No Frigir dos Ovos, Falando de Comida, or Not!

Quando comecei, pensava que escrever seria sopa no mel, mamão com açúcar. Só que depois de um certo tempo dá crepe, você percebe que comeu gato por lebre e acaba ficando com uma batata quente nas mãos. Como rapadura é doce mas não é mole, nem sempre você tem ideias e pra descascar esse abacaxi só metendo a mão na massa. A carne é fraca, eu sei, e não adianta chorar as pitangas ou, simplesmente, mandar tudo às favas. Às vezes dá vontade de largar tudo e ir plantar batatas, enfim. Mas quem não arrisca não petisca e depois, quando se junta a fome com a vontade de comer, as coisas mudam da água pro vinho.

Porém, já que é pelo estômago que se conquista o leitor, o negócio é ir comendo o mingau pelas beiradas, cozinhando em banho-maria, porque é de grão em grão que a galinha enche o papo.  Contudo é preciso tomar cuidado para não azedar, passar do ponto, encher linguiça demais. Além disso, deve-se ter consciência de que é necessário comer o pão que o diabo amassou para vender o seu peixe. Afinal não se faz uma boa omelete sem antes quebrar os ovos. O importante é não cuspir no prato em que se come, pois quem lê não é tudo farinha do mesmo saco. Diversificar é a melhor receita para engrossar o caldo e oferecer um texto de se comer com os olhos, literalmente.

Há quem pense que escrever é como tirar doce da boca de criança e vai com muita sede ao pote. Mas como o apressado come cru, essa gente acaba falando muita abobrinha, são escritores de meia tigela, trocam alhos por bugalhos e confundem Carolina de Sá Leitão com caçarolinha de assar leitão. Há também aqueles que são arroz de festa, com a faca e o queijo nas mãos, eles se perdem em devaneios (piram na batatinha, viajam na maionese… etc.). Achando que beleza não põe mesa, pisam no tomate, enfiam o pé na jaca, e no fim quem paga o pato é o leitor que sai com cara de quem comeu e não gostou.

Se embananar, de vez em quando, é normal, o importante é não desistir mesmo quando o caldo entornar. Por outro lado, se você tiver os olhos maiores que a barriga o negócio desanda e vira um verdadeiro angu de caroço. Aí, não adianta chorar sobre o leite derramado porque ninguém vai colocar uma azeitona na sua empadinha, não. O pepino é só seu, e o máximo que você vai ganhar é uma banana, afinal pimenta nos olhos dos outros não é refresco…

Enfim, puxe a brasa pra sua sardinha, que no frigir dos ovos a conversa chega na cozinha e fica de se comer rezando. Daí, com água na boca, é só saborear, porque o que não mata engorda.

           Este texto acima não é meu! Recebi de um amigo e o autor é desconhecido, daquelas mensagens que dão volta na internet ganhando fama sem que o devido crédito seja dado, porém curti bastante e quis compartilhá-lo com vocês nesta semana já que de vinho já falei demais e tenho que guardar algo para a semana que vem, rs. Só inclui uma ou outra palavra e mudei a ordem dos parágrafos, porém a obra não perdeu sua essência, espero que curtam e tenham todos um ótimo fim de semana. Para quem puder, ainda há alguns lugares disponíveis para o curso sobre o Chile, seus vales, vinhos e uvas com as novas denominações recém implantadas. Será no próximo dia 5 de Setembro, e faria gosto em recebê-los. Salute e kanimambo

Vinhos do Brasil, Ó eu Aqui de Novo!

Fazia tempo que não falava dos vinhos brasileiros como um todo, apesar de nunca me ter afastado dos pequenos produtores quando tenho a oportunidade. Falei de Geisse, de Lona, de Valmarino & Churchill, porém este ano ainda não tinha postado nada. Como a maioria sabe, meu problema com o vinho brasileiro está limitado ás estratégias negociais adotadas pela grande maioria dos produtores com destaque para os grandes barões, à política comercial e á precificação, nada contra a qualidade, muito pelo contrário conforme pode ser lido em meus diversos posts sobre o tema. Pois bem, voltei a ter a oportunidade de provar ao ser convidado para participar do evento de vinhos brasileiros promovido pela WineIn e fazer parte do júri de especialistas num challenge muito interessante.

Por uma questão de coerência e porque até hoje determinadas pessoas e empresas (mentores e apoiadores ferozes) não desceram de seu pedestal para se desculparem perante o consumidor, eu e você, pela tentativa malfadada de nos empurrar goela abaixo as tais das maledettas salvaguardas sem contar o tal do selo fiscal, seguirei não falando deles mesmo que os prove, porém aqui sempre haverá espaço para os pequenos em especial aos associados da UVIFAM e ACAVITIS.

Bem, mas chega de papo e deixa eu compartilhar com os amigos algumas descobertas deste evento realizado na Fecomercio semana passada em que pela primeira vez me debrucei sobre vinhos de uma região pouco conhecida da maioria, a de Campos de Cima da Serra –  “Os Campos de Cima da Serra ficam no nordeste gaúcho, na parte mais alta do Rio Grande, onde as nuvens fazem sombra nas montanhas. A leste estão os cânions dos Aparados da Serra e ao norte a Serra Catarinense. Região de história, tradição, hortências, uvas e vinhos” – e gostei!

Desta região que fica situada num platô de altitudes entre 900 a 1100 metros, frio e ventoso propiciando maior sanidade das uvas e uma maturação mais longa, provei os vinhos da Aracuri (em Sampa falem com o Miguel da Garrafeira do Carmo) e da Campos de Cima, falemos desses vinhos: “Ressalva, me equivoquei, a Vinícola Campos de Cima está localizada em Itaqui na Campanha Oriental, não na região de Campos de Cima da Serra”

Campos de Cima Extra-brut > chardonnay e pinot vinificados na casa da Família Geisse não podia dar noutra, um belo espumante com ótima perlage e muito equilibrado. Vale muito a pena.

Campos de Cima Viognier 2011 – não sabia, mas esta uva aparentemente está se dando muito bem por estas bandas, e este vinho comprova isso. Seco, corpo médio, boa tipicidade melhor na boca do que no nariz, uma bela pedida para quem gosta de se aventurar por cepas diferentes.

Campos de Cima Tannat 2006 – este exemplar passa seis meses em barrica e está no ponto para ser consumido. Equilibrado, taninos equacionados, rico e muito saboroso de tomar. Não sei se seguirão fazendo este vinho, mas eu não perderei essa chance e colocarei algumas garrafas em minha adega junto com o Viognier!

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Aracuri Vinhos Finos – me seduziram. Tanto pelos vinhos, meus parabéns á simpática enóloga Paula Guerra Schenato, como por seu projeto comercial em São Paulo. Em se mantendo nessa rota, terá todo meu apoio pois os vinhos apresentaram muita qualidade e preços condizentes e honestos face a realidade brasileira.

Aracuri Merlot 2009 – um merlot de bom corpo, taninos bem equacionados, harmonioso digno dos bons vinhos brasileiros elaborados com esta uva.

Aracuri Pinot Noir 2012 – há poucos pinots nacionais que me satisfazem e este mostrou ser um deles. Frutado, mas sem exageros de extração, elegante e fino na boca como manda o figurino.

Aracuri Cabernet 2008 – Parelho com o Merlot, completando uma linha de tintos bastante interessante com preços que, me parece, andam na casa dos R$45 a 50 aqui em Sampa e acho que valem.

Aracuri Collector Cabernet Sauvignon 2009 – o que já era bom ficou melhor ainda. Com passagem de 12 meses por barricas este vinho ganha maior estrutura e complexidade, uma riqueza de sabores sedutores e perfeito equilíbrio. Vinho que gostaria de ver em algumas provas às cegas, certamente fará bonito e quebrará um monte de paradigmas! Importante, educados 12.5% de álcool.

Não provei os brancos, era muita coisa (!), porém as criticas são boas então é um produtor que me parece possuir toda uma linha de bons vinhos que valem sua, e minha, atenção. Por falar em brancos, provei um vinho que certamente saciará a curiosidade dos que gostas de sair da mesmice, o Dunamis Merlot vinificado em branco, um vinho bastante interessante e gostoso de tomar, nem que seja pelo fator inusitado, porém vale ter na adega e este vem da Campanha Gaúcha próximo a Santa de Livramento tendo seus vinhos vinificados nas instalações da Cordilheira de Sant’Ana.

Para finalizar, a Vínicola Kranz de Treze Tílias em Santa Catarina, me surpreendeu com dois rótulos em especial; um rosé de cabernet com apenas 11,5% de teor alcoólico e nada docinho! Um vinho gastronômico, estilo italiano, de bom frescor complexo e já me vi acompanhando-o com um belo prato de atum selado! Seu espumante Rosé Brut elaborado pelo método charmat com 3 meses sur lie e também de Cabernet é surpreendente. Já seu Cabernet Sauvignon 2009, é bem típico dos vinhos catarinenses desta cepa que tendem muito mais à elegância do que à potência e grande estrutura. Um estilo que não seduz a todos mas que eu aprecio bastante.

Depois teve a prova (Challenge) de vinhos acima de R$50 Brasileiros versus vinhos argentinos e chilenos em que o Lote 43 de 2011 foi o ganhador (para mim o segundo por um ponto) sendo que na minha avaliação o Achaval Ferrer Malbec 2011 levou o troféu. Mas disso falo outro dia! Salute e kanimambo.

 

Decanter Wine Show – Sempre Digno do Nome

Mais um show de qualidade, diversidade e cordialidade de um importador que prezo muito. Desta feita o evento se dedicou aos vinhos do Novo Mundo e aproveitei para rever e conhecer alguns rótulos sul-americanos mais que de outras regiões.

Muita coisa boa, porém alguns vinhos me chamaram mais a atenção, certamente alguns encontrarão seu espaço nas lojas em que dou consultoria inclusive a Vino & Sapore (rs),  e gostaria de os compartilhar com os amigos.

Vina Alicia Tiara (Argentina) – este delicioso  branco composto de Riesling, Alvarinho e Savignin num assemblage diferenciado e de muita qualidade que encanta e surpreende até os menos chegados aos vinhos brancos. Bom corpo, complexo, é vinho de grande personalidade.

De Martino (Chile) três vinhos me surpreenderam e uma noticia pra lá de marcante considerando-se a fobia novo mundista por barricas novas. A De Martino não mais usa barricas novas e parte desta mudança já se sente em seus vinhos a começar pelo Quebrada Seca Chardonnay. Já tinha provado este vinho há algum tempo e nunca tinha entendido o que tantos críticos viam nele, pois sempre o achei excessivamente amadeirado encobrindo a fruta.  Desta feita o vinho passou por botis de 5000 litros e o que vemos é um vinho muito mais harmonioso, madeira sutil e a fruta como protagonista com um leve apimentado muito interessante. Belo vinho este!

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Ainda na De Martino, um delicioso rosé de Cinsault da região de Itata, é o Gallardia del Itata. Provamos o 2012 que estava delicioso, mas o frescor e os aromas do 2013 são de tirar o chapéu. Já o Las Cruces Old Bush Vines um field blend em que várias cepas (malbec, carmenére, Cab. Sauvignon, etc.) coexistem, é muito marcante. Quando o Malbec está pronto eles colhem a parcela inteira e vinificam conjuntamente. Estruturado, elegante e com ótima persistência, é um vinho a ser tomado com calma para apreciar todo o seu potencial e certamente o farei.

O Las Moras 3 Valleys Shiraz (Argentina/San Juan)com 15 a 18 meses de barrica tostado médio e mesclado entre americano e francês, mostra porquê os Syrahs de San Juan são tão prestigiosos. Tremendo vinho, elaborado com uvas de três vinhedos de altitudes diferentes; 650, 950 e 1380 metros. Conteúdo alcoólico puxado, 15%, porém muito bem integrado e pouco perceptível na taça, fruta e especiaris típicas da casta, firme e complexo com taninos finos e aveludados. Um dos melhores!

Luigi Bosca – por incrível que pareça sempre deixei para provar o portfolio deste produtor por último e no final passava batido. Finalmente dei uma bela passagem por toda a linha deles e me encantei com o Ícono, um baita vinho que se deu muito bem na degustação Campeonato do Mundo de Vinhos e entendi porquê.  Vinhaço e o preço idem, na casa das 500 pratas, o que faz dele um objeto de desejo. Vinhas velhas cultivadas em pé-franco, corte praticamente igual de Malbec e Cabernet Sauvignon, um vinho longa guarda que deverá ainda evoluir muito nos próximos seis a sete anos. Preço acompanha, então não é para a bolso da maioria de nós mortais, mas……

          Agora você me pergunta, só isso? Não, tinha muito mais, porém tive que sair para atender uma emergência e do muito que provei esses foram os destaques, mas me falaram muito bem dos rótulos americanos e ótimos Shiraz australianos. Enfim, coisa boa não falta nesse que é um dos melhores portfolios do Brasil. Por hoje é só, durante a semana mais noticias e troca de experiências. Salute e kanimambo.

 

Nem Tudo na Minha Taça é Vinho!

Em meus 30 anos de comércio internacional viajei o mundo, mas nos últimos  anos deixei de lado os países de maiores adversidades e me dediquei a projetos na Europa e Estados Unidos/Canada quando minha paixão pelo vinho realmente aflorou, mas não foi só. Provei loiras belgas, checas e até francesas de muita qualidade, mas foi na Alemanha, em especial na Bavaria, que aprendi a curtir uma boa Weissbier. Hoje, dia bonito e quente, deixei a taça e o saca rolha de lado para curtir uma Erdinger que, mesmo não sendo a melhor, dá bem conta do recado. Quer um gole?! Prosit und auf wiedersehen. Bis morgen!

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Chile – Suas Regiões, Valles, Cepas e Vinhos.

Pessoal, para quem estiver a fins de ampliar seus horizontes e degustar alguns bons vinhos da região, estarei na Vino & Sapore (Granja Viana) neste próximo dia 28 (Mudou para 05/09)  trocando experiências e conhecimentos com os amigos que por lá estiverem. Aguardo vocês, mas reservem antes!

CHILE na VINO & SAPORE

Suas Regiões, Valles, Cepas e Vinhos

AGORA DIA 5 de SETEMBRO!

 

Chile, terras da diversidade, dos Valles e agora três novas sub-denominações de origem que visam dar uma melhor indicação do que esperar de uma garrafa de vinho desse importante player no mercado internacional. Vamos atualizar os enófilos de plantão com essa nova divisão de áreas, falar de seus Valles, suas uvas e seus vinhos neste próximo dia 28 de Agosto a partir das 20 horas. Enquanto falamos das regiões e das cepas mais importantes do Chile, vamos provar cinco de seus vinhos e ao final um prato que esperamos possa reproduzir os sabores da terra.

Audio visual, apostila e um bate-papo agradável que visa atualizar os iniciados e esclarecer os iniciantes de nossa vinosfera com limitação de dez participantes por aula. Apresentação:  João Filipe Clemente, Enófilo, Consultor  e Colunista de vinhos, autor do blog Falando de Vinhos. Investimento; R$150,00 a serem pagos no ato da reserva. Aguardamos você e lembramos que já temos cinco vagas ocupadas, então o que resta será de quem chegar primeiro!

 Rua José Felix de Oliveira 875 – Zagaia Mall – Centrinho da Granja Viana Tel. (11) 4612.6343/1433 – E-mail: comercial@vinoesapore.com.br

Tinto & Branco Chilenos na Taça

Não tive a oportunidade de participar do Winebar da Wines of Chile que antecedeu a Wines of Chile Tasting e lançamento oficial das novas denominações (áreas) Costa, Entre Cordilleras e Andes, então vou colocando aqui minhas impressões sobre os vinhos provados conforme os for degustando.

Comecei por uma dupla de tinto e branco de Casablanca, área da Costa na nova denominação. Mesmo a foto não sendo das melhores, nas taças estavam o Ventisquero Reserva Pinot Noir e o Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro. Cada um do seu jeito e no seu patamar de qualidade e preço, foram bem na minha taça, sendo que o Terrunyo extrapolou por sua exuberância. Falemos dos vinhos e do que senti deles:

A Ventisquero produz bons vinhos em diversas gamas de qualidade e eu gosto bastante dos vinhos da família Queulat em especial o Merlot. Este Pinot Noir se mostrou muito agradável mostrando fruta abundante no nariz e uma cor rubi demonstrando uma extração maior o que é típico dos pinots chilenos. Na boca está bem redondo, saboroso e frutado fácil de gostar, boa acidez, taninos delicados como manda o figurino e um final com uma certa mineralidade. Cumpre bem seu papel considerando-se que é vinho na casa dos R$45 a 55,00 nos dias de hoje.

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Terrunyo Sauvignon Blanc da Concha y Toro, vinho de pontuação média, pelos grandes critico mundiais, ao redor de 90 pontos com alguns picos. Mudamos de patamar, não subimos um degrau, pulamos alguns! Nunca tinha tomado este vinho e tenho que confessar que me surpreendi pois é dos melhores Sauvignon Blanc que já tomei , não só do Chile mas das Américas. Paleta olfativa gostosa em que notas cítricas, maçã verde e notas de orvalho matinal nos fazem viajar um pouco. Na boca é pura sedução, repete as sensações da fruta fresca com uma mineral bem presente, um vinho em perfeita harmonia, elegante e marcante que faz lembrar muito os vinhos do Loire que me encantam. Um belíssimo exemplar de Sauvignon Blanc que não é para qualquer bolso, mas falamos de um vinho top de gama, então o preço acompanha, entre R$100 a 120 pelo que pude ver na internet.

Tenho mais uns três para provar, mas de saída me dei bem. Realmente os terroirs do Chile e uma enormidade de bons produtores são farto material para pesquisa (prova) como pude mais uma vez comprovar, inclusive na Wines of Chile Tasting! Em breve mais do Chile mas quem quiser uma experiência a mais, dia 28 de Agosto na Vino & Sapore farei uma apresentação sobre os vales, suas uvas e vinhos, com ênfase na introdução das novas áreas e, obviamente, provaremos alguns bons vinhos e serviremos um prato. Será a partir das 20 horas então caso tenha interesse, me enviem um comentário que entro em contato.

Curso de Vinhos – O Que Você Quer Saber?

Minha experiência com cursos de vinhos não é das melhores e como consumidor sempre achei que faltava algo naquele monte de informação teórica e dados históricos que nos são despejados às toneladas. Estou trabalhando na montagem de um curso meu agora e me parece justo que nesse momento eu ouvisse o que meus leitores têm para me dizer, afinal, o que você pensa sobre esse assunto? O que você gostaria de saber e que esses cursos não te deram? O que realmente é importante para você?

Sei que o tempo é escasso, mas lhe peço cinco minutos de seu tempo para refletir sobre o tema e me enviar um comentário com sua opinião e sugestões. Ficarei muito agradecido por sua contribuição pois certamente essas informações enriquecerão muito o curso que pretendo montar. Kanimambo e salute.

Estive ontem no Decanter Wine Show e alguns destaques entre os muitos bons vinhos apresentados de um portfolio vasto, complexo e muito abrangente. Amanhã aqui!

Deu Tuga na Cabeça no Mundial de Vinhos!

É, antes de falar de alguns chilenos na minha taça, ontem fui surpreendido com esta noticia que muito engrandece os vinhos portugueses pois demonstra que, quando colocados cara a cara com grandes vinhos de outras origens, estes não negam fogo! O feito foi alcançado no Torneio Mundial de Vinhos promovido pelo amigo enófilo e profundo entendedor do riscado, Luiz Otavio do Enopira lá de Piracicaba, interior do Estado de São Paulo. Ao longo de dez meses ele foi fazendo degustações regionais com grandes vinhos entre R$200 a 400, mais ou menos,  selecionando o melhor de cada país. No final, num evento realizado em Itaipava um painel final composto pelos 05 campeões das seletivas do velho mundo (Portugal, Espanha, França, Itália e Sudeste Europeu) e pelos 05 campeões das seletivas do novo mundo (Argentina, Chile, EUA, Oceania e África do Sul. Eis o resultado dessa epopéia

Final do Torneio Mundial de Vinhos- Enopira Road Itaipava 2013.

Solar da Fazenda do Cedro/Itaipava/RJ- 17/08/2013

  • Campeão Sudeste Europeu – Hiedler Zweigelt Reserve 2009

Produtor- Weingut Hiedler- Langelois- Kamptal- Austria

Casta- Zweigelt (Sankt Laurent X Blaufrankisch)

Teor alcoólico- 13%

Amadurecimento- 20 meses em pequenos tonéis de carvalho.

Preço- R$ 161,00

 

  • Campeão Espanhol – Losada La Bienquerida 2007

Produtor- Losada Vinos de Finca- Ponteferrada- Bierzo- Espanha

Castas- Vinhedo velho em field blend majoritáriamente de Mencia .

Teor alcoólico- 13,5%

Amadurecimento- 15 meses em barricas de carvalho francês de vários tamanhos

Preço- R$ 267,00

 

  • Campeão Italiano – Cascina Ballarin Barolo Bussia 2005

Produtor- Cascina Ballarin- La Morra- Cuneo- Piemonte- Itália

Castas- Nebbiolo de vigneto Bussia de Monforte D’Alba

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 24 meses em barricas de carvalho francês.

Preço- R$ 342,00

 

  • Campeão Francês – Château Corbin Michotte 2005

Produtor- Jean-Noel Boidron- Saint-Emilion- Bordeaux- França.

Castas- 65% Merlot, 30% Cabernet Franc e 5% Cabernet Sauvignon

Teor alcoólico- 13%

Amadurecimento- Parte do vinho estagia em cubas de beton e parte do vinho estagia por 24 meses em barricas de carvalho francês (60% novas)

Preço- R$ 300,00

 

  • Campeão Português – Quinta da Gaivosa Vinha Lordelo 2007

Produtor- Domingo Alves de Sousa- St.Marta de Penaguião- Douro- Portugal

Castas- Field blend de mais de 20 castas autóctones do Douro com mais de 100 anos

Teor alcoólico- 15,5%

Amadurecimento- 15 meses em barricas novas de carvalho Alliers.

Preço- R$ 405,00

 

  • Campeão Argentino– Luigi Bosca Icono 2008

Produtor- Bodega Luigi Bosca- Lujan de Cuyo- Mendoza- Argentina.

Castas- 55% Malbec e 45% Cabernet Sauvignon

Teor alcoólico- 14,7%

Amadurecimento- 18 meses em barricas novas de carvalho Alliers.

Preço- R$ 430,00

 

  • Campeão Sul Africano – Vilafonté Séries C 2009

Produtor- Vilafonté- Stellenbosch- África do Sul

Castas- 54% Cabernet Sauvignon, 27% Merlot, 11% Cabernet Franc e 8% Malbec

Teor alcoólico- 14,8%

Amadurecimento- 23 meses em barricas de carvalho francês de 1º e 2º uso.

Preço- R$ 400,00

 

  • Campeão EUA – Château Montelena Cabernet Sauvignon 2009

Produtor- Château Montelena Winery- Calistoga- Califórnia- EUA

Castas- 85% Cabernet Sauvignon, 13% Merlot e 2% Cabernet Franc

Teor alcoólico- 13,8%

Amadurecimento- 14 meses em barricas (14% novas) de carvalho francês e do leste europeu.

Preço- R$ 424,00

 

  • Campeão Chileno – Altair 2006

Produtor- Altair Vineyards & Winery- Cachapoal- Chile

Castas- 71% Cabernet Sauvignon, 17% Carmenère,  6% Merlot, 4% Syrah e 2% CF.

Teor alcoólico- 14,7%

Amadurecimento- 12 meses em barricas de carvalho francês (80% novas)

Preço- R$ 320,00

 

  • Campeão Oceania – Peter Lehmann Eight Songs Shiraz 2005

Produtor- Peter Lehmann- Tanunda- Austrália do Sul- Austrália.

Castas- 100% Shiraz de vinhedos em Barossa Valley

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 18 meses em hogsheads (barrica de 300 l) de carvalho francês

Preço- R$ 311,00

RESULTADO

 A degustação foi as claras e na seqüência  sendo a banca degustadora composta de 16 participantes. Todos os vinhos foram decantados por uma hora e servidos a 10º C. Preços referência São Paulo em Junho de 2013

 Foi estabelecido que ao melhor vinho na sua preferência seria dado 10 pontos, ao segundo melhor vinho 9 pontos e assim sucessivamente até 1 ponto para seu décimo melhor vinho.

Copilado a somatória dos pontos de todos os degustadores  tivemos o seguinte resultado:

1.      Primeiro lugar ficou Quinta da Gaivosa Vinha Lordelo 2007 –  Portugal/ Douro 126 pontos

2.      Segundo lugar ficou o Cascina Ballarin Barolo Bussia 2005 –  Itália/Piemonte 124 pontos

3.      Terceiro lugar ficou o Château Corbin Michotte 2005 – França/Bordeaux 110 pontos

4.      Quarto lugar ficou o Luigi Bosca Icono 2008 – Argentina/Mendoza 99 pontos

5.      Quinto lugar ficou o Château Montelena CS 2009 – EUA/Califórnia 92 pontos

6.      Sexto lugar ficou o Losada La Bienquerida 2007 –  Espanha/Bierzo 85 pontos

7.      Sétimo lugar ficou o Peter Lehman Eight Songs Shiraz 2005 – Austrália/Barossa 80 pontos

8.      Oitavo lugar ficou o Altair 2006 – Chile/Cachapoal 69 pontos

9.      Nono lugar ficou o Vilafonté Séries C 2009 – África do Sul/Stellenbosch 68 pontos

10.  Décimo lugar ficou o Hiedler Zweigelt Reserve 2009 – Áustria/Kamptal 27 pontos

      Um exercício hedonístico que o Luiz faz muito bem e com um resultado que me deixou feliz já que conheço o vinho, realmente grande, e tenho uma garrafa na adega (oba!) aguardando meu aniversário de 60 anos!  Salute, kanimambo e amanhã tem mais.

Ménage à Trois – Frio, Caldo Verde e Malhadinha

      Sem sacanagem, tem gente que só pensa naquilo (!)rs, na maior pureza e desta vez sem vinho! Friozinho, um caldo verde elaborado com chouriço português, ora pois, e um fiozinho do azeite Malhadinha sem filtragem que uma amiga me trouxe de Portugal porque o importador não conseguiu trazer devido a “problemas” com os órgãos competentes! A felicidade está, na maioria das vezes, nas coisas mais simples da vida e sei que hoje vou dormir feliz. Se tivesse em casa, certamente um bom Vinho Verde tinto como o Quinta de Linhares casaria à perfeição.

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    Olha, não vou dizer mais nada pois, como já diz o ditado, uma imagem vale mais que mil palavras! Agora, que esse azeite levanta até defunto, disso não tenham dúvidas, bão demais da conta sô!!!  Saboreiem isso por hoje, salute e kanimambo, amanhã tem mais e é chileno na taça!

Mandela (o vinho) na Taça, Uma Experiência Africana

Há algumas semanas tive a oportunidade de participar de mais um saboroso evento do Winebrar, uma degustação virtual, com os amigos Alexandre Frias, Daniel Perches e o Rogério da Ravin. Nessa oportunidade, provamos dois vinhos que recém chegaram ao mercado pelas mãos dessa importadora.

Os vinhos da House of Mandela têm por trás de si, toda a experiência e sabedoria do grupo Fairview na produção o que por si só já é uma boa razão para nos aventurarmos por seus aromas e sabores. Dois vinhos de gama de entrada que a importadora estava vendendo com desconto promocional de lançamento, não sei se ainda está, e saía por R$39 em vez do preço de tabela que é de R$49,00. Vieram três varietais, um Sauvignon Blanc, um Pinotage e um Syrah, porém nessa noite provamos somente os primeiros dois:

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Sauvignon Blanc – Gostei bastante pela ausência dos aromas e sabores fortes de aspargos no vinho, algo que não me agrada nos vinhos desta cepa. Este se apresenta bem fresco, mais citrino com grama molhada bem presente numa presença de boca toda ela mais sutil e elegante e balanceada terminando com uma certa mineralidade. Um vinho muito agradável de se tomar e certamente uma bela companhia para os queijos de cabra e frutos do mar grelhados ou fritos.

Pinotage – a meu ver mui agradável e cativante  no olfato, apresentando-se  franco e bem integrado, final saboroso e surpreendente persistência. Nada daquela típica borracha queimada mais presente nos vinhos de entrada de gama, aparecendo uma fruta pouco comum e um final com alguma especiaria.

Pessoalmente creio que o Sauvignon Blanc é mais harmonioso e vibrante com um potencial mais interessante para ser tomado solo, sem comida, enquanto o Pinotage tende a cansar um pouco depois da segunda taça o que poderia mudar com pizza de, peperoni , linguiça de javali e coisas do gênero. Pensei até num belo X-Picanha! Vale a prova e é uma boa introdução aos bons vinhos sul-africanos. Salute e kanimambo!