Saturday Night Wine Tasting II na Vino & Sapore

Serão mais de 40 rótulos em prova de mais de 30 regiões diferentes. Vinhos das mais diversas regiões, cepas e estilos escolhido por mim em parceria com os importadores. Certamente as cuspideiras precisarão ser amplamente usadas para se poder conhecer a boa parte desses vinhos e, para temperar o evento;  os antepastos artesanais da Carcioffi , azeites e outros quitutes.

http://www.falandodevinhos.com/wp-content/uploads/2013/07/convite-saturday-ii-10-agosto.jpg

Afora a degustação limitada aos 50 convites restantes (R$50 com R$15 de crédito para compra de vinhos em prova no evento e pagos no ato da reserva), as compras com uso do crédito receberão um ticket para sorteio a cada R$50 de gasto. O sorteio se dará ás 21:15 com dois prêmios; o primeiro será uma caixa com 12 garrafas de vinho com um valor aproximado de R$1.000 e o segundo um vinho mais azeites e antepastos da Carcioffi no valor aproximado de R$200.  Veja a lista de vinhos que a principio estarão em prova no evento nesta lista abaixo e programe já sua degustação lembrando que marcados com asterisco são os vinhos dos kits.

Rótulo

País

Região

las Moras Cabernet Sauv. – Cabernet Franc *

Argentina

San Juan

Benegas Malbec

Argentina

Mendoza

Staphyle GEA Bonarda

Argentina

Mendoza

Punto Final Cabernet Sauvignon*

Argentina

Mendoza

Ventisquero Quelat Gran Reserva Merlot

Chile

Vale de Maipo

Tabali Maray Pinot Noir

Chile

Vale de Limari

Tabali Maray Carmenére

Chile

Vale de Limari

Terranoble Reserva Pinot Noir

Chile

Vale de Casablanca

El Milagro Syrah

Chile

Vale de Curicó

Lujuria Chardonnay/Viognier *

Chile

Vale de Curicó

Chocalan Reserva Cabernet Franc

Chile

Vale de Maipo

Lagar de Bezana GSM (Grenache/Syrah/Mouvédre)

Chile

Vale de Cachapoal

William Févre Espino Grand Cuvée Cabernet Sauv. *

Chile

Vale de Maipo

William Févre Espino Grand Cuvée Chardonnay

Chile

Vale de Maipo

Casa Silva Carmenére Reserva

Chile

Vale de Colchagua

Pasíon Bobal

Espanha

Utiel-Requena

Hecula Monastrel

Espanha

Yecla

Paco & Lola Red Tempranillo/Garnacha

Espanha

Navarra

Gran Sello Tempranillo/Syrah

Espanha

Castilla la Mancha

Elias Mora Tinta del Toro *

Espanha

Toro

Cientruenos Garnacha

Espanha

Navarra

Volantera Garnacha Masseração Carbonica

Espanha

Navarra

Fruto Noble Blend (Cab.Franc/Monastrel/Syrah)

Espanha

Alicante

Chateau Porcieux Rosé *

França

Provence

Chateau Pujeau la Grave *

França

Bordeaux

Paul Mas Grenache Noir

França

Languedoc

Alain Brumont Merlot/Tannat

França

Gascogne

Pallais de Versailles Rosé Brut

França

Charentes

Carpinetto Dogajolo *

Itália

Toscana

Dezzani Barbaresco *

Itália

Piemonte

Tellus Syrah *

Itália

Lazio

Cascina Ballerin Pilades Dolcetto d’Alba

Itália

Piemonte

Cecilia Beretta Prosecco Superiore Milesimato Brut *

Itália

Veneto

Vignantica Aglianico

Itália

Campana

Surani Primitivo di Manduria

Itália

Puglia

Leonardo Chianti

Itália

Toscana

Da Vinci Chianti Riserva *

Itália

Toscana

Poggio del Sasso Sangiovese

Itália

Toscana

Herdade de São Miguel Touriga Nacional

Portugal

Alentejo

Quinta do Encontro Merlot/Baga

Portugal

Bairrada

Casa da Passarela  Tinto Colheita

Portugal

Dão

Quinta da Mieira Branco – Rabigato

Portugal

Douro

Casa de Cambres Tinto

Portugal

Douro

Quinta da Mieira Tinto*

Portugal

Douro

Albert Bichot Pinot Noir Vieilles Vignes

França

Borgonha

Wente Chardonnay

USA

California

Não existe melhor forma de conhecer os caldos de Baco e cuidar do rico dinheirinho de cada um, do que provando. O investimento é amplamente compensado por compras de risco zero, pois você já provou! Como já dizia Vandré, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer” então não deixe para a última hora pois os convites devem acabar logo! Contate a Vino & Sapore pelo e-mail: comercial@vinoesapore.com.br ou pelo telefone (11) 4612-6343/1433 a partir das 10:30 da manhã até as 19 horas ou, ainda, me envie um comentário que entrarei em contato.  Salute, kanimambo e espero vê-lo por lá, quem sabe com seu pai, seria da hora!

Já Provou um Vinho do Zimbabwe?

Eu já, Bushman Rock Estate Dry White Wood Matured .

ZIM - Clipboard

Adoro sair da mesmice, provar coisas diferentes de locais diferentes, isso faz parte, na minha opinião, da formação de um enófilo que se preze, pois creio que ganhamos muito com isso. Afora este vinho tomado na semana passada, ainda provei um Pinot Noir de Luxemburgo, do qual falarei outro dia, e estou armando junto com uns confrades, uma degustação somente de vinhos exóticos. Tem Tahiti, Venezuela, Peru, Holanda, Mexico, China e, lamentavelmente, a garrafa do Nepal sumiu! Depois falo para vocês sobre essas outras experiências, mas vi com bastante interesse no site da vinícola que entre outras uvas eles trabalham com a Alicante Bouschet, uma casta meio esquecida do sul da França que virou protagonista importante no Alentejo.

Ah, você quer saber desse branco? Bem, nem sempre se pode julgar, na maioria das vezes para ser sincero, um vinho ou qualquer outra coisa, por uma primeira impressão, então deixemos para lá! rs Digamos que estava “over wood matured” e valeu pela experiência que poderá ser repetida havendo a oportunidade. Ao amigo César Bueno que teve a gentileza de me trazer a garrafa e provar junto, um kanimambo especial e, por sinal, não foi nada para o ralo não!

Salute, ótima semana e kanimambo pela visita. Amanhã a lista dos vinhos que você poderá provar no próximo dia 10 na segunda edição do Saturday Night Wine Tasting que promoverei na Vino & Sapore, assim como a seleção de vinhos que comporá  a caixa (12 vinhos) a ser sorteada no dia, são cerca de R$1.000 em vinhos! Não perca.

PS. Se tiver algum vinho de origem exótica para provar e quiser compartilhar, me envie um comentário pois já estou montando uma segunda etapa dessas degustações em que cada um que aporta uma garrafa fica com direito a trazer um convidado. Seis vinhos fecham o encontro!

Blends: Desafio às Cegas – Argentina x Chile

               Mais um muito saboroso e agradável encontro da Confraria Saca Rolha reunida na Vino & Sapore. Não falei no post anterior que participo de diversas! Nossa porta-voz é a confreira e sommelier Raquel Santos que reproduz aqui sua visão dessas experiências que vivemos com bastante intensidade e alegria em nossos encontros mensais. Pois bem, embarquemos nos relatos dela, que já tem seus seguidores aqui no blog, e ao final dou meu pitaco.

Quando se fala em vinhos de corte (blends ou assemblage), há que se comparar com os varietais. Durante séculos, na produção de vinhos, poucas pessoas sabiam quais variedades de uvas existiam na bebida que consumida. Os principais produtores do velho mundo utilizavam as uvas que melhor se adaptavam à terra, misturando-as, como numa fórmula mágica e secreta, com a intenção de extrair o melhor resultado final possível. A melhor expressão da terra, clima e certamente a mão do homem, na produção de um vinho, chamou-se de “terroir”.

            Nessa época, ao se referir a algum vinho, falava-se em Bordeaux, Bourgogne, Barolo, Barbaresco, Rioja, Douro, etc. Era mais importante constar no rótulo a D.O.C. – denominação de origem controlada, junto com o nome do produtor, do que as castas utilizadas. Isso já estava implícito pela procedência e podiam variar de acordo com o clima daquele ano. Quando começou a produção de vinhos, no que chamamos hoje de “novo mundo”, optou-se por identificá-los pela variedade da uva como um fator de qualidade, já que eram mudas importadas das tradicionais e nobres castas europeias. Nós, consumidores, passamos a nos identificar com os estilos de cada uva, que por sua vez, definiria o estilo do vinho.

            No encontro da confraria de Julho, pensamos em confrontar duas regiões produtoras, muito bem conhecidos por nós : A Argentina, que se destacou principalmente pela Malbec, e o Chile, pela Carmenére. Só que, nesse desafio, optamos por vinhos de corte (blends), onde essas uvas aparecem associadas a outras. A ideia aí foi que mesmo com presença de outras castas, o resultado final não deixasse de evidenciar as características e o estilo dos vinhos dessas regiões.  

            Uma degustação às cegas, é sempre divertida, e fazia parte da brincadeira descobrir, dos vinhos degustados, quais eram argentinos e quais eram  chilenos. Para facilitar, foram servidos em pares (1 argentino e 1 chileno) por faixas de preços: (clique na imagem para aumentar)

Blends - Argentina - Chile

             1A. Estampa Gold 2009.

Muita fruta, madeira e especiarias(alcaçuz/cânfora…).Toque mineral, meio salgado que fazia contraponto com uma doçura alcoólica. Bem encorpado, boa acidez, com notas de tomate e pimentão.

Chile – Carmenére/Cabernet Sauvignon/Cabernet Franc/Petit Verdot.

            1B. Finca Agostino Família Gran Reserva 2008.

Suave no nariz, frutas maduras, ervas, eucalipto. Taninos suaves, mas presentes. Toque de menta, mate e amêndoas.

Argentina – Malbec/Petit Verdot/Cabernet Sauvignon/Syrah.

             2A. Aluvion Gran Reserva 2008.

Ataque floral no nariz(lavanda/violeta…), cânfora, noz moscada. Bem equilibrado, complexo e  bom corpo.

Chile – Syrah/Cabernet Sauvignon.

            2B. Norton Privado 2007.

Herbáceo com um leve mentolado. Muito potente em boca (acidez/taninos/álcool). Persistência longa, sobrando doçura. Pede comida.

Argentina – Malbec/Merlot/Cabernet Sauvignon.

             3A. Bressia Profundo 2007.

Muito suave no nariz. Com o tempo foi-se abrindo, demonstrando uma enorme gama de aromas: florais, vegetais, defumados, etc… Muito equilibrado na boca. Macio, encorpado e longo. Boa acidez o que denota um bom acompanhante gastronômico. Esse vinho levantou muitas ideias de harmonização!

Argentina – Malbec/Cabernet Sauvignon/Merlot/Syrah.

             3B. Caballo Loco Gran Crú Apalta 2010.

Esse é um vinho diferente. Produzido pela vinícola Valdivieso desde 1994. Muito potente e robusto, como o nome já diz, pode-se ver um cavalo selvagem de muita raça ali dentro da taça! Para domá-lo, dê o tempo que ele merece. É um desafio que sempre deixa um gostinho de “quero mais”, pela enorme gama de aromas,  sabores e sensações que vão se revelando pouco a pouco. 

Chile – Cabernet Sauvignon/Carmenére.

             No final da degustação, foi chegada a hora de revelar os rótulos provados e para surpresa do nosso anfitrião, tivemos quatro acertadores! Isso mostra que vinho argentino não é só Malbec e o chileno tampouco será só Carmenére. O estilo deles sempre estarão ali, marcando presença.  O prêmio, mais uma garrafa de vinho (é claro, rs..rs…), foi dividida entre todos! E não sei se foi proposital ou não……..querem saber qual foi o vinho?

            Um VARIETAL de uva Merlot, italiano.

            Poggio del Sasso 2011 – Cantina di Montalcino – Toscana.

Um vinho proveniente de onde as leis foram adaptadas ao gosto moderno. Os produtores da costa Toscana introduziram a uva Merlot e Cabernet Sauvignon na região dominada pela Sangiovese, ignorando a rígida classificação de DOC, e criando os chamados “Super Toscanos”.

            Os defensores dos vinhos varietais argumentam que estes são os que melhor expressam a verdadeira essência do terroir, através dos sabores da terra, o comportamento do clima e a ação do homem que traduz tudo isso de uma maneira mais verdadeira. Já os que preferem os blends, além de valorizarem o modo ancestral da vinificação, acham que a mistura de castas diferentes proporcionam vinhos de melhor qualidade, ou seja, favorecendo seu equilíbrio, corrigindo defeitos, e onde não só a matéria prima que a natureza nos oferece é utilizada para criar um vinho. A interferência do homem que o faz torna-se de grande importância se a ele é dada essa liberdade.

            Atualmente , a produção de vinhos no mundo, tem evoluído sempre no que diz respeito a tecnologia, do plantio até a distribuição. Temos desde vinhos artesanais, de pequenos produtores, naturais, orgânicos, biodinâmicos, com mais ou menos interferências no seu feitio. E dentre eles temos os blends e os varietais.

            Qual é o melhor? Temos que provar para saber…….essa é uma busca incessante que sempre existirá, graças a Deus!   

Cada um dos flights de vinhos, foi escolhido tendo como parâmetro uma determinada faixa de preço (80 a 90 / 100 a 120 e 190 a 210) para ver como a complexidade dos vinhos cresce conforme os preços o fazem. Caro não quer dizer bom e muito menos que seja do seu gosto, porém na maioria das vezes é fato consumado, quanto mais caro vinho melhor e mais complexo. Bons vinhos de cabo a rabo, mas a meu ver a Argentina ganhou (há controvérsias no grupo – rs) e esse Bressia Profundo, um grande vinho, foi para mim o melhor da noite!

Salute e kanimambo       

Confraria Vino Paradiso Harmoniza Carne ao Molho Indiano

Participo de diversas confrarias e na Vino  & Sapore hospedamos algumas, sempre um motivo de alegriaCarne Indiana na Vino Paradiso cada uma a seu jeito e com seus objetivos. A “Vino Paradiso”, no entanto, é algo diferente porque é sempre um Desafio que nos é colocado pelo Ney Laux, confrade, amigo e experiente chef de cozinha que há décadas faz a alegria de boa parte dos amantes da boa comida na Granja Viana. Mensalmente ele determina um prato e nós, eu e o também confrade Carlos, corremos atrás dos vinhos que acreditamos possam harmonizar com o prato como no caso de Bacalhau e Vinho e Joelho de Porco com Riesling entre diversos outros incríveis momentos. Na foto, o Ney, sua criação e a Renata que não resistiu aguardar sua vez e já quis atacar o prato do mestre!

Desta feita o desafio foi grande pois, como os amigos já sabem, harmonizar comida indiana com toda a sua complexidade de sabores, aromas e presença forte de especiarias, não é tarefa fácil. O amigo Carlos perdeu, o coitado estava na Toscana (rs), mas de lá deu sua dica, um Syrah australiano deveria dar samba. Bem, certamente esse deveria ser um dos escolhidos, mas que mais já que tradicionalmente brincamos com três vinhos? Pensei num Gewurztraminer, mas não tinha um à altura na loja. Enveredei destemidamente pelos tintos e acabei escolhendo um Zinfandel americano e um Touriga Nacional alentejano. Até o último momento, no entanto, fiquei com o branco na cabeça, achei que ainda seria a melhor opção, até que decidi incluir um quarto vinho nessa experiência, um Paul Mas Viognier 2010 da região do Languedoc.

Antes de falar do resultado, deixa eu falar um pouco do prato que, por sinal e para não perder o costume, estava delicioso e ele, em si, já exigiu uma certa dose de harmonização da parte do Ney. Um prato composto de três partes

1 – Cubos de filé mignon no molho com tomate, cebola, champignon e especiarias (cravo, canela, gengibre, semente de coentro, semente de mostarda, cúrcuma e pimentas).

2 – Chutney – maçã, laranja, passas de uva, gengibre, semente de mostarda e curry

3 – Arroz branco

A carne estava perfeita, rica, porém com a integração das especiarias de forma muito sutil e agradável. O chutney, adoro chutney, estava divino e as especiarias aqui bem mais presente, já o arroz trazia uma certa neutralidade que ajudou muito servindo como liga na harmonização de sabores. Essa complexidade toda reagiu de formas diferentes aos vinhos, pelo menos na minha avaliação, conforme abaixo

Paul Mas Viognier 2010 – uma agradável surpresa que se moldou muito bem ao conjunto (carne/chutney/arroz) dando um frescor especial ao prato e mostrando ter corpo bastante para ‘aguentar” o prato. A meu ver, empatou com o australiano tinto como os melhores no quesito harmonização com o conjunto do prato. De forma diferente, mas ambos muito especiais!

Wente Bayer Ranch Zinfandel 2009 – vinho muito saboroso, frutado e com um final tipicamente adocicado com nuances de especiarias, estas últimas bem sutis. Acompanhou  a carne mas morreu com o chutney. Não foi mal, mas não deixou saudades. Melhor só!

Tatachilla Keystone Syrah/Viognier 2004 – da Austrália, este vinho está em seu ápice e esse corte típico de Cote Rotie (Rhône) casou muito bem com o conjunto do prato. Complexo, especiarias mais marcantes e a Viognier lhe aporta um frescor a mais. Bela opção e aqui segui o conselho do Carlos, bela tacada!

Herdade de São Miguel Touriga Nacional 2010 – do Alentejo, um vinho delicioso, cremoso, bom volume de boca, taninos aveludados bem integrados e fruta no ponto em total equilíbrio. Para mim, olha o sangue falando mais alto, o melhor vinho da noite, porém perdeu na harmonização com o conjunto. Já só com a carne, para mim foi o melhor.

Vinhos 1 na Vino Paradiso

           Mais uma vez o Ney conseguiu se superar e tivemos mais uma noite extremamente agradável. Boa comida, boa bebida e grande companhia, mesmo quando um não esteja nos seus melhores dias, impossível não curtir esses momentos, pois os outros seguram! O restaurante ele fechou, momentaneamente esperamos, mas nós, confrades privilegiados, seguimos tendo a oportunidade de nos deliciarmos com seus pratos deliciosos, gastronomia de autor de primeira e com comida no prato!

É isso gente, nunca deixem de experimentar coisas diferentes, as descobertas são invariavelmente muito interessantes. Salute,  kanimambo  e não esqueçam, a 2º edição do Saturday Night Wine Tasting na Vino & Sapore está chegando, dia 10 de Agosto. Aguardo você, mas garanta antes seu convite.

Já Tive Amigos de Todas as Cores, ……..

            Baseado em Martinho da Vila, esse sim um poeta, e sua deliciosa “Mulheres”. Pode ser lido pensando na canção, acho que dá samba! rs Minha pequena homenagem a todos os amigos de hoje, de ontem, de sempre. Feliz  Dia do Amigo!

Já tive amigos de todas as cores,

De várias idades, sexos, credos e amores.

A uns até me dediquei.

Prá outros apenas um pouco me dei.

 

Já tive amigos do tipo atrevido,

Do tipo acanhado, do tipo vivido.

Casados, separados, viúvos e solteiros.

Já tive amigos até do partido dos mensaleiros.

 

Gente cabeça outros desequilibrados

Alguns confusos, outros guerreiros, mas também da paz,

Todos deixaram suas marcas  e outros ainda deixarão

Com todos aprendo algo, um bem que me faz.

 

Procurei em todos a felicidade,

Mas esta está em mim.

Alguns me deixaram saudade,

Porém a vida é assim, tudo tem um inicio e um fim.

 

Tem amigo do trabalho, do vinho, da família, todos com a sua vontade.

Tem amigo virtual, amigo distante e amigo próximo, nem sempre de verdade.

Amigo que por  vezes pouco valorizei, porém não de menor importância prá mim.

 

Já tive amigos de todas as cores,

De várias idades, sexos, credos e amores.

A uns até me dediquei.

Prá outros apenas um pouco me dei.

Salute e Kanimambo

 

 

As 10 Maiores Marcas de Vinho no Mundo

Wine globe 3          Tamanho ou seja, volume de business! Isso não quer dizer que aí não haja também muita qualidade, porém há também um volume enorme de vinhos industrializados, alguns até bons, outros nem tanto. De qualquer forma, são importantes players no mercado com muitos rótulos no que chamamos de entrada de gama. Talvez old news para alguns, porém só agora tomei conhecimento e achei a lista muito interessante porque a China já assume uma posição importante nesse ranking, ela que já é a quinta maior produtora do mundo. Nas cinco primeiras posições deste ranking do The Drink Business publicado na revista Adega e recém recebido no Vinoticias semanal do amigo Marcio, a maioria das vinícolas destão no chamado Novo Mundo, como a Gallo, que em 2012 comercializou mais de 1 bilhão de litros de vinho. Confira, a seguir, o top 10 da publicação.

Gallo: a vinícola californiana fundada em 1933 é a que mais vende vinho no mundo: são mais de 1 bilhão de litros comercializados por ano. São quase 50 rótulos disponíveis em cerca de 60 países. 

Great Wall: chinesa fundada em 1983, é a líder de vendas do mercado nacional, com 15 milhões de caixas. De 2011 para 2012, aumentou seu volume de vendas em 10%.

● Hardy’s: vinícola australiana presente em mais de 80 países. A marca, criada em 1853, está avaliada em mais de 10 milhões de dólares.

Concha & Toro: única latino-americana da lista, a Concha y Toro é responsável por 33% das exportações de vinho chilenas e em 2012 vendeu 13 milhões de caixas de vinho.

Yellow Tail: com apenas 12 anos de idade, a Yellow Tail se tornou uma das vinícolas de mais sucesso da Austrália. Cerca de 40% de seus vinhos são vendidos no Reino Unido.

Sutter Home: a segunda californiana da lista, seu slogan é a venda de vinhos de qualidade a preços mais acessíveis. Comercializa 11 milhões de caixas/ano.

Robert Mondavi: a vinícola de Robert Mondavi é uma das mais importantes do Napa Valley. Seu fundador deu fama aos vinhos da região e colocou o Novo Mundo no mapa vinícola. Vende 11 milhões de caixas ao ano.

Beringer: californiana, seu crescimento nos EUA esteve ligado ao crescimento dos vinhos Moscato e, mais tarde, e bebidas do segmento de luxo. Atualmente, investe em parcerias voltadas para o turismo europeu.

Lindeman’s: mais uma australiana, a Lindeman’s tem reputação mundial por produzir vinhos de qualidade a preços mais baixos. Comercializa cerca de 7 milhões de caixas ao ano.

Jacob’s Creek: a vinícola da Austrália, de 160 anos, está avaliada em 338 milhões de dólares e aumentou em 32% o volume de exportação para a China. A marca está associada a eventos de tênis e tem uma parceria com Andre Agassi. (Fonte – Revista ADEGA – 08/07/2013).

Interessante listagem, não? Deles, ou de qualquer outro, que Baco guie suas escolhas neste fim de semana. Salute e kanimambo.

Saturday Night Wine Tasting II

O que é bom a gente repete! O primeiro em Maio (Mês das Mães) foi um grande sucesso então no próximo dia 10 de Agosto (Mês dos Pais)  a partir das 17 horas estarei mais uma vez promovendo um evento de degustação na Vino & Sapore (Granja Viana – Cotia) onde doze expositores estarão colocando em degustação cerca de 40 vinhos e otras cositas más! Reserve a data que por ser véspera de Dia dos Pais dá até para levar o velho junto e já comprar o vinho do almoço do dia seguinte. Convites limitados (70) por R$50 cada o que inclui um crédito de R$15 na compra de qualquer dos vinhos em prova. Mais informações e reservas através do e-mail comercial@vinoesapore.com.br .

convite Saturday II - 10 Agosto

Meu Primeiro Rabigato, Gostei!

A primeira vez é sempre marcante ou, pelo menos, interessante e didática! Esta foi bastante marcante porque me surpreendeu. Rabigato, para quem não conhece, é uma uva autóctone da região do Douro onde é costumeiramente usada em cortes com a Viosinho, Verdelho e Gouveio e que, em função de sua baixa produtividade, está gradativamente  sendo substituída por castas mais interessantes comercialmente e de maior produtividade. Os vinhos de Portugal produzem sempre saborosas surpresas!

Clipboard Quinta da MieiraEste produtor, João Turégano da Quinta da Mieira, vai um pouco na contramão desse “trend” e nos traz esse Rabigato vinificado em estreme (varietal 100%) ou monocasta como eles por lá chamam estes vinhos que, neste caso, foram elaborados com uvas advindas de vinhedos com mais de 40 anos. Não teve jeito, como todo o enófilo apaixonado pelos mistérios de Baco, me meti a pesquisar antes de entrar na degustação deste vinho recebido da Importadora Winery para degustar em paralelo com o produtor e o amigo Breno num evento promovido no site www.tvgeracaoz.com.br do também amigo e saudoso (depois que ficou famoso sumiu!) Marcelo di Morais.

A Rabigato, por erro, no passado foi relacionada com a casta Rabo de Ovelha, variedade com a qual rabigatonão aparenta qualquer semelhança. Os vinhos oferecem acidez viva e bem equilibrada, boas graduações alcoólicas, frescura e estrutura, características que a elevaram ao estatuto de casta promissora no Douro. Apresenta cachos médios e bagos pequenos, de cor verde amarelada. Poderá, nas melhores localizações, ser vinificada em estreme, oferecendo notas aromáticas de acácia e flor de laranjeira, sensações vegetais e, tradicionalmente, uma mineralidade atrevida. É a boca, porém, que justifica a sua reputação, com uma acidez mordaz e penetrante, capaz de rejuvenescer os brancos do Douro Superior e com boa capacidade de envelhecimento..

Abri a garrafa a cerca de 8ºC o que não recomendo, pois foi-se abrindo muito conforme a temperatura aumentou mostrando que o contra rótulo está corretíssimo quando sugere a temperatura de serviço de 12ºC. Nariz de média intensidade, mas bastante complexo com notas cítricas (maçã verde) e tropicais com algum abacaxi maduro e suaves sensações de flor de laranjeira como pano de fundo, aparecendo até uma certa dose de baunilha mesmo não havendo o vinho passado em barrica.

quinta da Mieira Rabigato VNa boca é marcante, um vinho com personalidade, meio de boca seco, boa estrutura e acidez bem integrada transmitindo frescor, mas sem ferir o palato, balanceado e rico com um final mineral muito interessante. Um vinho gastronômico por excelência e logo comecei a pensar com o que harmonizar. Frutos do mar grelhados e bacalhau vieram rapidamente à cabeça, mas queria algo menos óbvio.  Não sei se daria samba, só testando, mas pensei numa moqueca sem dendê, será? Pensei em coisas menos atuais como um camarão á Mary Stuart do 50/50 (já falecido) lá de Santos e um delicioso Frutos do Mar á Bercy do Tatini (esse bem vivo), quem sabe até de arroz de polvo e, muito certamente, uns Rojões de Porco à Moda! Ai, deu uma fome!!!!! A sede eu matei, mas a fome vai ter que esperar.

Gostei do que provei e tomei, um vinho deveras interessante e parada obrigatória para quem gosta de sair da mesmice e curte as viagens de descobertas de novos sabores por nossa Vinosfera.  Deverá custar algo ao redor de 100 Reais, de acordo com o que o Leandro (Winery) disse no programa, então procure em sua loja preferida e depois me diga algo, adoro feedback! Salute e kanimambo pela visita, eu vou seguir pesquisando a Rabigato e buscando novos rótulos para melhor conhecer o potencial dessa uva, fui!

Herdade do Rocim, Um Alentejano na Taça

Recentemente tive o privilégio de participar de mais uma rodada do Winebar, desta feita um encontro  com os vinhos da Herdade do Rocim. Vinhos alentejanos de raça que chegaram para incorporar o vasto portfolio da World Wine e que neste lançamento oficial contou com a participação da simpática enóloga Catarina Vieira que, junto com António Ventura (outro enólogo da casa), assina este vinho.

Tínhamos dois rótulos a provar, o Olho de Mocho e o Herdade do Rocim. O Olho de Mocho (Coruja) é um vinho de alta gama porém não vou comentá-lo aqui porque minha garrafa estava prejudicada e muito lamentavelmente pelo que pude ler dos comentários dos colegas envolvidos no evento. Já o Herdade do RocimHerdade do Rocim Tinto Tinto 2009, um blend de Alicante Bouschet, Aragonez, Syrah, Touriga Nacional e Trincadeira, esse apreciei e bem.

Começou por me chamar a atenção logo ao abrir em função da intensa paleta olfativa com leves toques florais se sobressaindo sobre uma base bem frutada. Fiquei sem saber, porém me parece que muito desse bouquet tem a ver com a nossa já conhecida Touriga Nacional que deve ter uma participação bastante grande nesse corte. Cerca de 60% do vinho passa por barricas (8 meses) e o restante em inox o que ajuda a preservar a fruta e deixa a madeira menos evidente e mais integrada ao conjunto que me soube muito bem. Corpo médio, fruta madura e alguma especiaria sentida no meio de boca, taninos finos, equilibrado,  final elegante e apetecível com um leve toque de cacau, média persistência formando um conjunto  envolvente e fácil de se gostar.

                 Um vinho bem feito que me agradou bastante, mas que poderia estar num patamar de preços algo mais convidativo. Hoje, o preço anda na casa dos R$98,00. Salute, kanimambo pela visita e no próximo dia 23 assista a mais uma degustação do Winebar, desta feita com vinhos Sul- africanos. até lá, e uma ótima semana para todos.

Rhône e seus Vinhos na Confraria Saca Rolha

Mais uma vez a amiga e confreira Raquel Santos nos relata sua experiência em mais um agradável encontro desta nossa gostosa Confraria. Mais que os vinhos, a oportunidade de pelo menos uma vez por mês podermos desfrutar da companhia dos amigos. Desta feita “viajamos” para a região de Côtes-du-Rhône na França e, para variar, uma diversa e saborosa seleção de rótulos culminando com uma soberba surpresa! Vejamos o que a Raquel tem a nos dizer:

  “O vale do rio Rhône, está localizado entre os Alpes Suíços e o mar Mediterrâneo. Ao norte, está a cidade de Lyon, que além de ser um polo industrial, também possui um entorno rural que abastece toda a região com uma produção de excelente qualidade. Ao sul, está a cidade de Avignon, que se desenvolveu quando no século XIV o Papado mudou o Castelo de Roma para a região e começaram a cultivar as primeiras videiras.

Mapa do Rhone - Dobra Vinoteka

Percorrendo os vinhedos que margeiam o rio Rhône de norte a sul, pode-se perceber uma grande diferença de clima, solo, e variedade das uvas. Ao norte, (Rhône Setentrional), o clima é continental com verões bem quentes e invernos frios. As videiras são plantadas em penhascos pedregosos de granito, entremeados de florestas de carvalho que refrescam o ar pela neblina ao amanhecer. A uva predominante é a Syrah. Resultam em vinhos robustos, de cor escura e longevos. Para os brancos, destacam-se a Marsanne, Roussanne e Viognier.

 Desta região, degustamos um “ Brunel de la Gardine” – 2007 – da região de St-Joseph.

        Syrah 100%, aparentemente um pouco fechado, mas aos poucos foi mostrando uma riqueza de aromas e sabores que seduziu os mais incrédulos. Talvez pelo equilíbrio, ficou mais difícil identificar uma característica isolada. Aromas de frutas, frescor e um leve defumado, alternavam-se com com a textura macia na boca sem perder intensidade.

        Continuando o passeio, em direção ao sul, (Rhône Meridional), podemos notar que à partir de Montélimar as características da região se transformam. O clima passa a ser mediterrâneo, com influências do mar. Os verões são quentes e o inverno ameno, mas as vezes chega a 0 grau. Os ventos frios que vem do sul (Mistral) fazem as chuvas serem fortes e rápidas, baixando a temperatura rapidamente à noite. Os vinhedos se expõem ao sol forte durante o dia, que também aquecem as pedras que cobrem todo o solo, protegendo a videira do frio à noite. Aqui predomina a uva Grenache que junto com a Mourvèdre, Cinsault, e também a Syrah. Das variedades brancas, encontra-se a Marsanne, Roussanne, Viognier, Clairette, Bourboulenc, entre outras que são vinificadas para tintos, brancos e rosés.

Clipboard Rhone

            Além das diversidades de solo e clima, a região do Rhône meridional, é mais recortada no que diz respeito às apelações de origem. A mais comum delas é a de Côtes du Rhône, usada genericamente. As denominações que indicam o nome das comunas provenientes, representam um fator de maior qualificação. É o que acontece no caso dos Côtes du Rhône-Village, que representa 95 comunas qualificadas.

Degustamos o “Clos Petite Bellane“-Valreas –  Um Côtes du Rhône-Village de 2007.

Logo já percebemos um aroma bem frutado, característica das castas mediterrâneas (Grenache/Syrah). Boa acidez, taninos presentes, porém delicados. De médio corpo e mostrou muita evolução na taça. Aromas herbáceos com algumas especiarias (pimenta verde e anis).

De outras duas pequenas propriedades (Cru), incrustradas entre Côtes du Rhône e Côte du Rhône-Village, foram degustados:

“Château Saint Roch Brunel” – Lirac -2008.

Aromas florais e frutas vermelhas. Bom equilíbrio entre acidez, taninos e extrato. Madeira bem incorporada. Corte de Syrah/Grenache/Mourvèdre.

Domaine la Monardière Les 2 Monardes” – Vacqueyras -2006.                                                            

Ataque floral, sobrando um pouco de álcool. O mais austero deles. Acidez e taninos bem  incorporados que alternavam com um sabor picante e frutas doces e maduras. Aromas que evoluíram bem na taça.

          Ainda circundando a região do Rhône Meridional, não poderíamos deixar de conhecer a região icônica de Chateauneuf du Pape. Conhecida não só pela sua história, mas também pela qualidade, produz vinhos com até treze castas, embora, na prática, nunca se utilize todas elas. A Grenache domina nos tintos. Os brancos, produzidos em menor quantidade, são encorpados e estruturados, com aromas delicados e grande persistência gustativa. A região demarcada fica ao norte de Avignon, onde está localizado o Castelo Papal de verão em ruínas. O clima é muito árido, pedregoso, onde só os arbustos de lavanda e tomilho selvagem, sobrevivem ao vento e a grande amplitude térmica do dia. Foi com grande prazer que conhecemos dois exemplares desse terroir:

“Domaine Font de Michelle” – 2010–

Elaborado com 70% Grenache/10% Syrah/10% Mourvèdre/10% outras: Cinsault/Counoise/Terret/Muscardin. A primeira sensação no nariz, é de frescor, ervas  aromáticas (alecrim/tomilho) e florais. Na boca, revelou-se voluptuoso, apesar de ser jovem. Me pareceu um pouco tímido (sem ser um defeito), necessitando que déssemos mais tempo a ele. Elegante muito bem equilibrado, com vocação gastronômica pela acidez bem incorporada. Grande potencial de guarda.

“Château de Beaucastel” – 2001

Essa preciosa garrafa veio da adega dos amigos Luiz e Ana, que gentilmente nos presenteou. O Beaucastel, juntamente com o Clos des Papes, são os únicos que ainda usam as 13 variedades das castas permitidas em Chateauneuf du Pape. Diferentemente do anterior, já mostrou todo seu potencial de prazer! Muito aromático (flores, frutos vermelhos silvestres, fruta seca, amêndoas, baunilha, etc….etc….e etc….). Na boca confirmava todas essas qualidades com muita elegância, mostrando através da rica paleta gustativa, as cores, sabores, e cheiros daquela paisagem.

O vale do Rhône  tem a questão do clima muito presente. Através dos seus vinhos pode-se viajar, como num filme, que nos conta a história e ensina a cultura de uma civilização. E o melhor dessa historia é quando nos identificamos com ela e temos a impressão que também podemos pertencer um pouquinho à tudo aquilo.

 Basta descobrir o caminho das pedras. “.