A Importância do Preço
Grana, dindin, bufunfa, money ou, como dizem lá na saudosa terrinha, massas! Mas afinal, o que isso tem a ver com o vinho e este blog? Bem, afora para alguns felizardos abastados e para quem o preço pouco importa (será?) a maioria dos consumidores de vinho, especialmente os aficionados que o tomam diariamente, têm sim esse fator como de importância preponderante de escolha, especialmente em terras brasilis onde se praticam alguns dos preços mais caros de nossa vinosfera que tendem a aumentar mais ainda em função do Maledetto do Selo Fiscal. Como consumidor e vejo esse mesmo padrão em muita gente amiga, o garimpo tanto de vinhos quanto dos rótulos preferidos por melhores preços ou descoberta de barganhas, o famoso bom e barato, são prática comum.
Desde sempre, aqui no blog o preço tem tido preponderante importância em meus comentários. Tudo bem, preço não deve ser o único fator de compra, mas, certamente, em algumas situações é fundamental na escolha já que na maioria das vezes não fazemos o que queremos e sim o que podemos. Conforme evolui o preço, a principio, aumenta a complexidade e a qualidade do vinho. Isto ocorre até uma faixa de uns R$300 a 400,00. A partir deste nível de preços o céu é o limite e nessas faixas, afora a qualidade, impera a lei da oferta e demanda e muito, mas muito marketing.
Respeito os colegas que não publicam preços dos vinhos provados, porém acredito piamente que esse é um serviço a mais que deveria nortear os posts dos enoblogueiros de plantão quando de suas avaliações. Digo isto baseado no fato de que um vinho bem avaliado e considerado muito bom, quando custa R$300,00 simplesmente confirma expectativas, o que não o desmerece, porém também não lhe agrega nada. Já um vinho de R$30 / 40 ou 50,00 que surpreende por sua complexidade e excede expectativas tem que, acredito eu, receber um ponto ou comentário adicional por isso!
Temos hoje mais de 20.000 rótulos de todos os países do mundo disponíveis no mercado o que torna nossa capacidade de escolha extremamente ampla e, ao mesmo tempo, de grande risco . Muita coisa cara que nem sempre cumpre expectativas e muita coisa barata, ruim e sem expressão que não valem o que pedem. Tem, todavia e ainda bem para nós amantes dos bons caldos, também muita coisa boa e verdadeiros achados (por exemplo aqueles que marquei com A nas minhas listas de Melhores de 2010) em diversas faixas de preços. Ao logo destes últimos três anos de atividades mais focadas em nossa vinosfera, tenho provado um pouco de tudo e o fruto de meu garimpo está nestas páginas do blog, nos jornais para que escrevo, na minha coluna do site Viva a Granja e tento implantar isso na minha loja (Vino & Sapore) oferecendo diversidade com preços justos. Meu foco, como explorador e garimpeiro que sou, foi buscar alegria e prazer em vinhos bons de R$30 (que são poucos) nos de R$50 (que já são muitos) e nos de R$70 , 100 e 120 (que são um montão) e compartilhar isso com quem nutre os mesmos valores e interesses, ou seja, acredito piamente no que escrevo e pratico o que prego pois sou consumidor tanto como você.
Óbvio que, se der para tomar grandes vinhos, muito melhor e felizes daqueles que os podem bancar com maior assiduidade. No entanto, como o mundo do vinho é de enorme subjetividade, cabe a você fazer a prova final, mas fica aqui uma pergunta; você o que acha? Até que ponto o preço influi na sua busca por este prazer hedonístico que é tomar um bom vinho?
Salue e kanimambo
Bom dia João,
Realmente o preço do vinho sem sombras de dúvidas influência a escolha do Rótulo, uma pena que em algumas casas do ramo como, por exemplo, restaurantes pensem que todos que tomam vinhos são pessoas que não se preocupam com o valor e exploram. Eu adoro particularmente adoro seu blog por esse diferencial que é a garimpagem.
Abraços.
João,
Ótimo post! Vou tentar seguir a sua idéia e colocar mais o preço dos vinhos. O pana Stredel já havia me alertado sobre isso.
abraço,
Evandro
Olá João!
Sem dúvida o preço é um grande norteador e dá a palavra final na maioria dos casos. Além de termos um dos preços mais elevados do mundo quanto ao vinho – como você bem disse -, se pensarmos que a maioria da população hoje faz parte da classe média, ou seja, ganha de R$ 1.126 a R$ 4.854 – não podemos nos esquecer que a maioria está na classe média baixa -, e que a cesta básica da classe média gira por volta dos R$ 980, vemos que, ainda, sobra pouco para a maioria da população gastar com bens supérfluos, que é o caso do vinho, a contra gosto de muitos. Com isso, o preço tem sim papel fundamental na escolha do vinho para a maioria.
É sempre bom voltar a ler seus textos, João. Um abraço.
Opa, legal Ramon, estava com saudades. Bom saber que ainda tens a “pachorra’ de dar umas passadas por aqui.
Abraço
Em minas gerais é gande a procura por produtos na faixa de R$8,90 e R$9,90 no caso de espumantes, a salton meio doce tem sido a mais vendida.Vocês sabem outras indústrias que fazem espumantes nessa faixa de preço ?
grato
Olá Euler, acho que alguém está tentando te enganar. Na verdade esse deve ser o Lunae ou Salton Fowers que não são espumantes e sim um vinho frizzante na linha dos lambruscos. Na verdade, o uso do termo Demi-Sec parece que está aqui para confundir o que, na minha opinião, é uma falta ética grave do marketing da empresa que visa, aparentemente, vender gato por lebre. Pelo que sei, a não ser que seja algo velho e de qualidade duvidosa sendo matado em alguma promoção pontual, não existe espumante nesse preço no Brasil.
Abs
Caro João,
O preço é sim um fator decisivo para mim e para todos os meus amigos que apreciam vinho. Entretanto, a maioria dos blogs que eu conheço simplesmente não menciona o preço dos vinhos, o que na minha opinião não faz sentido. Concordo totalmente com os seus argumentos e incentivo você a continuar expressando suas idéias da maneira que acha correta!
Sou um fã do seu blog e um dos motivos é justamente esse: a comparação honesta e sincera de preço vs qualidade.
Abs,
Prezado João Filipe
Enviei um comentário para um post antigo (de 11 ou 12/10), mas não consigo localizá-lo.
Se puder, gostaria que me respondesse por aqui mesmo.
Parabéns pelos seus posts, que só estou conhecendo agora.
Aproveito para solicitar uma indicação de um Porto Vintage.
Obrigado.
Pedro
Olá Pedro. Tenho arquivado aqui do lado em Categorias, 15 posts sobre Vinho do Porto e numa série deles comento os Vintages, inclusive da incrìvel safra de 2007
Caro João Filipe
Obrigado pelas respostas anteriores.
Comprei duas garrafas de vinho tinto Malbec para um jantar na próxima quarta-feira (depois de amanhã).
O problema é que aqui em casa (moro no RJ) está fazendo 30 graus.
Como proceder até a hora do consumo?
Outra pergunta: a excelente safra do vinho Porto em 2007 vale para os Vintage, Tawny e Ruby?
Abraços,
Pedro
Pedro, sim, qualquer vinho do Douro de 2007 usufrui das benesses de uma safra muito boa, os Vintage então nem se fala! Tente guardar seus malbecs num lugar bem fresco da casa. Se não tiver, guarde na porta de sua geladeira, são só três dias, retirando-os de lá cerca de uns 30 a 45 minutos servindo quando estiverem por volta dos 16/17 graus.
Desculpe o abuso, Caro João, mas como sou neófito gostaria de saber porque não posso deixar um vinho tinto na geladeira por muito tempo (digamos, uma semana) se numa de suas determinadas gavetas a temperatura é de exatamente 18 graus, como em qualquer adega.
Obrigado, mais uma vez.
Pedro
Oi Pedro, na verdade eu entendo que a geladeira fica a 8 graus e aí a evolução do vinho, a longo prazo, fica prejudicada, mas não estraga o vinho e depende do vinho. Pode ficar uma semana ou duas, até alguns meses, sem problemas e muito melhor que sofrendo com temperaturas escaldantes.
Saber o preço do vinho comentado é um dos motivos do porque leio os seus comentários com frequência.
Uma questão não muito estimulada em degustações é fazer a relação preço/qualidade: o vinho que compramos vale o preço que pagamos?
Creio que o consumidor deve sempre fazer esta pergunta quando degusta um vinho, só assim ele apura o seu tino para não permitir que os preços disparem por conta do marketing.
Acho que é um aprendizado longo. Ainda bem que temos na internet blogs preocupados com esta questão, do que apenas exaltar os tops do mercado, que não fazem mais do que a obrigação de serem bons.
Às vezes, por conta desta exaltação, o vinho fica ainda mais caro, como muitos nacionais que ganharam alguma fama na rede.
Prezado João Filipe
Estou começando a apreciar vinhos (pois só tomava suave e como todos dizem que não deveria nem ser chamados de vinhos) então busquei comprar um vinho com um preço mais inferior na faixa de 25,00 e achei o Catamayor Carbenet Sauvignon 2005. Ao buscar apreciar o vinho no entanto achei o sabor muito puxado para o álcool. Gostaria da sua opinião sobre qual vinho comprar para buscar a melhor distinção dos sabores. Agradeço.
Olá Fabiano, minha sugestão é sempre começar pelos vinhos mais acessíveis e provar diversos varietais e blends para ver o que mais lhe agrada e daí começar a evoluir. Que tal consultar as listas de Melhores (Arquivados aqui do lado em Categorias) até R$50,00 e começar por aí? Ao comprar. veja o teor de álcool (está no rótulo) e tente evitar vinhos acima de 14%, melhor se de 12.5 a 13.5%.
Abs
Parabéns pelo blog. Se tratando da publicação do preço, talvez seja o receio da especulação do mercado, pois acredito ser muito fácil vinhos na faixa de R$ 30, (Preço importadora) serem vendidos a R$45 ou mais, que diga então nos restaurantes. Os blogs tem crescido muito e o nível de influencia também. Agora venho a notar uma percepção dos supermercados com o crescente aumento do consumo de vinhos no Brasil, inclusive conversei com alguns caçadores de oportunidades das grandes redes na Expovinis, importam diretamente alguns bons rótulos ou vendem por preços mais baixos que o mercado produtos de algumas importadoras e ainda temos a vantagem de no mesmo lugar comprar a comida para harmonizar. Existem alguns rótulos não exclusivos que a diferença de preço chega a 30% entre um importador e outro. Impostos sim! Mas até que ponto?
Quem sabe este quadro cresça pressionando pela baixo dos preços.
Prezado João Filipe
É verdade que o Porto Vintage tem que ser tomado de uma vez, após aberta a garrafa.
Me disseram isso numa loja especializada aqui no RJ.
Abraços
Sim Pedro, os Vintage, especialmente os mais velhos, devem ser tomados de uma só vez.
Prezado Joao Filipe
Agradeço as suas ótimas dicas sobre o teor alcólico dos vinhos.
Experimentei um Achaval Ferrer Malbec de 14% de teor alcólico e estava excelente. E além disso, minha esposa aguentou firme.
Vou abusar mais uma vez e pedir-lhe uma sugestão de um vinho do Porto encorpado e mais para doce.
Obrigado e um abraço.
Pedro
Olá Pedro, também já tomei vinhos de mais de 14% super equilibrados, mas há que se tomar um pouco de cuidado. Quanto ao Porto, eu gosto dos básicos da Graham´s, dos reservas da Quinta Nova e do Vale de Dona Maria assim como dos LBV’s da Graham´s e Croft.
Caro João Filipe
Abri uma garrafa de Graham’s Fine Ruby Port, em torno de 17 graus, e estava excelente.
Sobrou um terço da garrafa e deixei na porta da geladeira, com uma temperatura por volta de 15 graus.
Tres dias depois o vinho do porto estava bem ruim mesmo. Não sei se o termo correto seria “oxidado”.
Onde erramos eu ou o vinho?
Um abraço. Obrigado pela paciência.
Pedro
Pedro, não sei o que aconteceu. Se aberta e depois rolhada e colocada na geladeira, isto não deveria acontecer! Já tive casos de quase um mês sem grandes alterações, estranho!