrego/Anho/Lechazo/Cordero assado com batatas/patatas. PREÇO POR PESSOA: R$ 400,00. Somente 15 vagas. LOCAL: ENOPIRA – Rua Mamede Freire nº 79 I Piracicaba SP. FONE: para Informações e Inscrições: (019) 3424-1583- Cel. (19) 8204-0406. Luiz Otávio – Informações e Reservas pelo E-mail- luizotaviol@uol.com.br

23/02 – Na Granja Viana, Cotia, Uvas Brancas Diferentes – Já dei a dica há cerca de uma semana, mas agora é para valer, realizarei uma degustação especial com vinhos brancos na Vino & Sapore só que com um diferencial; você escolhe as uvas!

Existem no mundo algo ao redor de 1.250 uvas viníferas em uso, no total são cerca de 3.000, e destas 350 são de castas brancas, porém a grande maioria dos consumidores se atém a basicamente duas; Chardonnay e Sauvignon Blanc, eventualmente a Riesling, a Torrontés  ou a Pinot Grigio ou seja, não mais de meia dúzia! Nossa dica de hoje, aproveitando o forte calor, é viajar por outros caminhos e sabores, deixando-se levar de mente aberta e paladar idem, no sentido de descobrir novas experiências sensoriais.

Selecionei algumas uvas menos conhecidas e desta feita os participantes escolhem, previamente (no ato da efetivação da reserva), quais serão as degustadas; Rabigato, Avesso, Viognier, Encruzado,  Chenin Blanc, Greco di Tufo, Torrontés, Gewurztraminer, Grillo, Viura, Verdejo, Semillon, Vermentino, Albariño, Grechetto, e Rjgiallia. A Degustação será acompanhada de Salmão Defumado Marithimus, Mousse de Haddock Chez Maria e Queijos para a gente brincar de harmonização. Quando sua reserva você já escolhe as seis uvas de sua preferência a as com mais votos serão as apresentadas.

Dia 26 de Fevereiro a partir das 20 horas na Vino & Sapore. O custo será de R$75,00 por pessoa devendo este valor ser pago no ato da reserva. Deixe seus preconceitos de lado e solte-se, viaje, saia da mesmice e curta a diversidade de nossa vinosfera. Apenas 12 vagas das quais 8 já estão reservadas! Para reservar: comercial@vinoesapore.com.br, tel. (11) 4612-4647 ou 1433. ESGOTADO !

Dia 13/03 Encontro de Vinhos no Rio de Janeiro – Em 2013 o Rio de Janeiro foi palco para a segunda edição do Encontro de Vinhos e a aceitação do público foi excelente” comenta Beto Duarte, idealizador do projeto. Cerca de 800 pessoas estão previstas para visitarem o evento, que contará com uma média de 40 expositores e mais de 200 rótulos disponíveis para degustação.

Nomes como Concha y Toro, Interfood, Villa Francioni, Pizzato, Wine Lovers, Nicola, Serrado Vinhos, Basso, Cantu, Qual Vinho, Smart Buy Wines, Manz, Ideal Drinks e Wines of Argentina, entre outros, já confirmaram sua presença como expositores. O Encontro de Vinhos oferecerá ao expositor a oportunidade de ampliar sua rede de relacionamentos e ao visitante ótimas opções de rótulos, tanto para o profissional que busca novas referências quanto para o consumidor final que procura boas opções de compra.

Em Abril haverá a edição de São Paulo e eu não abro mão, está sempre na minha lista de eventos obrigatórios a visitar, até porque é promovido com muita competência por dois amigos, o Beto Duarte (Papo de Vinho) e o Daniel Perches (Vinhos de Corte). Vai nessa que eu assino embaixo. Para maiores informações acesse o site: www.encontrodevinhos.com.br .

Dia 13/03 Wine Dinner no Emilia Romagna na Granja Viana (Cotia – São Paulo) – organizei esse agradável encontro de bons vinhos e boa culinária mediterrânea numa viagem de sabores por um menu degustação composto de entrada, três pratos e sobremesa devidamente harmonizados com 5 diferentes vinhos (100ml cada e 50ml o de sobremesa). Em breve detalhes, porém o valor deverá ficar em cerca de R$150,00 por pessoas e limitado a 18 pessoas. Aguardem, mas se quiserem já garantam seus lugares fazendo suas pré reservas.

RiedelDia 26/03 Degustação de Taças Riedel – Imperdível!! Em local ainda a ser definido na Granja Viana, uma viagem incrível desvendando os mistérios das taças de vinhos Riedel e sua influência sobre sabores e aromas. Venda especial de taças no dia. Faça já sua pré reserva pelo e-mail; comercial@vinoesapore.com.br ou por telefone (011) 4612.6343 ou 1433. Seguidor de baco que se preze não pode perder essa!

         Em Abril tem mais, mas por hoje é só. Salute, kanimambo e até o próximo post.

Viapiana Green, Uma Dose de Frescor na Veia!

Tenho que reconhecer que quando me deram esta garrafa para prova, estava um pouco cético já que tenho provado alguns exemplares de brancos brasileiros baratos, que têm deixado muito a desejar. Não, não tenho nada contra o vinho brasileiro, muito pelo contrário, apesar de alguns ainda acharem que tenho o que vem demonstrar como são cegas e surdas essas pessoas, pois basta pesquisar este blog e meus textos para saber em que banda eu toco! Meu problema não é com os vinhos brasileiros, mas sim com a falta de estratégia comercial, precificação equivocada e falta de respeito para com o consumidor no caso das salvaguardas por parte de alguns barões do vinho e de seu órgão representativo, Ibravin. Sorry, já comecei a viajar, vamos retomar ao vinho!!Viapiana Green

A primeira coisa a me surpreender, adoro ser surpreendido, foi o inusitado corte de uvas usado neste vinho; Glera, Chardonnay, Sauvignon Gris e Viognier, nunca tinha visto! Segundo fator de surpresa, o baixo teor alcoólico. Cor límpida, brilhante e clara, como diz a querida amiga e blogueira de prima Evelyn Fligueri, “carinha de frescor”! No nariz frutos cítricos, limão, grapefruit com algumas sutis notas florais. Na boca  vem mostrar que não é só a “carinha” não, é puro frescor, radiante, frutado  e a meu ver mais frutas brancas que cítricas, muito bem balanceado, final apetecível que pede bis e sem qualquer amargor, tudo a ver com nosso verão. Com 10.5% poderia se pensar que fosse um vinho insípido, ralo, mas nada disso. É saboroso, fácil de agradar e uma grande companhia para saladas, sushis e coisas do gênero. Não é nenhum grande vinho, despretensioso, mas tem tudo a ver com nosso clima, em especial estes dias tórridos, dando-me muito prazer de tomar me fazendo lembrar um vinho português que lamentavelmente sumiu do mapa junto com a Wine Company dos amigos Angela e Marcos (hoje bons produtores no Chile), o “Fonte do Nico Fashion”! Lembra Alexandre e Cristiano?

Viapiana, já tinha ouvido falar da vínicola, porém nada sei sobre eles já que é o primeiro vinho deles que provo, vou ter que pesquisar para os conhecer melhor. Quanto ao preço, sempre importante, vi que no Sul o vinho anda na casa dos 26 Reais porém aqui em Sampa deve chegar, em função do Estado ter das cargas tributária mais caras do país, entre R$30 a 35,00 imagino eu. Aliás, para quem não sabe, o Estado de São Paulo taxa o vinho com tributos maiores que a cachaça!!! Vai entender, mas enfim, de qualquer forma o difícil é fazer o consumidor comprar vinhos brasileiros de pequenos produtores, um verdadeiro parto, mas que neste caso vale bem o risco de colocar nas prateleiras, porque se o vinho não sair eu tomo!!rs

Salute e kanimambo, ótima semana para todos e seguimos nos vendo por aqui.

Gastronomia – Garimpando Gostosuras

         Mais do que vinhos, este meu caminho por nossa vinosfera me fez conhecer algumas pessoas muito especiais de quem me tornei amigo e isso talvez seja o maior legado que Baco me deu nessa caminhada. Uma dessas pessoas, ou melhor, duas porque são almas inseparáveis são a Rejane e o Helio. Gente, assim mesmo com G maiúsculo, que ama a boa gastronomia, bons vinhos, boa cachaça e boa prosa enfim, amam a vida! Suas viagens de descobertas por essas águas um dia os fez aportar na Vino & Sapore e a liga foi imediata.

        Há alguns poucos meses convidei a amiga Rejane a compartilhar com meus amigos leitores, essas viagens de garimpo para que outros pudessem ter a oportunidade de desfrutar dessas delicias que eles conheceram e tive a grata surpresa de receber esta semana sua primeira contribuição ao blog que espero seja uma de muitas por vir. Pode ser por aqui em Sampa, na Granja Viana – Cotia, Alphaville, Curitiba, Floripa, Rio o local pouco importa e sim a viajem! Neste primeiro causo, no entanto, eles já compartilharam essa experiência comigo (daí meus pitacos), porém precisamos voltar porque aquela costela de tambaqui não me sai da cabeça! Vejam só o que ela tem para compartilhar conosco.

Quando o amigo João Filipe me convidou para escrever a respeito das “gostosuras garimpadas” por mim  e meu marido, pensei: “- e por que não?! “. Afinal não tem coisa melhor que dividir com amigos as boas descobertas da vida, e quando se trata de delícias culináriasentão …Opaaaaa , é comigo mesmo!…rsss

Antes me permitam apenas explicar um pouquinho esse termo “Garimpando Gostosuras”. Tudo começou a muiiito tempos atrás, quando Deus resolveu em Sua imensa sabedoria, unir dois seres humanos loucos por garimpar nos mais diversos , e de preferência ,desconhecidos locais  as delícias do universo gastronômico. Sendo assim, decidimos que iriamos conhecer um local por final de semana, entre restaurantes, lanchonetes, petiscarias, docerias, wine bar, cervejarias…e por aí vai, e isso faz somente 30 anos, …ufa!! Em resumo é isso, e agora que já sabem como começou essa história,vamos ao que interessa.

Para inaugurar essa modesta “Odisséia “de sabores, escolhi nada mais que um de nossos locais preferidos para os almoços de Domingo:

A Graciosa – Restaurante e Eventos

Pensem em um lugar com aquele jeitinho de casa de vó, e  comida caseira deliciosaaaaa !!!! O ambiente é repleto de antiguidades em sua decoração, tipo casa do sítio da vovó mesmo. Salão, varandão na lateral e um caramanchão na frente , todos com mesas tipo fazenda. O atendimento é excelente, conta com uma equipe super simpática e muiiito bem preparada para fazer com que você sinta vontade de voltar. Já sei, você quer saber  dos pratos….rss O cardápio é muito diversificado:Graciosa

Leitãozinho à Pururuca  ,imperdível e impecável!!!!! (me lambuzei tudinho!!)

Pintado da Amazônia

Costelinha de Tambaqui assada na brasa o meu favorito.

Feijãozinho caseiro de dar água na boca…hummm

Polentinha frita, com parmesão

Muiiiita coisa deliciosamente preparada, com gostinho de comida bem feita em casa. Sabe  aquelas com “Sazon” …rsss….muito carinho mesmo. Ainda tem a cachaça de alambique, servida para degustação com gengibre, ou purinha. A dica é a caipirinha de limão com essa cachaça….ai aii! (me esbaldei!)

Para quem curte vinhos, assim como eu também gosto e muito, ainda está sendo elaborada uma carta de vinhos, porém muito fraquinha; no entanto você pode levar se quiser, a taxa de rolha é irrisória. Mas, lembre-se que é um ambiente lindo, limpo, porém rústico; então não espere degustar seu vinho em taças Riedel…rssss Onde fica, né?!

Rod. Bunjiro Nakao, Km 49,5 – Vargem Grande Paulista – SP – TEL.: 011 4611-0078 Aberto de Segunda a Sexta das 11:00 as 16:00 – Sábados, domingos e feriados das 11:00 as 18:00

Face: https://www.facebook.com/GraciosaRestaurante?ref=ts&fref=ts Site: www.buffetgraciosa.com.br

           É isso e como A Graciosa é perto da Granja Viana e você terá que passar pela Rodovia Raposo Tavares a menos de 500 metros da Vino & Sapore então, se for lá num Sábado porquê não dar uma passada (antes ou depois) para tomar uma taça comigo. Te aguardo, salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos.

 

Três Brancos Frescos Para Apaziguar o Calor do Verão

 Vinhos brancos, espumantes e rosés têm tudo a ver com o clima quente que nos atinge com grande intensidade neste inicio de ano. Da mesma forma que nossos hábitos alimentares tendem a ser mais light com pratos menos untuosos, também os vinhos devem seguir essa tendência. Ainda há muito desconhecimento e preconceito para com os vinhos brancos então decidi falar um pouco sobre eles e sugerir alguns vinhos vibrantes e frescos para quebrar de vez com essa tendência e amenizar este calorzão que não nos dá trégua.

         Como já mencionei em post recente com uma lista de diferentes uvas brancas, existem no mundo algo ao redor de 1.250 uvas viníferas em uso, no total são cerca de 3.000, e destas 350 são de castas brancas, porém a grande maioria dos conumidores  se atém a basicamente duas; Chardonnay e Sauvignon Blanc, eventualmente a Riesling, a Torrontés  ou a Pinot Grigio ou seja, não mais de meia dúzia! Minha dica de hoje é viajar por outros caminhos e sabores, deixando-se levar de mente aberta e paladar idem, no sentido de descobrir novas experiências sensoriais.

              Tanto nos brancos como nos tintos, existem os mais diversos estilos disponíveis no mercado. Dos mais complexos e caros grandes vinhos da Borgonha  aos mais ligeiros que comumente chamamos de vinhos de piscina, para tomar sem compromisso. Entre eles, um mundo incrível de sabores e preços então optei por falar hoje de três vinho diferentes; Três regiões, Três origens, Três castas porém um só perfil e de uma só faixa de preço intermediária entre R$60 e 70,00. Privilegiei, acima de tudo, o  intenso frescor destes vinhos que têm tudo a ver com o momento  queeeeente (!) que estamos vivendo. Afora acompanharem muito bem pratos mais leves como saladas, comida asiática, carnes brancas, peixes e crustáceos, sendo também ótima companhia para um bate-papo com os amigos,  queijos e petiscos enfim, uma agradável forma de se iniciar uma refeição. Deixe seus preconceitos de lado e solte-se, viaje, saia da mesmice e curta a diversidade de nossa vinosfera, salute!

Muros Antigos Loureiro Escolha 2011Muros Antigos Loureiro

Originalmente do Minho,  região norte de Portugal, mais conhecida pelos famosos Vinhos Verdes, a Loureiro é uma uva que preza pelo grande frescor, aromas intensos e boa mineralidade. Este exemplar não nega essa tipicidade e mostra-se um vinho vibrante, de aromas intensos com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Bolinhos ou pataniscas de bacalhau, cataplana de mariscos, polvo à lagareiro e caldeirada de lulas, são ótimas companhias. Hummmm, já aguei todinho!

Poggio del Sasso VermentinoPOGGIO VERMENTINO (3)

Desta feita a uva é italiana, sendo originária da Sardenha, porém também com belos vinhos vindo do sul da Toscana sendo este um dos belos e saborosos exemplos disponíveis em terras brasilis. Cor palha brilhante, sedutores aromas de flores campestres que nos convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra muito vivo, rico, profundamente equilibrado com uma acidez refrescante e final bastante longo que nos deixa pedindo bis! Sushi e todo tipo de comida japonesa, salada césar com tiras de frango, spaghetti c/ vongole (sem tomate), ostras frescas, um festival de gostosuras!

Protos 2Protos Verdejo

Uva símbolo da região de Rueda na Espanha normalmente resulta no que os críticos gostam de chamar, um vinho “crocante”! Cor clara com reflexos esverdeados, exuberante paleta olfativa onde aparecem frutos tropicais sob um fundo levemente mineral. Na boca é seco, de boa estrutura e uma explosão de frutas como maçã verde e maracujá muito bem balanceados por uma acidez mordaz de final apetitoso que pede a próxima taça. Polvo ou mexilhões á vinagrete, lulas á doré, camarão grelhado, patatas bravas, comida thai levemente apimentada ou salmão grelhado devem ser ótimas combinações, experimente!

           Neste próximo dia 26 ás 20:00 horas pretendo montar uma degustação especial e exclusiva para no máximo 12 pessoas, só com algumas destas uvas brancas diferentes, ou pelo menos pouco usuais como; Rabigato, Avesso, Viognier, Chenin Blanc, Greco di Tufo, Torrontés, Encruzado, Gewurztraminer, Grillo, Viura, Verdejo, Vermentino, Albariño, Grechetto e Rjgiallia, acompanhados de salmão defumado da Marithimus, mousse de haddock do “Chez Maria” e queijo de cabra para a gente brincar de harmonização. Na confirmação da reserva você escolhe as uvas que gostaria de conhecer e degustaremos a as seis mais votadas! Será uma preparação para o Carnaval que está chegando, um “refresca goela”! rs Tá afins, então me avisa aqui através da opção de comentários e liste quais as seis destas castas você gostaria de conhecer e lhe passo detalhes, mas deverá ser na Vino & Sapore e custar R$75,00 por cabeça.. Kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Cerasuolo, o de Abruzzo não tem nada a ver com o da Sicília

        Já não chegava a confusão entre a uva e a região de Montepulciano (um em Abruzzo e o outro na Toscana), Abruzzo também é palco Atum selado do Philippede mais uma confusão italiana a Cerasuolo. O Cerasuolo Vittoria é um  DOCG tinto da Sicilia,  normalmente elaborado como um blend de Nero ‘dAvola e Frappato. Já o Cerasuolo d’Abruzzo é um DOC de Abruzzo, com quatro regiões produtoras, em que a uva Montepulciano (min. 85%), cepa ícone da região, é vinificada em rosé. Neste Domingo tive a felicidade de abrir uma garrafa de Cerasuolo d’Abruzzo e me dei muito bem! Já faz alguns anos, mais precisamente em dezembro de 2009 , que tomei um rosé italiano harmonizado com atum selado no Philippe Bistro (aqui em Sampa na linda rua Normandia, rua de uma quadra só!) e nunca mais esqueci.

       O prato estava fantástico e a harmonização foi perfeita, porém desde aquela época que buscoVermiglio Cerasuolo um rosé daquele estilo (o importador cessou atividades) e finalmente achei, Vermiglio Cerasuolo d’Abruzzo 2012, que agradável surpresa, pena que faltou o atum, mas tinha boa companhia para compensar! Acabou rápido demais, uma tendência que os vinhos bons tendem a mostrar (sniff!), mas deixou boas lembranças. Esqueça os rosés de verão, aqueles leves e suaves para tomar na beira da piscina (quem tiver!), o Vermiglio milita em outro time, o dos vinhos gastronômicos. Cor linda, um vermelhão vivo (daí o nome?) e brilhante,  aromas de boa intensidade que chamam a taça á boca. Médio corpo, denso, fruta vermelha fresca e abundante, equilibrado e muito saboroso. Não é por nada não, mas senti falta daquele atum!! Kanimambo, salute e ainda temos 4 vagas para a degustação de Vinhos de Altitude na Vino & Sapore na próxima Quinta! se estiver afins me envie e-mail para comercial@vinoesapore.com.br. Uma ótima semana para todos!

Merlots Premium Brasileiros ás Cegas

Começamos o ano de 2014 encarando paradigmas sobre o vinho brasileiro. Decidimos provar alguns dos principais e mais conceituados Merlots nacionais colocando-lhes um adversário no mesmo patamar para que tivéssemos um real parâmetro comparativo, um exemplar da Patagônia argentina. Pessoalmente, acho que na relação Qualidade x Quantidade, temos hoje o melhor Merlot da América latina, quiçá das Américas. Há ótimos vinhos chilenos, argentinos e até americanos, porém a média de nossa produção é realmente muito boa e com os mais diversos estilos, afinal Michel Rolland andou por aqui e deixou seu legado, sendo vinhos aos quais os seguidores de Baco deveriam dar um pouco mais de atenção enterrando seus preconceitos. Não acredita?! Tudo bem, mas pelo menos lhes dê uma chance; prove e às cegas!! .     

         Tendo dito isso, vou deixar a amiga e confreira Raquel Santos, a porta voz da Confraria Saca Rolhas, nos passar sua opinião sobre o evento e vinhos e no final dou um pitaco sobre o que provamos. Diz aí Raquel!

          No nosso primeiro encontro do ano, resolvemos começar pondo o pé no chão e ordem na casa.  Não que o ano que passou tenha sido ruim, longe disso. Basta ver quantas vezes a Confraria Saca Rolhas foi citada na lista dos “Deuses do Olimpo” neste blog! Realmente foi muito bom. Ótimas degustações, ótimos vinhos!

         Resolvemos fazer uma degustação às cegas, com vinhos nacionais, equivalentes, de qualidade premium e elaborados com a uva Merlot, das safras entre 2005 a 2008. Sabíamos que entre eles havia um intruso e isso sempre é bom para desequilibrar as referências pré concebidas e mexer um pouco com nosso sensorial.

         O fato de conhecermos melhor o que temos por aqui, poderia nos dar parâmetros para compará-los com outros merlots já degustados em outras ocasiões, do mesmo nível, em termos de qualidade, faixa de preço, e perceber da evolução da produção brasileira. A uva Merlot, proveniente da região de Bordeaux na França, proporciona vinhos com taninos macios, aromas elegantes e sabores frescos, frutados que evoluem muito com o tempo. Atualmente já é consenso entre os enólogos que é a casta que melhor se desenvolveu na serra gaúcha.

         Pudemos comprovar isso na taça com os belos exemplares que nos foram selecionados:

Salton Desejo 2006 – Aromas muito frescos de ervas, especiarias, cítricos ( lembrando casca de laranja). Na boca era suave, com média acidez, taninos finos e pouco corpo. Com o tempo, evoluiu bastante na taça, mostrando outro lado, mais consistente de madeira, couro e chocolate. Bento Gonçalves/RS. Preço médio: R$75,00

Miolo Terroir 2008 – Ataque alcoólico com presença de acidez e taninos. Na boca é muito frutado e vai se equilibrando cada vez mais com o tempo. Vale lembrar que esse vinho foi promovido pelo produtor como “melhor Merlot do mundo” depois de vencer uma competição internacional em sua faixa de preço. Vale dos Vinhedos/RS. Preço médio: R$130,00

 Pizzato DNA 99 2005 – Sua primeira safra, proveniente de um único vinhedo, que gerou seu famoso Merlot de 99, mereceu destaque pela qualidade e complexidade. De aromas frescos, mentolados e elegantes. Muito equilibrado, e grande potencial de evolução na taça. Foi se modificando incessantemente, com sabores e aromas sedutores. Vale dos Vinhedos/ RS. Preço na Vinícola: R$170,00

Valduga Storia 2006 – Muito aromático, com especiarias, madeira e frutas. Na boca, a madeira se confirma e aparecem nuances de caramelo, tostado, chocolate amargo, etc….. evolui muito na taça. Muito equilibrado! Bento Gonçalves/RS. Preço médio R$160,00

 Patritti Primogénito 2009 – À primeira vista, ou melhor, à primeira fungada, causou estranheza, por algo químico ou muito forte que não conseguimos identificar. Pareceu-nos bem diferente dos anteriores. Sabores marcantes de especiarias (anis), pinho, ameixas, frutas vermelhas e madeira bem incorporada. E apesar da potencia inicial, demonstrou bom equilíbrio e vocação gastronômica, com destaque para a acidez que pedia algo que o acompanhasse ou fizesse um contraponto. Esse era nosso intruso, que chegou metendo o pé na porta, mas depois se comportou muito bem! Patagônia/ Argentina. Preço médio: R$110,00

Merlots na Confraria Saca Rolhas

 Ao fim da degustação, algumas características ficaram evidentes para nós: Houve uma significativa evolução dos vinhos de qualidade em nosso país. Apesar de não se mostrarem desde o início, na taça, deixam claro seu potencial evolutivo, porém ao mesmo tempo que crescem na taça, também se cansam  logo. São como crianças felizes e saudáveis, que depois de um dia de brincadeiras agitadas, caem no sono instantaneamente em qualquer canto.

         Outra questão que me chamou atenção, depois pesquisando o assunto, foi a tentativa da mídia ou mesmo do produtor, de equiparar o produto nacional com o estrangeiro. A ideia de igualar seu produto a um Bordeaux ou promover um vinho como “o melhor Merlot do mundo”, soa, a meu ver,  um pouco exagerado. Eu, defensora que sou do vinho brasileiro, acho que temos muito à caminhar nesse sentido. Além disso temos a questão do custo Brasil, onde os impostos aqui aplicados não são nada incentivadores, tanto para produtores como para consumidores. Enfim, isso é assunto para muitos outros posts e que temos que continuar pensando e adequando à nossa realidade.

         Essa foi uma degustação para refletirmos o que foi, o que é e o que poderá ser, no futuro a produção de vinhos no Brasil. Se olharmos para trás, nos anos 80, quando a produção era ínfima e o que é hoje, podemos ver que existe uma grande evolução. E se compararmos com os países que produzem vinho à séculos, nós estamos apenas começando.  

       Como disse deixei para o fim meus pitacos sobre mais este encontro da Confraria. Como a degustação foi ás cegas, deixei para abrir os rótulos somente após uma votação quanto ao melhor vinho da noite. Houve uma clara divisão, porém a maioria optou pelo vinho mais pronto e mais redondo de todos, o Salton Desejo, seguido do DNA e do Primogênito. Pessoalmente, achei que o DNA e o Primogênito roubaram a cena um degrau acima dos demais, mas isso é muito pessoal! Incrível a vida ainda presente nesse DNA com já oito anos nas costas e que ainda promete grande evolução na garrafa, quem conseguir guardar verá! Por outro lado, afora o posicionamento de preço do Desejo da Salton que está muito em linha com o mercado, o restante está num patamar que realmente pretende ser exclusivo, vinho para poucos e, considerando que cada um monta a estratégia que lhe for mais interessante, algo que temos que respeitar ainda mais quando vendem tudo o que colocam no mercado.

     Não podia deixar de ressaltar que o Storia 2005 segue sendo imbatível. Já tinha provado o 2008 e agora o 2006, mas ficaram bem aquém da primeira edição deste ícone da Valduga, uma raridade no mercado que quando achado passa das absurdas 400 pratas! Enfim, mais uma noite muito agradável em que aprendemos um pouco mais das coisas desta nossa complexa vinosfera com toda a sua diversidade e variáveis, tendo tido como abertura o saboroso e fresco Angas Brut, o espumante australiano mais exportado, que preparou nosso palato para o que estava por vir. Kanimambo, salute e um ótimo fim de semana para todos lembrando que ainda temos algumas poucas vagas disponíveis para dia 13 na Vino & Sapore.