O Melhor Vinho de Minha Vida

         Aos cinquenta e sete anos, já tomei e provei muita coisa. Grandes e inesquecíveis vinhos, vinhos que são verdadeiras lendas, algumas zurrapas, muito vinho saboroso e bem feito que cabe no meu bolso e me deu muito prazer de tomar, mas igual a este nunca!

Meus leitores e clientes costumeiramente me fazem a mesma pergunta, “de que vinho você gosta mais?” Impreterivelmente a resposta é sempre a mesma, não sei!  Tenho uma queda por vinhos harmônicos, elegantes e bem equilibrados repletos de personalidade, adoro os vinhos ibéricos, mas já tive na boca incríveis vinhos franceses, italianos, australianos, sul africanos e até chilenos e argentinos, creio que mais do que tudo, adoro a diversidade. Até brasileiro já me encantou, porém igual a este nunca!

Tive alguma experiências hedonísticas de cair o queixo e deixar marcas na memória que não se apagam com o passar do tempo. Algumas já escrevi aqui no blog e nas colunas que escrevo, outras não como a recente prova dos Bordeauxs de 2009 ou o encontro com o Consorzio de Brunello que ainda aparecerão por aqui, mas igual a este nunca!

         A esta altura vocês já devem estar se perguntando, afinal, o que este Tuga está inventando, mas calma, pois como minha mãe já dizia, o apressado come cru e, afinal, o suspense faz parte deste momento, de abrir as cortinas e mostrar esse magnifico elixir digno do cálice de Baco e de meu altar de divindades. Lamentavelmente não fiquei com a garrafa vazia, só tirei foto, mas aguarde um pouquinho mais! Nada de glamour, não é nenhum produtor midiático, conhecido do mundo enófilo mundial, é um artesão do vinho que guarda há décadas, alguns há mais de cem anos, cerca de 6500 cascos e pipas do doce néctar em suas caves.

          Foi na Expovinis, no dia 25 de Abril de 2012 entre as 16:30 e 17:30, num salão repleto, gente saindo pelo ladrão, com cerca de uns 80 felizardos entre membros da imprensa, estudiosos e enófilos que tiveram o privilégio de conseguir entrar. Um evento quase que único no mundo, já que haviam vinhos sendo servidos que nos últimos 30 anos só tinham sido provados duas vezes! A grande maioria dos vinhos eram amostras dos cascos, não estava engarrafada para comércio à excessão do 1937. Para nos ungir  com estes néctares, nos esperavam um “apresentador” e reconhecido especialista, o pai das crianças, ou melhor dos anciões, e seu alquimista mor que, nunca tinha visto isso antes, foram ovacionados de pé por um longo tempo ao final do evento histórico.

           São vinhos que nos tocam a alma, que nos fazem viajar, que mexem com nosso imaginário e com todos nossos sentidos, em especial  com nossas emoções que afloram à pele de forma intensa e até meio desgovernada. Mesmo agora, quando tento escrever sobre eles, me arrepio e meus olhos emudecem, uma experiência absolutamente fantástica e inebriante. Como fala meu amigo Didu, o mundo dos parafusos não consegue fazer isso com a gente! Bem, mas depois de todo esse blá, blá, blá o post já ficou longo demais, então na Quinta falarei mais do produtor, dos caldos provados  e, em especial, desse que foi o Melhor Vinho de Minha Vida, até agora!

        Nesta Terça teremos a coluna da Eliza, na Quarta os finalistas do concurso das Vinopiadas, Quinta já sabem, e na Sexta dicas para um mês repleto de eventos de primeiro nível. Por hoje é só, uma ótima semana para todos, salute e kanimambo. A luta continua, abaixo com as salvaguardas e quem as apoia!