Espumantes – Descobrindo o Mundo das Boas Borbulhas

É, chegamos! Daqui a poucos dias é Natal e depois réveillon e um novo ano com esperanças redobradas, porque sem ela fica difícil tocar o barco. Para celebrar mais um ano que deixamos para trás e as novas metas traçadas para o novo que rapidamente se aproxima, nada melhor que um bom espumante pois, como já dizia Napoleão; nas derrotas é necessário e nas vitórias merecido!

A diversidade no mercado é muito grande e a origem não é sinônimo de qualidade pois, atrás dos bons produtos que nos chegam de diversos países, inclusive da França e Itália, vem também uma enxurrada de zurrapa fantasiada de vinho ou espumante se aproveitando da fama de alguns. Há também os vinhos famosos, de grandes marcas e packaging bonitinho não tão exuberantes assim, mas que satisfazem os que se preocupam mais com rótulo do que conteúdo, e há os de menos renome popular que são de tirar o chapéu, então o segredo é encontrar seu caminho nesse mar de rótulos hoje disponível no mercado sem grandes riscos.

Isso, no entanto, não deve limitar seu leque de escolhas bastando que se assessore com algum fornecedor, colunista ou critico no qual acredite e tenha fé. Aceite seu conselho e tente provar algum desses rótulos menos óbvios e midiáticos, você poderá se surpreender muito positivamente e esse é o grande barato de nossa vinosfera para os apreciadores dos caldos de Baco, pelo menos é nisso que creio. Pessoalmente confesso que tenho me dado bem garimpando algumas coisas muito legais e economizado umas pratas exatamente por não me ater às obviedades frutos de forte marketing. Parte destas descobertas compartilho com vocês aqui hoje.

Champagnes –. Todo o espumante produzido na região francesa do mesmo nome! Alguns bons produtores a serem explorados; Barnaut Grand Cru, Louise Brison Millésime, Pol Roger, Bollinger, Drappier,Taittinger e Mailly Grand Cru entre outros.

Cavas – a versão espanhola de belos espumantes produzidos pelo método champenoise como os da; Juve y Camps, Raventos, Jané Ventura, Gramona, Palau, Mont Marçal, Canal & Munné.

Espumantes Italianos não Proseccos –  Franciacorta Ca del Bosco e Lo Sparviere assim como Ferrari Perlé delicioso exemplar de Trento, fortes adversários dos champagnes na elaboração de grandes espumantes.

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Cremants Franceses s – Cremant é todo o espumante produzido pelo método champenoise ou clássico (segunda fermentação na garrafa) na França, porém fora da região de Champagne. Estes Cremants (Loire, Limoux, Alsace, Bourgogne, etc) são grandes opções aos champagnes com preços bem mais convidativos. Uma boa dica aqui é o Collin Cremant de Limoux (Languedoc), Kritter Rosé (Bourgogne), Marc Brédif Vouvray Brut e Domaine Vivreau-Chevreau também Vouvray Brut ambos da região do Loire.

Espumantes Brasileiros –  Coloco o Brasil entre os TOP 5 produtores (Qualidade x Quantidade) mundiais e ressalto os; Valmarino & Churchill (espumante diferente e marcante com passagem do vinho básico por barrica), toda a linha da Cave Geisse (adoro o Nature mas excelentes os novos lançamentos em especial o Blanc de Noir), Vallontanno (o Extra Brut Luis H. Zanini é delicioso),  Adolfo Lona (o raro Orus Rosé é Divino!) e o Chandon Excellence são muito boas opções. Numa gama de entrada, com espumantes bem feitos, frescos e gostosos para tomar sem compromisso, os Bossa (Vinicola Hermann) são uma ótima opção a um preço bem camarada! Por uma questão de coerência com minha postura antisalvaguardista, me abstenho de sugerir outros que apoiaram ou se abstiveram, para mim dá na mesma, o momento mais triste dos últimos tempos em nossa vinosfera tupiniquim.

Portugal – os espumantes da Raposeira, Murganheira , 3b Rosé de Filipa Pato e o Luis Pato Maria Gomes são boas pedidas assim como os espumantes da Vértice sendo que o Guveio Bruto é de tirar o chapéu, mas não o tenho mais visto por aqui no Brasil.

Proseccos Italianos – prosecco só os de lá, de acordo com as normas vigentes, elaborados com a uva Glera. Cecilia Beretta Millésime Valdobiadenne Brut é excepcional relação custo x beneficio e diferenciado do restante, mas ainda tem o Incontri Extra-dry, Bedin Extra-dry e Villa Sandi Valdobiadenne Extra-dry DOC , Cecilia Beretta Extra-dry DOC, todos muito bons.

Sul-americanos – Não são muitas as opções já que a praia deles está bem mais para vinhos tranquilos do que espumantes, porém há boas exceções: Da Argentina gosto dos espumantes da Zuccardi e Norton, especialmente os Cosecha, do El Portillo da Salentein e  do Chile o da Vinamar que tem um interessante blend com Sauvignon Blanc bem equilibrado e fresco.

Bem, se você já estava em dúvida do que comprar acho que acabei de colocar mais algumas minhocas na sua cabeça, né? Para, todavia, poder colher melhores frutos há que se ousar um pouco e sair da zona de conforto, então aproveite a época e se esbalde numa viagem de descobrimentos pelo caminho borbulhante dos espumantes de qualidade. Salute, kanimambo e felizes festas!