setembro 2012

Nem Todo o Vinho Argentino é Igual!

         Para quem adora sistematizar e generalizar as coisas do vinho, eis aqui mais uma oportunidade de descobrir o porquê dessa prática não ser viável em nossa vinosfera. Rutini,  um produtor com uma grande diversidade de rótulos com uma vasta gama de produtos para todos os níveis e bolsos e um dos principais produtores argentinos, trazida ao Brasil pela Zahil. A linha dos Trumpeter talvez seja a mais conhecida, gosto muito do Syrah/Malbec e do Reserva, e daí subimos uma longa escada. Dessa vasta linha de produtos, a Zahil nos convidou a provar sete exemplares com maior ênfase nos Cabernets e me surpreendi.

         Começamos pelo Chardonnay que é um vinho que sempre me agrada pois, dentro do estilo mais amadeirado, é um vinho equilibrado, sem exageros e sempre traz um frescor de final de boca muito saboroso, não negou o que já conhecia dele e que já me acostumei a recomendar como um dos vinhos desta cepa elaborados na Argentina.

Todos vinhos muito bem feitos, me surpreendi com o grande equilibrio do saboroso Cabernet/Merlot que, em minha opinião se mostrou melhor que o já tradicional e amplamente conhecido Cabernet/Malbec, porém dois rótulos me chamaram a atenção e foram o destaque entre os que nos apresentaram:

      Rutini Cabernet – num estilo diferenciado mais para velho mundo do que novo mundo, puxando para a delicadeza e elegância, rico mas sem excessos com tudo no lugar. Bem aromático, nos convida a levar a taça à boca onde ele nos seduz. Rico, complexo, boa estrutura, taninos finos, com um final longo fazia tempo que não provava um cabernet deste naipe vindo da terra dos Hermanos. Muito bom e custa ao redor dos 135 Reais.

     Antologia – fazia muito tempo que queria provar este vinho, mas nunca tive a oportunidade que finalmente se fez presente. Valeu a pena esperar, um grande vinho na taça e pena que era só uma prova, pois a vontade era me apoderar da garrafa! Que beleza meus amigos, um senhor vinho que consegue unir potência, sem exageros, com elegância. Um vinho repleto de finesse, dos aromas complexos e bem integrados a uma sensação de prazer na boca que me entusiasmou. Um prova que derruba preconceitos de que argentino só faz vinhos potentes e excessivos em tudo, inclusive no álcool. Há de tudo por lá como em qualquer outro importante país produtor e este  vinho deixa isso muito claro. Este deveria vir á mesa de fraque e cartola!

Bons vinhos que valem ser conferidos pelos amigos. Salute, kanimambo e seguimos nos vendo por aqui.

Como Você Escolhe Vinhos Numa Loja?

       Cada um tem seu jeito de garimpar vinhos numa loja, mas nem sempre estas atendem essa necessidade. Por cultura ou modismo, as lojas tendem a organizar suas prateleiras por país, mas será que é isso mesmo que você quer? Como você se sentiria mais á vontade ao entrar numa loja para escolher seu vinho?  Esta enquete visa descobrir isso então clique e dê sua opinião.

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Salute e kanimambo.

Sem Palavras, Porto Vintage e Queijo da Serra!!!

Ou Quase.  Sublime e clássica harmonização engrandecida pelas pessoas presentes. Divino Queijo da Serra (DOP) da Quinta da Lagoa (pastor/produtor) em Canas do Senhorim comprado in loco, com um maestral Fonseca Guimaraens Vintage 95 com ainda muitos anos de vida pela frente, não esta garrafa porque dela não sobrou gota, e gente fixe sem a qual nenhuma harmonização se completa!

As Vitimas

Os Carrascos

Kanimambo aos amigos que marcaram presença e chorem os que fizeram doce! rs Fui, salute e nos vemos por aí ou por aqui, porque como já dizia o mestre Saul Galvão, o que vale mesmo é ser feliz. Um ótimo fim de semana para todos.

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Camarão à Piri-Piri com Encostas do Xisto Alvarinho

           Que pena que blog ainda não tem aromas! Queria ter podido captar os aromas que tomaram conta de minha casa em mais esta harmonização de Domingo, para poder postá-los aqui, maravilha!! Quem sabe um dia, mas hoje só posso postar essas fotos mostrando a sequência de elaboração deste delicioso prato de camarões conhecidos na África do Sul também como L.M. Prawns, uma iguaria inventada no restaurante Piri-piri em Lourenço Marques (L.M.), hoje Maputo, Moçambique. Na minha juventude iam muito bem acompanhadas por uma Laurentina (cerveja) bem gelada, mas como tudo evolui na vida, ou quase tudo, hoje acompanhei o prato com um dos mais baratos e bons Alvarinhos do mercado, o Encostas do Xisto.

        Para fazer este prato tem que ser camarão rosa grande, tipo “pistola” e o bolso nem sempre permite pois falamos de  de 500 a 750grs por pessoa! No meio do feriado, para minha agradável surpresa, o Pão de Açucar o estava vendendo pela metade do preço, não resisti! Aqui vai a receita para os mais aventureiros e os que vivem próximo de boas opções de fornecimento desta iguaria, como o Nilson, Ronaldo e José Filipe de Floripa ou os amigos do Nordeste. Para cerca de 25 camarões graúdos como estes, separe três pimentas malaguetas, cinco dentes de alho, uma tablete de 200grs de manteiga, sal, limão e, obviamente, o vinho porque cozinhar com vinho é essencial! Pré aqueça o forno a 250ºC.

Preparo

  • Não tem segredo. Corte o camarão nas costas, da cabeça ao rabo, e retire aquela tripa escura lavando bem, porém mantendo casca e cabeça. Com uma faca, faça um corte mais profundo abrindo o camarão quase até metade do corpo.
  • Sob a base da manteiga amassada, esprema os dentes de alho e pimenta malagueta, ambos frescos, formando uma pasta. Adicione sal a gosto e unte bem os camarões no corte que você fez neles.
  • Coloque em uma travessa refratária e no final lambuze os camarões por fora com a sobra da pasta feita, caso prefira um pouco mais sequinhos evite esta última parte. Leve ao forno e quando começar a dourar, cerca de uns 20 minutos dependendo do forno, esprema um pouco de limão uma a duas vezes. Quando ficar bem dourado está pronto servir acompanhado de batatas fritas e salada tropical (com frutas) adicionando um pouco mais de limão para quem quiser. O camarão deve ficar crocante por fora e tenro e úmido por dentro. Se preferir sofisticar o acompanhamento, um risoto de limão siciliano deve ficar da hora.

        Para acompanhar pode ser uma cerveja tipo lager bem gelada, mas o Alvarinho cai muito bem também e o Encostas do Xisto deu conta do recado de forma soberba e não custa 60 reais. Todo o frescor dos vinhos verdes, presença mineral com toques cítricos e uma intensa paleta olfativa que nos faz levar a taça á boca onde nos deixa uma agradável sensação de crocância que pede bis. Um vinho bem feito e muito saboroso ainda mais pelo preço já que os vinhos elaborados com esta uva costumam ser bem mais caros e muito mais agradável que a famosa cerva que incha o bucho! rs Uma harmonização que deixa na boca aquele gostinho de quero mais, camarões e Xisto!

       Ah, guarde as cabeças dos camarões, dizem que dá uma sopa da hora e eu vou testar uma receita. Se der certo passo para os amigos e se meus patricios tiverem alguma receita me enviem, aceito colaborações. Por hoje é só, salute, kanimambo e seguimos nos encontrando por aqui ou………..já sabe onde!

Expo Azeite 2012, Estive Por Lá!

           Fui entusiasmado mas a sensação foi de que me meti numa furada, talvez até provocado pela meu desconhecimento de causa. De São Paulo a Campinas para visitar uma “Feira de Azeites” no centro da cidade, Instituto Agrônomo, para ver cinco bancadas com três importadores e dois produtores buscando importadores no saguão de entrada do instituto. Três horas de viagem e trinta minutos de feira, isso porque encontrei por lá o amigo Bruno Viana da ABS de Campinas, foi muito pouco. Quem passasse pela região sequer saberia do evento pois não havia uma placa externa que indicasse a existência do mesmo. No canto do mesmo saguão, duas dezenas de cadeiras para cursos rápidos sobre os mistérios do azeite,  posteriormente fiquei sabendo que eram cursos de culinária, tudo isso num calor danado enfim, uma boa ideia ( a feira) que, a meu ver, foi mal executada e ficou bem aquém de minhas expectativas! 

           Aparentemente o concurso  esse sim foi bem movimentado com um monte de participantes, mas destes somente vimos uma exposição dos azeites que participaram. Aparentemente, pelo que me foi informado pelos organizadores no comentário abaixo, o congresso foi bem movimentado e um grande sucesso, mas desse não participei, fui pelos azeites e, nesse sentido, me frustrei. Enfim, me disseram que outras edições realizadas em São Paulo, comprovado pelos filmes e fotos de edições anteriores publicado no próprio site da Expoazeites, tiveram outro viés e que a participação de produtores e importadores foi bem maior, quem sabe numa próxima edição  minha opinião mude, mas esta, a meu ver, foi uma furada e deixou muito a desejar como “Feira de Azeites”. Aparentemente um acidente de percurso pelo que pude ver das outras edições (filmes e vídeos) que serviram de base para meu interesse da ida a Campinas.

         Tendo dito tudo isso, tenho que reconhecer que pelo menos consegui descobrir algo muito interessante nesta minha viajem de descobrimentos pelo misterioso mundo dos azeites que começo a realizar. Descobri uma linha de ótimos azeites uruguaios, uma enorme surpresa porque ainda por cima estes pequenos produtores se situam numa região de que gosto muito, Colonia de Sacramento no sul do país, a uma hora de Buenos Aires pelo Barco-Bus. Fiquemos de olhos abertos e papilas gustativas prontas pois estamos prestes a conhecer uma outra faceta deste simpático país de bons vinhos e povo amistoso. Em breve falarei desses novos azeites que, em tendo o preço adequado, certamente acharão um espaço nas prateleiras da Vino & Sapore.

Salute, kanimambo e nos vemos por aqui.

Última Chamada!

        Faltam pouco mais de dez dias e ainda temos quatro vagas a preencher nesta incrível viagem de descobrimentos pela diversa, rica e saborosa  enogastronomia portuguesa, sua cultura e história. Serão 15 dias inesquecíveis de grandes vinhos numa viagem de norte a sul de Portugal, ainda dá tempo! Clique na imagem para ver o roteiro e entre em contato, há condições especiais de pagamento e é mais barato que passar uma semana no nordeste brasileiro, vem conosco?!

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.

Dicas da Semana

      Depois de uma semana de reclusão por pura falta de tempo,  minhas dicas desta semana se concentram em degustações que é a forma mais barata de ampliarmos nossos conhecimentos enófilos. Uma série de eventos bem interessante na região metropolitana e no interior de São Paulo, agende-se!

Grandes Cabernets do Chile, Cordeiro e Skeffington Porto Tawny 20 anos na Vino & SaporeMais uma degustação temática seguida de jantar harmonizado.  Só o título do evento já para dar água na boca, não? Ainda não, pois bem então aqui vai a descrição mais detalhada de mais esta degustação às cegas que será promovida Vino & Sapore (Granja Viana) neste próximo dia 26/09 a partir das 20 horas, para somente 12 privilegiados participantes! (somente 6 vagas ainda disponíveis)

        Como sempre,  os participantes serão recebidos por uma taça de espumante para limpar o palato para o que está por vir e a festa de sabores já começa aqui, Cave Geisse Nature. Quem ainda não conhece certamente se surpreenderá com a qualidade na taça e entenderá a fama que precede este produtor dos melhores espumantes brasileiros , já quem a conhece terá o prazer de a reencontrar. A seguir, feitas as devidas apresentações, tomaremos ás cegas cinco grandes cabernets chilenos, uns mais conhecidos e renomados tendo pela frente gente do mesmo calibre porém menos conhecidos do grande público.

Don Melchor  – um vinho que virou ícone dos Cabernets chilenos e que, ano após ano, é reconhecido pela grande maioria da imprensa internacional especializada como um dos grandes vinhos tintos chilenos com pontuações sempre altíssimas. Falar deste vinho é chover no molhado, porém uma coisa é certa, estamos na frente de um divisor de águas, um vinho de qualidade inegável. Pontuação média dos últimos anos fica entre 92/94 pontos na Wine Enthusiast, Wine Spectator e Wine Advocate (Robert Parker).

Torres Manso de Velasco 2007 – o ano foi especial no Chile e este vinho é outro que encanta a maioria dos que o conhecem . Robusto, esta versão de Cabernet produzido em terras chilenas pela gigante espanhola Miguel Torres, mostra que não tem medo de cara feia.  Elaborado com vinhas muito velhas, próximo a 100 anos, é o vinho ícone da vinícola no Chile.  A Revista Adega recentemente o colocou entre seus TOP 100 do ano e lhe deu 94 pontos, resta-nos ver, na taça, se eles estão certos.

Casa Lapostolle Cuvée Alexandre Cabernet 2009 – o irmão mais comedido do famoso Clos Apalta que já foi o eleito Melhor Vinho do Ano pela  Wine Spectator há alguns anos atrás, o que acarreta uma tremenda responsabilidade sobre a vinícola. A casa é famosa por infligir sobre seus vinhos um estilo francês por opção tendo á frente de seus vinhos o famoso enólogo globe-trotter Michell Rolland. Também advindo de vinhas velhas, vinhedos plantados em 1920, este vinho obtém regularmente notas que variam de 89 a 92 pontos dependendo do ano e nesta safra de 2009 obteve 89 pontos do Guia Descorchados e 91 de Beppi Crosariol articulista do The Globe and Mail.

William Févre Chacai 2008 – elaborado por um dos principais produtores de Chablis na França, este é seu vinho ícone (tem um acima mas prefiro este) produzido em seu mais novo projeto agora no Chile. Poucos o conhecem, porém na safra 2009 já emparelhou com o Don Melchor com 92 pontos no Guia Descorchados. Foi um vinho que se destacou na Wines of Chile de 2011 tendo me surpreendido muito positivamente e com isso encontrou seu espaço em nosso portfolio. Como será que ele encarará as feras de mais renome e mais tempo de mercado?

Anya Ícono 2010 – o nome já diz tudo, é o ícone desta vinícola e o vinho mais novo deste painel. É também mais um vinho advindo de uma safra de grande qualidade havendo gente afirmando que talvez seja a melhor da década passada superando 2005 e 2007 com uma variável, é de safra par! O vinho veio com uma recomendação da revista Vinho Magazine que recentemente montou um painel de Cabernets do Chile e Argentina, tendo este vinho sido considerado um dos melhores com 92 pontos. Pedi ao importador uma garrafa e confirmei, é realmente um grande vinho que chegou de mansinho para tomar seu lugar ao sol, vamos ver como se comporta às cegas, mas já está nas prateleira da Vino & Sapore.

          Para alguns já estaria de bom tamanho, mas tem mais! Mais uma vez, Ney Laux ,do famoso restaurante Granjeiro Pattio Viana mais conhecido no pedaço como Restaurante do Ney,  parceiro de diversas outras degustações estará presente com um prato especial, cordeiro no vinho com alecrim, que será devidamente acompanhado pelo vinho William Févre  Espino Gran Cuvée Cabernet,  caso seja liberado a tempo pela dupla Anvisa/Receita Federal, ou outro similar.

         A esta altura você já se daria por satisfeito, certo? Pois bem, nós não! Fara finalizar uma noite que esperamos seja memorável, abriremos uma garrafa de Skeffington Porto Tawny 20 anos, da casa Taylor’s e recém chegado ao Brasil pelas mão do Palácio dos Vinhos, que será acompanhada pelas gostosas Ballas de Chocolate da Isa Amaral. Eu já provei o 10 anos e se o 20 seguir a escrita, estamos feitos!! Encerrando uma noite enogastronomica especial, nossos seletos cafés gourmet “Ateliê do Café” serão servidos antes de nos despedirmos.

     Preço para tuuuuuuuudo isso, apenas R$165,00 por cabeça e para quem vier em duas ou mais pessoas, 10% de desconto com pagamento sendo efetuado no ao da reserva.

Jantar com Paulo Laureano na Kylix  dia 02 de Outubro – meu amigo Simon, dono da melhor loja de vinhos da região de Higienópolis agora assessorado por minha ex-colunista (é dancei!) Eliza Leão, nos trazem um jantar harmonizado com vinhos portugueses elaborados pelo dono do mais famoso bigode português da atualidade, o consagrado enólogo Paulo Laureano.

Enopira de volta aqui no blog com a etapa Espanhola de seu Torneio de Países! Desta feita a vez é da Espanha tendo o Luiz Otavio escalado uma super equipe para este embate que selecionará os melhores  para a Gran Finale  de Agosto de 2013a

DIA: 20/09/2012 ás 20:00h – entrarão em campo, digo na taça, os seguintes players:

1-                  Aalto 2008- DO Ribera del Duero- R$ 330,00

2-                  Victorino 2007- DO Toro- R$ 399,00

3-                  La Bienquerida 2007- DO Bierzo- R$ 267,00

4-                  Sierra Cantabria Colección Privada 2006-DOCa Rioja- R$ 271,00

5-                  El Puntido 2005- DOCa Rioja- R$ 351,00

6-                  Pago de Carraovejas Reserva 2005-DO Ribera del Duero-R$ 384,00

7-                  Viña al lado de La Casa 2004- R$ 314,00- DO Yecla

8-                  Edetária tinto 2004- DO Terra Alta- R$ 346,00

Só jogador tarimbado e renomado! De perder o fôlego e imperdível. Após a degustação ainda será  Carré de javali para arrematar a noite, ufa!! Preço por pessoa, R$190 e limitado a 15 vagas. Para maiores informações, fale com o Luiz Otavio – FONE: (019) 3424-1583-  Cel. (19) 82040406 – luizotavio@enopira.com.br

       Bem é isso e quem estiver afins não se esqueça, na Vino & Sapore, hoje é dia de Happy Wine Time, vê se aparece! Salute e kanimambo

 

 

Fettucine Com Camarão e Limão Siciliano / Chenin Blanc

           Como prometi ontem, mais uma harmonização de Domingo só que esta teve a presença de um Chenin Blanc que ajudou muito o cozinheiro pois o prato ficou aquém do costume. Com o vinho no entanto, houve uma melhora tremenda e recomendo muito esta “maridaje”. Comecemos falando do vinho, um gama de entrada da MAN Vintners produtor sul-africano que trabalha muita bem essa uva entre outras. Pouca gente conhece a Chenin Blanc o que é uma pena, é um vinho muito fresco e vibrante que acompanha maravilhosamente frutos do mar e peixes. Originária da região do Loire onde se produzem alguns néctares tanto secos como de sobremesa, especialmente na AOC de Vouvray, se deu muito bem na África do Sul onde existe um pouco de tudo entre eles alguns ótimos vinhos como o deste produtor que deve ser servido a 6ºC quando mostra todo seu potencial, mesmo sendo um vinho de pouco mais de 40 Reais. Muita fruta tropical no nariz, já na boca me apareceu uma maçã verde, boa mineralidade, frescor típico da cepa, e uma crocância sedutora, quem gosta de Sauvignon Blanc certamente apreciará este vinho que recomendo até porque o verão está chegando só que cuidado, o vinho desce rápido mas o conteúdo alcoólico é de 13.5% então se não se mancar………! Não é um grande vinho nem se propõe a isso, mas é cumplidor e muito agradável valendo muito o preço e certamente voltará a marcar presença em minha taça muitas mais vezes.

       O prato é receita de um amigo de nossa vinosfera o Charlston Dalmonico da importadora Berenguer, gente finíssima, que há tempos me enviou esta receita que volta e meia faço e ás vezes acerto! rs Sou limitado na cozinha, falta-me o dom e a técnica, então estas receitas que posto são bastante fáceis e qualquer um dos amigos a pode preparar.  Como sempre, gosto de cozinhar com vinho então…..

Separe:

  •  Uma garrafa de vinho, esse MAN Vintners Chenin Blanc é uma ótima opção, e uma taça. Aproveite e já prove para ver se a temperatura é a adequada.
  • 400grs de pasta de gran duro, um pouco mais largo tipo Fettucine, Pappardele ou, como o que fiz, Bavette.
  • 500grs de camarão rosa pequeno tipo IQF, descascado sem cabeça (lave bem, limpe e guarde)
  • Azeite, cebola pequena dois dentes de alho e dois limões sicilianos, mix de pimenta em grão, tomate cereja, cebolinha e salsinha.

   Preparo:

  • Enquanto cozinha o macarrão na água com sal, coloque a cebola e alho bem picados para fritar num azeite bem quente, coloque um pouco do vinho na taça e beba.
  • Antes da cebola dourar, jogue o camarão, misture bem e quando o camarão começar a ficar vermelho da fritura, esprema os dois limões sobre eles.  Coloque mais um pouco de vinho na taça que a esta altura já deve estar vazia!
  •  Deixe apurar por uns cinco minutos  se tanto e tempere com um pouco da pimenta, sal  e misture bem jogando depois o tomate cereja cortado em metades e a cebolinha. Para finalizar coloque um pouco da salsinha e não esqueça de encher a taça, taça vazia, dá azar!
  •   Agora escorra a pasta e jogue o camarão por cima do macarrão misturando bem.  Leve á mesa e termine de matar o vinho com o prato! Se tiver muito mais gente na mesa, abra outra garrafa e estamos conversados! rs

      Como já dizia W.C. Fields, ou seria a chef Julia Child – há controvérsias, “gosto de cozinhar com vinho, às vezes até o coloco na receita’! Satisfação garantida, harmonização da hora e felicidade alcançada, testem e depois me digam se estou errado. Tudo muito simples, vinho saboroso e comida gostosa sem contar a ótima companhia! Por menos de 80 paus comem e bebem, moderadamente,  4 pessoas e ainda tem troco para a saladinha de entrada e a sobremesa.  Salute, kanimambo pela visita e um ótimo fim de semana prolongado para todos. Quem vai aparecer hoje no primeiro Happy Friday da Vino & Sapore?

Dicas da Semana

       Dica para o fim de semana prolongado, fique em casa! eh, eh Gente, São Paulo e região metropolitana fica tão tranquila nestas horas que até dá para aproveitar aquelas coisas que nunca fazemos por falta de tempo a perder no trânsito e nos metermos em muvucas mil! Tem até seleção na Sexta, mas boas mesmo são as dicas a seguir. A primeira é a viagem Enogastrocultural a Portugal agora em Outubro e a outra é o novo projeto da Vino & Sapore, os Happy Fridays!

Portugal com Inês Cruz e eu. Estamos levando um grupo de somente 15 aficionados das coisas boas da vida numa viagem de 15 dias por um Portugal enogastronomico pleno de diversidade e descobertas. Faltam pouquissímas vagas a serem preenchidas e certamente você não vai querer perder esta oportunidade. Clique na imagem para mais detalhes ou me contate enviando seu comentário, terei o maior prazer em tê-lo a bordo. Se quiser já se adiantar, ligue para a Cleide (11) 3257-1667 da Primordial Turismo e garanta seu lugar!

Happy Friday na Quinta! Coisa de português, eu sei, mas tinham que inventar um feriado logo no inicio de mais uma atividade na Vino & Sapore?!! Neste mês de Setembro, começando amanhã (Quinta 6/09), a partir das 18 horas tem Vinos Y Empanadas (Caminito) na Vino & Sapore. Você escolhe uma taça (100ml) de um dos três vinhos á prova no dia mais dois dos três sabores de empanadas disponíveis no dia, por apenas R$20,00. Mais, até ás 20 horas tem Double Wine em que a segunda taça fica por nossa conta. Este projeto conta com diversos parceiros fornecedores da loja, um por Happy Friday, tendo já aderido para Setembro a Dominio Cassis, W&W Wine, Almeria e Vinho Sul. Nesta quinta nosso parceiro é a Dominio Cassis com os seguines vinhos:

  • Espino Gand Cuvée Chardonnay, um delicioso branco produzido no Chile pelo produtor francês de Chablis, William Févre, num estilo diferenciado e muito elegante com madeira muito bem colocada, ótimo frescor e boa mineralidade. Premiado pelo Guia Descorchados, principal guia de vinhos chilenos, e recém posicionado no TOP 5 do Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto, é um vinho que certamente se dará muito bem com a empana de queijo.

  • Cabal Malbec Reserva é um vinho que surpreende em função do que entrega de prazer por um preço abaixo dos quarenta Reais. Muito equilibrado, sem excessos de álcool ou concentração, mostra toda a fruta típica da casta em perfeita harmonia. Um vinho agradável, de médio corpo que deverá se dar muito bem com a empanada integral de mix de cogumelos.

  • Cientrueños é um recém chegado ao Brasil e vem fazendo muito sucesso. Espanhol, elaborado com 100% Garnacha de Navarra num projeto algo lúdico da bodega La Calandria, é um vinho que seduz com muita fruta e riqueza tanto no olfato quanto na boca, taninos sedosos, finos, médio corpo mostrando-se bem equilibrado com um final saboroso onde despontam notas de especiarias. Nos parece uma ótima companhia para a empanada de carne com uva passa.

     Amanhã postarei mais uma etapa de minhas harmonizações de Domingo com um vinho elaborado com a pouco conhecida cepa Chenin Blanc, então não deixe de dar uma passada por aqui! Salute e kanimambo, nos vemos amanhã?

Grito de Alerta – Estão Querendo Meter a Mão no Nosso Bolso!

       Meus amigos, estamos numa semana decisiva na batalha contra as Salvaguardas ao Vinho Brasileiro e por isso mais este manifesto final e longo contra elas. Já escrevi muito sobre este tema, mas tenho visto que o consumidor segue estando muito pouco informado sobre o tema, em grande parte por falta de clareza dos formadores de opinião, por falta de postura de alguns, da dubiedade mostrada por outros, etc., então cá vão mais algumas, muitas porque o tema é complexo, linhas. Faltou coerência,  faltou determinação, faltou posicionamento pois muitos ficaram estes últimos meses acendendo uma vela para Deus e outra pro diabo just in case! Uma tristeza, fatos que me causaram muita decepção, mas com os quais aprendi muito também, pois pude separar o joio do trigo! Por outro lado, respeito por aqueles que se posicionaram contráriamente, discordo radicalmente e os contestarei sempre mas respeito pois todos têm direito a sua própria opinião e liberdade de escolha, e estes, pelo menos, se posicionaram clara e abertamente, mostraram cara e a deram para bater uma pena que poucos tenham tido essa coragem se escondendo de mim, de você e do consumidor em geral.

     Antes que saia o resultado final e o MDIC se manifeste oficialmente, tem fofoca de tudo o que é lado – passa não passa -, quero pela última vez antes do veredito, tecer alguns outros comentários que sintetizam um pouco tudo o que já falei.Vamos deixar claro, de uma vez por todas, estão querendo meter a mão no nosso bolso! A Ibravin ( Instituto Brasileiro do Vinho) em conjunto com outras entidades de classe ligadas aos produtores de vinho, devidamente apoiados pelos maiores produtores de vinho Brasileiro como Miolo, Lovara, Valduga, Domno, Dal Pizzol, Aurora, Perini, Garibaldi, Don Giovanni, entre outros, pleiteou ao governo federal a instituição de salvaguardas ao vinho brasileiro que podem estabelecer mudanças nas tarifas do vinho importado extra-zona (produtores fora do Mercosul inclusive do Chile) e/ou o estabelecimento de quotas de importação a ser determinado pelo MDIC (ministério da Industria e Comércio). Tudo isso foi claramente colocado sob bases falsas e de graves deturpações dos números visando eludir os órgãos competentes pela análise da petição e o publico em geral, como pôde ser comprovada na defesa impetrada pelos mais diversos órgãos nacionais e internacionais.

         Agindo sem base justificável, já que não cumpre a premissa básica estabelecida pela OMC que determina que tais ações somente são válidas em casos extremos de grande prejuízo á indústria local ou risco eminente de, conforme pode ser comprovado pelos próprios sites desses produtores e seus balanços, já existe um enorme repudio internacional a esta tentativa de verdadeiro golpe contra o consumidor e retaliações certamente deverão ocorrer causando enormes prejuízos á nação. Aparentemente não aprendemos nada com o retrocesso tecnológico causado pela reserva de mercado da informática e restrição ás importações de veículos quando nos faziam andar em verdadeiras carroças pagando absurdos valores por isso e querem repetir a dose em que o principal lesado será você que, por mais uma vez, será chamado a pagar mais essa conta gerada pelos barões do vinho brasileiro que por grave erro estratégico, pegaram altas somas a quase custo zero do BNDES sem se preocupar do que fazer para escoar sua produção e produzindo mais do que a demanda de mercado.

       Apesar dos esforços de diversas entidades e profissionais do setor em trazer a Ibravin para dialogar e construir um projeto conjunto para o vinho no Brasil, lamentavelmente eles se recusaram a descer de seu pedestal preferindo o embate e a imposição de ideias por razões que desconhecemos porém desconfiamos. Querem salvaguardas pela concorrência nos vinhos finos que é uma infima parte seus negócios porém seus balanços mostram que faturamento e market share não é o real problema ou então mentem em seus sites! Concluindo, os problemas dos vinhos finos brasileiros no mercado, assim como outros produtos de nossa vitivinicultura, estão diretamente ligados a causas internas graves como; o excesso de impostos locais sob toda a base de insumos, da produção e da comercialização do vinho que é tratado tributariamente como bebida alcóolica porém é fiscalizado como alimento, da falta de estrutura de distribuição, da falta de investimento mercadológico visando divulgar a cultura do vinho como fonte alimentar, falta união entre os produtores no sentido de um trabalho conjunto de estimulo de consumo, um projeto mais focado tanto interna como internacionalmente no suco de uva natural (grande arma comercial que temos), etc., etc., etc.. O problema é consequentemente de ordem interna e as salvaguardas não são a solução, mas sim mera ação paliativa de empurrar o problema com a barriga. Somos a favor do vinho e sua cultura, independentemente de sua origem, porém claramente contrários ás salvaguardas e aqueles que estão por trás desta aberração por entender que caso isso venha a ser instituído, estaremos iniciando um período de trevas em que todo o crescimento qualitativo da última década será jogada no lixo e sofreremos um enorme retrocesso tanto na produção quanto no consumo.

      É sabido que, a cada vez que se aumentam impostos por uma questão de proteção á indústria local, o status quo não se altera pois, em vez desta adotar uma estratégia para aproveitar e conquistar market share, eles aumentam seus preços no mesmo porcentual faturando uma grana extra. Eles e o governo que já não precisa de grandes desculpas para aumentar impostos de forma a alimentar um estado cada vez mais paquidérmico de custos fixos para lá de administráveis! Ninguém nos dias de hoje muda seus hábitos de consumo por decreto, os produtores nacionais têm que ser competentes, como já mostraram ser no segmento de espumantes, e deixar de lamúrias pois suas vendas de vinhos finos não vão aumentar enquanto seus preços não estiverem condizentes com a qualidade entregue. Não adianta produzir mais do que seu mercado consome ou de sua capacidade de escoamento comercial, como têm feito de forma equivocada, mas sim de focar em seus pontos fortes e brigar, usando seu forte lobby, por ações mais positivas como as defendidas pelo pessoal da UVIFAN que reúne um grupo de pequenos produtores do sul que, estes sim, merecem nosso apoio, lembrando que há que se separar o joio do trigo!

        Da forma como está proposto pelos peticionários das salvaguardas, o retrocesso  será inevitável. No fritar dos ovos, seremos nós consumidores que, mais uma vez, vamos ser chamados a arcar com a conta gerada pelos barões do vinho. Chega de os carregar no colo, estão grandinhos (e gordos) demais para isso. Como se já não pagássemos um absurdo pelo que compramos aqui, seja nacional ou importado,  isso será um verdadeiro assalto á luz do dia! Estão querendo meter a mão no seu bolso e, quando o fizerem, não nos esqueçamos dos que estão por trás de tudo isto.

      Podemos ter surpresas e o técnico se sobrepor ao politico, coisa difícil de ver neste país especialmente nos últimos dez anos, mas as marcas deixadas pela tentativa de golpe e de meter a mão nos nossos bolsos, vão demorar para cicatrizar. Dizem que a esperança é a última que morre, mas também o faz e se as salvaguardas passarem será o fim da esperança por bom senso e seriedade nas hostes do poder.

      Dei meu recado final, venho atuando e fazendo o que está ao meu alcance para reverter esta possível aberração, especialmente tentando esclarecer ao leitor amigo sobre o golpe que armaram contra nós. Não é o primeiro, os selo foi o primeiro, e certamente não será o último pois já mostraram do que são capazes e diálogo não está no DNA deles, mas agora só nos resta esperar. Aproveite este momento, no entanto, para separar o joio do trigo e faça algo. Tome uma atitude, chame seus amigos e mostre-lhes o tamanho do golpe e quem está por trás disso, propague a mensagem e mostre que você se importa, porque depois não adianta ficar se lamentando!

      Falo de separar o joio do trigo e, dentro do que conheço, tento sempre fazer um contraponto ressaltando uma lista de produtores nacionais contrários a toda essa safadeza, selo e salvaguardas, elaborada pelos barões do vinho e seu oligopólio. São gente que merece nosso apoio; Vallontano, Angheben, Cave Geisse, Adolfo Lona, Villaggio Grando, Antonio Dias, Maximo Boschi, Courmayeur, Villa Francioni, Quinta das Neves e Bella Quinta que em algum momento se manifestaram publicamente contrários.

     Por uma vinosfera mais sã e mais coesa, salute e kanimambo lembrando que você tem armas constitucionais para lutar contra esse status quo, use-as, tome uma atitude. NÃO ás salvaguardas, NÃO aos barões do vinho que a defendem, NÃO a quem quer meter a mão nosso bolso!