novembro 2013

Degustando Oito Espumantes Top às Cegas

Como divulguei amplamente, nesta semana realizei uma degustação temática de espumantes, com uma prova às cegas em que oito espumantes top, todos elaborados pelo método tradicional, estiveram em degustação. Anteriormente, divulguei a todos os rótulos que seriam degustados no dia, exceção feita a um que era o meu, já tradicional nos eventos ás cegas que promovo, Intruso. No encontro, apreciadores de vinho dos mais diversos níveis de conhecimento, porém sem a participação de profissionais do setor, com um resultado bastante interessante que, como tudo na vida,  deve ser interpretado com a devida parcimônia. É o resultado de uma degustação, num dia especifico com um grupo determinado de pessoas e sempre haverão controvérsias, até entre os que estavam presentes. De qualquer forma, acho o resultado válido, pois representa a avaliação de um grupo interessante de amantes do vinho.

De ressaltar que a qualidade geral apresentada foi muito boa mostrando bastante diversidade tanto de uvas, como de origens porém todos elaborados pelo método tradicional (champenoise). Eis as feras:

Seleção Espumantes Top

  • Orus Pas Dosé – Adolfo Lona é o produtor e enólogo, Garibaldi, RS, Brasil. Rosé Nature sem adição de licor de expedição, elaborado com um blend de Chardonnay, Pinot Noir e Merlot. Somente 628 garrafas produzidas este ano, já esgotado no produtor. Doze meses de autólise e 12 de afinamento em garrafa, 17/20 pontos de Jancis Robinon.  Preço, R$138,00.
  • Labet Cremant de Bourgogne (meu Intruso) – 100% Chardonnay, Revista Adega 91 pontos, preço, R$132,00.
  • Cava Juve y Camps Gran Reserva da Familia 2007 – 50% Xarel-lo, 30% Macabeo (Viura), e 10% cada Parellada e Chardonnay. Guia Penin (93 pontos) e Guia Proensa (94 pontos), 36 meses de autólise e garrafa. Preço, R$175,00
  • Ferrari Perlé 2005 (Trento Itália)  – 100% Chardonnay, 90 pontos da Wine Spectator, 60 meses de autólise. Preço R$265,00
  • Vértice Gouveio 2006 – Uva Gouveio, típica do Douro e usada em blend de vinhos brancos na região. Fermentação parcial em barricas de carvalho, 60 meses de autólise e 17 pontos em 20 dados pela Revista de Vinhos (Portugal). Preço, R$149,00.
  • Cave Geisse Terroir Nature 2009– Pinto Bandeira, RS, Brasil. Meio a meio Chardonnay e Pinot Noir de Pinto Bandeira – RS. Autólise de 36 meses, preço  R$125,00. Avaliação internacional, Jancis Robinson (Reino Unido), 17/20 pontos. Somente 6.700 garrafas produzidas.
  • Franciacorta Lo Sparviere 2007 –  Pequeno produtor da região, 100% Chardonnay com 36 meses de autólise.  Preço, R$155,00
  • Champagne Barnaut Grand Cru Grand Reserve – 66% Pinot Noir e restante Chardonnay, 24 meses de autólise, 17,5 pontos de Jancis Robinson, 92 pontos da Wine & Spirits, 90 de Robert Parker e 5 estrelas da Revue du Vin de France. Preço, R$249,00

And the Winner Is?

Cave Geisse Terroir Nature 2009

Cave Geisse Terroir Nature

seguido de

 Labet Cremant de Bourgogne / Ferrari Perlé / Barnaut Grand Reserve Grand Cru de Champagne.

Este é o resumo da ópera, já os detalhes de cada ato serão revelados pela amiga e confreira Raquel Santos, que esteve presente e se comprometeu a escrever mais um de seus gostosos textos sobre as experiências por aqui vividas que publicarei assim que ela me envie, porém a surpresa foi geral e certamente o resultado serviu para dar a extrema unção no eventual preconceito que alguns dos presentes pudessem ter. Uma seleção de vinhos de primeiro nível com espumantes bem parelhos do ponto de vista qualitativo. Quando publicar a matéria da Raquel, também darei minhas preferências, mas no meu conceito e avaliação mais técnica, as notas ficaram entre 89 e 93, se é que isso diz algo! rs Mais uma noite muito agradável e desta feita no unimos à chef e amiga Wendy Elago com quem desenvolvemos três canapés para testar a harmonização de cada um dos espumantes, um tempero a mais para tornar a degustação algo mais interessante ainda.

 Wendy canapés 2

A cada espumante servido as pessoas o degustavam solo e depois com cada um desses canapés deliciosamente elaborados pela Wendy. Um à base de pasta de salmão defumado Marithimus com dil, outro de cestinhas crocantes com brie e suave chutney de damasco dando um toque mais asiático e o terceiro de atum selado com crosta de gergelin com pepino agridoce e um leve toque oriental de molho tarê, que harmonizou especialmente bem com o Orus. Uma experiência bastante interessante. Quer conhecer mais das artes da Chef Wendy, então acesse seu site www.comidapraalma.com.br , quer falar com ela; comidapraalma@gmail.com, eu recomendo.

Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos. Com este calor, um belo espumante vai certamente harmonizar e lembre-se, neste Sábado a partir das 16 horas, um Taste & Buy Espumantes com 2o rótulos em degustação na Vino & Sapore!

Ps. preços são indicativos com variação de mais ou menos R$10,oo no mercado de São Paulo.

Guelbenzu Lombana, Eta Vinho Arretado Sô!

     Esta família de vinhos da Guelbenzu é realmente surpreendente. Este Lombana é bem diferenteGuelbenzu Amarelo de seu irmão Evo o que aliás, é algo bem comum tanto em nossa vinosfera como em na vida real! Já comentei o Evo recentemente, e esta garrafa abri com uns amigos entre eles o Marcelo que não vai me deixar mentir, eta vinho arretado sô! Da safra de 2005, crianza de 12 meses com parte em carvalho francês e parte americano, está absolutamente pronto para tomar e assim deve continuar pelos próximos um a dois anos. Elaborado tendo como protagonista a casta Graciano, tem como coadjuvantes a; Tempranillo, Syrah, Merlot e Cabernet Sauvignon formando um conjunto deveras apetecível. A Graciano aporta acidez, e estrutura aromática aos cortes com Tempranillo sendo muito usada nos Riojas, e tudo isso aparece bem neste vinho. Todo ele muito frutado com paleta olfativa intensa e convidativa em que se sobressaem os frutos negros. Macio de boca, cremoso, meio de boca rico e refrescante,  taninos sedosos e finos, longo com um mentolado sedutor que nunca senti tão vivamente na boca em qualquer outro vinho. Um belo vinho que nos chega de Ribera Queiles, encostado em Navarra, e mostra a beleza que é esse mundo de diversidade em que Baco reina absoluto e, mesmo com uma boa dose de litragem, segue com sua capacidade de no surpreender, não é verdade Marcelo?  Na casa dos R$125,00, como o Evo, mais um bom vinho espanhol em Terras Brasilis!

        Salute, kanimambo e não esqueça, dia 30, Sábado, armei um Taste & Buy Espumantes na Vino & Sapore em que você terá a oportunidade de provar ótimos vinhos para comprar somente na certeza. Vinhos que têm o meu aval, cada um em seu estilo, e espero que apreciem, mas reservem antes pois há limite de participantes em função do tamanho do local.

Espumantes – Antes de Comprar, Prove!!

Antes de você comprar seus espumantes de final de ano, PROVE!

Dia 30/11, das 16 às 20 horas, uma oportunidade única de você conhecer 22 diferentes rótulos de espumantes antes de finalizar suas escolhas para este final de ano, casamento ou seu próximo evento, seja ele qual for, porém digno de celebração!

Espumantes; Moscatel, Proseccos, Brut Charmat, Brut Champenoise, Cavas,  Rosés, Nature, Extra Brut, toda a gama e estilos de espumantes para você conhecer e efetuar suas compras com mais certeza. Vinhos a partir dos 24 Reais até R$135,00 das mais diversas nacionalidades para degustação. Seu investimento, apenas R$35,00 pagos no ato da reserva com crédito de R$10 na compra de qualquer dos rótulos em degustação, e somente estamos disponibilizando 50 convites dos quais metade já foram vendidos! Saia da mesmice, explore novos sabores e viaje pelas mares borbulhantes de baco. Veja abaixo a lista dos espumantes que estarão em degustação na Vino & Sapore, veja como chegar clicando aqui.

Rótulo/Produtor

Região

País

Labet Cremant de Bourgogne

Borgonha

França

Bossa Brut

Garibaldi/RS

Brasil

Bossa Demi-sec

Garibaldi/RS

Brasil

Villaggio Grando Brut

Caçador/SC

Brasil

Villagio Grando Rosé

Caçador/SC

Brasil

Villagio Grando Demi-sec

Caçador/SC

Brasil

Kritter Rosé

Borgonha

França

Contessa Borghel Rosé

Friulli

Itália

Cecilia Beretta Prosecco DOC Extra-dry

Treviso

Itália

Cecilia Beretta Prosecco Brut Superiore Millesimato DOCG

Valdobiadenne

Itália

Sanjo Bardocco

São Joaquim/SC

Brasil

Campos de Cima Brut

Campanha Oriental/RS

Brasil

Campos de Cima Extra-brut

Campanha Oriental/RS

Brasil

Cava Juve y Camps Reserva Vintage Cinta Purpura

Penédes

Espanha

Cava Juve y Camps Rosé  Brut de Pinot Noir

Penédes

Espanha

Cava Palau Brut

Penédes

Espanha

Cava Palau Demi-sec

Penédes

Espanha

Cave Amadeu Brut

Pinto Bandeira/RS

Brasil

Cave Amadeu Moscatel

Pinto Bandeira/RS

Brasil

Cave Geisse Brut

Pinto Bandeira/RS

Brasil

Cave Geisse Nature

Pinto bandeira/RS

Brasil

Angus Brut Cuvée

Barossa

Austrália

 Degustação Temática de Espumantes dia 27/11 às 20 Horas

Apresentação das principais regiões produtoras, estilos de vinhos, métodos de produção e finalizando com uma degustação ás cegas de OITO espumantes Champenoise top escolhidos a dedo. Somente sobraram 4 vagas (limitado 24) então, quem chegar primeiro leva. Veja mais clicando aqui e garanta sua vaga ligando para (11) 4612-6343/1433 ou envie e-mail para comercial@vinoesapore.com.br

Rioja e seus Vinhos

Hoje a Espanha amplia seu leque de regiões produtoras para o mundo, porém Rioja sempre será a marca principal e símbolo de um país que gera grandes e inesquecíveis vinhos, haja visto que o melhor vinho do ano para a revista especializada Wine Spectator, foi exatamente um Gran Reserva de Rioja, o Cune Imperial 2004 que, em 2011 e com outra safra, já fez parte de meus Deuses do Olimpo!  No encontro deste mês da Confraria Saca Rolha, foi a vez de conhecermos e provarmos alguns destes vinhos e, através deles, tentar conhecer um pouco da história por trás da região, seus sabores e mistérios. Eis o que nossa porta voz e confreira, Raquel Santos, tem para nos relatar sobre o encontro e os vinhos.  

        Mais um encontro da confraria, final de ano chegando e  todos esperam que o calor chegue também, certo? Errado! Nosso começo de primavera tem sido bem atrapalhado, com ondas de frio pegando todo mundo de calça curta…..Por outro lado, veio a calhar a nossa escolha do tema desse mês: Vinhos da Espanha. Mais precisamente da região de Rioja. Digo isso, porque se existisse uma só palavra que definisse o estilo desses vinhos, seria “versatilidade”. São vinhos de personalidade forte, mas que se adaptam muito bem às circunstâncias.

         A região, que está localizada ao norte do país, recebe a influência dos climas atlântico e mediterrâneo. Abrigada ao norte pela Sierra rioja-map by Quentin Sadler-2013Cantábria e ao sul pela Sierra de la Demanda, é cortada pelo Rio Ebro. As temperaturas variam de acordo com as sub-regiões: Rioja Alta – com clima Continental, e influência do mar Cantábrico, tem invernos muito frios e verões quentes e secos. Rioja Alavessa – com clima de influência atlântica e mediterrânea, com invernos frios e chuvosos e verões amenos. Rioja Baja –  influência mediterrânea, com clima mais quente e seco.

         Além do clima, convivem ali diferentes culturas. Rioja Alavessa, do lado norte do rio Ebro, a província de Álava é basca, com sua própria língua, e politicamente luta para ser um país independente. Do outro lado do rio, Rioja Alta, na província de San Vicente de la Sonsierra (oeste) e Rioja Baja na região de Logroño (leste). Contudo, essas diferenças parecem desaparecer quando se fala da uva Tempranillo.

         Muito versátil, ela ocupa quase todo esse território e reina soberana. E ainda mostra-se muito amigável com outras variedades que  complementam e valorizam suas qualidades: A Garnacha, a Mazuelo e a Graciano. Com elas, produzem vinhos que podem variar de delicados a potentes, dependendo da maturação, evolução e envelhecimento nas barricas de carvalho.

         Igualmente acontece com sua principal casta branca: A Viura, que juntamente com a Malvasia de Rioja e a Garnacha Blanca, resultam num vinho fresco, fácil de beber e acompanham bem uma refeição. Por outro lado, é tradicional na Rioja o processo de passagem por barricas também para os brancos. A evolução é surpreendente, resultando vinhos muito vibrantes e ricos em sabor.

         Esse processo de afinamento que consiste na maturação do vinho, depois da fermentação, em barricas de carvalho é uma técnica que os espanhóis dominam como ninguém. O objetivo é enriquecer o conjunto sem ofuscá-lo. O passo seguinte é o tempo que o vinho depois de maturado, clarificado, filtrado (ou não) e engarrafado ficará  “envelhecendo” na cave antes de ser comercializado.

         A classificação de qualidade dos vinhos da Espanha é baseada nesse processo de elaboração, e foi dividido em quatro categorias:

   Joven ou Cosecha: Brancos e Tintos – sem passagem por barrica

  Crianza: Brancos – mínimo de 6 meses em barrica

               Tintos ( 2 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 12 meses em garrafa

  Reserva: Brancos ( 1 ano)– mínimo de 6 meses em barrica + 6 meses em garrafa

             Tintos ( 3 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 24 meses em garrafa

  Gran Reserva: Brancos (4 anos)– mínimo de 12 meses em barrica + 36 meses em garrafa    

                   Tintos (5 anos)- mínimo de 24 meses em barrica + 36 meses em garrafa

          Começamos a degustação com um branco fermentado em barrica:

    Rioja - Luis Canas Viura Barricado II     Luis Cañas 2010 – Da Rioja Alavessa, elaborado com 90%Viura e 10% Malvasia. Um branco fermentado em barrica sobre as lias, onde permanece por 3 meses. Muito fresco, com aromas florais e baunilha. Na boca lembra abacaxi e casca de limão. Enche a boca com ótimo extrato. Bem típico da região.

         

O segundo vinho da noite foi um 100% Tempranillo, da região de Rioja Alta:

         Sierra Cantabria Selección 2011. Bem frutado, com especiarias e chocolate. Na bocaRioja - Sierra Cantabria seleccion aparece uma mineralidade quase que salgadinha. Muito equilibrado e madeira bem incorporada. Acompanha bem uma refeição, aperitivos, ou mesmo sozinho para relaxar. Leve, gostoso e despretensioso. Lembram quando falei de vinhos versáteis? É esse!

         

O terceiro foi um Crianza, 100% tempranillo, também de Rioja Alta:

Rioja - Finca Nueva Crianza         Finca Nueva 2007. A madeira é o que aparece primeiro dando as boas vindas! Depois, muito suavemente e em camadas aparecem aromas de tabaco, folhas de chá, alguma erva mentolada (cânfora). Na boca se mostra mais frutado, com álcool presente, mas bem colocado juntamente com os taninos finos e boa acidez. Um vinho bem instigante…e o rótulo é lindo!

          No quarto vinho o assunto foi ficando mais sério:

         Marques de Murrieta Reserva 2007. Um vinho tradicional da região de Rioja Alta, nas Rioja - Marques de Murrietaproximidades da província de Logroño. Elaborado com 85% Tempranillo, 8% Garnacha, 6% Mazuelo e 1% Graciano. Permanece 20 meses em barrica e 24 meses em garrafa. Muito equilibrado, com ótima acidez, taninos macios e corpo que permanece um bom tempo na boca. Vai se mostrando aos poucos, nuances de fruta madura, um leve defumado, um toque de madeira abaunilhado, ervas perfumadas que remetem à vinha d’alhos… enfim, uma nebulosa caminhada que exige tempo e paciência para percorrer. Aos que se dedicarem a ela, a recompensa será infinita, pois permanece na memória por muito tempo.

          O quinto e último vinho, para encerrar a noite com chave de ouro:

 Rioja - Lan Gran Reserva        Lan Gran Reserva 2003. Mais um de Rioja Alta, este vinho foi feito com 85% Tempranillo, 10% Mazuelo e 5% Garnacha. Antes da comercialização, passa por 24 meses em barricas de carvalho e depois mais 36 meses em garrafa. Um belíssimo exemplar, que apesar dos seus 10 anos, ainda demonstrava muito potencial para evoluir. O mérito de um Gran Reserva não é o tempo que passa em barrica e sim se há extrato suficiente no vinho para receber essa longa permanência. Esse conseguiu e ainda está em fase de crescimento.

          O tempo de vida de um vinho depende de vários fatores. Quanto maior for seu extrato, volume de álcool, acidez, açúcar e taninos, maior será sua durabilidade. É um erro pensar que quanto mais velho, melhor é o vinho. Cada vinho tem seu tempo certo de vida e assim como as pessoas, uns envelhecem bem, outros nem tanto. Todo vinho tem sua infância, juventude, maturidade e velhice. O momento em que podemos encontrar seu esplendor, é uma tarefa difícil, que funciona como um belo aprendizado na base da tentativa e erro. Tanto um vinho bem jovem pode ser encantador, nos mostrando sua vivacidade e inquietude, quanto um envelhecido que mesmo já tendo passado do seu ápice, retratando suas “rugas”, ainda pode ser uma experiência interessante. Nessa hora, o caráter ou a personalidade é que conta. A diferença pode ser algo bem parecido entre brincar com uma criança de 1 ano ou conversar com uma pessoa de 100 anos!

         A decisão do melhor momento para apreciar um vinho está nas nossas mãos. Enófilos  como na nossa confraria, curiosos e apreciadores de um bom vinho em geral, nunca faltarão. E se depender de mim……

Espumantes de Final de Ano

Brindes 2Todo o final de ano, porém não só, este blog é invadido pelos mais diversos comentários indagando sobre o que comprar ou solicitando dicas sobre espumantes que, em muitas vezes, nem se qualificam como tal. Pois bem, neste ano decidi fazer algo diferente e estou promovendo dois eventos que, creio, podem ajudar alguns dos amigos que estejam dispostos a se deslocar até a Granja Viana, no km 24 da Raposo Tavares. Por sinal, se algum clube, loja ou confraria estiver interessada em realizar um desses eventos, me procure que podemos montar algo especial.

Bem, mas voltemos aos eventos; dia 27/11 a partir das 20 horas realizaremos uma degustação temática sobre espumantes com uma degustação ás cegas só de vinhos top! Desta feita, reuniremos 24/25 pessoas, em vez dos nossos tradicionais 12, e nos sobraram apenas 4 convites!

No dia 30/11, quem busca por dicas de espumantes, seja para o final de ano, casamentos ou eventos, a melhor forma de escolha e que sempre recomendo, é provar. Pois bem, das 16 ás 20 horas, você terá a oportunidade de provar 20 espumantes por apenas R$35,00 e destes, R$10 ainda podem ser usados como crédito na compra de qualquer um dos espumantes em degustação. Os eventos ocorrerão na Vino & Sapore e você pode fazer sua reserva através do e-mail; comercial@vinoesapore.com.br porém as vagas são limitadas a 50 e 20 delas já foram tomadas pelos participantes da degustação de dia 27, então não dê mole não! Clique na imagem para aumentá-la e kanimambo pela visita.

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Diversidade na Taça no Fim de Semana Longo

      Feriado chegou, mas ainda dá tempo para garantir seu prazer neste longo fim de semana seja ele na praia, campo ou em casa mesmo num churrasco com os amigos! Por outro lado, as  festas de final de ano se aproximam e começamos nossa busca pelos vinhos que acompanharão nossos intermináveis almoços e jantares de confraternização com amigos, colegas e família. Eis aqui algumas dicas do que buscar, há um pouco de tudo e de todos os preços, pois a diversidade impera e há que aproveitá-la, então vamos lá começando pelos brancos e seguindo com rosés e tintos, alguns vinhos que provei e revi mais recentemente e os quais recomendo. Os preços são meramente indicativos e padrão Sampa, mas tem coisa para escolher!.

House of Mandela Sauvignon Blanc – Se apresenta bem fresco, mais citrino com grama molhada bem presente numa presença de boca toda ela mais sutil, elegante e balanceada terminando com uma certa mineralidade. Um vinho muito agradável de se tomar e certamente uma bela companhia para os queijos de cabra e frutos do mar grelhados ou fritos. R$45,00

Amalaya branco – Vinho á base da cepa Torrontés que produz alguns bons vinhos na Argentina, especialmente em Salta de onde vem este rótulo. Com um toque de Riesling para equilibrar a acidez, mostra aquele floral típico da cepa, porém de forma menos intensa com algo cítrico no nariz e na boca um frescor muito bom advindo da presença da Riesling que aporta um equilíbrio importante porque muitos torrontés por aí tendem a ficar algo enjoativos. Este é suave, balanceado e fácil de se gostar com um único inconveniente, a garrafa tem a tendência a acabar rápido demais! Preço na casa dos R$49,00.

Muros Antigos Loureiro – A uva Loureiro tem como característica, gerar vinhos muito frescos, por sua ótima acidez, e aromáticos. São ótima companhia para pratos de frutos do mar e gosto muito de harmonizá-lo com caldeirada de lulas. Este delicioso Muros Antigos, de aromas sutis com nuances de flor de laranjeira, muito cítrico, balanceado, fino, saboroso que nos seduz facilmente enquanto nos acaricia o palato com um toque mineral de boa persistência. Foi escolhido como um dos TOP 50 vinhos portugueses para o Brasil este ano e o preço é bem camarada para nossos padrões, R$69,00.

William Févre Espino Gran Cuvée Chardonnay – este anda mais amiúde por minha taça, mas sempre me satisfaz muitíssimo! Um dos melhores chardonnays chilenos com uma madeira suave muito bem colocada e um estilo bem chablisiano de ser com bastante mineralidade. R$85,00

Ballabio Vintage Rosé – um vinho com uma leve efervescência elaborado na Lombardia (Itália) e 100% Pinot Nero. Delicado, apesar de um bouquet pronunciado, com elegante perfume de frutas vermelhas e violetas. Seco, equilibrado, com um agradável fundo frutado, um vinho alegre e festivo que tem tudo a ver com o nosso verão. Wine for Fun por R$48,00!

Canforrales Rosado – um rosé espanhol da região de La Mancha á base de Garnacha, de ótimo custo x beneficio que vale muito a pena como um vinho de entrada, pois possui muito das característica dos brancos mais vibrantes. Notas de framboesa, acidez bem equilibrada que elimina eventuais sensações doces, uma mineralidade presente que me surpreendeu, boa textura com interessante volume de boca, certamente acompanhará bem um arroz de mariscos e um papo informal. Preço na casa dos R$42,00

El Milagro Syrah – chileno de ótima relação custo x beneficio, R$65, fazia tempo que não levava á taça e mais uma vez mostrou toda a sua qualidade. Muito equilibrado, aveludado na boca, redondo e muito, mas muito saboroso, é um achado entre os bons vinhos que o Chile vem elaborando com esta casta.

Hécula Monastrel – outro que fazia tempo que eu não revia e que mais uma vez me deu muito prazer rever. De casa nova, agora na Almería, um monastrel sem nada de doce, corpo médio, taninos finos muito bem integrados, não é á toa que possui tanta premiação e altos pontos pelos principais críticos internacionais. Melhor, o preço está na casa dos R$67,00.

Albert Bichot Pinot Noir Vieilles Vignes – não é fácil encontrar um pinot da Borgonha que satisfaça e tenha preços abaixo dos 100 reais, então este há que se destacar, pois está na casa dos R$98,00. Um bom e muito característico Borgonha que mostra muita qualidade na boca e deve acompanhar bem um Peru á Califórnia.

Perez Cruz Cabernet Sauvignon Reserva – Frutos negros bem presentes e taninos aveludados que são sua marca registrada. Final de boca muito agradável e levemente especiado e profundo. Madeira e álcool muito bem integrados nos trazem um conjunto realmente apetecível e guloso que vale muito o preço na casa dos R$60,00 mais ou menos cinco.

Aracuri Cabernet/Merlot – um representante brasileiro de uma região pouco comum, este vem de Campos de Cima ainda Rio Grande do Sul. Boa estrutura de boca, equilibrado, fruta bem presente, rico com taninos sedosos bem integrados que valem muito o preço na casa dos R$45,00. Não é Cepacol (rs), mas é bom de boca!

Pasíon de Bobal – esta uva, Bobal, espanhola pouco conhecida entre nós é surpreendente. Um vinho daqueles que acaba rápido e pede a próxima garrafa! Fresco, frutado, boa textura, taninos maduros e macios, com um final “pra lá” de apetecível fazem dele uma escolha muito interessante para quem gosta de sair da mesmice e provar coisas diferentes. Preço na casa dos R$80,00

In Situ Red Blend – um vinho de corte surpreendente entre Cabernet, Petit verdot e Carmenére que é a única coisa que ele tem chileno. No resto, ás cegas, tem gente que diz ser alentejano e outros bordalês. Muito bem equilibrado, ótima textura, corpo médio de taninos aveludados, é um vinho cativante que ainda tem a seu favor o preço, R$57,00.

Confidencial – da região Lisboa, um tinto elaborado com cerca de seis a oito castas não divulgadas. Bem frutado, médio corpo, rico, frutas silvestres, taninos maduros e suculentos, um verdadeiro achado que agrada fácil e custa pouco, apenas R$32,00.

Gougenheim Valle Escondido Malbec com educados 13.5% de teor alcoólico Na cor é rubi com toques violáceos típicos da cepa sem a típica super extração que resulta em vinhos muito escuros. Nariz sedutor de frutos negros com nuances florais, que convidam a levar a taça à boca onde ele se mostra extremamente sedutor, equilibrado e elegante com taninos macios e sedosos, boa estrutura, corpo médio e um final muito agradável algo especiado que pede mais uma taça Parker lhe deu 87 pontos, eu lhe daria talvez um pontinho a mais pela boa relação Qualidade x Preço x Prazer pois é um vinho de preço final de R$48,00

Enfim, são 15 sugestões para você curtir o feriado em boa companhia. o resto fica por sua conta! Salute, kanimambo e devagar nas estradas, quero ver todo mundo de volta na Segunda vendendo saúde e desestressado!! se estiver à toa no Sábado, vem me fazer companhia na Vino & Sapore porque estarei de plantão com uma garrafa aberta recebendo os amigos. Até!

Vinhos Elegantes, Uma Exclusividade do Velho Mundo?

Esse é um tema que certamente acirra discussões, porque o próprio conceito de vinhos elegantes não chega a ser unanimidade. Em matéria escrita por Alexandre Lalas para a Revista Adega em 2012, essa matéria é amplamente explorada por ele com muita sapiência e fonte de inspiração para este post. Vejamos, no entanto, qual o significado dessa palavra no nosso cotidiano antes de fazer essa liga com nossa vinosfera.

  • De acordo coma Wikipédia – Elegância é a qualidade do que é elegante e, portanto, possui uma certa harmonia caracterizada pela leveza e facilidade na forma e movimento. É o atributo de ser eficaz e simples.
  • Paul Válery (filósofo, escritor e poeta francês) – Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado subtil de se deixar distinguir.
  • Dicionário Priberam – Elegância é graça, airosidade, delicadeza e distinção aliada à simplicidade e clareza.

·        No vinho, a elegância poderia ser descrita como “sutileza e complexidade, harmonia, em que o equilíbrio e expressão do terroir se encontram de forma a ressaltar as diferenças, sendo a essência do caráter do mesmo”

O oposto dessa decantada elegância são os vinhos “de grande potência, extração, robustos e exuberantes com grande concentração de fruta e madeira”

Essa discussão, conforme expresso pelo renomado enólogo  australiano John Duval, é uma discussão estéril. “Nas décadas de 1970 e 80 até havia certas diferenças entre o que se fazia na Europa e nos Estados Unidos e Austrália, porém hoje em dia não mais. Há vinhos feitos no Velho Mundo que são robustos, austeros e musculosos enquanto outros no Novo Mundose mostram elegantes e finos. Tem mais a ver com o Terroir e o desejo do Enólogo”. A meu ver, mais do que tudo isso tem a ver com o mercado; seus movimentos e tendências. São as demandas do mercado como um todo que tendem a indicar os caminhos e cada vez mais, os grandes produtores tendem a seguir com a maré! Já os menores, com menos dependência dos mercados externos e mais voltados a vendas regionais, tendem a se manter mais fiéis a suas origens e tradições.

Por outro lado e a meu ver, há a possibilidade, sim, de uma mescla de potência e concentração, com sutileza, complexidade e equilíbrio, um vinho musculoso, mas de casaca e de fino trato! Na verdade, a busca pela elegância é algo que a maior parte das casas produtoras tem em mente face a mudança consumista de uma série de mercados que cansaram um pouco do excesso de modernidade e concentração. Conforme os mercados vão evoluindo, os paladares vão ficando mais exigentes e as “bombas”, independentemente se vêm do Velho ou Novo Mundo, tendem a perder seu impacto inicial como aconteceu, por exemplo, com os vinhos do Priorat (Espanha) num passado não tão distante.

Elegância não é portanto, uma exclusividade do Velho Mundo e sim uma exigência de boa parte do mercado consumidor. Pessoalmente acho a elegância imprescindível em tudo, inclusive no vinho. Há momentos para tudo, mas os vinhos elegantes possuem um “papo” bem mais interessante e complexo que me agradam sobremaneira. Food for thought, diriam os ingleses e o tema é controverso, porém fica aqui minha pergunta; que estilo de vinho você merece?

Salute, kanimambo e vejo você por aqui ou na Vino & Sapore onde dou “plantão” diariamente.

 

 

 

Guelbenzu Evo, Um Retorno à Minha Taça

     Nossa, como fazia tempo! O nome tem algo assim de sinistro, mas desde os idos de 2007 a 2008 que este vinho me chamou a atenção sendo que na época era trazido pela Expand e o selecionei como destaque na faixa de R$80 a 120,00 num post de Dez/07 sobre vinhos espanhóis. Depois deu um sumiço. reaparecendo agora pelas mãos da Import Gourmet do amigo e quase vizinho Jordi, que também traz os bons vinhos de Señorio de Sarría que fazem parte do mesmo grupo produtor.  Minhas notas da época pouco me disseram, mas tinha lhe dado 4 smiles o que na minha avaliação pessoal da época, essencialmente hedonística, é muito bom.

     Tendo como protagonista a Cabernet Sauvignon, leva cerca de 25% de Merlot e 15% de Tempranillo compondo um blend pouco usual, ainda mais quando vindo da Espanha. Quando o provei era Navarra, porém este que abri agora (2007) já é um Vino de la Tierra de la Ribera del Queiles, zona produtura nova criada em 2003 e composta por 16 municípios ao sul do Rio Ebro, entre Navarra, Rioja y Aragón.  Doze meses de barrica francesa nova, é um vinho poderoso, muito aromático em que um festival de frutos do bosque e sutis notas florais invadem o olfato ao ser desarrolhado.

  Guelbenzu Evo   Estava na loja para ser avaliado, já que nada entra no portfolio sem ser provado, e na semana passada chegou a hora. No almoço, preparei uma pizza artesanal de carne seca e fui feliz! A harmonização ficou muito boa, até porque a estrutura do vinho, já com 5 anos de garrafa, está perfeitamente integrada e pouco sobrou para contar a história. Textura deliciosa, taninos aveludados presentes, boca densa, algum mentolado, tofee, toques balsâmicos e terrosos, o vinho mostra-se bastante complexo em boca com algum mineral e um final de boca longo com algo de especiarias. Com a carne seca, casou muito bem e certamente um prato de bom peso lhe será ótima companhia, não me parece que seja vinho para meramente bebericar!

  Um belo vinho que mostra bem a força dos vinhos espanhóis e que me agradou muitíssimo, ainda mais porque não é daqueles vinhos que se encontra em qualquer esquina e, importante, manteve a consistência qualitativa ao longo dos anos. Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos com muita saúde e bons vinhos.

Dicas de Eventos no Mês Com Destaque para o Encontro de Vinhos em Curitiba

       A melhor maneira de se conhecer vinho aumentando sua experiência sem gastar fortunas, especialmente em nosso Brasil baronil, é degustando e compartilhando emoções. Já dizia Alexis Lichine, “No que se refere a vinho, sempre recomendo que se joguem fora tabelas de safras e manuais investindo num saca-rolha. Vinho se conhece mesmo é bebendo! “. Nesse sentido, este mês de Novembro está repleto de ótimos eventos, vejam só:

Para começar os amantes do vinho em Curitiba já têm programa para Sábado dia 9/11. Tivesse eu por essas bandas e não perderia, pois sou fã desses encontros e admirador dos “promoters” (Beto & Daniel, a famosa dupla dinâmica!) deste evento que cresce ano a ano se espalhando pelo Brasil afora levando novas experiências sensoriais aos enófilos de plantão num clima sempre pra lá de agradável. Serão mais de 30 expositores, com uma participação da Wines of argentina com um grupo grande de produtores,  que você pode checar clicando aqui .

Encontro de Vinhos Curitiba

Jà quem estiver dia 21/11 pela região de Piracicaba, uma grande degustação de Barolos será promovida pelo amigo Luiz Otavio no Enopira.

Lista dos vinhos:

  • Batasiolo Barolo 2006
  • Cantine Povero Barolo 2008
  • Cascina Ballarin Barolo Tre Ciabòt 2007
  • Cascina Ballarin Barolo Bussia 2005
  • Bruno Giacosa Barolo Falletto di Serralunga D’Alba 2005
  • Serio & Battista Borgogno Barolo Cannubi Riserva 2004

Após a degustação será servido: Brasato all Barolo. Custo R$180,00 e para reservas e mais informações, contate o Luiz Otavio através do telefone: (019 ) 3424-1583-  Cel. ( 19 ) 82040406 ou pelo e-mail > luizotaviol@uol.com.br.

Dia 27/11 voltamos para Sampa, mais precisamente na Vino & Sapore (Granja Viana), onde realizarei uma apresentação sobre espumantes falando um pouco sobre suas origens, métodos e estilos terminando com uma degustação às cegas de OITO espumantes TOP, veja abaixo.

A partir das 20 horas, apresentação das principais regiões produtoras, estilos de vinhos, métodos de produção e finalizando com uma degustação ás cegas de espumantes Champenoise top escolhidos a dedo:

  • Ferrari Perlé Brut – Itália – Da região de Trento, um dos melhores espumantes italianos
  • Vértice Gouveio – Portugal – Ícone da produção de espumantes do Douro e um dos melhores exemplares produzidos em Portugal, é um espumante marcante e surpreendente.
  • Adolfo Lona Orus Pas Dosé – Brasil – um ícone da produção nacional dos qual se produziram tão somente 628 garrafas!
  •  Cave Geisse Terroir Nature – Brasil – Cave Geisse é comprovadamente um dos mais conceituados produtores nacionais aclamado pela critica internacional, em especial por Jancis Robinson. Esse é seu rótulo topo de gama.
  •  Champagne Barnaut Gran Reserve Grand Cru – França – somente 5% das 319 comunas produtoras, possuem classificação Grand Cru. A Barnaut só produz espumantes Grand Cru em Bouzy, um degrau acima da maioria!
  • Cava Juve Y Camps Nature Gran Reserva de Família – Espanha – Clássico produtor da região, produz alguns dos melhores Cavas sendo este um dos mais premiados. Junto a Franciacorta na Itália, os maiores rivais mundiais de Champagne.
  • Franciacorta Lo Sparviere – Itália – Junto com as Cavas de Espanha, perfazem o trio de ouro da produção mundial de espumantes.  Lo Sparviere  Brut Millesimato é um dos 5 rótulos produzido por este pequeno produtor.
  • INTRUSO – um espumante a mais totalmente ás cegas que poderá ser de qualquer origem, no mesmo patamar de qualidade. Será divulgado após a degustação.

Para acompanhar, queijo tipo Brie alemão Bergader Cremosissimo e salmão defumado Marithimus. Ao final, nossos já aclamados cafés do Ateliê do Café da Terra. Custo do investimento a ser pago no ato da reserva, R$95,00 (R$180 o casal) e um convite por participante (não transferível) para o Taste & Buy Espumantes no dia 30, Sábado, das 16 às 20 horas. Reserve já através do mail; comercial@vinoesapore.com.br ou pelo telefone (das 11 às 19 horas) (11) 4612-6343 ou 1433

Dia 30/11 ainda na Vino & Sapore, Taste & Buy Espumantes. Uma oportunidade de você conhecer mais de 15 rótulos de espumantes antes de finalizar suas escolhas para este final de ano.

Das 16 às 20 horas, presentes nas instalações da Vino & Sapore mais de 15 rótulos de espumantes Moscatel, Proseccos, Brut Charmat, Brut Champenoise, Cavas,  Rosés, Nature, Extra Brut, toda a gama e estilos de espumantes para você conhecer e efetuar suas compras com mais certeza. Vinhos a partir dos 32 Reais até R$135,00 das mais diversas nacionalidades para degustação. Seu investimento, apenas R$35,00 pagos no ato da reserva com crédito de R$10 na compra de qualquer dos rótulos em degustação, e somente estamos disponibilizando 50 convites! Reserve já através do mail; comercial@vinoesapore.com.br ou pelo telefone (das 11 às 19 horas) (11) 4612-6343 ou 1433

Salute, kanimambo e não deixe para fazer sua reserva próximo às datas pois na maioria dos casos as vagas são limitadas.

Baixa Gastronomia no Domingo

      Não sei nem se o título se adequa, mas apesar de reconhecer e respeitar os feitos transformadores de alguns grandes chefes de cozinha, cansei de me satisfazer visualmente em restaurantes, mas sair com o bolso rasgado e uma certa sensação de que faltou algo, comida! É bacana, sim é na maioria das vezes servindo como experiência sensorial, porém eu gosto mesmo é de boa comida no prato, o famoso prato cheio como no Don Curro e outros restaurantes do estilo, desculpem minha franqueza.

     Sou mal e mal, um cozinheiro de fim de semana com limitações criativas porém tento sempre buscar algo novo para preparar. Neste Domingo, estava indeciso no que fazer porém quando vi no mercado uma fraldinha bonita de carne de gado criado ao pasto (gostei do conceito) e com um preço bacana, que teimava em piscar para mim, não resisti. Comprei e pensei que no forno poderia bem ser nosso almoço, algo “light”, clean sem muita invenção (há momentos em que o menos é mais!) só acompanhado de uma salada de bifun com kani, ovo mexido, azeitona e cenoura cortada fina em tiras.

     Chegando em casa lá fui eu ao google fuçar por uma receita e sem querer descobri a Larissa Januário e seu delicioso Sem Medida que já está entre meus favoritos aqui do lado. Fotos lindas, passo a passo bem demonstrado e uma série de descobertas de receitas simples e criativas. Quem sabe agora consigo me aprimorar testando algumas delas!

     A receita da Fraldinha peguei no site dela e é incrível como é fácil e rápido, em menos de meia hora estava pronta! Preciso ainda acertar o ponto melhor, mas a carne ficou macia, saborosa e a salada de bifun foi uma ótima pedida, até porque de sobremesa (há que se balancear as coisas!rs) tínhamos irresistíveis doces portugueses. Coloquei umas fotos que mostram a simplicidade do prato mas basta salgar a carne com sal grosso ou flor de sal, eu usei esse último e ficou muito bom,  selar cerca de 5 a 7 minutos de cada lado numa frigideira em fogo bem alto, depois mais 10 a 15 minutos no forno pré aquecido, só isso! Para cortar essa delicia uma faca com nome e sobrenome,rs, que ganhei recentemente do amigo Juan, mas nem precisava de tão macia que estava, e pronto a carne estava pronta a servir. A simplicidade que buscava, mostrando que não precisa complicar para se obter prazer na cozinha e que há hora para tudo! Veja mais no site da Larissa.

Clipboard Fraldinha da Larissa

    Ah, não falei de vinho né! Bem, eu precisava provar o Perrin Reserve branco Cotes du Rhone pois pensava em colocá-lo na Vino & Sapore então abri-o enquanto cozinhava e petiscávamos algo. Bom, fresco, conforme a temperatura aumentou, para próximo dos 10 graus, os aromas (pêssego, apricot e um suave floral) apareceram melhor, tendo apresentado uma certa mineralidade  gostosa de final de boca. Para um blend de Garnache Blanc, Viognier, Roussane e Marsanne elaborado por este conceituado produtor  com preço na casa dos oitenta a oitenta e cinco Reais, esperava um pouco mais de complexidade e estrutura que não encontrei. Bom para cozinha asiática, curries, entradas mas a meu ver falta-lhe punch para encarar um prato de maior estrutura, que é o que ando procurando.

     Quanto ao tinto para acompanhar a carne, abri um Malbec Carinae que também não me encantou mas que certamente terá seus seguidores pois é daqueles vinhos power (carne suculenta, delicada, pouca gordura, o vinho passou por cima) com muita extração e alto teor de álcool que demora a integrar. Bem que a amiga Flavia me recomendou decantar, mas é um vinho de cerca de sessenta Reais, achei exagerado mas ela estava certa.

    Foi um Domingo mais gastronômico que enófilo, mas igualmente gostoso pois estava com a família o que é sempre um tempero especial. Bem, é isso, salute e kanimambo pela visita.