Harmonizando Sobremesas

              Harmonização, uma arte que poucos dominam e que nós eventualmente acertamos! Desta feita algumas experiências que deram certo e que decidi compartilhar com os amigos. A primeira é clássica, um bom chocolate com vinho do porto. Até aí tudo normal, porém se esses chocolates forem as Ballas de Chocolate da Isa Amaral, um delicioso produto artesanal receita antiga de família, e um Porto Ruby Reserva Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo ou um Graham´s LBV, aí é o nirvana! Um complementa e destaca o outro num processo em que a taça teima em ficar vazia e as Ballas, bem essas somem rapidinho.

          Para quem gosta/prefere colheitas tardia, então vai aqui a minha dica pelo muito saboroso Viña Alicia Vendimia Tardia (Viognier/Sauvignon Blanc e Sauvignon Gris) argentino que surpreende os mais finos paladares. Cremoso, muito bem equilibrado que cresce com uma deliciosa cesta de sorvete de creme banhado em calda quente de framboesa fresca e uns suspiros para finalizar a decoração. Bom demais da conta sô!

            Não quer doce e prefere se aventurar no garimpo de sabores diferentes. Então, este sem foto, tente finalizar sua refeição comendo queijo gorgonzola com torradinhas e acompanhe com um bom espumante Moscatel nacional. Baixe a guarda, exponha-se a novos sabores e surpreenda-se!  

Salute e kanimambo.

Tapada do Fidalgo Reserva, Um Vinho – Dois Momentos

Começou na Sábado á noite. Ao fechar a loja após um dia bem puxado, me lembrei deste vinho que recebi para prova e o trouxe para casa. Papo vem, papo vai, queijinho na mesa, abri a garrafa e servi duas taças deixando-as descansar por uns 10 a 15 minutos antes de proceder à prova. Interessante vinho que, aparentemente, foi elaborado somente para o Brasil o que, a meu ver, já é algo que me incomoda, pois mostra bem a visão mercadológica do produtor que produz de acordo com a cara do cliente. Sei, este mundo do vinho também é business, mas  …… sei lá, não me cai bem, fazer o quê? Enfim, mas o propósito era o de degustar o vinho e tecer minha opinião sobre ele, então vamos seguir com o ritual e nos ateremos ao caldo.

              Como já disse, um vinho interessante elaborado com blend caracteristico alentejano (Aragonez/Alicante Bouschet/Trincadeira) que traz um primeiro impacto olfativo muito frutado, ameixa compotada, uva passa, seguido de nuances de tostado provavelmente advindas de seus 12 meses de barrica , porém o álcool (14%) insistia em se sobrepor incomodando um pouco. Na boca mostrou boa textura, taninos finos, maduros e sedosos já bem equacionados sem qualquer agressividade, corpo médio para encorpado, acidez no ponto, finalizando com especiarias, formando um conjunto interessante, porém com algumas arestas já que lhe faltava equilíbrio, descendo algo quente. Um vinho que não me chegou a empolgar, não tendo, num primeiro instante, me dado razões para concordar com a Gula que o premiou como melhor tinto do ano em recente edição da revista, tendo criado uma expectativa que o vinho, a meu ver, não alcançou.

Todavia, como já diz o amigo Álvaro Galvão, um vinho tem que sempre ter uma segunda chance e, considerando-se seus taninos já bem equacionados e seu teor alcoólico um pouco desbalanceado, achei que o vinho merecia ser provado, devendo melhorar bastante, com um serviço  a temperaturas algo mais baixas, já que o estava tomando em torno dos 18º e, por outro lado, a pizza de calabresa não harmonizou legal. Vacu-vin na garrafa e geladeira nele já que domingo iria preparar um bombom de búfalo que meu amigo Eduardo me recomendou.

Sequência, Domingo ao lado da churrasqueira. Carne devidamente preparada, peguei a garrafa para a segunda etapa desta degustação. Vinho na taça e cerca de quinze minutos depois o vinho chegou a uma temperatura que achei poderia ser ideal, algo ao redor de 15º e o vinho se houve maravilhosamente bem nessa faixa, encontrando seu equilíbrio sem perder a boa fruta, mantendo uma acidez correta , tendo seu corpo médio harmonizado muito bem com a carne bem delicada e sequinha, sem excessos de gordura. O álcool que insistia em se manifestar no Sábado, agora estava contido, harmonizado no todo de forma muito agradável e imperceptível. Segunda chance dada e entendi o resultado da Gula, pois o vinho mostrou ser realmente uma bela pedida numa faixa de preços ao redor de R$60,00, (ótimo a R$45/49 como pesquisei na net) só não seria o meu tinto do ano! No meu modo de pensar, para ser vinho do ano este ou qualquer outro caldo precisa ser aquilo que este não é, nem penso que seja essa sua pretensão, um grande vinho. Aí, no entanto, depende do que cada um provou para chegar nessa conclusão e dos degustadores participantes das provas, certo?! Por mais que queiram negar, existe uma enorme carga de subjetividade pessoal nessas avaliações.

       Agora, que o vinho é realmente saboroso, bom e bem feito não há sombra de duvida,  porém acho que há que se prestar bem atenção na temperatura de serviço pois fez uma tremenda diferença tomá-lo a 15/16º, contrariamente ao que o produtor recomenda, certamente um vinho que eu repetiria, já a 18º ou mais, não sei não. Bem pessoal, faz tempo que meus smiles não davam as caras por aqui então, só para matar saudades aqui vai meu I.S.P. para este vinho >    . Importação Adega Alentejana.

Salute e kanimambo. Uma ótima semana para todos e seguimos nos encontrando por aqui.

Mais um Azarão Faturando uma Degustação às Cegas

breno3O amigo e colaborador Breno Raigorodsky volta e meia retorna a este blog com crônicas e relatos que deixam sempre algo para se pensar, não fosse ele também um filósofo! Neste momento em que o trabalho, aquele que rende (!), toma conta de todo o meu tempo e a inspiração teima em não aparecer, o Breno nos envia este interessante texto. Aproveitem o fim de semana para ler e reler tirando suas próprias conclusões. Salute e kanimambo.

          “Espero que você não fique angustiado com o que vai ler a partir daqui, pois suas certezas mais uma vez irão parar no lixo. Quem deveria ganhar esta degustação, o vinho mais caro ou o mais barato? Quem deveria estar no topo, o famoso Barbaresco, o consagrado Barolo o simples Nebbiolo, ou ainda o mais improvável Barbera? Numa degustação anterior, quando o mundo dos vinhos do sul do Rhone ganhou uma amplitude muito maior do que se esperava ao vermos os Côte de Ventoux mostraram-se a altura de qualquer disputa regional, desbancando os vinhos mais notáveis da degustação Chateauneuf-du-Pape incluso, ocorreu algo igual.

       Mas não, não me sinto nem um pouco privilegiado pela originalidade com estas surpresas. Agora mesmo corre pela internet um vídeo no youtube de uma degustação feita com gente muito séria e competente, onde um vinho de 14 Euros (Chateau Reignac) tirou segundo lugar, numa prova às cegas onde estavam presentes alguns dos maiores monstros sagrados da literatura específica, grandes Bordeaux, como Petrus, Lafite, Latour, Ausone etc. todos eles custando acima de 700Euros, numa desproporção que “echape”! Desde 1976, aliás, desde que os californianos bateram os franceses em terra gaulesa, as surpresas nas degustações não pararam mais.

 Agora, me permitam esticar um pouco mais esta digressão.

       Somos um poço de inseguranças trasvestidas em certezas, quando se trata de impressões sensoriais e nas degustações às cegas isso fica super evidente. Tateamos claudicantes por um castelo de cartas sempre muito disposto a desabar, feito por expectativas. Sintomático é o caso que apareceu há meses no Estadão de uma experiência feita nos EUA, onde experientes degustadores foram chamados a escolher entre dois vinhos, sabendo que o primeiro custava o quádruplo do segundo, US$80,00 e US$20. A preferência massacrante caiu sobre o primeiro, apenas por conta da excitação que a relação preço/qualidade cria em nossos neurônios porque eram exatamente iguais, eram gêmeos em garrafas diferentes, como se mostrou aos degustadores no fim do teste, para total insatisfação e incredulidade desses!

       Estas inseguranças se escondem sob a forma de informação adquirida em literatura. De fato, um vinho é melhor que o outro por várias razões bem objetivas – complexidade, tempo potencial de guarda, afinamento em madeira nova, afinamento em garrafa por determinado tempo, qualidade da vinificação, solo, clima e plantação em condições ideais, etc. E, no entanto, essas condições serão apenas percebidas como atributos positivos se forem perfeitamente alinhados com condições subjetivas tão importantes quanto – o perfume conhecido exalado pela cepa reconhecida, a cor, a untuosidade e a densidade esperados, servido na temperatura e nas condições reconhecidas ou esperadas.

 Desta feita, numa aula sobre vinhos do Langhe Piemontês, a coisa se complicou por várias razões –

  1. Lá se produz alguns dos vinhos mais desejados do planeta, aspiração dos amantes do vinho em geral, parte componente de um grupo de vinhos que sempre foram muito queridos, desde os tempos que a burguesia queria consumir o que era privilégio da aristocracia. Barolo era o vinho da corte italiana, o “vino dei re, Il re dei vini”. Se não fosse por outra razão, ele se revestiu sempre de uma aura de qualidade apenas abaixo dos vinhos dos reis vindo de Bordeaux e da Borgonha.
  2. Frustrados ficaram os que esperavam mais do Montestefano, por exemplo, um vinho que se sai com 93 pontos dados pelo Robert Parker e o que tem a melhor avaliação entre os degustados é visto assim pela equipe do Wine Advocate: “O Barbaresco Riserva 2005 Montestefano apresenta um núcleo de rosas maduro, pleno de framboesas e especiarias em torno, um vinho redondo e sensual, um Nebbiolo. A complexidade continua com couro, alcaçuz e anis num acabamento sublime e outras nuances. É um grande vinho…”
  3. Ao mesmo tempo, ao contrário dos vinhos franceses mais importantes, cuja cepa e vinificação vêm sendo imitadas e recriadas ad nauseum não apenas no Novo Mundo mas também no Velho Mundo, os grandes italianos do norte são quase desconhecidos, pois suas uvas não pululam por aí. Portanto, os degustadores esperavam afirmar impressões literárias e menos reconhecimentos sensoriais.
  4. Ao contrário dos Barolo e Barbaresco, mas na mesma força em vetor apontado para o outro lado, os Barbera e Langhe Nebbiolo, são percebidos como menores pela literatura. Portanto havia de se esperar menos concentração, menos complexidade. Aqui também, o número de goles destas uvas por participante estava abaixo de duas taças, vida afora!
  5. Os vinhos de hoje estão diferentes dos vinhos de ontem. Mesmo um Barolo, mesmo um Bordeaux, com toda a sua imponência, não resiste aos apelos do mercado comprador, bastante diferente do de 20 anos atrás. Faz-se grandes vinhos muito mais leves e amistosos, assim como se faz vinhos com as uvas menos nobres com toda a nobreza possível na vinificação, exigências do mercado! Ou seja, nebbiolo trabalhado com menos pompa e circunstância, Barbera tratado como se fosse uma uva cujo potencial não tinha sido ainda explorado. Eu, que ousei gostar demais do Barbaresco Santestefano, não o reconheci Barbaresco por um minuto sequer, menos pela complexidade de frutas e florais característicos, mas pela aparência transparente e o sabor muito pronto. Me enganaram direitinho, pois juraria que ele era um Langhe, jamais um Barbaresco, com seus 30 meses de madeira e 24 de garrafa!

 O campeão foi um Barbera D’Asti, desbancando o citado Barbaresco Montestefano e o Barolo Camilano, vinhos que custam entre duas e três vezes mais. Eis todos os rótulos que estiveram presentes na degustação, pela ordem:

  1. Barbaresco Montestefano 2005.
  2. Tenuta Carreta Barbaresco Garassino 2004.
  3. Tenuta Carreta Nebbiolo D’Alba Tavoleto 2008.
  4. Barolo Camilano 2001.
  5. Barbera D’Asti Superiore Valfieri 2005.
  6. Massolino Barbera D’Alba.

     Todos foram degustados pelos 10 participantes em duas passagens às cegas, uma primeira a pão e água, uma segunda com a colunata ou bresaola e o plin regado a azeite de trufas que o Pier Paolo Pichi nos serviu, e finalmente uma terceira passagem, então sem a proteção de alumínio, e acompanhada pelo pato, que fechou a nossa bateria de pratos salgados.

      O nº5 ganhou nas duas primeiras passagens com alguma folga (6 votos e 7 votos, contra 3 votos para o nº4), embora a disputa fosse intensa, já que todos foram unânimes ao dizer que esta foi das degustações mais equilibradas das 10 que já fizemos.”

Mais um texto do amigo e colaborador, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado.

Para os Amantes de Vinhos Espanhóis

Dificil encontrar uma lista de safras por D.O. espanhola tão atualizada e completa. Encontrei-a enquanto pesquisava para uma palestra que darei dentro de dias e, obviamente, quis compartilhá-la com os amigos, até porque com a invasão de vinhos espanhóis pode ser um plus na hora de escolher entre tantos rótulos e safras sendo oferecidos no mercado.

CALIFICACIÓN AÑADAS DE LOS VINOS ESPAÑOLES
INFORMACIÓN FACILITADA POR LOS CONSEJOS REGULADORES DE LAS D.O.

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Bullas

 

 

 

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Calatayud

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Cariñena

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Chacolí de Vizcaya

 

 

 

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Cigales

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Conca de Barberá

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Jumilla

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La Mancha

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Mondéjar

 

 

 

 

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Monterrei

 

 

 

 

 

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Navarra

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Plà de Bagés

 

 

 

 

 

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Ribeiro

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E: excelente / MB: muy buena / B: buena / R: regular / D: deficiente

Fonte: El Corte Inglés

Viagem Virtual pela Espanha

                                                                                                       

   Com ainda algumas vagas disponíveis no próximo dia 24 de Agosto às 20 horas a Vino & Sapore promoverá uma degustação especial que dá o pontapé inicial num novo projeto de palestras com viagens virtuais pelas diversas regiões produtoras no mundo, sempre com a participação de um amigo blogueiro.  Para começar, como anfitrião deste projeto de formação temática, falarei sobre a Espanha – suas Regiões, Cepas e Vinhos. A Espanha é mais conhecida por seus vinhos elaborados com base na uva Tempranillo, mas na verdade a diversidade também está presente por aqui e é isso que pretendemos provar na prática, na taça. Dois Tempranillos das regiões mais conhecidas como Rioja e Ribera del Duero e uma curta viajem por outros sabores e regiões produtoras, vejam abaixo:

Galicia, Rias Baixas – Paco & Lola (RP92) branco elaborado com a uva Alvarinho. (Imp. Almeria)

Rioja – Sierra Cantabria Crianza (WS90 pontos, safra 2006) – elaborado com 100% Tempranillo (Imp. Peninsula)

Jumilla – Juan Gil 12 meses (Guia Penin 93 pontos, safra 09)- elaborado com a uva Monastrel (Imp. Mercovino)

Bierzo – Cuatro Pasos (Wine & Spirits 91 pontos, safra 04) – elaborado com a uva Mencia (Imp. Peninsula)

Ribera del Duero – Viña Sastre Roble (RP90 pontos, safra 2007) – elaborado com 100% de Tempranillo (Imp. Peninsula)

Navarra – El Chaparal de Vega Sindoa (S. Tanzer 91 pontos, safra 07) – elaborado com Garnacha de vinhas velhas (Imp. WW Wines)

Alicante – Boca Negra Dulce (Medalha de Prata no International Wine Guide) – elaborado com 100% de Monastrell, uma grata surpresa que recém chegou ao país. (Imp. Vinhos do Mundo) Acompanharemos com brownies.

            O investimento nesta verdadeira imersão nos sabores dos vinhos espanhóis e sua diversidade, será de R$60,00 (pagos no ato da reserva) e os vinhos provados estarão com uma promoção especial de 10% de desconto no dia da degustação. Ainda poderiamos colocar um bom rosado de Navarra e um 100% Mazuelo ou Graciano, porém seriam vinhos demais o que não é lá muito saudável. Agora, como é de praxe nessas degustações, os “trabalhos” serão abertos com uma taça de espumante que, neste caso, não poderia ser outro que não um Cava!

           Em Setembro, teremos como convidado especial o Cristiano Orlandi, do blog Vivendo Vinhos, com quem faremos um viajem virtual pelos diversos Vales do Chile, suas cepas e vinhos. Em breve informaremos detalhes.

Quem tiver interesse em participar, vagas limitadas e poucas restantes, ligue já ou envie seu e-mail para: tel. (11) 4612.6343/1433 ou comercial@vinoesapore.com.br . Na foto, quase todos os vinhos a serem degustados faltando o Paco & Lola que ainda não chegou.

Salute, kanimambo e até ao próximo post.

Destaques da Wines of Chile

           Para quem não conhece,  este é um órgão oficial do país que trabalha no sentido de promover as exportações de seus vinhos e vinícolas. Nestes eventos, importadoras apresentam os rótulos chilenos que trazem para nosso mercado e, em alguns casos, vinícolas vêm expor seus produtos na busca de importadores. Sinceridade? Depois de alguns anos visitando esta verdadeira feira de vinhos, sentia que esta havia caído numa certa mesmice (os mesmos rótulos, importadores e produtores) que não me seduzia muito a comparecer. Para quê ver mais do mesmo? Vinhos bons, já amplamente conhecidos, e caros na sua maioria assim como um festival de vinhos básicos algo industrializados sem personalidade que nada agregam caindo numa mesmice sem atrativos. Aliás, uma vez provei uns vinhos básicos de três varientais diferentes que, se fechasse os olhos, dificilmente conseguiria distinguir diferença entre eles. Ainda bem que eu estava de olhos bem abertos e os rótulos indicavam a cepa!

         Desta feita, ledo engano e ainda bem que fui! Uma pena que não pude dedicar mais do que um par de horas á feira e não pude participar da palestra antes do evento que, pelo que me contaram, foi ótima e teve degustação de alguns vinhos ícones. De forma bem sintetizada, eis algumas das boas surpresas encontradas que recomendo aos amigos. Vinhos e produtores com algo mais, para quem busca sabores e experiências diferentes.

Orzada Carignan de Odjfell – segue sendo um ícone da cepa que merece ser provado. Este não é novidade, mas suas vinhas velhas produzem um vinho de muita qualidade e constância merecendo estar na adega dos aficionados pelo vinho.

Falernia – um produtor diferenciado de uma região ainda pouco conhecido da maioria dos seguidores de Baco, o Vale de Elqui, extremo norte do Chile. Cepas diferentes e processos de vinificação diferenciados. Gostei muito do Viognier deles e uma pena que o varietal de Pedro Jimenez (conhecida por lá com o a princesinha do Elqui) não estivesse presente pois me deixou curioso. Dois tintos me seduziram; um Carmenére (Antakari)  diferente em que 60% passa por um processo passito a la Amarone, gerando sabores e corpo únicos para vinhos desta cepa, assim como seu Syrah de Limari, 100% orgânico, que é muito complexo. Bons vinhos com preços que me pareceram bastante interessantes. É trazido pela Premium.

Rayun – um belo Chardonnay sem madeira que passa 8 meses sur lie e de preço bem competitivo, creio que algo próximo aos R$35, é um verdadeiro best buy! Já seu Rayun Premium entra já dentro de um estilo mais clássico, mas consegue se sobressair do resto, um belo vinho! Quem o traz é a Vinho Sul.

Chocalan Blend Gran Reserva – um corte sedutor de Cab. Franc/Syrah/Cab. Sauvignon/Malbec/Carmenére e Petit Verdot. Adorei, um vinho que me encheu a boca de prazer e despertou minha curiosidade pelos outros vinhos diferenciados que eles estão trazendo com cepas menos comuns. A importadora é a Magnum, para ficar de olho e eu vou querer provar mais!

Volcanes de Chile – um novo produtor que a Zahil está trazendo e que possui um projeto diferenciado pois produzirá somente sobre solos vulcânicos nas mais  diversas regiões do Chile. Interessante que a importação da Zahil foi a primeira nota fiscal desta nova vinícola, porém os produtos já estão à venda na Coréia e na China! Ou seja, nossa famosa burrocracia conseguiu, mais uma vez,  superar todas as expectativas. Por falar em superar expectativas, Parinacota Limited Edition, um dos vinhos que mais me entusiasmou neste encontro e uma dica certeira do amigo Deco (Enodeco). Carignan com Syrah, é um vinho absolutamente sedutor que deixa aquele gostinho de quero mais na boca! Muito bom o Sauvignon Blanc Summit e o Tectonia, um belo Pinot da região de Bio-Bio, que só deve chegar em 2012, é outro que merece lugar no podium. Tudo bem, tem marketing, mas tem também qualidade para substanciar o projeto. Gostei muito e só preciso saber preço agora!

William Févre Chile – conceituado produtor de bons chablis na França, possui este interessante projeto no Chile e gostei muito do que provei. Uma bela tacada do amigo Wilton da Dominio Cassis que também está trazendo uns deliciosos azeites orgânicos de lá.  O Antis é o top de linha e um belo vinho, mas os que mais me seduziram e possuem preços mais interessantes, são o Chardonnay Espino muito mineral e elegante num estilo bem francês e o delicioso Chacai, corte de Cabernet Sauvignon com 10% de Cabernet Franc, absolutamente marcante e sedutor um dos melhores que provei por aqui. Bom demais da conta sô!

Haras Character Syrah – este já está na Vino & Sapore e mais uma vez confirmou ser um belo exemplar da cepa mostrando como ela vem produzindo grandes vinhos na região. Não é novidade, mas é um vinho cativante e marcante. Quem traz é a Winebrands.

De Martino Old Bush – corte de Carmenére com Malbec que surpreende por sua complexidade e bom corpo, longo, muito bons taninos bem equilibrados por uma acidez no ponto. Vinho que promete evoluir muito com o tempo. Decanter é o importador.

          Pedi ajuda a alguns amigos blogueiro para ver se eles tinham visto algo que eu não tivesse e um vinho, que não provei, aparece com destaque para a maioria, é o LFE900 Malbec (Luis Felipe Edwards) então é bom ficar de olho. Eu já estou na perseguição a uma garrafita! rs É isso, por hoje é só e seguimos nos vendo por aqui. Salute e kanimambo pela visita.

A Vida num Copo

          Já pensaram bobagem, né? Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, esta vale bem mais. Não sei quem bolou esta sequência de copos, uma amiga me enviou, mas é a mais pura, e crua, realidade da vida. Nos faz pensar!

         Esta semana não deu para escrever. Muito trabalho, muita degustação, muita descoberta, muita cobrança familiar, muito cansaço, muito tudo! Domingo estarei ocupado, eh/eh, mas durante a semana tentarei retomar os posts com algumas das descobertas feitas nestes últimos dias e olha que tem coisa muito interessante!

        Abraços a todos os pais, que tenham um Domingo feliz junto com aqueles que mais amam. Salute, kanimambo e vamos nos encontrando por aqui.

Encontro de Vinhos no San Raphael

             Sempre uma ótima oportunidade de encontrar amigos, rever alguns vinhos e descobrir outros. Fiquei menos do que gostaria, já que tinha um outro compromisso inadiável, então a visita foi curta mas muito proveitosa. De novo no hotel San Raphael, largo do Arouche em Sampa, uma região que tem história para contar.

Começei por participar da banca degustadora o que foi uma grande honra, pois ali estava a fina flor de nossa vinosfera, gente do porte de; Didu Russo, Maurice Bibas, Walter Tomasi, Álvaro Galvão, José Luis Pagliari, Aguinaldo Zackia todos verdadeiros professores com muitos anos de estrada, e colegas blogueiros como o Deco (Enodeco), Marcelo (Bom di Vino), Claudio (Le Vin au Blog), Cris Couto (Seja Bem Vinho), Patricia Jota (Folha de São Paulo) e o amigo Eduardo Milan (colaborador da revista  Adega) vizinho Granjeiro entre outras figuras expoentes deste mundo de baco. Nossa função, escolher os vinhos de maior destaque entre as quinze amostras colocadas em prova pelos expositores presentes e definir os TOP 5.

           Estes encontros promovidos pelo Beto (Papo de Vinhos) e o Daniel (Vinhos de Corte) são sempre um prazer e eles se aprimoram a cada etapa realizada. Parabéns meus amigos, espero que o resultado tenha sido positivo e contem comigo. Agora, você não veio aqui para ler minha ode aos dois e sim para saber dos vinhos, então vamos lá.

         Quinze vinhos, entre eles um branco e dois espumantes, vou ser bem sucinto sobre a maioria, e doze tintos de bom nível. Dos TOP 5, três tiveram meu voto, mas os meus dois melhores vinhos não se classificaram, um deles para minha enorme surpresa. Eis os participantes da prova na ordem degustada, na foto da direita para a esquerda, lembrando que esta foi realizada às cegas:

  1. Adolfo Lona Nature – Não chegou a me entusiasmar, mas é bastante agradável
  2. Valduga 130 – Me decepcionou, já o provei por diversas vezes e esta garrafa não estava à altura do vinho que conheço.
  3. Mitchelton Airstrip (branco) – australiano de muita complexidade tanto no perfil aromático como no palato, mas que, fora de temperatura, não chegou a empolgar desta vez. É, no entanto, um branco marcante e imperdível!
  4. Dominio Cassis Cabernet Franc – Uruguaio de bom nariz e médio corpo, mas que se mostrou um pouco ralo na boca. Ah se o Abraxas estivesse por aqui! Esse sim um grande vinho uruguaio sobre o qual já comentei aqui diversas vezes, tanto o 2002 como o 2007.
  5. Monte Paschoal Merlot – apesar de equilibrado e mais rico em sabores que o anterior, mostrou-se muito simples passando rapidamente pela boca.
  6. Veroni Chianti Rufina – esquálido, ralo, muito distante da tipicidade dos chiantis desta região que mostram, tradicionalmente, mais corpo. Um vinho que não me agradou sendo uma de minhas notas mais baixas o que, na verdade, não quer dizer muito! rs
  7. Cinco Tierras Reserva Premium Merlot – Argentina –  não foi meu TOP 5 só porque senti pouca evolução em taça o que lhe custou um ponto, porém veio logo a seguir em sexto. Muito bom de boca, rico e saboroso, um belo Merlot dos hermanos.
  8. Lago di Corbara (Sangiovese/Cab. Sauvignon e Merlot) – Itália – meu segundo vinho que não se classificou entre os TOP 5 da banca, mas me seduziu totalmente. Itália, Umbria, e velho mundo então, para quem me conhece, está explicada a preferência. Muito rico, harmônico mostrando uma paleta olfativa sedutora que nos convida á taça, é um belo vinho, de bom corpo, sem arestas e muito bem feito.  
  9. Casillero del Diablo Reserva Privada – Chile – mais um belo vinho e uma agradável surpresa , muito rico de taninos finos, só pecou por ser um pouco curto. Meu quarto vinho e o terceiro da banca, um dos TOP 5.
  10. Yali Gran Reserva Syrah  – Chile – troquei a taça, mas o vinho seguiu não me agradando, estando todavia nos TOP 5 da maioria. Incompatibilidade de gênios, eu e esse vinho não nos bicamos! Tenho que provar de novo para tirar a cisma.
  11. In Extremis Minervois – França – ainda estou para tomar um vinho desta AOC do Languedoc que me agrade e este não fugiu á regra. Pardon mois, mas um dos mais fracos da prova.
  12. Anaca Rosso Calastrasi – Itália – me surpreendi quando vi o rótulo, pois me decepcionou na boca apesar de uma paleta olfativa interessante. Muito doce, licor de cereja , nada a ver com o vinho que já tomei em duas outras ocasiões e que, mesmo não entusiasmando, sempre se houve relativamente bem. Mais um a rever.
  13. Batasiolo Barolo Cerequio 04 – Itália – Aqui me esbaldei e foi meu primeiro vinho, mais um que não entrou nos TOP 5 da banca, mas que seduziu por completo tendo-lhe dado 91 pontos. Cor, aromas e sabores de vinho antigo, para ser tomado já e, a meu ver, o melhor vinho da prova. Complexo, bem equilibrado, sedutor, um vinho do qual tive que pedir bis. Ótimas notas de uns e péssimas de outros, tipo ame-o ou deixe-o, o que não lhe deu uma boa média, pena!
  14. Kunde Zinfandel 07 – EUA – este e o próximo, dois vinhos que entraram nos meus TOP 5 e da banca, o que mostra que em pelo menos em três dos vinhos concordamos! Bom Zinfandel, uva ícone do país, numa faixa de preço intermediária (parece-me que algo próximo a R$75) que o torna ainda mais interessante. Não é um Seghesio, mas custa metade do preço, então…. Gostei.
  15. Sela Rioja 08 – Espanha/Rioja – em nada lembra um Rioja, mas é um vinho bastante agradável que evolui bem na taça mostrando uma cara bem modernista. Bom vinho que, dependendo do preço, pode ser uma boa escolha. Eu gostei especialmente de sua evolução em taça com aromas de café, toffee, tendo sido meu quinto vinho.

Resumindo, eis os TOP 5 apurados pela banca e por mim em mais este gostoso Encontro de Vinhos, pessoas e sabores.

TOP 5 Encontro de Vinhos São Raphael 2011

Banca

JFC

Posição

Rótulo

Posição

Rótulo

1

Sella

1

Batasiolo Barolo

2

Cinco Tierras

2

Corbara

3

Casillero

3

Kunde

4

Kunde

4

Casillero

5

Yali

5

Sela

 

            Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.  Que baco lhes ilumine o caminho e lhes traga felicidade , não esquecendo de ajudar enchendo a taça!

Ps. Foto em branco e preto é de autoria da Ná Jung, que me deve uma visita á loja! rs

Absurdos que Lemos na Internet ou o Samba do Crioulo Doido!

            Incrível as coisas que a gente lê em blogs e sites! Não sou de ficar pichando ninguém, mas realmente há que se separar o joio do trigo e não consegui me segurar. Vejam só as pérolas que encontrei num blog que falava sobre os vinhos de Brunello di Montalcino, tema de minha pesquisa no momento:

  • “Isso significa ter uma grande variedade de estilos de Brunello di Montalcino, com os tradicionais vinhos envelhecidos em barris de diversos sabores, como cereja vermelha, groselha, canela e cedro, ou paladares mais modernos que combinam cereja preta, baunilha e especiarias.”
  • “O enólogo Niccolò d’Afflitto, explica que a “Sangiovese [uva] é muito difícil de trabalhar. Basta pensar que, se chover durante seu período de amadurecimento, uma uva Cabernet pode crescer até um máximo de 4%, enquanto uma Sangiovese pode crescer mais de 40% em apenas algumas horas… E quando isso acontece, jogamos fora o trabalho de um ano inteiro!”.

Numa outra matéria que publicaram sobre o Vinho do Porto DOW’s as derrapagens foram anda mais memoráveis:

  • Seja qual for o sistema, a fermentação deste tipo de vinho é relativamente lenta, levando de dois a três dias, o que torna os vinhos do Porto fortificados.
  • Esta conquista se deve, principalmente, aos enólogos da Dow’s, que desenvolveram um estilo próprio de fermentação longa, que faz com que o vinho do Porto seja mais seco, podendo ser apreciados quando vibrante e jovem, ou após o envelhecimento in-bottle, evoluindo para um vinho suave e delicado, de uma elegância aveludada.
  • A fortificação envolve a adição de uma espécie de aguardente natural ao mosto fermentado, que interrompe intencionalmente o processo de fermentação em um determinado ponto, onde cerca da metade do açúcar natural das uvas já tenha sido convertido em álcool
  • Ao olfato, os intensos e poderosos aromas afloram notas concentradas de violetas quando ainda jovem, evoluindo para canela e rosa-chá à medida que envelhece. É possível distinguir acordes de ameixas e cassis, além de leves toques de carvalho tostado e, em alguns casos, menta.
  • Ao paladar, o sabor dos abundantes frutos silvestres revela a elegância das amoras maduras e o porte gourmand do anis e de especiarias, que conferem profundidade e boa estrutura

E quando falaram do Romanée-Conti! Bem aí se esbaldaram e o besteirol, me perdoem, correu solto sem qualquer cerimônia ou constrangimento.

  • Como todo bom vinho, ele se encaixa perfeitamente na equação tipo de uva, solo, clima, orientação e irrigação. Mas ainda assim, é difícil distinguir a diferença entre os tintos da Borgonha e de Bordeaux. Os vinhos da Borgonha são caracterizados por sua produção mais complexa – apenas alguns poucos produtores obtêm êxito com os plantios da região. Suas melhores uvas produzem um vinho floral, que preenche o paladar e inebria, apelando mais para as emoções que para a razão. Quando foge à regra, o vinho se torna suave, magro e sem profundidade – o que é muito apreciado pelos amantes dos Bordeaux, e por esta razão, os vinhos de uma mesma região podem variar tanto em preço e qualidade. Os vinhos Bordeaux são mais lineares e de fácil ingestão, enquanto os da Borgonha são mais elusivos e sensuais.
  • Como algumas coisas boas da vida que ficam melhores com o passar dos anos, as colheitas do Domaine de la Romanée-Conti não devem ser tocadas por 20 a 30 anos. Para uma demanda menor de caixas, é preciso ter paciência para aguardar a fermentação e o descanso das uvas por pelo menos 15 anos. Isso significa dizer que a colheita de 2010, não vai gerar vinhos até antes de 2025! A maioria dos grand sommeliers irá direcioná-lo a escolher hoje, um vinho da safra de 1992, por exemplo

        É mole ou quer mais?! Sim porque, pasmem, tem mais de onde saíram estas preciosidades, coisas como esta sobre os Portos Vintage – “Com enorme potencial de amadurecimento, ele deve ser consumido dentro de 3 a 4 anos, sendo servido normalmente após as refeições e em pequenas quantidades” ou esta sobre os Portos Reserva – “Por não seguir envelhecendo dentro da garrafa, é um vinho que deve ser consumido em um prazo de seis meses”. Será um Porto Noveau??!! Vai dormir com uma coisa dessas! Já li coisa ruim na net, mas igual a isso aí duvido que seja possível.

       Salute e quem sabe o pessoal estuda melhor o tema antes de escrever ou, pelo menos, dá a matéria para alguém que seja do ramo revisar. Desculpem, normalmente não sou de baixar a lenha em nada nem ninguém, todos erramos volta e meia em menor ou maior escala, mas ler tudo isto num mesmo lugar foi demais para mim e transbordou minha taça! Matérias como estas, são um desserviço á causa do vinho.

Que Vinho Era Aquele? Não Parecia mas é!

Para saciar a curiosidade dos amigos, especialmente da Brenda (rs), eis aqui o vinho que me inspirou a provocá-los com o quizz da semana passada. Concordo que talvez se estivesse no vosso lugar, teria chutado, como muitos fizeram, um Rioja antigo, quem sabe até um Tondonia  ou, quiçá,  um Pinot.  Charme, um belo vinho que me impressionou na degustação dos Douro Boys também seria candidato, mas gente, esse vinho é um Brunello di Montalcino e dos bons! Quem chegou mais perto, diria até que acertou, apesar de também ter sugerido um Rioja, foi o amigo Emilio da Portal dos Vinhos, mas ele é suspeito pois tem uma certa paternidade sobre o caldo. Poggio di Sotto Brunello di Montalcino 2006, sério candidato a melhor vinho tomado em 2011! O tal do Parker lhe deu 97 pontos e, desta feita, tendo a concordar com o dito “guru” das notas, o midas dos produtores!

Minha visita ao evento promovido pelo Consorzio di Montalcino reunindo 32 produtores ainda será alvo de um post especifico, mas este vinho, o melhor que provei na mostra, merece um destaque especial, e um post especifico pois é inebriante e me mostrou uma faceta dos Brunellos que eu desconhecia. Serviu, inclusive, para eu finalmente entender do porquê que todo mundo exaltava os Brunellos e eu nunca ter me seduzido por ele. Não que não gostasse, na maioria são ótimos vinhos, mas sempre os achei muito novo mundistas, muito densos, super extraídos e potentes, um pouco over eu diria. Estes vinhos mais comumente encontrados por aqui, descobri agora, porque os Brunellos não são lá muito a minha praia, até em função de preço, são vinhos intitulados modernistas, de maior sintonia com o mercado especialmente o americano. Talvez por isso, os poucos que havia provado não tenham feito a minha cabeça, que me perdoem os apreciadores do gênero, e esta cor na taça seja estranha para a maioria dos amigos.

O Poggio di Sotto é um produtor tradicionalista num estilo em que predomina uma elegância estruturada sem excessos, porém com enorme complexidade, tudo na medida certa sem arestas nem exageros de qualquer espécie.  Muito aromático e sedutor no nariz, na boca explode com uma riqueza de sabores difícil de descrever e, mais do que tentar entendê-lo, deixei-me levar pelas emoções que me provocou, uma verdadeira massagem na alma e no espirito. Profundamente equilibrado, médio corpo, taninos sedosos, uma acidez gulosa que chamava comida que era absolutamente desnecessária, pois o vinho em si já era uma tremenda viagem de reflexão e enorme satisfação com um final interminável. Eu, essa garrafa, uma boa musica de fundo, eventualmente uma boa companhia como minha esposa que bebe pouco, eh/eh, e mais nada! Uma verdadeira experiência hedonística á qual retornei três vezes e não sei quando poderei repetir, já que por volta dos R$750,00 (em 2014 por volta de R$1.000) não tem muitas chances de visitar minha adega pessoal. Para quem tem, eis uma despesa que vale a pena, um grande Brunello, um grande Vinho, assim mesmo, com V maiúsculo!  Divino, sublime, escolha seu adjetivo, o vinho é uma tremenda viagem pelo complexo mundo das sensações gustativas, um verdadeiro vinho de reflexão.

Seu Rosso di Montalcino também é um belo vinho, mas desse e outros comentarei em meu post da semana que vem sobre esse encontro com Brunellos e Rossos promovido pelo Consorzio no mês passado, por sinal uma das melhores degustações que tive a oportunidade de participar este ano. Uma experiência inesquecível que fiz questão de compartilhar com você, pois essa é a verdadeira essência deste blog.

Salute gente, um baccio per tutti deste mais  novo discípulo de Brunello!