E por Falar em Bacalhau e Vinho!

      lembrei-me que faz pouquíssimo tempo que a confraria Vino Paradiso se reuniu na Vino & Sapore para, sob a batuta gastronômica do confrade Ney Laux, viver uma experiência de harmonização de Bacalhau e Vinho. O prato escolhido e primorosamente preparado pelo Ney, foi um Bacalhau com Natas para o qual escolhemos três vinhos.

baca natas e vinho

         O espumante Luis Pato Maria Gomes Bruto, por sinal estupendo, foi nosso abre alas e preparação das papilas para o que estava por vir. Muito aromático, ótima perlage, fina e persistente, encheu a boca de prazer. Já os vinhos tranquilos, esse escolhemos para testar as diversas tendências de harmonização e o resultado foi muito interessante comprovando o que já tinha como convicção; para o Bacalhau com Natas, vinho branco sempre!

       Os confrades ficaram divididos entre o Chardonnay Wente de origem americana (San Francisco) e do Muros Antigos Alvarinho já com alguns anos de garrafa. O tinto, muito bom por sinal, deverá ser uma ótima pedida para um bacalhau à Lagareiro ou grelhado, porém aqui passou por cima do prato que estava bem delicado.

Wente Chardonnay – um belo vinho com madeira presente porém sem exageros e com uma acidez bem equilibrada. Harmonizou bem, porém para meu gosto pessoal a madeira sobressaiu um pouco o que me leva a crer que se daria melhor com um prato algo mais pesado, pero no mucho, como um Bacalhau á Brás por exemplo.

Muros Antigos Alvarinho – É um vinho verde mas não é um vinho qualquer! Um dos mestres produtores da região, Anselmo Mendes sabe o que faz no vinhedo e na cantina, um belo Alvarinho! Acho que a evolução lhe fez muito bem dando-lhe um maior equilíbrio e ressaltando seu ótimo volume de boca. Para mim, casou á perfeição, porém como em harmonização não existem verdades absolutas, muitos preferiram o Wente.

   Mais uma dica de harmonização de Bacalhau & Vinho para você testar e fazer seu próprio juízo de valor.  Está chegando a hora, então feliz Páscoa sempre lembrando que é um momento de renovação. Salute e Kanimambo.

Bacalhau – O Protagonista da Semana Santa

Tem duas coisas que brasileiro é chegado, um bom prato de bacalhau e um boa picanha na brasa. Coincidentemente, preços similares hoje em dia, popularização do bacalhau ou elitização da picanha?! Bem, essa duvida você responde, pois eu quero mesmo é falar um pouco desse peixe sem cara (já viu?!) que vive nas profundidades  dos oceanos a mais de 400 metros de profundidade. Peixe de águas frias que mesmo sem habitar as costas portuguesas, virou tradição por lá onde o consumo per capita anual beira os seis quilos ou seja, algo próximo a 70 mil toneladas ano, e é conhecido como “fiel amigo” ou “pão dos mares”.

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História

Foram os vikings, por volta do século IX, os descobridores do nobre Gadus Morhua nos mares da Islândia e Noruega.

Foram os bascos espanhóis, por volta do ano 1000, que descobriram o segredo da salga do bacalhau facilitando seu comércio e transporte.

Foram os Portugueses, entre 1450 e 1500, que descobriram os enormes cardumes da Terra Nova, inicialmente denominada Terra dos Bacalhaus, e consequentemente iniciaram o grande comércio do pescado.  Todavia, já por volta do de 1330 a pesca era forte nas costas da Inglaterra o que veio a resultar num acordo comercial de pesca entre os dois países em 1353.

Foram os Noruegueses os criadores da indústria do Bacalhau (a desova é em suas águas) sendo o maior exportador mundial tendo enviado a primeira carga ao Brasil nos idos de 1843.

O Brasil é hoje o maior importador de bacalhau Norueguês com mais de 30 mil toneladas ano (2007) porém não só de Gadus Morhua mas também de outras qualidades inferiores.

Tipos (veja mais em http://www.bacalhau.com.br/tipos.htm )

Gadus Morhua, o mais nobre e a fina flor dos bacalhaus, o mais saboroso, se desfaz em lascas e as postas são das mais altas. Advém do Atlantico Norte, Mar da Noruega e de Barents. O mais caro, mas faz diferença, e é o melhor quando preparo pede postas como o à Portuguesa ou Lagareiro por exemplo!

Gadus Macrocephalus, muito similar em aspecto ao Gadus Morhua, tem uma cor quase branca, é mais fino não se desfaz em lascas tão facilmente sendo mais fino e fibroso. Vem normalmente do Pacifico Norte e é mais em conta que o Gadus Morhua sendo mais usado em pratos em que o desfiado é usado como o Gomes de Sá e à Brás.

Saithe, mais usado em bolinhos, saladas e ensopados por se desfiar muito facilmente. De cor escura e sabor forte.

Ling, peixe tipo bacalhau, mais popular e barato, muito fino pouca gordura e cor clara não desfiando com facilidade.

Zarbo, peixe tipo bacalhau o menor do tipo, delgado, pouca carne, normalmente usado em caldos e desfiado. Também o mais barato deles junto com o Pollack (coisa ruim! rs) vindo da China.

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Curiosidades

  • Bacalhau dessalgado congelado possui cerca de 30% de água no peso versus o seco, então faça contas antes de comprar.
  • Mesmo salgado o bacalhau deve ser mantido fresco porque em temperaturas mais altas a gordura oxida e o bacalhau enrijece. Envolva-o num saco plástico e guarde-o na gaveta de legumes em sua geladeira.
  • Bacalhau seco e salgado não deve ser congelado. Se quiser congelar, dessalgue-o primeiro e depois molhe-o bem no azeite para evitar que resseque.
  • Para apurar o gosto do bacalhau, após a dessalga umedeça-o com bastante azeite  e ervas (coentro, salsa, …) por cerca de duas horas antes do preparo.
  • Dessalga, para cada centímetro de espessura de lombo, um dia de dessalga.
  • Se o cheiro nas mãos após o manuseio insistir em permanecer após diversas lavagens, tente esfregar as mão com uma rodela de limão.

Preparo – Muitas dicas, receitas e harmonizações aqui no blog, acesse este link e viaje pelos mais diversos posts sobre o tema. Opcionalmente, clique em http://www.1001receitas.com/ e bom proveito, mas não esqueça do vinho e um bom azeite!

Salute, kanimambo e amanhã tem Bacalhau com Natas do Ney e uma experiência  de harmonização aqui no blog, vejo você por aqui? Se tiver duvidas para harmonizar os pratos, dê uma passada na Vino & Sapore que estarei por lá.

Salvar

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Dicas de Bacalhau & Vinhos para a Páscoa

      Foram inúmeros os posts aqui sobre o tema, então para não ficar aqui me repetindo, preferi só listar os links para alguns deles e amanhã falo um pouco sobre o protagonista, o Bacalhau, com algumas dicas de preparo.

Bacalhau & Vinho – Harmonizando a Páscoa. Veja o que pensam disso alguns conhecedores da boa enogastronomia

Páscoa com Bacalhau – Já lá nos idos de 2008 tocava neste tema com dicas de alguns vinhos.

 Dicas de Bacalhau & Vinho  para sua Páscoa – esta é a versão de 2012.

Penne com Bacalhau & Vinho – uma experiência de 2011.

Bacalhau & Vinho, mais Experiências – as aventuras de colegas provando harmonizações variadas.

Malbec & Bacalhau, não é que deu tango! – mais uma experiência mais recente.

O Bacalhau do Capitão – receita e experiência que me encantou o ano passado e quem sabe devo repetir na Sexta? Só que o vinho, esse deve ser outro!

      Amanhã falo um pouco do que procurar quando se vai comprar bacalhau. Sim, porque bacalhau existe de diveras origens e tipos assim como os vinhos do porto. Li uma matéria interessante num livro só sobre o tema que repicarei aqui. Até lá, salute e kanimambo pela visita.

Ética e Moral, Onde estamos!

      O post de hoje é um desabafo e, ao mesmo tempo, um pedido. A moral e a ética em vez de princípios básicos e inerentes á convivência em sociedade, tem se tornado cada vez mais objeto raro que é valorizado e enaltecido quando encontrado como se fosse algo especial. Que pena que chegamos nesse ponto em que os valores essenciais de uma sociedade tenham que ser enaltecidos em vez de simplesmente aceites pelo que deveriam ser. Aliás a honestidade é outro bastião que virou objeto de relatividade! Vivemos numa época em que esses valores essenciais estão rareando e isso invade como nunca o nosso mundo virtual e nossa vinosfera, que não é exceção, padece dela também.

        Spams, em cada uma de minhas diversas identidades de mail, recebo no mínimo uns cinquenta ou sessenta por dia e não adianta eliminar um remetente que lá vêm mais dois ou três insistindo em que eu perca dez quilos e outros que me encha de azulzinho sem sequer saberem se peso 50 ou 100 kgs, se sofro do coração ou não! Que pé, mas enfim, já está claro que a internet tem esse lado obscuro irritante com o qual somos obrigados a conviver, porém melhor isso que os malditos telemarketings!! Estamos vivendo numa selva sem limites onde que importa é o objetivo pessoal de cada um e dane-se a forma de alcancá-lo, tristes tempos estes!

        Na vinosfera não poderia ser diferente, não vivemos num planeta separado, e tem loja que sequer conheço enviando promoção quase que diária entulhando meu mail! Os artigos de revistas e posts de blogueiros são invadidos por forte influência comercial que, em alguns casos, nos deixam duvidosos quanto a veracidade do que lá está escrito. Os “melhores do ano” duvidosos assumem postos de vinhos super stars, blogueiros de conhecimento duvidoso dão “aulas” sobre assuntos sobre o qual nada ou pouco sabem, gente que só enaltece vinhos de determinadas importadores e/ou produtores que anunciam em seu site, gente que pede para trocar link e quando você inocentemente o faz descobre que o seu sumiu no dele, enfim estas figuras estão, em minha opinião, presentes em números para lá do tolerável em nosso meio também. Afinal, à mulher de César não basta ser honesta, precisa também parecer ser, ou não?  Estamos sem saída, rodeados que estamos por “elles”, mas podemos, e devemos, lutar contra e separar o joio do trigo pois também há muita coisa boa por aí, alguns dos quais recomendo com links aqui do lado.

         O exemplo , no entanto, vem de cima, vem dos mais velhos, de nossos pseudo líderes e o congresso e governo não ajudam  em nada a formação cívica deste enorme país. A roubalheira, bandidos no poder, a falta de ética e ausência total de moral (não sendo ilegal vale qualquer coisa e mesmo quando o é, se a multa for pequena e valer a pena passa-se por cima disso também) são complementados pela impunidade, inclusive das urnas pois tem gente que se vende baratinho, baratinho.  Agora, os “espertinhos”, os tais que insistem no péssimo hábito recentemente turbinado de “tirar vantagem em tudo”  usam comentários neste blog para tentar fazer propaganda de lojas, promover um determinado vinho ou produtor, etc.. A eles uma mensagem; aqui nem a pau Juvenal, as coisas não funcionam assim até porque comentários só são publicados depois que passem por minha leitura e abusos, como esse e outros (inclusive os xenofóbicos), simplesmente vão para a lixeira.

       Os abusos têm aumentado, então após o desabafo fica o meu pedido, parem com isso por favor porque já torrou! Se acharem que este blog têm valor a ponto de tentarem essas “ações” comerciais guerrilheiras, por favor falem comigo e podemos negociar um banner, pago antecipadamente of course! Caso não tenham interesse, pelo menos parem com essa atitude no mínimo antiética, não é por esse caminho que conseguirão sucesso, pelo menos não aqui.

     Desculpem pelo desabafo, mas ultimamente, coisas da idade, cada vez tenho tido menos paciência para toda essa corja e esse modus operandum.

Sem brinde hoje, porém o kanimambo pela visita, esse não falta.

Argentina – Chegamos em Cafayate (parte I)

           Foram cerca de duas horas e meia de uma estrada estreita e sinuosa, de areia, entre esculturas rochosas esculpidas pela natureza ao longo de séculos. Mais um trecho inesquecível de nossa viagem pelo norte vinícola da Argentina. Colomé ficou para trás mas, como os bons vinhos, persiste na memória até hoje. Agora, no entanto, é hora de visitar e provar vinhos das mais diversas vinícolas de Cafayate, o epicentro da produção vinícola da região e mais uma vez me surpreendi. Terra do Torrontés, mas também da Tannat, bons blends e da sempre presente Malbec. Visitamos El Esteco (mais conhecida aqui como Michel Torino), Felix Lavaque (Quará), Etchart, Yacochuya,  Bodega El Transito e ainda provamos Quebrada de las Flechas e José Luis Mounier num total de cerca de 56 rótulos, bela e enriquecedora experiência. Não vou aqui vos cansar com um resumo de todos estes vinhos, porém há destaques que certamente os amigos deverão apreciar tanto quanto eu.

Clique

El Esteco (Michel Torino) pertence ao grupo Penaflor e existe desde 1892. Deles provamos dez vinhos logo às 09:30 de la matina (!)

Toda a linha Collecíon se mostrou muito bem, Torrontés, Malbec, Tannat e cabernet Sauvignon, mas destaque deve ser dado tanto para o Tannat como para o Cabernet que entregam bem mais do que esperado mostrando um equilíbrio muito bom.

A linha Don David é um degrau acima e aqui o que mais me chamou a atenção foi o Torrontés que é parcialmente fermentado em barrica com malolática mostrando uma característica diferente dos outros vinhos desta cepa provados, já que possui mais estrutura e maior volume de boca.

Altimus – o top de linha, um blend que desde muito faz minha cabeça. Fermentado em cubas, passa por um período de 15 a 18 meses de barrica nova. As uvas que compõem o corte variam safra a safra dependendo do que de melhor os vinhedos deram. Normalmente leva Malbec, Cabernet Sauvignon aos quais se agregam Tannat, Syrah e Bonarda o que torna cada safra deste vinho uma surpresa de sabores e aromas diferentes. Vinho de Guarda, para tomar com seis, sete ou mais anos de vida.

Felix Lavaque – aqui recebemos uma aula no vinhedo afora a prova de seus bons vinhos. Uma das coisas que me estavam encucando nesta viagem é que via muito vinhedo plantado em Parral (algo ultrapassado pelo que conhecia) em vez de Espaldera. Aqui no entanto, devido ás condições climáticas, o sistema de parral gera as melhores uvas e, consequentemente, os melhores vinhos ao inverso de Mendoza.  Dos sete vinhos aqui provados, três se destacaram e fizeram a minha cabeça, e uma menção honrosa para o Felix Torrontés de vinhedos com mais de 100 anos de idade. Vinhos para comprar de olhos fechados e curtir.

Quará Reserva Cabernet Sauvignon 2011 – bem frutado, álcool bem integrado, boa textura, rico com final de boca muito saboroso.

Single Vineyard Vina El Recreo Tannat 2010 – ótima presença de boca, marcante, vino de boa tipicidade da casta que não faria feio numa degustação às cegas contra os bons tannats uruguaios. Mais uma prova de que esta cepa ainda vai dar muito o que falar nesta região!

Felix Blend 2007 – um belo vinho que combina cerca de 75% de Malbec com a gostosa Tannat. Resultado, um vinho complexo de ótima estrutura tânica , taninos finos e aveludados para beber e se deliciar agora ou durante os próximos dois anos.

Quebrada de Flechas – um projeto novo da família Lavaque num lugar em que poucos ousariam plantar algo, muito menos produzir vinho! Uma linha de bons vinhos básicos em que o reserva Torrontés se apresentou bastante interessante e já que passa parcialmente uns três meses por madeira e Inox porém o álcool pesa um pouco ao final.  Já Malbec reserva 2010 é o grande vinho deles com 8 meses de barrica, muita fruta, bons taninos, boca firme mas de qualidade e dizem que tem alguém, não consegui saber quem, que vende este vinho em Minas por meros R$30 ou algo parecido! Ótima opção de rótulo para ter em casa sempre.

       Bem, tem mais, porém este já estando ficando longo demais, então volto com os outros destaques dentro de alguns dias. Por agora, salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Dicas da Semana

      Poucas mas boas! Uma degustação harmonizada com menu degustação na Granja Viana e um guia de vinhos que venho cada vez mais valorizando por seu conteúdo bastante coerente. Vejam abaixo:

Vino & Sapore 

Degustação Harmonizada – Itália, Suas Regiões, Vinhos e Sabores

25/03/2013 às 20 horas

       Nesta primeira viagem pelos sabores da enogastronomia ERpromovida pela Vino & Sapore este ano, nos unimos ao tradicional restaurante granjeiro Emilia Romagna para trazer uma experiência diferenciada já que vamos provar um menu degustação devidamente harmonizado com vinhos Italianos do inicio ao fim.

Entrada –  Bruschetta de Parma com Queijo Brie e Espumante Cecilia Beretta Brut Millésimato Prosecco di Valdobiadenne (Veneto)

1º Piato –  Fettucine á Mediterrânea com camarão, azeitona, mussarela e  manjericão acompanhado do vinho branco D’Alessandro Grillo (Sicilia)

2º Piato – Polenta com molho de tomate e calabresa toscana acompanhado de Da Vinci Chianti Riserva (Toscana).

3º Piato – Vitela acompanhada de Annunziata Barbera d’Alba (Piemonte)

Sobremesa – Para finalizar, salada de frutas frescas da época com sorvete de creme, ou similar,    acompanhado de Espumante Moscato Monferrini d’Asti. Café.

Clipboard Pratos ER

 A degustação está limitada a 14 pessoas, ou múltiplos de quatorze, e terá um custo por pessoa de R$135,00 a ser pago no ato da reserva. Grupos ou casais terão 10% de desconto nesse valor. Excepcionalmente, a degustação ocorrerá nas agradáveis acomodações do Restaurante Emilia Romagna, Rua José Felix de Oliveira na Estação do Sino em frente à Vino & Sapore (Zagaia Mall – José Felix 875). Ligue, ou envie uma mensagem, e garanta já o seu lugar para uma noite que promete ser muito agradável e uma ótima forma de começar a semana!

 Tel.  4612.6343/1433 E-mail: comercial@vinoesapore.com.br

 

GUIA DESCORCHADOS 2013 – Já estou de posse do meu e recomendo a você que gosta de vinhos argentinos e chilenos a pegar o seu. Respeito muito o trabalho elaborado por este pessoal que ganha a passos largos, status de principal guia de vinhos na América Latina. Ainda falta incluir aqui rótulos uruguaios e brasileiros assim como notas sobre outros pequenos produtores regionais como Peru, Bolivia e Venezuela, porém salvo prova em contrário, virou uma importante fonte de referências para mim.

       Nesta versão de 2013, fiquei muito feliz em ver uma série de rótulos já aqui mencionados e/ou comentados e outros argentinos que recém provei e sobre os quais tecerei comentários em breve. Me parece que decididamente há aqui uma sinergia, pelo menos nos vinhos a seguir: Porvenir Torrontés, Montequieto Elegido Cabernet Franc e o Reserva, Benmarco Torrontés com passagem por madeira, Profundo Bressia, Vina Alicia Paso de Piedra Cabernet Sauvignon, Las Moras Black Label Malbec, Altos las Hormigas Terroir, Gillmore Hacedor de Mundos Cabernet Franc, William Févre Espino Grand Cuvée Cabernet Sauvignon e o Chardonnay assim como Chacai, Torreon de Paredes Reserva Privada Merlot, Casa Marin Syrah Miramar e Primogenito Merlot, mas há outros. Por R$90,00 (legal que cairam na real porque ano passado estava bem mais caro) acho que vale muito a pena você ter o seu em casa. Clique na imagem e veja como garantir o seu!

Clipboard Guia descorchados

Por hoje é só, aproveite as dicas que são boas. Salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui.

Lei Seca – já existia e era mais coerente!

        Não é de hoje que bato na tecla de que a mídia e o governo tratam este assunto de forma fantasiosa e o povo embarca na mensagem. Sei que provavelmente vou chamar contra mim a ira de muitos, mas a redução de acidentes não tem nada a ver com a tolerância zero na chamada Lei Seca! Tem a ver com uma coisa que pouco se exerce por aqui em terras brasilis, tem a ver com FISCALIZAÇÃO e PUNIÇÂO! Se houvesse essa fiscalização mais rigorosa antes e a impunidade não corresse solta , nada disto seria necessário e os efeitos maléficos na economia não seriam sentidos como já estão sendo com o consumo de vinho caindo, dependendo dos restaurantes, entre 30 a 40%. Deixemos claro aqui que condeno a direção quando se extrapola na bebida, mas os graves acidentes e efetivas loucuras no volante não são decorrência de tuas taças de vinho no jantar! Não são esses os causadores dos graves problemas no trânsito e o fundamentalismo não é solução para nada. Maior fiscalização e eliminação da impunidade, só isso já bastava para trazer ordem para o caos, a lei já existia (0,6 decigramas era o limite em linha com os países do primeiro mundo e economias mais avançadas) e as penas também, bastava aplicá-las! Só que neste país tem sempre um iluminado querendo reinventar a roda, fazer o quê?!!

      O artigo recém recebido do Márcio Oliveira e publicado em seu vinoticias desta semana explicita bem os efeitos que essa lei desproporcional vem causando no mercado e merece uma leitura mais cuidadosa. Afora nos dar uma visão didática da lei, ainda não clara para alguns, também mostra seus efeitos sobre o setor de restauração.

“A LEI SECA E AS SUAS CONSEQUENCIAS NO MERCADO DE GASTRONOMIA E VINHO” (por Márcio de Oliveira) – As novas regras que endureceram a Lei Seca começam efetivamente a ter seus resultados na área de gastronomia, com alguns restaurantes amargando receitas operacionais abaixo da média, e trazendo um ar de desânimo para o setor. A multa para quem dirige embriagado dobrou e, além disso, agora não adianta mais fugir do bafômetro para tentar escapar da punição. A nova lei seca põe fim à brecha do bafômetro (ainda sujeito a palavra final do STJ), aumenta a multa para R$ 1.915,30, suspende o direito de dirigir por 12 meses e faz a retenção do veículo até a chegada de um condutor habilitado e sóbrio.

                Segundo a legislação, essa quantia pode dobrar se, no prazo de um ano, o motorista for reincidente. O valor sobe para R$ 3.830,80. Com a mudança na legislação, é possível autuar os motoristas com outras provas, pois além do bafômetro, o motorista do veículo envolvido em acidentes de trânsito ou que for parado na fiscalização poderá ser submetido, por exemplo, a testes e exames clínicos.

                A tolerância zero diz respeito ao teor alcoólico medido por exames clínicos (como o de sangue), enquanto na blitz o motorista parado para avaliação é convidado a soprar o bafômetro. O Conselho Nacional do Trânsito (CONTRAN) determina que de 0,05mg/l a 0,33mg/l (miligramas por litro) de álcool  no ar que vem dos pulmões, há infração do Artigo 165 do Código de Trânsito Brasileiro.

                Acima   de 0,33mg/l é configurado crime de trânsito e, além de multa, o motorista perde a carteira de habilitação e pode ficar preso por seis meses a três anos. Apesar da Constituição não permitir que se crie prova contra si mesmo, caso o motorista se negue a soprar o bafômetro, a pessoa pode sofrer as conseqüências da Nova Lei Seca e ter seu estado de embriaguez avaliado pelo guarda de trânsito por indícios (alguns subjetivos) tais como sonolência, olhos vermelhos e exaltação, além de testemunhos de terceiros, fotos e vídeos.

                Não é estranho que comecem circular sugestões de como burlar a Lei. Já há gente bebendo vinagre, lambendo carvão, usando enxaguante bucal ou ingerindo Metadoxil. Na realidade não há “remédio” e se você se arriscar, certamente se for parado numa blitz, terá problemas.

                Aqui vão as principais doses de bebidas alcoólicas, suas conseqüências e alguns mitos:

  • ● comer bombom de cereja ao licor: comer 2 unidades (20g) – teor de álcool de 2% – Resultado: 0,00mg/l => Penalidade: nenhuma.
  • ● comer gelatina de cachaça: comer 3 unidades (20g) – teor de álcool de 15% – Resultado: 0,24mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● comer torta de café com rum: comer 1 porção (175g) – teor de álcool de 2% – Resultado: 0,00mg/l => Penalidade: nenhuma.
  • ● usar enxaguante bucal: uso de 30ml – teor de álcool de 6% – Resultado: 0,54mg/l => Penalidade: Crime de trânsito.
  • ● beber uma cerveja: quantidade ingerida de 300ml (1 gf long-neck) – teor de álcool de 4,7% – Resultado: 0,12mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma taça de vinho: quantidade ingerida de 125ml (1 taça) – teor de álcool de 14% – Resultado: 0,25mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma dose de cachaça: quantidade ingerida de 80ml (2 doses) – teor de álcool de 45% – Resultado: 0,05mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.
  • ● beber uma dose de whisky: quantidade ingerida de 80ml (2 doses) – teor de álcool de 47% – Resultado: 0,30mg/l => Penalidade: Infração de trânsito.

                A conclusão que se chega rapidamente é que não adianta tentar enganar o bafômetro e que o melhor é não misturar bebida e direção. E se tudo caminha tão bem no sentido de preservar a vida de várias pessoas quais seriam os motivos de preocupação no setor de gastronomia?

                A verdade é que o “sistema” não chega a ser tão simples como a solução de ter vários taxis a disposição dos clientes na frente do restaurante, ou de fazer-se um sorteio entre amigos para ver quem não beberá naquela noite e poderá conduzir o veículo até a casa, entregando um a um à salvo. Claro que isto ajuda as pessoas saírem e festejarem a vida. O setor de alimentação e bebidas terá que “abusar da criatividade” para que as pessoas voltem a beber uma taça de vinho acompanhando um prato harmonizado, como o faziam antes.

                Almoçando num restaurante neste domingo, procurei observar quem bebia algo alcoólico e raros clientes tinham cerveja, vinho, caipirinha ou algo neste estilo à mesa. A conseqüência é a queda de faturamento das casas no segmento bebidas e diminuição dos pedidos destes produtos no mercado, com diminuição de vendas por  parte de importadores e lojistas do setor, que a seu turno foram recentemente surpreendidos com o aumento da “ST- Substituição Tributária”.

                Ou seja, será muito difícil sobreviver comercialmente num momento em que a demanda está caindo e os impostos estão em curva crescente. Por seu turno o conseqüente aumento dos preços das bebidas pelo aumento da ST vai aumentar os preços dos rótulos nas Cartas de Vinho (espera-se um aumento de cerca de até 10% nos preços destes produtos). E preços mais caros serão um evidente desestímulo a sair de casa.

                Não é à toa que muita gente está buscando aprender a cozinhar e preparar jantares em casa, recebendo amigos e familiares. É uma tentativa de não correr risco (apesar de quem é convidado ter que recorrer ao táxi). Por quanto tempo este “modelo” se manterá ? Em alguns casos, sair de casa é uma boa alternativa de lazer e forma de fugir do stress que toda esta pressão do dia-a-dia traz para quem bebia de forma racional, acompanhando um belo prato de comida, ou simplesmente brindando a uma vitória pessoal ou de um amigo e que agora se vê privado desta oportunidade, simplesmente por que vai dividir com a companheira um brinde ou uma taça de vinho.

                Em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra, vigoram leis bem semelhantes. Por exemplo, nos Estados Unidos, é classificado como crime dirigir sob efeito de oit0 decigramas de álcool por litro de sangue, no entanto, a quantidade pode variar de acordo com o estado. Se o condutor for menor de 21 anos, ele perde a carteira de motorista. No geral, além da multa, o motorista tem a carteira invalidada por 90 dias e, nos casos em que o condutor se nega a realizar o teste do bafômetro, já fica constatado o estado de embriaguez, diferentemente do Brasil, onde o motorista tem o direito de se negar a realizar o teste, impossibilitando a comprovação.

                Na Inglaterra, também é considerado crime dirigir sob influência de oito decigramas de álcool por litro de sangue. O infrator flagrado dirigindo embriagado é multado em cinco mil libras, tem o direito de dirigir suspenso por 12 meses e pode pegar um ano de prisão.

                Como não há previsão da Lei Seca mudar, a solução para o setor de gastronomia voltar a faturar as mesmas médias anteriores, ficará por conta da criatividade de cada um. Se a Copa das Confederações não amenizar o problema, certamente o “mar não ficará para peixe pequeno” !

Salute e kanimambo. Uma òtima semana para todos

Finalmente – Os Vinhos de Colomé!

 JFC em Colomé    Demorou mas cheguei à segunda parte dessa epopeia que foi a visita a este lugar mágico. Já falei um pouco da vinícola, do local e dos vinhos Amalaya, porém hoje quero falar sobre os vinhos Colomé . As uvas vêm de vinhedos de três diferentes altitudes; 2300 (Calchaqui), 2700 (El Arenal) e 3100  (Payogasta – os vinhedos mais altos do mundo) e geram vinhos realmente surpreendentes, porém há também algo do vinhedo San Isidro situado a 1700 metros de altitude em Cafayate.

       Após visita ás instalações e ao incrível museu, fomos brindados por uma degustação muito especial em que quase todos seus vinhos passaram por nossas taças. Tecerei alguns breves comentários sobre estes vinhos, porém alguns deles me marcaram muito positivamente e esmo recomendando a todos, estes, a meu ver, são imperdíveis havendo a oportunidade!

Colomé Torrontés 2012 – divino exemplar de Torrontés, nariz sedutor e enorme equilíbrio de boca, fresco e amplo. As uvas são colhidas em duas etapas, uma mais cedo para garantir uma maior acidez e a segunda para uma maior complexidade de aromas e peso em boca. Um belo parceiro para as famosas empanadas salteñas e cozinhas especiadas como a Tailandesa e Mexicana. No Brasil por cerca de R$52,00 é uma bela pedida!

Malbec Lote Especial 2010 – Na verdade são três, um de cada vinhedo; Cafayate – Calchaqui e El Arenal, todos com 10 meses de barrica ½ a ½ francesas e americanas.  Foi da opinião de todos presentes que o de San Isidro é mais sedutor em tudo, tanto no olfato como no palato. Todos muito bons, porém o equilíbrio encontrado no San Isidro faz toda a diferença, um vinho delicioso que terei que encomendar já que por aqui não tem e eu esqueci, vejam só, de trazer umas duas ou três garrafas!.

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Colomé Estate Malbec 2010 – leva 85% de Malbec de El Arenal, porém os restantes 15% tem um pouco de tannat, Syrah e Petit Verdot c 20% do vinho passando por barricas francesas de 1º uso e o restante de segundo uso. Um belo vinho, muito marcante com personalidade própria, ótima textura, bom corpo mas repleto de finesse. Na linha de seus vinhos considerados top, me pareceu o de melhor relação qualidade x preço x prazer. Custa por aqui em terras brasilis, algo ao redor de R$98,00 e vale!

Autentico Malbec 2011 – Sem passagem por madeira, advindo de cepas oriundas dos vinhedos mais antigos (1854) e clones destes, consequentemente, caro e de baixa produção! Vinho para guarda devendo estar pronto daqui a três ou quatro anos, bebê-lo agora é puro infanticídio.

Colomé Reserva Malbec 2009 – Só 7000 garrafas produzidas, 90% malbec e o restante um tempero de Syrah e Petit Verdot. Potente, denso, untuoso, 24 meses de barricas novas francesas, boca quente com toques mentolados. Vinho para guardar e beber com calma, está muito novo ainda, porém demonstra muita complexidade e  capacidade de evolução. R$ 270 por aqui.

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Lote Especial Sauvignon Blanc – ao estilo neo zelandês , nariz de muito boa intensidade, fresco e equilibrado. Me surpreendeu!

Lote Especial Tannat 2010 – apenas 1430 garrafas produzidas, 14 meses de barrica e 14.9% de teor alcoólico. O DSC03397Vinho! Trouxe uma garrafa para cá (aqui no Brasil não há) e todos adoraram. Álcool perfeitamente enquadrado e imperceptível, macio, frutos negros, algum tabaco, extremamente rico e absolutamente sedutor. Meu primeiro contato com os tannats de Salta que posteriormente tiveram sua qualidade confirmada por rótulos provados de outros produtores. OJO na Tannat de Salta!

Syrah Lote Especial – não tem a mesma pegada do tannat, álcool mais aparente e algo disperso. Correto, mas não deixa marcas!

DSC03390Colomé Lote Especial Misterioso branco – um field blend em que até agora foram identificadas cinco cepas; chardonnay/semillon/sauvignon blanc/riesling e torrontés porém há mais! Complexo, muito aromático e vibrante na boca, delicioso, uma pena que só tem por lá. Produção de somente 1600 garrafas e as duas que trouxe já foram! Sniff….

       Uma das coisas que mais me surpreenderam nos vinhos foi o álcool bem integrado e moderado mostrando enorme elegância. Essa coisa de vinhos muito potentes, álcool desacerbado e de grande extração mostra ser muito mais a marca de um produtor da região, do que uma marca de Salta como somos erroneamente levados a crer, conforme pude sentir e comprovar nas visitas subsequentes realizadas. Enfim, hora de partir e a certeza de que este lugar vai deixar saudades. Alguns de seus vinhos estão no Brasil, ótimo, mas voltar aqui vai ser um projeto de médio prazo e, quem sabe, porquê não com um pequeno grupo?

Surani Costarossa Primitivo de Manduria, Muito Prazer!

          È assim com nome e sobrenome que este caldo de Baco se apresenta aos seguidores do nobre Baco. Primitivo, para quem ainda não conhece, é uma uva prima-irmã da americana Zinfandel e com ela possui uma série de similaridades já que advém da mesma origem, uma uva de nome impronunciável, a Crljenak Kastelanski da costa da Croácia. Na itália estava relegada a um segundo plano, mas com o crescimento de popularidade da Zinfandel, a Primitivo começou a desabrochar tanto local como, especialmente, no cenário internacional.

        Na Itália, está especialmente presente na região da Puglia (calcanhar da bota) tanto em Manduria, onde se projetou mais com alguns bons e caros produtos, como em Salento e outras regiões menos midiáticas.  Quando mais baratos, têm a tendência a serem meio esquálidos e sem graça, já quando de grande estrutura tendem a ser longevos e caros pra dedéu! Sei, não se usa mais, mas gosto da expressão. rs Uma boa opção é buscar vinhos intermediários entre uma coisa e outra em Salento com vinhos, a meu ver, algo mais honestos.

 Surani     Este Surani, em função de tudo isso foi e segue sendo uma enorme surpresa, meus amigos Rejane e Hélio não me deixam mentir, eta vinho arretado, sô! Tá tudo lá; qualidade, sabor, aromas sedutores bem frutados, e preço legal! Um dos meus achados de 2012 sobre o qual ainda não tinha falado aqui, o Surani Primitivo di Manduria é muito saboroso. Equilibrado, bom corpo e acidez balanceada, rico, de boa textura de boca sem extrapolar em nada, taninos algo doces (típico da cepa) e aveludados com um final temperado por alguma especiaria. Creio que pode ser um bom companheiro para massas (lasanha bolognesa), Filé Parmigiana, Costelinha de porco com molho barbecue e um bate–papo gostoso e descontraído com os amigos acompanhado por antepastos, queijos e frios.

        Tudo isso por apenas cerca de R$55 em Sampa, certamente um importante fator que só vem acrescentar prazer ao vinho que é importado pela pequena mas eficiente e competitiva Vinica. Há muito tempo que não dava aqui minha nota em smiles, meu I.S.P (Índice de Satisfação Pessoal), mas este vinho me traz um sorriso à boca cada vez que o tomo, então aqui vai e espero que curtam tanto quanto eu.   $    

 

Salute e kanimambo.

Fatores de Compra

      O vinho, por mais que eventuais enosnobs queiram negar, também se compra pela cara! Vos conto aqui algumas estórias de minha curta experiência como comerciante de vinho, preservando o nome dos três rótulos que, por sinal, são todos Ibéricos.

Vinho 1 – Nome ruim, rótulo horrível, preço mediano (na casa dos R$80), vinho bom. Tive que fazer o diabo para vender esse vinho, nem com reza brava! No final, matei o dito cujo e nunca mais comprei.

Vinho 2 – Nome sem apelo, vinho básico e bem agradável, rótulo feio, preço camarada, por volta dos R$35. Vendi a duras penas porque o vinho era barato, porém demorei tanto para fazê-lo que também o tirei do portfolio

Vinho 3 – Nome padrão (não é especial mas não atrapalha), rótulo muito bom e clássico, preço bacana, qualidade muito boa para a faixa de preço (mesmo sendo uma uva pouco conhecida) e vende que é uma beleza!

     O colega e amigo Pingus Vinicius já uma vez confessou que comprou vinho pelo rótulo, eu também (vai dizer que você não?!), então porquê tão poucos produtores investem no design e em branding? Eis aí uma área boa para o meu amigo Claudio Werneck,  autor do logo da Vino & Sapore e blogueiro dos bons, investir só que o pessoal é meio pão duro nesse quesito. Especialmente quando se pretende atingir uma grande região ou até países, é importante se ater a esse desenvovimento de conceito de marca. Minha experiência até agora me leva a ressaltar alguns fatores essenciais para conseguir sucesso na venda de vinhos;

  • Rótulo (design) que pode inclusive se estender à própria garrafa. Exemplo do Tellus Syrah (itália), Maset Syrah (Espanha) e Storia (Brasil). 
  • Nome (branding) é essencial
  • Preço – a precificação dentro do mercado e sua concorrência é essencial
  • Qualidade – sem ela não tem equação que funcione e por isso eu provar tudo o que vendo! Reprovou, fora, independente dos outros fatores.

    É a conjunção de pelo menos dois desses três fatores que definem o sucesso da venda. Parece óbvio, e é, por isso mesmo fica aqui a indagação; porquê então se presta tão pouca atenção a isso? Não só produtores, os importadores também deveriam dar uma maior atenção a estes fatores pois o que brilha nem sempre é ouro, mas brilha! Num mar repleto de vinhos á venda no Brasil, dizem que por volta dos 30.000 rótulos entre importados e nacionais, brilhar pode fazer a diferença.

Salute, kanimambo e até mais.