dezembro 2010

Melhores Vinhos de 2010 – Introdução

        Bem gente, mais um ano se passou e com ele um pouco mais de experiência (litragem, rs) adquirida. Como já dito anteriormente, este não foi um ano dos mais produtivos no quesito provas pois até na Expovinis, grande fonte de pesquisa, não pude ir por estar doente. Sempre provei algo em torno de novecentos a mil rótulos ano, porém neste acho que não passei dos setecentos! Sei o número não é pequeno, porém dentro do contexto deveria ser maior.

         Como sempre, minhas listas não têm numero certo e se dividem por faixa de preço afora os mais divinos que tomam assento entre meus Deuses do Olimpo (12). A cada ano simplesmente vou listando os rótulos que mais me seduziram e surpreenderam positivamente ao longo do ano e, depois, os divido pelas faixas de preço que uso como padrão; até R$50,00 que são ótimos vinhos para o dia-a-dia, de R$50 a 80,00 os vinhos de fim de semana, de R$80 a 120,00 que são os vinhos do mês e de R$120 a 200 que já são caldos para ocasiões mais especiais que tomamos mais espaçadamente. Acima disso alguns, néctares como os que compõem os meus Deuses do Olimpo, que são vinhos de grande calibre que dificilmente visitam nossas mesas, pelo menos a minha, a não ser em acontecimentos muito especiais ou em degustações e provas. Não considerei nestas listas, os vinhos provados que não estão disponíveis no Brasil. Neste ano inseri uma anotação (A) naqueles rótulos que achei um verdadeiro achado independentemente da faixa de preços em que se encontram.

           Tentei, como de costume, fugir das obviedades que nada acrescem ao leitor que já está cansado de ver sempre os mesmos rótulos em destaque, e evitei me referir a vinhos que já tenha listado em anos anteriores. Certo, quem olhar com cuidado verá alguns iguais, mas serão bem poucos pois a idéia é aumentar o número de rótulos provados e aprovados que recomendo sem medo de ser feliz. Isto não quer dizer que você gostará de todos, mas serve como indicação de rótulos que certamente valem a pena ser provados. 

          Este é meu terceiro Melhores do Ano, junte-os e você terá uma vasta lista de produtos que merecem ser degustados, podendo haver mudanças de importadores e preços, espero que aproveitem. Lembro que a lista é subjetiva e certamente outros rótulos poderiam estar por aqui, mas esta somente contempla vinhos que efetivamente provei, degustei ou tomei ao longo do ano de 2010, com 95 % dos rótulos devidamente comentados em meus posts ao longo do ano. Para ver mais de um rótulo, basta você digitar o nome dele em “procurar” no canto direito, alto da página, e ver os comentários. Por enquanto veja algumas dicas especiais:

Hors Concour, um vinho que não resisto provar a cada chance que tenho, o Cote-Rotie La Divine de Jean-Luc-Colombo. Um grande vinho do norte das Cotes-du-Rhône que “blenda” Syrah com cerca de 5% de Viognier, um senhor vinho que me encanta! Recentemente promovi uma degustação de vinhos top em que mais uma vez este delicioso néctar se destacou entre os demais só sendo ameaçado por um saboroso Amarone Cinque Stelle do produtor Michele Castellani.

Por sair ao mercado, dois belos vinhos nacionais, para perturbar os ainda preconceituosos críticos dos tintos nacionais. Ainda estão por chegar ao mercado, mas não hesitem caso se deparem com eles; da Villaggio Grando (Santa Catarina) o incrível Além Mar elaborado pelo enólogo português Antonio Saramago e o Terragnolo Marselan, certamente o melhor vinho desta cepa produzido no Brasil. Ambos ainda sem preço, razão por estarem sendo listados aqui, e espero ansioso o lançamento ao mercado.

Só lá fora. Bem, este eu não achei por aqui, apesar da marca ter importador (Ana Import) porém em Paris está por volta dos 30 euros. Um champagne espetacular, o Mailly Grand Cru Blanc de Noir que é de tirar o fôlego e absolutamente sedutor. Para implorar para amigo trazer!

Melhor harmonização. Certamente a mais marcante e inusitada, Muros de Melgaço Alvarinho 2006 com Barreado no restaurante Tordesilhas.

Melhores produtores: Pelo conjunto da obra dentro aquilo que provei este ano, elegi quatro: Schild com incríveis Shiraz da região de Barossa na Austrália; Livio Felluga um grande produtor de brancos na Itália, Quinta da Pellada no Dão com vinhos estupendos e o Domingos Alves de Souza que possui um portfólio de grandes vinhos no Douro

Momento mais marcante. Vínico, obviamente, porque nada bate o nascimento de meu neto neste ano, certamente o Desafio de Espumantes Luso x Brasileiro com os amigos Pingus e João, quando de minha visita à SISAB em Fevereiro, que culminou na abertura de um delicioso e único Tapada do Chaves Frangoneiro Reserva 1986. Momento para ser eternizado!

         Com relação aos restantes vinhos desta lista que, neste ano, totalizam cerca de 100 rótulos, inclusos os Deuses do Olimpo, você verá nos primeiros quinze dias de Janeiro em diversos posts que publicarei.

        Nos vemos por aqui, salute, kanimambo e um baita 2011 para todo mundo lembrando que se estiverem pela região da Ganja Viana não deixem de visitar a Vino & Sapore e um dos bons restaurantes da região. Ótima passeio de Sábado e preciso garantir o leite do netinho!!!

Então é Natal.

           Chegamos, hoje é véspera de Natal e terei, após 20 dias de trabalho ininterruptos, dois dias de mais paz e tranquilidade junto aqueles que amo. Espero que seu dia também seja assim, pleno de alegria e bons caldos sobre a mesa. A partir da próxima semana publicarei minhas listas de melhores de 2010. Pode não ter sido um ano tão frutifero como os anteriores, mas o saldo foi bastante positivo e novas descobertas foram feitas assim como outras confirmadas. Falando sobre isso, incrível como as listas de alguns pseudo papas do ramo tendem a cair nas obviedades de sempre ou tendem a mostrar vinhos de empresas a quem prestam consultoria! Por falar nisso, e aquele que caiu de pau nos blogueiros e depois compõe uma carta de vinhos para uma empresa aérea brasileira e não coloca lá nenhum rótulo brasileiro, nem sequer um espumante!!!! Anyway, assim é o mundo e nossa vinosfera!

               Quem sabe em 2011 não vejamos coisas melhores! Salute e todos e espero seguir contando com a visitas dos amigos neste ano que se aproxima quando completarei, em Janeiro, três anos de Falando de Vinhos. Agora fiquem com John num arranjo maravilhoso de grandes vozes e um divino coral!

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O Maledetto e Suas Artimanhas

         Esta deu no blog do Gustavo, Enoleigos (de leigo não têm é nada), mostrando que o Maledetto do Selo Fiscal, fazia tempo que não falava dele,  realmente se entranhou nas hostes do poder!  Vejam o item 3 do tema prazos de implantação!!!!

Obrigatoriedade para implantação do selo nos produtos nacionais e importados, nas vinícolas, engarrafadoras e importadoras, começa dia 1º de janeiro de 2011.
“A 8ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal negou um pedido de liminar impetrado pela Abrade (Associação Brasileira de Bebidas) contra a aplicação do Selo de Controle Fiscal, determinado pelo secretário da Receita Federal, por meio da Instrução Normativa RFB nº 1.026, publicada dia 16 de abril deste ano no Diário Oficial da União. O juiz Márcio de França Moreira indeferiu o mandado de segurança coletivo da Abrade que solicitava o direito dos seus associados (um em Pernambuco e todos os demais no Rio Grande do Sul) de proceder a produção e a importação de vinhos sem a necessidade de implantar a “selagem especial”.
             O processo foi julgado extinto, sem resolução do mérito, portanto, sem possibilidade de recurso. “A competência para expedir atos administrativos de caráter normativo sobre matéria tributária federal é exclusiva do secretário da Receita Federal, ao passo que aplicar concretamente as normas gerais é privativa dos delegados e inspetores da Receita Federal do Brasil”, justificou o magistrado.
             Dessa forma, a implantação do Selo de Controle Fiscal para os produtores nacionais e importadores começa no dia 1º de janeiro de 2011. A medida determinada pela Receita Federal atende a um pedido das principais entidades representativas do setor vitivinícola brasileiro. Os selos a serem utilizados nos vinhos importados serão da cor vermelha combinada com marrom. Os selos dos vinhos brasileiros serão verdes com marrom.
           Esta semana, várias vinícolas já começaram a selar seus vinhos e espumantes que chegarão ao mercado em janeiro. A Cooperativa Vinícola Garibaldi já prepara um lote novo de espumantes todo selado. “Inicialmente, estamos colocando o selo manualmente. Mas nos próximos dias vamos colocá-lo junto com a rotulagem automática”, afirma o presidente Oscar Ló. “O selo não atrapalha em nada o visual dos produtos, será sim uma forma de combater o comércio irregular de vinhos e derivados”, destaca.
         Conforme a Receita Federal, os vinhos só poderão sair das vinícolas, engarrafadoras e importadoras com o Selo de Controle a partir de 1º de janeiro de 2011. Os atacadistas e varejistas deverão comercializar vinhos com o selo depois de 1º de janeiro de 2012. O objetivo do selo é aumentar o controle no comércio de vinhos brasileiros e importados, beneficiando quem trabalha dentro das obrigações legais e de mercado.
Confira os prazos de implantação do Selo de Controle Fiscal nos vinhos
1) As empresas que produzem, engarrafam e importam vinho tiveram até o dia 29 de outubro para pedir o Registro Especial, informando à Receita Federal a previsão de consumo de Selos de Controle para 2011.
2) A partir do dia 1º de janeiro de 2011, os vinhos só poderão sair das vinícolas e engarrafadoras com o Selo de Controle. O mesmo vale para os vinhos importados. A medida não vale para as safras mais antigas mantidas nos restaurantes.
3) A partir do dia 1º de janeiro de 2012, os atacadistas e varejistas só poderão comercializar os vinhos com selo de controle. Se a fiscalização da Receita encontrar nos estabelecimentos comerciais os vinhos sem o selo, apreenderá a mercadoria.
Fonte: OAJ Comunicação & Marketing”
          O mais interessante é que os caras não entendem nada de nadica deste ramo e querem botar regras!!  Vinhos de guarda comprados até este final do ano para serem vendidos e consumidos pelos próximos 10 anos, como as lojas fazem com o selo? De acordo com essa aberração de lei, conforme essa nota acima, um fiscal poderá entrar numa loja, pegar uma, ou várias, garrafas de  Chateau Petrus 1990, compradas com nota fiscal e tudo certinho há quatro ou cinco anos (antes da lei), e confiscá-las alegando que não possuem selo!! Mas que diacho de país é este?!!!!!!!!!!!!!!   
Hoje sem salute nem kanimambo e muito P……….. da vida precisando conferir isso, alguém pode confirmar? Ah, antes que me esqueça, vade retrum criatura nefasta!!! 

É Hora de Champagne Canard-Duchêne na CBE

         É, foi essa a minha escolha para o tema do mês escolhido pelo Silvestre para a Confraria Brasileira de Enoblogs. Após 10 dias de secura, a CBE me trouxe de volta, mas é que tenho trabalhado sete dias por semana, tido diversos eventos e realmente não tenho tido tempo para me dedicar ao blog. A partir de Janeiro, já com outra programação de trabalho, volto a escrever com mais assiduidade e regularidade.

           Bem, mas falemos deste champagne brut que, por seus R$165,00, se mostrou ser um achado num segmento de vinhos espumantes em que não é fácil encontrar algo abaixo dos R$200, quanto muito R$180,00 ou em alguma oferta esporádica. A Canard-Duchêne existe desde 1860 e está em sua terceira geração, agora com aporte do grupo Alain Thienot, ou seja; entende do riscado e isso está bem presente no caldo provado.

            Elaborado com 40% de Pinot Noir, 40% de Pinot Meuniére e 20% de Chardonnay, apresenta bolhas finas, abundantes e persistentes como tem que ser todo bom champagne. Aromas de boa tipicidade com o brioche bem presente, complexo e sutil. Na boca é tudo de bom e onde ele mais mostra seus predicados, com a chardonnay, mesmo que como coadjuvante no assemblage, mostrando sua cara de forma escancarada como que te dizendo “sou mais eu”! Delicado, fresco, mostrando uma faceta mais cítrica, termina cremoso e com boa persistência deixando aquele gostinho de quero mais na boca.

        Um bom Champagne que faz bonito na taça e satisfaz sobremaneira. Uma boa opção para este final de ano ou qualquer outro momento especial que mereça celebração!

Salute

Tutto Meno Alitalia – Botando a Boca no Trombone!

Tenho muitos acessos de pessoal que viaja e quer trazer vinhos de fora, havendo aqui diversos posts sobre esse tema. Acho que o desabafo do amigo Aguinaldo Záckia é pertinente ao assunto e certamente deverá ser de grande utilidade para os apreciadores de vinho que pretendam viajar para a Bota com essa companhia aérea e trazer alguns vinhos na volta. Não poderia deixar de publicar!

AVISO IMPORTANTE AOS AMANTES DO VINHO

TUTTO MENO ALITALIA!

Por Aguinaldo Záckia Albert

        Como filiado que sou da FIJEV – Fédération Internationale des Journalistes et Écrivains du Vin et Spiritueux, fui convidado a fazer um tour pelas regiões vinícolas da Toscana, juntamente com jornalistas de vários países.

        Organizado pela REGIONE TOSCANA, tivemos oportunidade de visitar alguns dos melhores produtores de Montepulciano, Montalcino, Morelino di Scansano e Maremma, onde fomos recebidos de forma calorosa por seus vinhateiros e provamos grandes vinhos. Uma viagem a ser guardada com carinho na memória.

          O roteiro terminou num domingo de manhã, em Suvereto, de onde partimos para Firenze. Cheguei por volta das 11:00 e, como meu voo era noturno, peguei um táxi e rumei para Firenze per fare una passegiatta e rever ao menos a cópia da estátua de David, de Michelangelo, na Piazza della Signoria, defronte ao Pallazzo Vechio (os funcionários dos museus estavam em greve).

          Uma boa pasta acompanhada de um bicchieri di vino e estava almoçado. Enquanto tomava um café, pude ouvir uma excelente contralto russa que cantava na praça algumas das melhores passagens da ópera italiana.

         Estava profundamente feliz e agradecido por poder estar vivo e estar ali, desfrutando de toda aquela beleza, depois de fazer um belo roteiro de vinhos. Sem dúvida um grande privilégio. Poderia haver alguém lá em cima – por que não? – e esse alguém podia até mesmo se interessar por mim. Muita gente acredita nisso. 

         Depois dessa tarde maravilhosa, peguei um táxi e rumei para o aeroporto de Firenze, onde pegaria um voo para Roma e, depois, para São Paulo. Começaram aí os meus problemas e a Divina Comédia quando tive que me confrontar com uma empresa aérea chamada Alitalia. Fazendo o caminho inverso do grande Dante, saí do Céu e fui lançado ao Inferno, sem passar pelo Purgatório.

         Comedido como sou, levei comigo apenas três singelas garrafas de bons vinhos, um Schidione e um Brunello de Montalcino, que comprei, e mais um Brunello, que ganhei. Levava também comigo duas pequenas garrafas e uma latinha do delicioso azeite da região recém elaborado que ganhara de alguns produtores. Lembro que a lei brasileira permite que entremos no Brasil com até 12 litros!

        Como sempre faço (e faço isso inúmeras vezes ao ano, em viagens à Europa, e mesmo à Itália) embalei os vasilhames bem protegidos em uma caixa de 6 garrafas de papelão de vinho, que tive o cuidado de embalar em plástico (mais 10,00 Euros pro beleléu). Como não se pode levar líquido como bagagem de mão, tentei embarcar a caixa juntamente com minha pequena valise. Tinha comigo apenas mais uma mala.

          E não é que fui impedido de embarcar com os azeites e os vinhos! O pessoal da ALITALIA se mostrou absolutamente intransigente, mesmo depois de ter me identificado como jornalista de vinhos e ter inclusive mostrado minha carteira profissional e o convite da REGIONE TOSCANA. Falei com várias pessoas e discuti asperamente – em bom italiano, depois em inglês – diante do absurdo de tal situação, mas nada consegui, nem mesmo me propondo a comprar outra mala ou embarcar os vinhos na mala que já tinha! Foi-me dito que a Alitalia tem há 5 anos uma norma que proíbe o transporte de líquidos na carga de seus aviões para que, caso as garrafas se quebrem (o que seguramente não iria acontecer) não molhem a bagagem alheia.

         O mais estranho é que a empresa não avisa seus passageiros de tal fato. Mais estranho ainda é que anteriormente já havia trazido vinho pela mesma companhia. O que afinal aconteceu? Será que a empresa foi comprada pelas ORGANIZAÇÕES TABAJARA para ter uma norma tão estúpida?!

         Peguei a caixa de vinhos e a abandonei no centro do salão do aeroporto e embarquei apenas com minha valise. Algum cão bem treinado deve ter cheirado bem a caixa (um cão degustador, quem sabe?) e depois algum robô deve ter desarmado a perigosa bomba…

         A empresa ALITALIA, bastante conhecida por seus maus serviços aéreos, pôde mostrar nesse episódio a sua pior face. Numa decisão absurda, impediu que fosse mostrado no exterior amostras dos dois mais conceituados produtos italianos no mundo, o azeite de oliva e o vinho, mesmo sabendo que se tratavam de amostras a serem provadas em degustações por profissionais reconhecidos. Como entender tanta estupidez e burrice na terra de Michelangelo e Da Vinci?

           Dessa forma, caros confrades e amigos do vinho, caso queiram trazer alguma coisa líquida da Itália (vinho, azeite etc.), não utilizem a ALITALIA. Você está arriscado a perder seus vinhos, ter prejuízo e ainda ser brindado com uma poltrona central na última fileira do avião, como aconteceu comigo. Comboios de africanos pelo Mediterrâneo, caravanas de ciganos pela rota do leste europeu ou barcos lotados de albaneses no Mar Adriático. Tudo isso, meus caros, É MELHOR E MAIS AGRADÁVEL DO QUE VIAJAR PELA ALITALIA. 

TUTTO MENO ALITALIA!!!

Vinho do Mês na Confraria – Anakena Pinot Noir

O vinho escolhido pela Confraria Brasileira de Enoblogs para mais esta grande degustação virtual, foi um Pinot Noir de até R$100,00. Eu deveria ter publicado, assim é a regra do jogo, dia 1, porém, como sempre, estou atrasado.

          Até R$100 temos muitas opções inclusive francesas de bom nível, mas quis buscar algo mais pé no chão partindo da seguinte questão; pode um pinot de R$50,00 satisfazer? Minha escolha recaiu sobre este  Anakena Pinot do Vale de Leyda.

            A Anakena tem três níveis de Pinot, o básico que vem do Vale Central, este e o Ona de Casablanca que leva algo de Syrah, Merlot e Viognier que lhe aporta um tempero diferenciado e muito interessante.  De qualquer modo, falemos deste Anakena de Leyda, um Single Vineyard de 2009.

           Nariz muito interessante, de boa complexidade em que afloram toques terrosos e animais fazendo-nos lembrar de Borgonha. Na cor, algo intermediário entre Borgonha e Chile, porém ainda bem claro e brilhante. Na boca entrega menos do que promete no nariz, porém é agradável apresentando características mais de Velho do que Novo Mundista. Fino, saboroso, de razoável persistência para um vinho que não chega nos R$50,00. Deverá ser um bom acompanhamento para embutidos, arroz de pato ou perdiz e, yummy, abre bem na taça! Apesar de novinho, os leves taninos já se encontram bem incorporados e acredito deva chegar em seu pico durante o ano que vem.

               A resposta a minha indagação foi positiva, satisfaz e não deixa buraco no bolso, o que sempre é um fator a ser considerado, mostrando que garimpando sempre conseguimos encontrar algo interessante mesmo nas faixas mais baixas de preço. Salute e mais uma vez minhas desculpas aos confrades pelo atraso na publicação.

kanimambo

Duas Degustações de Prima!

              Na Vino & Sapore na Granja Viana em Cotia, a pouco mais de 20 minutos de Sáo Paulo (zona oeste) duas belas degustações para um número reduzido de participantes. Na primeira 14 pessoas, metade já confirmada, e na segunda apenas 12 vagas para as quais cinco já se encontram pré-reservadas. Ou seja, se tiver interesse  entre em contato “a la brevedad” como dizem os hermanos!

Dia 7 de Dezembro –  A Mercovino é uma empresa de Ribeirão Preto que vem investindo num portfólio diverso e muito interessante. São parceiros  e trazem á degustação algumas delicias difíceis de serem recusadas! São vinhos que certamente deixarão marcas e que, espero (rs), vos levem a querer conhecer outros rótulos de seu portfólio. Neste dia, degustaremos os seguintes vinhos:

  • Champagne Canard-Duchêne, para abrir o encontro em  grande estilo.  
  • Caligiore Bonarda, produtos de vinhos ôrganicos.  Esta cepa vem em franco crescimento de qualidade na Argentina então creio que  é uma boa introdução ao produtor.  
  • Jaffelin Macon, um vinho da borgonha vibrante e  fresco já que a gamay recebe um blend de 20% de Pinot. Ótima opção de tinto  para o verão e carnes mais leves inclusive o nosso tradicional Peru á  Califórnia.  
  • Dios Ares Crianza 2006, um Rioja de gama de entrada do  conceituado produtor Pujanza.  
  • Bellamarsilia 2007, um toscano da região de Maremma  produzido com uma variação de Sangiovese, a Morellino de Scansano. Um vinho  que surpreende, especialmente se acompanhando uma perna de cabrito que,  lamentavelmente, não estará disponível para acompanhar! rs
  • Barolo Ter Ciabot 2003, precisamos conhecer o  produtor, porque o vinho dispensa apresentações.  
  • El Aziz, achava que ra um passito, mas é sim um Late harvest de Chardonnay, vinho doce de sobremesa da  região da Sicilia, que será acompanhado por panettonne italiano da linha  Clássico da Loison.

Custo do investimento por esta viagem de sabores, somente R$50,00 dos quais R$20 são crédito na compra de qualquer um dos vinhos degustados. Pré-reservas somente serão confirmadas mediante pagamento  em conta a ser informada posteriormente. Acompanha pão, água e café ao término do encontro.

 Degustação de Vinhos TOP do Velho Mundo dia 20 de Dezembro – para ninguém botar defeito! Não é sempre que podemos tomar grandes vinhos e muitas vezes nos perguntamos, valem?! Um vinho de R$350,00 tem mesmo tanta diferença assim de um de 100,00? Canso de ouvir estas indagações e, a pedidos, decidi criar um encontro muito especial para provarmos, conferirmos e derimir quaisquer dúvidas a esse respeito. Sobre a mesa e na taça, alguns vinhos respeitados e bem avaliados, uns mais conhecidos que outros, que reproduzem um pouco desse universo um pouco mais distante de nosso dia-a-dia, mas sem dúvida de grande qualidade. O investimento para esta viagem deverá ficar por volta dos R$200,00 (R$380,00 para casais) e neste caso teremos alguns petiscos para acompanhar os vinhos, porém ainda estou trabalhando nisso. Como sempre, nosso objetivo é diversão e exploração dos sentidos sem frescuras porém sem perder de vista a qualidade do que estamos degustando, então agora está na sua mão, será que vamos conseguir realizar esse encontro?

 

  •  Mademoiselle T 2008, um Puilly-fumée com uma  perfil aromático divino e delicioso na boca. Depois de tomar este Sauvignon  Blanc do Loire, os Sauvignon Blanc jamais serão os mesmos (R$106,00).
  • Jaffelin Savigny-les-Beaunes 1er Cru  Les  Laviéres 2006 – de acordo com o Didu, respeitado critico nacional e também  granjeiro, um vinho “ muito fino mesmo, com nariz complexo, evoluído, parece vinho mais vivido do que o rótulo diz, com morangos maduros, musgo, muito mineral, um gosto de moringa (parecia saido de uma moringa), delicioso e fresco com um levíssimo e delicado defumado. Espetáculo.”  (R$180,00)     
  • Marques de Cáceres Gran Reserva, um clássico de  Rioja e ainda por cima de uma safra histórica na região, a de  2001 (R$165,00).  
  • Jean-Luc-Colombo La Divine 2006 – um Cote Rotie  (Syrah/Viognier) que não podia ter um nome mais apropriado, divino! Um vinho  muito especial, estruturado e complexo, como diz um amigo, “de gala!”.  (R$370,00).  
  • Tignanello 2007 – Dispensa apresentações e dizem  que nesta safra o vinho se superou! Para conferir (R$360).  
  • Amarone Clássico Cinque Stelle 2004 – Um  delicioso exemplo de amarone produzido por um dos mais conceituados produtores  da região, Michele Castellani ou, para os mais intímos, I Castei.  (R$270,00)  
  • Graham´s Tawny 20 anos, para finalizar com estilo!  Para mim, melhor que o 30 e o 40 anos, estupendo! (R$230,00)

O encontro,  que espero seja uma interessante experiência enogastronomica, será finalizada com os cafés gourmet do Ateliê do Café.

          Tem duvida de como chegar, Rua José Felix de Oliveira 866, Estação do Sino, Granja Viana, Cotia à altura do Km 24 da Rodovia Raposo Tavares, após o Pão de Açucar e Mac Donald. Para quem tem GPS, de acordo com meu amigo Emilio, as coordenadas são; 23º.35′.10″ Sul e 46º.50′.21″ Oeste ou então clique aqui para ver o mapa de localização no site ainda em fase de construção. Para contatos e maiores detalhes; comercial@vinoesapore.com.br ou pelo tel. (11) 4612.6343.

Salute e kanimambo

Espumantes de Preços Módicos – Parte II

            Eis o restante dos espumantes provados neste painel que iniciou no post do último dia 24 . Ficou provado que preço não é documento nestes casos, mesmo reconhecendo o fato de que, normalmente, conforme ele cresce aumenta também a complexidade dos caldos. Fica no entanto uma pergunta; na praia ou em grandes festas e eventos precisa dessa complexidade toda? O que é que buscamos nessas horas? Essas perguntas deixo para você responder.  

         Uma outra conclusão é que, com algumas exceções, entre os importados nesta faixa, os mais baratos, melhor ficar com os nacionais. O Brasil está produzindo espumantes muitos bons com preço bem competitivos, coisa estranha já que nos tintos os preços são razoavelmente altos alegadamente devido a impostos que também existem aqui. De qualquer forma, a não ser que busque complexidade e espumantes especiais para momentos especiais, pode-se esbaldar por aqui no dia-a-dia!

Marco Luigi Brut, um Blanc de Blanc com 100% chardonnay e método clássico que lhe dá uma delicadeza e perlage fina cativantes já mostrando uma certa complexidade com aomas cítricos e algo de brioche sutil. Boa acidez lhe aporta um frescor gostoso com boa presença das características da chardonnay. Mais uma grata surpresa que entrega muito pelo preço.

Garibaldi Premium Brut – Bem seco, maior presença de leveduras, pouco frescor, cítrico muito sutil mostrando alguma rusticidade na boca com um amargor final e pouco equilíbrio que o torna um conjunto não muito apetecível, porém de preço bem camarada. 

Veuve Alban – Francês, franco, simples, balanceado, leve toque de fermento com nuances cítricas, perlage abundante e verdadeiramente efeverscente na boca. Não chega a empolgar, mas para quem quer um importado tem aqui uma opção.

Valduga Arte Brut – um achado nesta faixa de preço. Belo espumante elaborado pelo método clássico com um tradicional blend de chardonnay com pinot. Harmônico, balanceado, fresco, elegante com perlage bem fina e persistente, aromas de panificação, vale mais do que custa, ainda bem!

Ponto Nero Brut – espumante que ganhou recentemente uma prova de vinhos elaborados pelo método charmat. Muito fresco, cítrico perlage abundante, balanceado e vibrante, bem saboroso agradando fácil a gregos e troianos. Boa opção para festas e eventos.

Tributo Prosecco – uma grande pedida de um prosecco brasileiro, muito fresco, equilibrado, sem amargor final típico da cepa, mais um vinho que já tinha provado no lançamento o ano passado e agora confirma minhas primeiras impressões. Fresco, saboroso, algo amendoado, a revista adega lhe conferiu 86 pontos e também o cercou de elogios. Parabéns ao produtor, produto surpreendente.

Cava Marrugat – um exemplar de Cava complexo, ótima perlage, bom corpo, ótimo acompanhante para umas tapas, sendo companheiro fiel de umas tapas à base de presunto cru. Para brindar e para curtir, um espumante diferenciado, de bom preço tendo-o incluído mesmo estando R$2 acima do limite que impus ao painel.

Prosecco Moinet IGT – Na faixa de até R$30,00 é um dos campeões. Da região do Veneto, na Itália, é fresco, sem amargor final de boca, balanceado, saboroso, fácil de agradar e para ser tomado desde na praia até eventos. Gostei!

       É isso pessoal, por falta de opções é que vocês não ficarão sem espumante neste final de ano. Minha dica, não pare nas festas, tenha sempre algumas garrafas em casa, especialmente neste verão. Você verá que a abertura de uma garrafa num final de tarde vai recompensar as agruras do dia e alegrar o ambiente.

Salute e kanimambo.