outubro 2012

All Seasons 13 anos, Imperdível!

       Quem curte bons vinhos certamente tem uma queda pela boa gastronomia, pois um não vive sem o outro. Pois bem, você tem até dia 31 de Outubro próximo, no jantar,  para se esbaldar num cardápio de prima por apenas R$59,00! Já tinha divulgado aqui este restaurante e seus festivais de Fondues, porém ainda não tinha tido o prazer de o conhecer pessoalmente o que ocorreu nesta semana a convite de sua assessoria de imprensa, a amiga Denise Cavalcante, que ainda nos trouxe de lambuja uns vinhos da Chilcas, produtor chileno que a MaxBrands está lançando no mercado e sobre os quais falarei em separado.

       Realmente, a arte deste chef suíço, Cristophe Besse, (joguei com um Yves Besse na seleção de rugby de 74?) na cozinha satisfaz a visão, o olfato e o palato formidavelmente mostrando o porquê de estar há 13 anos fazendo sucesso com o All Seasons numa época em que tantos restaurantes abrem e fecham sem conseguirem se firmar.  O segredo, afora a comida, creio que advém do fato de estarem localizados num hotel o que certamente contribui para isso, porém sem qualidade não há local que dê jeito e foi isso que comprovei in loco! Excelente cozinha e serviço, tranquilidade e segurança, que está numa promoção comemorativa, veja foto abaixo, que torna o momento imperdível viz-a-viz os preços no mercado para gastronomia deste patamar de excelência. Sim, porque tanto quanto os vinhos, os preços de restaurante andam pela hora da morte, então garimpar é essencial.

    Escolhi dentro o cardápio acima; Mil Folhas de lagosta e aspargos frescos, Lasanha de Pato com Laranja e para terminar, Delicia Bacuri com Chocolate e Creme de Manga, dos DEUSES! O Mil Folhas de Lagosta é de uma delicadeza ímpar, a Lasanha (esqueça qualquer semelhança com a tradicional) de Pato com Laranja é divina, rica, com uma profusão de sabores em perfeita harmonia. Na sobremesa, deliciosa por sinal, um toque especial que mostra a excelência do serviço. Numa mesa de seis, creio que cinco pediram Bacuri (um fruto da amazonia) e o toque especial é que foram servidos em pratos de cor diferenciados com, imaginem, combinando com a cor de camisa de cada um, dez!

 

    O mais interessante desse maravilhoso jantar na mesa complementado pela excelência da companhia que, como no vinho, são essenciais para extrair o máximo de qualquer harmonização, é que mesmo com três pratos, saímos leves! A comida não pesa e olha que não restou nada em nenhum de meus pratos! Mais uma nota de destaque nessa saborosa experiência que custa tão somente R$59,00. Se calcularmos estacionamento (mais barato que os valets de rua por aí), 10% e algo para beber , essa experiência de dar água na boca enquanto escrevo, sai por cerca de uns R$85,00 por cabeça (sem vinho obviamente) o que, convenhamos, é uma pechincha!

 

    Duas dicas para quem se interessar por aproveitar este cardápio comemorativo, que recomendo entusiasticamente, são: Escolha o salão da adega (veja foto), bem mais aconchegante fazendo jus à comida e serviço, e ligue antes para perguntar sobre a possibilidade de levar seu próprio vinho e cobrança de rolha pois a carta, essa não me encantou e senti falta de vinhos mais acessíveis porém de qualidade coerente com os pratos. De resto, só alegria, aproveitem e se quiserem, pelas fotos do buffet no almoço, essa também é uma grande opção. o All Seasons fica na Alameda Santos 85, última quadra, o telefone para contato é: (11) 2627.1336 ou acessem o site http://www.restauranteallseasons.com.br/ 

Salute, kanimambo e aproveitem o All Seasons, eu me esbaldei!

ps. Clique nas fotos para ampliar

Nem a Pau Juvenal!

Estão aclamando o acordo feito pelos produtores nacionais, leia-se Ibravin e os Barões do Vinho nacionais, e deixando de enxergar o tremendo atentado contra o estado de direito e liberdade empresarial neste país. A essência golpista desse pessoal é impressionante! Na eminência de ter as salvaguardas negadas pelo MDIC e este, por seu lado, encurralado entre o parecer técnico e o pagamento de dividas politicas de seus aliados, optaram por chamar os importadores e demais entidades contrárias e fazer um acordo para uma retirada da petição, coisa que desde o inicio pedimos e sem sucesso,  porém sob a sombra do retorno da mesma.

Tudo bem que um mau acordo é preferível a um contencioso, porém o que alinhavaram, de acordo com a matéria publicada no jornal Valor e amplamente detalhada e comentada pelo Arthur Azevedo em seu site ArtWine, (recomendo ler) não é um mau acordo, é um atentado ao estado de direito e uma utopia sem pés nem cabeça impossível de ser aplicada. Fazer com que supermercados, importadoras e lojas especializadas sejam “OBRIGADOS” a ter 25 e 15%, respectivamente, de seu portfolio, ou estoque o que seria ainda pior, em produtos nacionais é um absurdo, uma verdadeira ingerência nos negócios particulares de cada um. É o Estado querendo controlar meu negócio em que país estamos; Venezuela, Cuba, China? O custo desse estoque, sim porque a venda desses produtos é pequena, alguém terá que pagar! Quem você acha?

O custo dos vinhos nacionais, é mais caro, os prazos de pagamento menores , os de entrega mais longos, a concorrência desleal via venda direta dos produtores isenta de impostos locais é um fato e as quantidades mínimas exigidas mais altas em função de problemas deles com logística! Tudo é pior quando o produto é nacional, inclusive a relação Qualidade x Preço x Prazer, porquê um enófilo compraria estes produtos? A ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados) maiores importadores e comerciantes de vinhos no Brasil, ABRABE e ABBA (associações de importadores) toparam a parada. Os supermercados ainda podem diluir esse custo extra entre seus diversos outros produtos (carne, peixe, pãozinho, etc) já as lojas especializadas não têm como. E as lojas virtuais como ficam nessa?

    No entanto e para que não fiquem dizendo que sou radical, faço aqui uma proposta publica aos produtores brasileiros, eu topo colocar 15% de meus pouco mais de 400 rótulos com produtos nacionais, só que será CONSIGNADO!

    Ah, o espaço (m²) ocupado por esses vinhos também lhes será cobrado, meu aluguel não é barato e cada m² tem que obrigatoriamente ser rentável, dessa forma o risco é mutúo. Topam? Para facilitar, a Ibravin pode pagar a correspondente conta do aluguel, 15%,  do que meu locador me cobra! Como não quero ser acusado de falta de colaboração, cederei o espaço gratuitamente para que uma vez por mês eles desenvolvam atividades de degustação promocionais, que tal? Se acreditam tanto em seu produto, creio que deve chover proposta na minha horta, certo? Num negócio, qualquer que seja, compramos o que vende, não o que querem que compremos e quem manda no meu negócio é meu cliente não meu fornecedor, importador, produtor, Ibravin ou o Estado!

Por hoje chega e kanimambo pela visita, hoje sem brinde. Daqui a algumas semana conto para vocês quantas propostas e de quem foram recebidas ok?

Vinho nas Alturas

       Pesquisa da Skyscanner mostra quais os melhores vinhos a mais de 10.000 metros de altura. Um júri formado por enólogos realizou testes cegos com 21 vinhos servidos nas classes econômicas das maiores companhias aéreas europeias. Quinta maior empresa aérea da Europa, a Thomson Airways foi eleita como a que oferece o melhor vinho tinto – Finca La Linda, Cabernet Sauvignon 2011. Foi uma vitória clara entre os juízes, com a SAS em segundo e a turca Pegasus Airlines na terceira posição. A competição de vinhos brancos foi bem mais acirrada, com acordo entre os juízes de que a qualidade de todos os concorrentes era alta. Lufthansa venceu com pouca vantagem sobre a KLM e a EasyJet. Mais informações no site da Skyscanner.

Pena que eu não fui consultado, pois meu voto seria TAP na cabeça ou, quem sabe, a Ibéria que tem o Canforrales Classico na carta!

Poucas & Boas

          Hoje publico algumas dicas e algumas notícias de nossa vinosfera, na Segunda volto falando mais das coisa do vinho!

Salvaguardas, é não esquecemos não! Veja a noticia que deu em Mendoza, no El Sol Diario Online http://elsolonline.com/noticias/view/151283/perez-anuncio-una-inversion-brasilena-millonaria-en-mendoza . Um dos criadores e fiel escudeiro salvaguardista passando por dificuldades em função da vil e desleal concorrência dos importados, está em fase final de estudos de terroir para compra de terras em Mendoza e montagem de uma nova Bodega. Enfim, não vou tecer minha opinião, mas sugiro clicar e ler a noticia para depois tirar suas próprias conclusões sobre o tema. Aproveitando, seguem as informações de que as Salvaguardas foram rechaçadas pelo MDIC pela ausência de base técnica para tal o que já tínhamos demonstrado aqui há algum tempo! Como, no entanto, nesta terra de tanta falcatrua e interesses poderosos tudo muda muito rapidamente, quero ver isso publicado no site do MDIC e no Diário Oficial para, finalmente, conseguir festejar o enterro dessa excrecência, porque os autores, esses já estão enterrados por mim faz tempo, independentemente do resultado da partida.

Dia 31/10 tem Riedel Tasting na Vino & SaporeReserve a data, pois nesse dia teremos uma experiência sensorial diferenciada, vamos degustar taças! Sim, teremos 4 vinhos, todos com mais de 90 pontos na critica especializada, sendo degustados em taças desenvolvidas tecnicamente para varietais específicos – Chardonnay, Syrah, Cabernet Sauvignon e Pinot Noir. No dia, teremos também a venda de taças e, especialmente do kit degustação, a preços para lá de especiais. Lugares limitados, então consulte e garanta seu lugar, serão 30 porém 20 já estão tomados, com investimento de R$35,00 por pessoa. Ligue para o telefone (11) 4612.6343 ou envie uma mensagem para comercial@vinoesapore.com.br .

Curitiba Here They Come! É gente, dia 27 chega a Curitiba a caravana do Encontro de Vinhos de nossos amigos Beto Duarte e Daniel Perches no hotel Bourbon a partir das 14 horas. Conheços-os bem e são muito capazes tendo conseguido fazer desses eventos momentos muito agradáveis em que o garimpo corre solto e, como sabem, não tem melhor forma de conhecer nossa vinosfera do que essas curtas viagens de descobrimento. Serão cerca de vinte expositores, entre eles as importadoras Au Vin (quebre preconceitos provando seus deliciosos vinhos Libaneses), MS Imports, Vinci, Calix, ChezFrance, Vinho Sul, Smart Buy, Cantu, Dominio Cassis, entre outros. Compre logo seu ingresso e garanta sua participação. Os Locais de venda estão listados aqui http://www.encontrodevinhos.com.br/pontos-de-venda-de-ingressos .Esse eu assino embaixo e recomendo, curta um belo passeio por estes caldos de Baco e aproveite para pesquisar e fazer um exercício comparativo de Qualidade x Preço de diversos rótulos e origens disponíveis no mercado.

Bordeaux- Século XXI no Enopira  com a palestra do connoisseur  Luis Otávio Peçanha lá mesmo em Piracicaba, interior de São Paulo. O evento se realizará no dia 6 de Dezembro a partir das 20 horas e terá presente alguns vinhos de muito renome e marcantes da região.

VINHOS APRESENTADOS:

1-      Château Saint Pierre 2009- 4 ème de St Julien

2-      Chãteau Pichon Baron 2008- 2ème de Pauillac

3-      Château Maslecot St-Exupéry 2006- 3ème de Margaux

4-      Château Leoville Barton 2005- 2ème de St Julien

5-      Château Montrose 2004- 2ème de St-Estèphe

6-      Chãteau Pape Clement 2003- GCC de Graves

7-      Château Cos D’Estournel 2002- 2ème de St-Estephe

8-      Château Pavie 2001- 1er GCC de Saint Emilion

9-      Chãteau Rauzan-Segla 2000- 2ème de Margaux

      Após a degustação Luis Otávio servirá um prato de Javali aos convivas presentes. São somente 15 vagas para 15 privilegiados enófilos ao preço de R$840,00 cada,  pagos em até três vezes. Quer mais informações ou fazer sua reserva, contate-o  pelos telefones  (019 ) 3424-1583-  Cel. ( 19 ) 82040406 ou por e-mail > luizotaviol@uol.com.br.

André “Déco” Rossi é o novo representante de Wines of Argentina no Brasil. Meu amigo e jovem enófilo que já mencionei aqui como sendo uma das estrelas em ascensão  em nossa vinosfera tupiniquim, emplacou mais uma. Melhor, quem emplacou mesmo foi a Wines of Argentina com esta escolha pois estavam precisando de uma lufada de ar fresco e mudança de foco sendo o Deco uma pessoa e profissional que certamente lhes beneficiará e muito! Deco será o encarregado de projetar e implementar planos de posicionamento do vinho argentino no mercado brasileiro; avaliar as oportunidades de relações públicas no Brasil; e planificar visitas e comunicações para a imprensa e o trade, entre outras ações de marketing e relações públicas. Considerando que em 2011 o mercado brasileiro comercializou 77 milhões de litros de vinhos importados, dos quais quase 20 milhões provieram da Argentina, o Brasil se apresenta como um grande potencial para o país hermano.

         Bagagem para isso o amigo Deco tem; começou sua carreira na Expand Group do Brasil sendo Responsável de Comunicação Visual e Promoção. Mais tarde, ingressou na Salles D´Arcy Publicidade e ainda foi parte das equipes de importantes agências como Leo Burnett, DPZ e Lew’Lara/TBWA. Também foi Diretor de Atendimento na W/McCann Publicidade (Ex W/Brasil). Atualmente é editor e criador do Blog EnoDeco, colunista do Portal de Conteúdo Bicofino. É o idealizador da Winet, consultoria especializada na área de vinhos e professor do “Curso de Negócios do Vinho” na Fundação Getúlio Vargas. Além disto participa como jurado e avaliador em concursos e feiras de vinhos em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Ribeirão Preto. Deco, boa sorte meu amigo, pois competência, essa tens de sobra!

Happy Friday na Vino & Sapore. Hoje a partir das 18 horas com vinhos da Mercovino; um branco italiano e dois tintos, um do Douro e outro de Ribera del Duero. Ao pedir um combo, você ganha (até as 20 horas) e segunda taça de um vinho diferente do primeiro, totalmente na faixa. A idéia é fomentar o conhecimento e a diversidade a um preço camarada, somente 20 Reais, em um ambiente agradável, aconchegante e descontraído. Para ver mais acesse o site clicando no link do lado ou aqui. http://www.vinoesapore.com.br/happy_email.html

 Salute, kanimambo e um ótimo fim de semana para todos.

Terça Gorda, Taça Transbordando!!

        Existem alguns dias que são especiais na taça, mas a minha anteontem transbordou de alegria e luxúria! Por ela passaram; Quinta do Vesúvio, Altano Reserva Quinta do Ataíde, Chryseia, Post Scriptum, Pombal do Vesuvio, Graham´s Tawny 10 anos, Graham´s Porto Vintage 1997 e um incrível Poggio di Sotto Brunello di Montalcino 2006, entre outros! Este último tomado em companhia de alguns poucos e, também, especiais amigos. Não vou nem falar dos vinhos, seria chover no molhado, porém saõ vinhos de exceção, vinhos verdadeiramente marcantes que fizeram de anteontem um grande e abençoado dia!

       Aos amigos que me proporcionaram essa experiência, meus sinceros agradecimentos e que baco os abençoe! Salute, kanimambo e, se algum desses vinhos passar perto, estenda a taça porque são imperdíveis e dignos de qualquer wish list sendo elaborado.

Festival de Tempranillos ou Não!

       Sou fã desta uva e adorei a ideia das Enoladies, confraria de mulheres, em se reunir para provar vinhos desta cepa das mais variadas regiões da Espanha. Para apimentar um pouco o painel, inclui um (pensei eu) único vinho que não era 100% Tempranillo e não as deixei ver os contra rótulos das garrafas, mesmo sabendo o vinho sendo servido. Exercício sensorial legal, descobrir qual era o vinho que tinha um tempero extra! Seis vinhos que vieram de; Rioja, La Mancha, Ribera del Duero, Pago de la Guardia (Toledo), Castilla y Leon (Sardon del Duero) e Toro. Para começar os “trabalhos”, já marca registrada de todas as degustações que promovo, um espumante para limpar o palato preparando-o para o que está por vir, e desta feita um delicioso Collin Cremant de Limoux (Languedoc) muito fresco e cremoso, mais um fruto do garimpo que faço por esta vinosfera e que vale cada tostão gasto.

Canforrales Selección  (La Mancha) – um vinho bem saboroso e equilibrado, taninos sedosos, redondo e pronto que foi bem solo porém com a chegada dos outros vinhos de outro patamar de qualidade se ressentiu. Pelo preço, no entanto, um vinho que cumpre seu papel com galhardia. Abaixo de R$70,00.

Sierra Cantabria Crianza (Rioja) – riojano em sua essência, amadeirado no ponto, aquela baunilha típica, complexo e rico, taninos sedosos que evoluem na taça muito bem, fruta madura, notas terrosas, finalizando com toques achocolatados. Um vinho sedutor, tradicional, que não nega as caracteristicas desta região de origem. Preço ao redor de R$110,00.

Rivola (Castilla y Leon) – a Abadia Retuerta é uma Bodega que produz grandes vinhos em Sardon del Duero e este é um vinho de gama de entrada que leva 40% de Cabernet que apareciam nas nuances vegetais, em especial a azeitona, muito bem integradas, cremoso na boca um vinho que encantou a maioria. Muito boa paleta olfativa que convida ao próximo gole. Preço ao redor dos R$95,00

Elias Mora Tinto (Toro) – este rótulo é uma de minhas últimas descobertas, um vinho que consegue unir força com elegância num conjunto rico que encanta ao primeiro gole, pois é na boca que ele se mostra em todo seu esplendor com notas de fruto negros e algum tostado. O final de boca encanta, longo, algo especiado e vibrante. Preço por volta dos R$98,00.

Martúe (Campos Pago de la Guardia) – um vinho de Pago na Espanha significa que estamos diante de uma região ou vinhedo  de excepcional qualidade (são somente 13 no país) e este vinho não nega a raça. Já o comentei aqui, mas a cada garrafa que abro mais me seduz, um vinho encorpado,  muita fruta madura, complexo, taninos firmes mas aveludados e aqui minhas desculpas publicas às Enoladies pois este vinho também não era 100% Tempranillo, onde eu estava com a cabeça?!!  É sim um blend que justifica a complexidade do vinho, em que a menor parte é Tempranillo, mas valeu de qualquer forma porque o vinho é da hora. Cabernet Sauvignon (33%), Merlot (22%), Tempranillo (21%), Petit Verdot (13%) y Syrah (11%), um vinho imperdível, na minha opinião a melhor relação custo x prazer deste painel de vinhos, que custa R$98,00. Esteve presente no Happy Wine Time da Vino & Sapore faz umas duas semanas e foi um enorme sucesso.

Uma Cepa (Ribera del Duero) – uma garrafa por planta, é essa a relação fruta x garrafa desse vinho. Um vinho marcante, de produção meticulosa que aparece na taça. Já vendeu por R$135 chegou a 170,00. Está num patamar acima dos outros vinhos, mas o objetivo desses encontros não é só didático, é também se dar bem e este vinho cumpre com honras esse intento, um vinhaço que encanta e, se achado em promoção, tem que comprar de caixa. Denso, muito saboroso, untuoso, ótima textura, especiarias, frutos negros, musculoso porém com um toque de elegância no final de boca, fazendo jus aos vinhos da região que tradicionalmente se mostram bem mais encorpados do que os de Rioja. Um grande vinho a ser conhecido e não foi à toa que foi considerado o melhor vinho do encontro seguido do Elias Mora e Martùe.

No todo, uma seleção muito boa e muito saborosa que seduziu a maioria que posteriormente se esbaldou com um belo pedaço de Chipaguaçu, um quitute da hora trazido pela Mariana, mas esse é papo para outro post. Por hoje é só. Salute, kanimambo e nos vemos por aí ou por aqui, quem sabe onde nossos caminhos nos levam!

 

 

Um Sauvignon Blanc de Tirar o Fôlego!

          Há pouco mais de um mês tive a oportunidade de conhecer um Sauvignon Blanc como há muito não provava e num estilo “loirense” de ser que me seduz. O vinhos desta cepa elaborados nessa encantadora região da França, um de meus muitos desejos na lista de viagens a fazer antes da derradeira, são de uma elegância impar. Sedutores, sutis, plenos de frescor com boa mineralidade e vibrantes, me entusiasmam e no Chile também encontramos rótulos deste estilo, sendo o Laberinto Cenizas 2011 um exemplo onipresente e delicioso que comprova o que digo.

          Do Chile, especificamente da parte mais Andina do Vale do Maule beirando o lago Colbún, foi elaborado na edílica Viña Ribera del Lago (veja uma boa reportagem sobre o lugar aqui ) do respeitado enólogo Rafael Tirado que vem de uma família de winemakers famosa no Chile. Um projeto em que a qualidade se sobrepõe à quantidade com pouco mais de 25.000 mil garrafas produzidas entre 4 vinhos. Este Cenizas Sauvignon Blanc foi considerado pelo guia Descorchados 2012, mais importante guia do Chile, como o Melhor Vinho Branco Chileno. Como, no entanto, sou que nem São Tomé, tenho que experimentar sempre e o que comprovei é que todo esse retrospecto é mais do que merecido. Na minha taça aprovou com honras, verdadeiramente delicioso, um grande Sauvignon Blanc de notas mais vegetais que florais, ótima acidez, fino, com uma mineralidade sedutora na boca e uma persistência muito longa que pede  não a próxima taça, mas sim a próxima garrafa!

      Sem aqueles aspargo muito presente em boa parte dos Sauvignon Blancs chilenos, por vezes enjoativo quando em excesso o que não é tão incomum assim, estamos diante de um vinho muito fino onde os frutos brancos e as suaves nuances de grama cortada se juntam a uma acidez muito balanceada formando um conjunto difícil de bater para aqueles que preferem a sutileza à opulência. Mais para a delicadez da geisha do que a intensidade da madrinha de bateria, (faz algum sentido a comparação?!!) sem deixar de ser vibrante, é um grande parceiro para pratos de frutos do mar e saladas tropicais e foi uma das gratas surpesas que tive este ano, ainda mais porque mesmo com todos esse CV e retrospecto, possui um preço honesto que não chega aos 90 Reais e espero que permaneça assim. Importado pela Magnum.

Salute, kanimambo e amanhã tem Happy Wine Time na Vino & Sapore. Nos encontramos por lá?

 

Pode-se Congelar Vinho?

Eu pensava que não, mas aí começo a ler uma matérias e vejo que, para minha enorme surpresa,  sim essa possibilidade existe e pouco ou nada altera o caldo de baco! Pesquisando na net me deparei com esta matéria (http://gourmetbrasilia.blogspot.com.br/2010/11/voce-ja-congelou-um-vinho.html) de 2010 publicada por Rodrigo Leitão em seu blog Gourmet Brasilia, mostrando que esse tema não é nem assim tão recente. A prova desse método de preservação de vinho, no entanto, foi feita de forma exemplar pelo respeitado jornalista Luiz Horta, um de meus exemplos nesta vinosfera que habito, numa extensa matéria publicada no Caderno Paladar do jornal O Estado de São Paulo mais recentemente, há cerca de uns 60 dias, sob o titulo: “Vinho Amanhecido Não é Vinagre”. Pelo didatismo do tema, tomei a liberdade de o reproduzir parcialmente, aqui. Caso queira ler a matéria por inteiro (deve), sugiro acessar este link.

“Selecionei quatro estilos de vinho – branco, tinto, espumante e doce fortificado –, escolhi um rótulo de cada estilo e comprei três garrafas de cada rótulo. Poderia (e farei depois, pois esse negócio de testar coisas vicia) ter usado um tinto mais jovem, um espumante nacional, ou um porto. Mas elegi vinhos que considerei com capacidade de resistir mais dias, para que a experiência durasse mais. A temperatura na noite da abertura das 12 garrafas, na minha cozinha, era 22°C. Os brancos estavam a 11°, os champanhes a 6°, os tintos a 14° e os jerezes a 16°. Tirei as rolhas, provei cada garrafa e anotei, numa ficha de degustação, para ter um padrão de avaliação para os dias subsequentes.

            De cada um dos tipos retirei uma taça, que congelei em quatro garrafinhas pet de água mineral, deixando um bom espaço para que não explodissem no congelador. Uma garrafa de cada tipo foi fechada com vacuvin e uma de cada tipo com a rolha original; as oito foram para a geladeira, que estava numa temperatura de 4°, na porta. As quatro remanescentes permaneceram abertas sobre a pia.

            Todos os dias que durou o teste retirei cerca de 50 ml de cada garrafa e provei. A cada abertura das garrafas, o volume de líquido diminuía (com a degustação) e o de oxigênio aumentava. No fechamento com vacuvin e rolha, claro, se não houvesse tal exposição diária ao ar, o resultado seria melhor. As garrafas da pia decaíram mais rapidamente.

           Pensava que iria apenas constatar o que já sabia: que o champanhe e o branco morreriam rápido, o tinto duraria bastante e o fortificado seria o campeão de longevidade. Estava certo só em parte. O champanhe (fechado com vacuvin, com rolha ou deixado aberto na pia) surpreendeu duplamente. Durou mais que o esperado e até ganhou sabor e complexidade.

            Mas a parte mais divertida e reveladora foram as garrafinhas pet. Retirei-as do freezer no domingo à tarde. Estavam como pedras. Deixei que descongelassem naturalmente, na mesa da cozinha, a 24°C. Quando estavam líquidas e por volta dos 10°, provei-as. Foi uma epifania. Já tinha congelado tintos antes, e o processo é bem eficaz para salvar esses vinhos, embora haja uma pequena alteração na textura pela formação de cristais de tártaro. O sabor permanece quase inalterado.

            Os demais vinhos, eu estava congelando pela primeira vez. O branco perdeu um pouco da acidez, ficou menos fresco, mas sobreviveu. O jerez ficou idêntico, mesmo vinho, sabor, aroma.

            O inesperado foi o champanhe descongelado. Fez fizz quando abri, manteve a perlagem, continuou fresco e ficou assim a noite inteira, perdendo só um pouco das borbulhas. A conclusão é que vinhos abertos podem ser congelados, com alguma perda na qualidade, mas mínima perto do que seria sem o congelamento.”

Agora resta-me uma duvida, para quê tudo isso? Somente no sentido de conhecimento acadêmico creio eu, porque de prático mesmo não vejo vantagem nenhuma e ainda há o perigo da garrafa estourar! Agora, que serve para animar o bate papo entre enófilos, lá isso serve e certamente será causa de vários elogios a seu vasto conhecimento enófilo, porque vinho bom mesmo é o que acaba rápido sem sobras para guardar! Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.

Happy Wine Time – é Hoje, é Hoje!

e com Doule Wine é só na Vino & Sapore toda a Sexta, então hoje é dia! Espero os amigos, até porque hoje os caldos são Lusos, em homenagem ao pessoal que embarca amanhã para mais uma viajem de descobertas Enogastroculturais por Portugal, um empreendimento Inês Cruz (Viavitis) e JFC. Da região Tejo, ex-Ribatejo, conheceremos alguns dos vinhos da Quinta da Lagoalva (Mistral), uma das vinícolas que faz parte de nosso roteiro estrá presente com três vinhos:

  • Quinta da Lagoalva Talhão 1 – um vinho branco elaborado com castas tipicamente portuguesas as; Fernão Pires, Arinto e Alvarinho, esta última em menor proporção. Somente com passagem em inox, é um vinho em que o frescor impera. Fresco e aromático, este saboroso branco é perfeito para um aperitivo ou para acompanhar peixes e frutos do mar. Esta deliciosa combinações de castas locais resulta em um vinho original e de grande apelo gustativo. Deverá de dar muito bem com as empanadas de bacalhau, creme de amarão e queijo disponíveis no combo.
  • Quinta da Lagoalva Castelão/Touriga Nacional – um blend 50/50 destas duas castas autóctones portuguesas que formam um caldo extremamente prazeroso de tomar. Um vinho de corpo leve para médio, muito saboroso e fácil de agradar. Com 50% passando em madeira, é um vinho muito rico em sabores que encantam o palato, macio, equilibrado com boa acidez o que lhe dá um certo frescor, mostra taninos redondos, sedosos e amistosos que alongam o final de boca deixando um gostinho de quero mais. É uma ótima companhia para bacalhau, então acredito que as empanadas de bacalhau e as de frango podem ser harmonizações interessantes.
  • Quinta da Lagoalva Reserva – Este Reserva é um vinho muito agradável e fresco de ser tomado, com muita fruta aparente e taninos muito bem equacionados sendo que as nuances de baunilha deixam claro a presença de madeira aqui colocada como apoio e anteparo ao restante do conjunto. Um estilo mais moderno e muito prazeroso de tomar. É um tinto incrivelmente elegante e macio, mostrando madeira de excelente qualidade perfeitamente integrada. A feliz combinação das castas Alfrocheiro Preto, Cabernet Sauvignon e Syrah resulta em um tinto complexo e envolvente. Boa companhia para as Salteñas ou quem sabe um chouriço português assado?

       Aguardamos você num ambiente descontraido, aconchegante e sem fescura como deve ser o trato com o vinho. depois, se ainda estiver com fome, jante no Emilia Romagna um restaurante de boa comida, boa carta e gente simpática bem ao lado da Vino.  Salute, kanimambo e bom fim de semana.

Uma Experiência Enófila na África do Sul

      O Guilherme Cezaroti, assíduo leitor deste blog, esteve por terras sul africanas recentemente com sua familia. Eu que estive por lá dos meus tenros 11 anos até aos 18, sei o quanto esse país é lindo e complexo culturalmente. Uma experiência única com uma diversidade incrível de paisagens e culturas, seja em Durban, Cape Town, Johannesburg ou Nelspruit. O Guilherme, a meu convite, compartilhou conosco um pouco dessa experiência e dá algumas dicas de quem por lá queira se aventurar.

A viagem para a África do Sul é muito agradável.

         Cape Town é uma cidade bonita, arejada, limpa e organizada. A sinalização é muito boa e depois que a gente se acostuma em dirigir do lado direito tudo fica mais fácil. Há uma variedade muito grande de restaurantes e os preços de comida e bebida são bastante atrativos se comparados aos brasileiros. O conhecido vinho The Wolftrap Blend, do produtor Boekenhoutskloof, é quase onipresente nos restaurantes e lojas da cidade e não custa mais do que R$25 nos lugares mais caros.

       Depois de conhecer Cape Town, vale a pena alugar um carro e ir para Franschhoek, capital gastronômica da África do Sul. Franschhoek fica a cerca de 1h30 de Cape Town, por estradas boas e fáceis e dirigir. As estradas que levam a Franschhoek são ladeadas de pequenas vinícolas, sendo que na última delas (R45) há praticamente uma ao lado da outra, todas com pequenas produções que são vendidas localmente, dificilmente chegando ao exterior. Existem diversas “guest houses”, um conceito diferente de pousada, porque os quartos são grandes e quase sempre há uma sala e uma cozinha onde o hóspede pode preparar seu almoço ou seu jantar, se aproveitando da proximidade de um mercado. Além disso, em geral a guest house tem uma sala de jogos/lazer onde se pode passar algum tempo degustando uma garrafa de vinho apreciando a vista ou batendo papo.

     Todavia, com a presença de inúmeros restaurantes, com preços bastante atrativos para os brasileiros (a comida custa de um terço a um quarto do que custa aqui), é pouco provável que alguém prefira fazer a refeição nos quartos. Em Franschhoek, a avenida principal é uma continuação da estrada R45, e há poucos quarteirões para cada lado da avenida.

      Bem próximas de Franschhoek, mas ainda na estrada, temos a La Motte Private Cellar, muito conhecida por lá por seus vinhos brancos. Nós fomos visitar duas vinícolas pequenas, a Haute Cabrière e a La Petite Ferme. A primeira tem um restaurante bastante conhecido na região, mas fomos pela manhã e não pudemos aproveitá-lo. É uma vinícola jovem e pequena, com vinhedos ao redor, muitos nas encostas dos morros. Provei o Pinot Noir 2008, Chardonnay/Pinot Noir 2011 e o Unwooded Pinot Noir 2011, vinhos bons e simples, sem algum destaque especial. Os espumantes da linha Pierre Jourdan (provei o Cuvée Brut, o Blanc de Blanc e o Belle Rose) são bons, mas ainda falta uma certa evolução em termos de frescor. A segunda vinícola – La Petite Férme – tem um restaurante muito bom (em geral é necessário reserva), com vista para os vinhedos e para o vale onde está a cidade (tintos e brancos maravilhosos e a bom preço. Possuem um sauvignon blanc fumé que só estava sendo vendido para consumo no restaurante, para quem nunca provou sauvignon blanc com notas tostadas é uma excelente dica.

     Na cidade, a Wine-Wine é um excelente (talvez o melhor) local para a compra de vinhos regionais. Como ainda ia rodar bastante de carro e achei que poderia comprar aqueles vinhos em outros lugares, deixei passar a oportunidade. Recomendo não cometerem o mesmo erro, porque o preço e a variedade são imbatíveis. Lá podem ser encontrados produtores como Capaia, Mellasat (que tem um pinotage branco) e Philip Jonker (produtor de um infinidade de espumantes muito bons).

       A outra loja que indico é a La Cotte Inn Wine Sales, uma loja ainda com prateleiras de madeiras com aspecto mais antigo, mas é a loja que representa o maior número de produtores da região e com preços razoáveis. Lá comprei o Klein Constantia Vin de Constance 500ml e o Nederburg late harvest 2011 por cerca de R$ 100 os dois. Para que procura vinhos doces e champagnes franceses, esta loja tem uma variedade excelente. E foi o único lugar onde encontrei o vin de Constance à venda.

      Próxima destas duas lojas esta a Chocolates Huguenot, feitos artesanalmente com cacau de origens variadas. Não é barato, mas passa longe dos preços que se vê por aqui e há um horário do dia em que é possível acompanhar a produção. É um ótimo lugar para quem gosta de passar férias tranquilas, passeando pelo campo, sem muito agito.

      Além disso, a variedade de vinhos no free shop de Johannesburgo era muito pequena, ainda que com preços estupidamente atraentes para os padrões brasileiros.

Este blog está aberto a colaborações deste tipo, opiniões hedonísticas de viagens e visitas a regiões vinícolas do mundo dos amigos leitores seguidores de Baco. Não se acanhe e faça como o Guilherme, compartilhe essas emoções registrando os melhores momentos dessas aventuras.Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui ou no Happy Wine Time da Vino & Sapore às Sextas.