novembro 2010

No Caminho do Berardo uma Cova da Ursa

É meus amigos, faz alguns poucos dias estive presente numa apresentação de vinhos portugueses o que, para mim, é sempre um motivo de grande alegria, Desta feita o convite veio da Portuscale através da  amiga e competente assessora de imprensa Denise Cavalcante, para darmos uma volta pelo bom portfólio da Quinta da Bacalhôa e em especial do mais novo lançamento o Berardo Reserva Familiar. Presentes, a alta direção da empresa e o homem por detrás do produto, o comendador José Berardo, ou Joe Berardo como é mais conhecido desde o tempo que passou na África do Sul, que dá o nome ao vinho.

Falar da Quinta da Bacalhôa é chover no molhado pois seus vinhos são quase todos de amplo conhecimento dos enófilos de plantão e seu Quinta da Bacalhôa tinto é certamente um dos se não o melhor Cabernet Sauvignon de Portugal, estando na elite dos vinhos portugueses. No ano passado até dei umas voltas por lá tendo comentado minha visita aqui no blog e, em Fevereiro deste ano tive a oportunidade de conhecer o incrível jardim budista (semana que vem publico um slide show com algumas das fotos tiradas) criado pelo comendador na Quinta de Loridos, próximo ao Cadaval e Òbidos na região Lisboa, uma visita inesquecível com estátuas gigantescas.

Bem, mas falar de Quinta de Bacalhôa é falar de vinhos e sempre gosto de mencionar os meus preferidos entre seu bom portfólio são os menos midiáticos; SÓ Touriga, Meia Pipa e o incrível Moscatel de Setúbal Roxo 1998 que já comentei aqui e que é de lamber os beiços! Hoje anexei mais dois vinhos a esta lista de preferidos. O Berardo Reserva Familiar 2007, elaborado com Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot e duas castas portuguesas  que o comendador declinou de mencionar mas tenho quase que certeza de que pelo menos uma delas é a Touriga Nacional. Um vinho bastante rico e surpreendentemente pronto para um rótulo deste porte e ainda tão jovem. Boa estrutura, complexo, um vinho que enche a boca de prazer e faz-nos pedir mais.

No caminho do Berardo, no entanto, não tinha uma pedra, tinha um Cova da Ursa, a grande surpresa da noite para mim, o vinho da noite até pelo inesperado! Um belo Chardonnay amadeirado no ponto, cremoso e de muita personalidade mostrando que os brancos portugueses estão realmente num patamar de qualidade entusiasmante. O problema é que como mercado não é de brancos, estes pouco têm destaque na mídia e para comprar um vinho desses por cerca de R$100 tem que conhecer. Agora, é certamente um vinho para colocar ás cegas em uma prova e vê-lo detonar nomes bem mais conhecidos de franceses a chilenos, um grande vinho que deixou marcas e vontade de comprar uma garrafas para ter em casa!

Bem, por hoje é só e semana que vem termino meus comentários sobre o painel de espumantes de preço módico. Um bom fim de semana para todos, salute e kanimambo

Espumantes de Preços Módicos

Entendo espumantes de preço módico aqueles que possuem um preço aqui em Sampa, de até R$35 em média podendo, certamente serão, ser bem mais baratos no Sul, Rio e Minas. Já fazia um tempo que trabalhava no projeto deste painel, tanto que alguns rótulos, como o da Miolo, até mudaram. Outros aumentaram e saíram um pouco fora, mas como os leitores estão espalhados pelos quatro cantos do país, optei por mantê-los na lista dos vinhos provados.

             Lamentavelmente vou ficar devendo fotos mais completas, pois minha assistente do lar se irritou com minha demora em fotografar as ditas cujas e tratou de limpar a área, ou seja lixo! Bem, de qualquer forma as notas e avaliações estavam comigo então aqui vão meus comentários sobre sete entre os dezesseis provados ficando o restante para a semana que vem ou quem sabe ainda nesta Sexta. Deste primeiro lote, um deles acabou sendo o que mais me impressionou entre todos os provados, mas deixo essa identificação para depois, por agora conheça o; Gran Legado Brut Champenoise, Alto Valle Prosecco, Dedicato Prosecco Extra-dry, Stravaganza, Cava Marqués de Monistrol , Miolo Cuvée, e Fausto Brut. No próximo falaremos de Valduga Arte Brut, Ponto Nero Brut, Marco Luigi Brut Champenoise, Tributo Prosecco , Pol Clement Brut, Prosecco Moinet, Veuve Alban e Garibaldi Premium Brut. O que tiver de fotos publico, mas vamos ao que interessa, falemos dos vinhos!

Cava Marques de Monistrol – um espumante que sempre me agradou dentro desta faixa de preço, porém este estava prejudicado mostrando-se oxidado. Mesmo nessa situação deu para ver a existência de uma perlage bastante fina e persistente e quando ok, mostra-se bastante fresco. Uma pena! (sem nota)

Dedicato Prosecco Extra-dry – este foi uma curiosidade que há muito tinha já que era uma enormidade a quantidade de comentários recebidos dos amigos leitores indagando sobre ele. Só é vendido no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte tendo esta garrafa sido trazida pelo amigo Claudio do Le Vi nau Blog. Simples sem grandes atrativos a não ser pelo rótulo mais caprichado, possui uma espuma rala, perlage fina, centralizada e escassa. Na boca é delicado com algumas notas de panificação muito sutis e algum amargor final que não chega a incomodar, mas que também não entusiasma nem incita a volta à taça. 

Fausto Brut da Pizzatto – o primeiro espumante brasileiro provado e a confirmação de que estamos muito bem servidos no quesito espumantes. Borbulhas de tamanho médio, abundantes e persistentes. Acidez bem presente tornando-o muito fresco e agradável de tomar. Citrico e vibrante, é uma boa pedida para eventos pois agrada fácil aos mais diversos paladares.

Miolo Brut, agora de cara nova com o nome de Cuvée Tradition – Muito fino, leve brioche no nariz, bolhas finas abundantes e persistentes mostrando claramente seu berço já que foi elaborado pelo método clássico. Bom corpo, alguma complexidade de sabores no palato, final balanceado e cítrico um espumante muito bom que entusiasma e pede bis. 

Gran Legado Brut Champenoise – boa perlage, amarelo com laivos dourados me parecendo já um pouco evoluído. Boa acidez, cremoso, algum floral no nariz com toques de levedura. Um amargor final me incomodou e prejudicou o conjunto. Esperava mais e, apesar de alguns poderem gostar, acho que num evento pode dificultar pela diversidade de palatos. Não encantou.

Stravaganza Brut – surpreendente! Foi o quinto vinho na minha prova e um pulo de qualidade enorme. Ás cegas acho que vai balançar muito degustador experiente e, em minha opinião, bem mais interessante que seu irmão mais velho, o Don Giovanni. Paleta olfativa complexa em que sobressai um brioche com algum cítrico, boa mousse, perlage finíssima e abundante de boa persistência. Bom volume de boca, muito equilibrado e sedutor mostrando a mesma complexidade do nariz no palato, um espumante mais sério e marcante com uma personalidade muito própria e bem cremoso. Não sei se seria um espumante que eu colocaria numa festa, mas certamente seria um que eu compraria para compartilhar com os amigos, é surpreendente e mexe com os sentidos. Belo espumante que vou querer rever mais vezes, o melhor deste painel!

Alto Valle Prosecco – Palha claro, muito suave, algo ralo com um residual de açúcar mais alto que a maioria dos espumantes deste tipo. Deixa um retrogosto doce e algo enjoativo faltando-lhe acidez, todavia pode fazer a cabeça daqueles menos chegados que gostam dos vinhos mais “docinhos” e possui um preço bem competitivo que pode ser preponderante na escolha.

Salute e kanimambo.

Dicas da Semana

A Wine School do Ricardo Bohn Gonçalves, promove um encontro muito especial com o ìcone Reserva Ferreirinha, no bistrô Charlôt. Coisa rara e para poucos afortunados, um jantar muito especial com 6 safras diferentes do Reserva Especial da Casa Ferreirinha, um dos grandes nomes do Douro Portugal. As safras são 1984, 1989, 1990, 1994, 1996 e 1997, sendo as últimas quatro as únicas produzidas na década de 90. Essas safras não estão mais disponíveis no mercado o que torna único esse jantar.

Menu

  • Couvert + croquetinhos com dip de mostarda + shot de tomate picante / vinho: Planalto Reserva 2009
  • Entrada – Caçarola de Lula e Polvo com Molho de Agrião / vinho: Planalto Reserva 2009
  • Primeiro Prato – Bacalhau Espiritual / vinhos: Reserva Especial Ferreirinha 1997, Reserva Especial Ferreirinha 1996, Reserva Especial Ferreirinha 1994
  • Segundo Prato – Guisado de carne com Batatas à Provinciana e legumes / vinhos:  Reserva Especial Ferreirinha 1990, Reserva Especial Ferreirinha 1989, Reserva Especial Ferreirinha 1984
  • Sobremesa – Amores da Curia (folhado de ovos moles) ou Bolo de Chocolate com Amêndoas / vinho: Porto Ofley LBV 2004

Será dia 25, nesta próxima  Quinta, e já me deu á gua na boca. O preço, bem o preço é condizente com a raridade do evento, R$435,00 já incluso serviço. Gostou, tá afins? Faz o seguinte, contata o Ricardo pelo telefone (11) 3676.1781 ou por e-mail wineschool@wineschool.com.br e acerta com ele, se é que ainda existam vagas!

Junte-se á Santa Ceia. È isso mesmo, neste próximo dia 29 ás 20:00 horas a Vino & Sapore apresenta mais um de seus parceiros, a Santa Ceia. Importadora jovem de Valinhos (SP), possui uma série de rótulos diferenciados e muito interessante apesar de menos midiáticos por aqui. Já lá fora, são produtores amplamente conhecidos e reconhecidos por sua qualidade. Neste encontro promovido na Vino & Sapore, uma oportunidade de conhecer alguns destes bons caldos. Com a presença da enóloga portuguesa Inês Crus, profissional com experiência na produção de vinhos em Portugal, Austrália e Estados Unidos, que fará a apresentação dos vinhos que escolhemos. Iniciaremos, como sempre, com um espumante que será uma surpresa, para em seguida provarmos seis vinhos pouco conhecidos, como a importadora, fruto de meu garimpo ao longo dos anos em “Falando de Vinhos”:

  • Majolica Rosé, um rosé italiano diferenciado, elaborado com a uva Montepulciano d’Abruzzo
  • Nekeas tempranillo/merlot de um importante produtor de Navarra na Espanha. Rober Parker tem lhe dado, entra ano sai ano, uma média de 87 pontos.
  • Ôdace, um Bordeaux de Saint Emilion, diferenciado mostrando que a França pode sim produzir bons vinhos sem criar rombos em nossos bolsos. Assemblage de Merlot com Cabernet Franc
  • Da Vinci Chianti Classico 2006, um belo exemplo de como os chiantis podem ser elegantes e aveludados numa safra considerada excelente na região. Produtor muito conceituado com ótimas avaliações pela Wine Spectator e Wine Enthusiast entre outras revistas especializadas. Uma agradável e sedutora surpresa para derrubar aqueles que ainda têm preconceito para com os vinhos italianos. (sem foto)
  • Por falar em França, um Pinot Noir biodinâmico da Borgonha que mostra o porquê destes vinhos causarem tanta comoção. Elaborado pela Domaine Bollarin em Morey-Saint-Denis é um vinho que me agradou muitissímo e mexeu comigo, algo que poucos borgonhas conseguem! Será?
  • Finalizamos com ìcone da região de Navarra, também produção da Nekeas, um 100% Garnacha elaborado somente em safras excepcionais com uvas de vinhedos com mais de 60 anos de idade. A Wine Spectator lhe deu 90 pontos, será? Que tal conferir?

Para esta degustação seu investimento será de R$40,00 por participante com metade disso sendo revertido em crédito na compra dos rótulos degustados. Antes, teremos uma apresentação e degustação de azeites chilenos 1492 quando conheceremos um pouco mais sobre as olivas Arbequina, Frantoio e Picual. Para se inscrever e fazer sua reserva, envie e-mail para; comercial@vinoesapore.com.br ou ligue para (11) 4612.1433 entre 11 e 20 horas de Terça a Sábado

Em Piracicaba, uma aula de cepas brancas através de mais uma degustação no Enopira, agora com site WWW.enopira.com.br para você acessar e saber mais. Desta feita o Luiz Otavio juntará uma série de vinhos do Velho Mundo para mostrar toda a beleza e sedução destes vinhos:

            Será dia 9 de Dezembro, uma Quinta-feira, então há tempo para você se programar. Só não demore muito porque as vagas, como sempre, são limitadas. Vejam o que vai para a taça nesse encontro:

  • Muscadet Clos des Briords Cuvée V. Vignes 2008- Cepa : Melon da Bourgogne
  •  Val de Sil 2008- Cepa: Godello
  •  Ossian 2008- Cepa: Verdejo
  •  Gitton Silex Galinot 2005- Cepa: Sauvignon Blanc
  •  Chignin Bergeron Prestige des Rocailles 2006- Cepa: Roussanne
  •  Chassagne-Montrachet 1er Cru St-Jean 2007- Cepa: Chardonnay

No final o Luiz ainda serve um peixe assado e tudo isso por R$100,00, só no interior mesmo!!

Salute e kanimambo

Depois da Pancada vem o Afago!

              É, depois daqueles e-mails azedos já aqui comentados, foi a vez de receber do amigo Sergio Montag os parabéns pela performance deste blog conforme avaliação da Alexa  – The Web Information Company – que é um site americano especializado na análise do tráfego da Internet possuindo uma base de dados superior a 25 milhões de páginas no mundo inteiro. De acordo com o Enoeventos, conceituado site do Oscar Daudt no Rio de Janeiro, “Para classificar um site, a empresa utiliza o movimento dos últimos 3 meses (considerando visitas e páginas acessadas) a partir de uma fórmula não revelada. Cada um dos sites classificados recebe uma posição que varia de 1 – lugar que, sem surpresas, é ocupado pelo Google – crescendo sequencialmente até o último site classificado.

               Não sou ligado nessa parafernália de redes sociais, visito meu facebook uma vez a cada duas semanas se tanto, não “twito”, mal e mal escrevo este blog quando o tempo me permite e tão pouco fico divulgando meus posts. O resultado é simplesmente o fruto de três anos de continuada atenção aos meus amigos leitores que, por sua vez, me presenteiam com seus cliques e divulgação boca a boca. Sempre soube que estava bem na fita e isso é motivo de alegria assim como de enorme satisfação, pois é o reconhecimento púbico de um trabalho que venho desenvolvendo com muito carinho. Pois bem, saber que entre mais de 25 milhões de sites/blogs no mundo inteiro o meu está entre os primeiros 7% na posição de 1.657.386 foi uma enorme e grata surpresa, mas tem mais! De acordo com o trabalho tabulado pelo Oscar no Enoventos e que vale ser lido em toda a sua abrangência clicando aqui, este blog é o primeiro colocado entre os blogs de vinho no Brasil e o quinto entre todos os blogs e sites sobre vinhos no Brasil.

           Tou de cabeça inchada e peito estufado, rs, ao mesmo tempo que preocupado pela responsabilidade dessa posição à qual os meus leitores, você, me alçaram. Como já disse aqui uma vez, virei passageiro no “Falando de Vinhos”, um típico caso da criatura que toma conta do criador, no entanto feliz, porque esses números mostram o acerto de minha decisão quando em 17 de Dezembro de 2007 iniciei esta longa e prazerosa jornada de compartilhar com os amigos o pouco que sei e tentar passar para todos as emoções sentidas e descobertas garimpadas. Costumo dizer que os comentários em meu blog são meu combustível para continuar, mas esses números foram uma verdadeira “turbinada” em minha auto-estima!

          Pequinininho, sem vinculos com a grande midia ou associações, piano-piano, como dizem os italianos, cá vou seguindo meu caminho desbravando meus mares nunca dantes navegados e nos quais tenho tido a sorte de encontrar mais prazeres que desprazeres. Espero seguir contando com a confiança dos amigos.Veja a lista completa abaixo.

Um kanimambo enorme a todos e Salute.

Degustar é Preciso!

       Como já de conhecimento publico, não existe grande piloto sem uma considerável milhagem nem enófilo que se preze sem litragem! rs Vero. A melhor forma de se errar menos nas compras é conhecer o maior número possível de rótulos e isso significa provar o máximo possível. Isso reduz custos, encurta caminhos e reduz riscos, afora ser extremamente prazeroso, então degustar é essencial para quem se aventura no garimpo de bons vinhos por esses caminhos dominados por deus Baco. Eis aqui boas dicas da semana neste sentido:

Degustação/Aula sobre Espumantes no próximo dia 24 de Novembro na Vino & Sapore– conheceremos os estilos de espumantes disponíveis no mercado, exploraremos os diversos métodos de produção e veremos as principais regiões produtoras. Enquanto falamos na teoria, provaremos na prática dez espumantes iniciando esta viagem por um espumante Moscatel elaborado pelo método Asti e finalizaremos com um delicioso champagne Grand Cru. Vejam abaixo a lista do que 14 felizardos participantes estarão degustando nessa noite:

  • Marco Luigi Moscatel – método Asti – Brasil
  • Pol Clement Demi-sec – método charmat – França/Loire
  • Ponto Nero Rosé – método charmat – Brasil
  • Incontri Prosecco – método charmat – Itália/Veneto
  • Pol Clement Brut – método charmat – França/Loir
  •  Pausa para abastecimento sólido
  • Valduga Arte Brut – método champenoise – Brasil
  • Cava Marrugat Brut – método champenoise – Espanha/Penédes
  • Barnaut Grand Cru Blanc de Noir Brut – método champenoise – França/Champagne
  • Ponto Nero Extra Brut – Método Charmat – Brasil
  • Cave Geisse Nature – método champenoise – Brasil

Investimento, R$70 por participante lembrando que o horário está marcado para as  20 horas com atividades se iniciando às 20:30. Para se inscrever e fazer sua reserva, envie e-mail para; comercial@vinoesapore.com.br ou ligue para (11) 4612.1433 entre 11 e 20 horas de Terça a Sábado.  A Vino & Sapore fica na Granja Viana, Cotia, uma região das mais arborizadas, bonitas e charmosas da grande São Paulo a apenas 20/30 minutos de Pinheiros, Butantã, Morumbi, Vila Leopoldina, Taboão, Embu e São Roque.  Rua José Felix de Oliveira 866, Estação do Sino, altura do Km 24 da Rodovia Raposo Tavares. Para quem tem GPS, de acordo com meu amigo Emilio, as coordenadas são; 23º.35.10 Sul e 46º.50.21 Oeste.

 

Enopira, do amigo Luiz Gustavo Degusta Borgonha. Lá em Piracicaba e região não tem para ninguém, só dá Enopira! Desta feita ENOPIRA, a boutique de vinhos, apresenta Grandes Vinhos de Borgonha: como sempre o encontro se dará na sede da Enopira que fica na  Rua Mamede Freire nº 79,  Piracicaba (estado de São Paulo) e você pode reservar seu lugar ou pegar informações através dos fones; (019 ) 3424-1583 e Cel. ( 19 ) 82040406 ou ainda pela internet através do e-mail > luizotaviol@uol.com.br 

VINHOS APRESENTADOS

  • Race Chablis 2009
  • Race Chablis 1er Cru Montmains 2008
  • Geoffroy Chablis Grand Cru Les Clos 2007
  • Parigot Mersault Les Vireuils Dessous 2007
  • Parigot Chassagne-Montrachet 1er Cru Clos St-Jean 2007
  • Senard Corton-Charlemagne Grand Cru 2006
  • Guyon Aloxe-Corton 1er Cru Les Fournières 2004
  • Guyon Corton Grand Cru Clos du Roy 2006
  • Senard Corton Grand Cru Clos des Meix Monopole 2005

Após a degustação será servido: Frango Caipira ao Chablis e Ossobuco de Vitela ao Hautes-Côtes de Beaune Clos de La Perrièrre.

Programe-se, será no próximo dia 25 de Novembro ás 20 horas e o custo por pessoa será de R$250,00.

Mais uma e desta vez dos bons vinhos da Zuccardi na Portal dos Vinhos dos amigos Fátima e Emilio. Será nesta próxima Sexta dia 19 e a loja fica aqui pertinho, no Morumbi. Vejam a programação abaixo.

salute e kanimambo

Incrível, Foi Abrir a Boca e Tomar Pancada!

        É gente, mal cheguei em casa da entrevista que dei para o Bom di Vinho do amigo Marcelo e já recebia dois e-mails bem azedos. Tudo bem, até entendo que a percepção tenha sido outra, a vida virtual é bem mais fácil que a ao vivo,  pois te permite pensar e revisar antes de publicar, então achei por bem responder publicamente. Antes, no entanto, não sem antes exaltar a audiência que o programa tem, show de bola Marcelo!

         Dois temas ou melhor, comentários que fiz parece que feriram a suscetibilidade de alguns então me permitam esclarecer já que pode ter havido uma percepção diferente daquilo que pretendi ao expor minha opinião;

1 – a falta de profissionalização do setor – tanto sommeliers mal formados como aqueles sem qualquer formação são um problema num meio em que trabalhar numa loja de lojas já dá status de tal ou então um curso básico na ABS. O Brasil está na lide do vinho, para valer, há cerca de dez anos então o nível de profissionalização ainda é muito baixo. Isso, no entanto, extrapola esse segmento dos sommeliers e passa também por outros profissionais do setor que acabam sendo explorados pelas próprias mídias com que colaboram. Ora, quem não se valoriza não pode esperar que seja valorizado por terceiros e é essa critica que faço. Não dá para contribuir com uma mídia paga que vende um conteúdo montado e elaborado por profissionais que nada recebem por isso sendo que são estes que efetivamente “fazem” o conteúdo que permite que essa mídia seja vendida. Não concordo com isso e acho que é falta de respeito para com o profissional.

2 – ainda nessa linha, falei da falta de responsabilidade de pessoas que escrevem blogs de baixíssima qualidade sem se ater á responsabilidade de seus atos já que a percepção de quem lê, especialmente os mais novos nestas coisas do vinho, tende a acreditar no que está escrito. Isto não foi uma critica aos blogueiros já que temos inúmeros casos de ótimos blogs e conteúdos extremamente contributivos á causa . Há no entanto, aqueles que deixam muito a desejar e, nesse sentido, quis alertar para separar o joio do trigo. Este mundo virtual permite que se divulgue qualquer coisa então há que se tomar cuidado porque os efeitos são multiplicados de forma exponencial. Erros todos cometemos, ninguém detém o monopólio do saber apesar de alguns se recusarem a descer de seu salto XV, porém existem coisas na net que são verdadeiros descalabros e temos que redobrar esforços para evitar falar sobre o que não conhecemos! Ter opiniões, devidir experiências, comentar um vinho tomado, tudo bem, cada um escreve o que lhe der na telha e lê quem quer. Agora, escrever algo mais técnico, aí o papo é outro e é importante o estudo e o conhecimento de causa, mesmo que só teórico, não dando para simplesmente chutar qualquer coisa pois temos muita responsabilidade sobre o que escrevemos.

         É isso gente, espero que tenha conseguido elucidar os amigos que me enviaram os mails e outros que porventura tenham tido a mesma impressão. Quem quiser assistir a entrevista, dê uma olhada no link abaixo lembrando que a primeira metade é da Bisol.

http://tvuol.uol.com.br/#view/id=roberto-actis-da-bisol–fala-de-proseccos-0402993372E48133E6/mediaId=7309933/date=2010-11-02&&list/type=tags/tags=168685/edFilter=all/

Salute e kanimambo

Loison Pasticceri na Vino & Sapore

         Para quem não conhece, eu não conhecia, eis a Loison Pasticceri , conceituado produtor que produz algo como 5.000 panetones dia na pequena cidade de Costabissara.  Conhecido como a Ferrari dos panetones, seus incríveis produtos chegam ao Brasil este ano e não poderia deixar escapar a oportunidade de ter alguns desses pequenos tesouros disponíveis aqui na Vino & Sapore a partir do próximo dia 16 de Novembro, ou por aí! Eu falar destes panetones pode ser duvidoso, então vejam o que diz Elisa

Por Elisa Corrêa, da Itália – Publicado na Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios em Jan/2009

OS PANETONES DE 72 HORAS

Manteiga fresca, ovos de galinha caipira, farinha especial, mel e açúcar de beterraba. Mais 72 horas de trabalho e descanso. Para aromatizar, amêndoas de Avola, cascas de laranjas sicilianas, avelãs da região de Langhe. É assim, respeitando os limites do tempo e da fermentação natural que são produzidos, um a um, os panetones da Loison Pasticceri, sediada em Costabissara, no nordeste da Itália. Enquanto a empresa de Dario Loison produz cerca de 5.000 panetones por dia, uma indústria convencional fabrica até 180.000 unidades. “Como somos pequenos, jamais poderíamos competir em quantidade e preço com os grandes fabricantes, apenas com o produto e o serviço”, diz Loison. “Então apostamos na criação de um panetone único, envolto em embalagens especiais, feitas à mão.”

O empresário, que assumiu a empresa familiar em 1993, resolveu focar na produção de alta qualidade e na exportação. Hoje seus produtos são vendidos em mais de 30 países, entre eles, o Brasil. Além dos panetones, a pasticceri produz colombas de Páscoa e biscoitos finos. Os produtos são embalados em latas decorativas ou em caixas que combinam fitas e cores. Embrulhos preciosos desenvolvidos por Sonia, mulher de Loison. O conceito de produção, que privilegia a qualidade e não a quantidade, é comunicado aos consumidores em um libreto que acompanha cada embalagem e conta a história do produto – da origem dos ingredientes às diferentes etapas de fabricação. Mas o empresário admite que comunicar o ‘valor slow’ e a qualidade superior dos ingredientes que utiliza não é tarefa fácil. “Só experimentando um dos nossos perfumados panetones para sentir a diferença. No nosso caso é preciso provar”, afirma.

A empresa fatura cerca de 5 milhões de euros por ano, 50% com vendas ao exterior. E anualmente seus panetones artesanais ganham mais e mais prêmios de excelência. Mas Loison não está sozinho nesse mercado. No país do panetone, são muitas as empresas que apostam na alta qualidade artesanal. Para conseguir destaque, a pasticceri se concentrou na escolha das matérias-primas. Além dos ingredientes de base, utiliza produtos de origem controlada e tutelados pelo Slow Food, como pistaches do Bronte, favas de baunilha mananara, de Madagascar, e tangerinas tardias de Ciaculli. Todo esse cuidado, porém, tem um preço: enquanto um panetone industrial de 1 quilo custa, em média, entre 2 e 5 euros nos supermercados, o mais simples panetone Loison é vendido, na Itália, entre 15 e 18 euros. Preços que, para o empresário, estão de acordo com a qualidade do produto. De preferência, a ser degustado bem devagar.

Como diz meu cunhado, o problema não é o que você come entre o Natal e Ano Novo, mas sim entre o Ano Novo e o Natal, rs, então provar um desses deliciosos panetones com um Passito, Vin Santo, Porto Tawny ou Moscatel de Setúbal é daquelas experiências gastronômicas imperdíveis que, após um ano de árduo e dedicado trabalho, fazemos por merecer sem culpa nem medo de ser feliz! Sendo assim, não deixe de passar pela Vino & Sapore para fazer de seu Natal deste ano um momento ainda melhor e inesquecível!

Salute e kanimambo

Luis Otavio (Enopira) Comenta Degustação de Chateauneuf-du-Pape

             Ainda tentando voltar ao normal, valho-me dos amigos para dar sequência aos posts do blog. Entre matéria minha e deles, certamente bastante coisa para ir matando a curiosidade de alguns e despertá-la em outros. Esta o Luis Otavio realizou lá mesmo, na Enopira, em sete de Outubro.

Vinhos apresentados:

 Château de La Gardine Blanc 2007

Produtor- Château de La Gardine- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 40% Roussanne, 30% Grenache Blanc, 20% Clairette e 10% Bourbolenc

Teor alcoólico- 14%

Amadurecimento- 30% do vinho estagia em barricas usadas por um ano.

Preço- R$ 180,00

Serviço- Aberto meia hora antes e servido a 10º C

Comentário: Amarelo claro, brilho intenso, lagrimas bem formadas, longas e verticais. Nariz com leve suspiro , casca de limão, papaia e erva doce. Na boca mostrou-se muito agradável, fresco, mineral, álcool um pouco quente, com sensações de casca de limão, açúcar cristal, papaia, erva doce, zimbro e gengibre. Corpo médio, equilibrado, com evolução muito boa; retrogosto muito intenso e bom, com boa persistência. Nota 83/16,5

Clos des Papes Blanc 2001

Produtor- Clos des Papes- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- Grenache Blanc, Roussanne, Clairette, Picpoul, Bourbolenc e Picardan

Teor alcoólico- 14%

Amadurecimento- 6 meses Sur Lie.

Preço- R$ 435,00

Serviço- Decantado por meia hora e servido a 10º C

Comentário: Ao abrir- Pano mofado, banana figo verde e carambola verde. Depois de decantado, Amarelo clarinho, brilho médio para intenso, lagrimas bem formadas, finas, longas e verticais. Nariz com leve carambola, erva doce, aniz, açúcar cristal, leve papaia e óleo Singer. Na boca mostrou-se muito agradável, com notas de evolução e sensações de carambola, aniz, erva doce, papaia e notas de óleo mineral. Corpo médio, equilibrado, com ótima evolução; retrogosto muito intenso e muito bom, com boa persistência. Nota 83/16,5

Bosquet des Papes Cuvée Tradition 2007

Produtor- Boiron Maurice & Nicolas- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 75% Grenache Noir, 10% Mourvédre, 10% Syrah e 5% Cinsault

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento-  12 a 18 meses em Foudres, tanques de Beton e barricas demi-muids

Preço- R$ 145,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi granada, brilho médio para intenso, lagrimas abundantes, finas e verticais. Nariz com frutas vermelhas, iodado e kirsch. Na boca mostrou-se muito agradável, boa acidez, frutado, com sensações de frutas vermelhas, gengibre, zimbro, notas terrosas e cereja em licor. Encorpado, equilibrado, com evolução muito boa; retrogosto muito agradável e muito bom, com ótima persistência. Nota 83/16,5

B. des Papes A La Gloire de mon Grand Pere 2007

Produtor- Boiron Maurice & Nicolas- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 100% Grenache Noir

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 12 a 18 meses em Foudres, tanques de Beton e barricas demi-muids

Preço- R$ 200,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi acastanhado, brilho intenso, lagrimas abundantes, finas e verticais.

Nariz com frutas vermelhas, iodado, terra ,carne e um leve esparadrapo (Brett). Na boca mostrou-se muito agradável, lembrando um Priorat, elegante, viril, harmônico, com sensações de cereja, bala de café, anis e pizarra. Encorpado, muito equilibrado, com excelente evolução; retrogosto muito intenso e excepcional, com ótima persistência. Nota 87/17,5

Obs- eu gostei muito deste vinho, mas a maioria dos participantes não.

 Château de La Gardine 2007

Produtor- Château de La Gardine- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 70% Grenache Noir, 15% Mourvèdre, 10% Syrah e 5% Muscardin

Teor alcoólico- 14%

Amadurecimento- 9 a 14 meses em tonéis usados de carvalho

Preço- R$ 225,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi púrpura, brilho médio para intenso, lagrimas abundantes, finas e verticais.

Nariz  com frutas vermelhas, carnosidade, sous bois e kirsch. Na boca mostrou-se muito agradável, boa acidez, sensação de frutas vermelhas, anis, caramelo e pimenta vermelha. Encorpado, muito equilibrado, com evolução muito boa; retrogosto muito intenso e muito bom, com boa persistência. Nota 84/17

 Clos des Brusquières 2006

Produtor- Clos des Brusquières- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 75% Grenache, 10% Syrah, 10% Mourvèdre e 5% de outras

Teor alcoólico- 15%

Amadurecimento- tanques de beton e barricas demi-muids

Preço- R$ 240,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentário: Rubi claro, brilho intenso, lagrimas abundantes, finas, longas e verticais. Nariz com cereja, ameixa, kirsch e leve tostado. Na boca mostrou-se muito agradável, sutil, viril, com sensações de cereja , ameixa, kirsch e leve tostado. Encorpado, muito equilibrado, mesmo com seus 15% de álcool, evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 86/17

Font de Michelle Cuvée Etienne Gonnet 2005

Produtor- Etienne Gonnet- Bedarrides- Côtes-du-Rhône- França

Castas- 70% Grenache Noir, 15%Syrah e 15% Mourvédre

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 18 meses em barricas de carvalho de segundo uso.

Preço- R$ 341,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi, brilho médio para intenso, lagrimas finas, longas e verticais. Nariz com frutas vermelhas, notas terrosas, tostado e pimenta. Na boca mostrou-se muito agradável, elegante, harmônico, com sensações de frutas vermelhas, pimenta, chocolate amargo, kirsch e mogno. Encorpado, muito equilibrado, evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota 87/17,5.

Château La Nerthe Cuvée des Cadettes 2005

Produtor- Château La Nerthe- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- 43% Grenache Noir, 36% Syrah e 21% Mourvèdre

Teor alcoólico- 14,5%

Amadurecimento- 18 meses em barricas de carvalho

Preço- R$ 450,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi granada, brilho intenso, lagrimas abundantes, finas, longas e verticais. Nariz com chocolate ao leite, ameixa, cereja, groselha e pimenta. Na boca mostrou-se muito agradável, viril, harmônico, um pouco quente, com sensações de frutas vermelhas e pretas bem maduras, notas licorosas, pimenta, chocolate, caramelo ao leite e café. Encorpado, equilibrado, com evolução excelente; retrogosto muito intenso e muito bom, com ótima persistência. Nota: teria dado 89 para este vinho, mas como para mim não mostrou a tipicidade de um Châteauneuf Du Pape, ficando num perfil moderno, podendo ser confundido com um vinho do novo mundo, a minha nota é 87/17,5.

 Ch. de La Gardine Cuvée des Générations Gaston Philippe 2001

Produtor- Château de La Gardine- Châteauneuf-du-Pape- Côtes-du-Rhône- França.

Castas- Grenache Noir, Mouvédre, Syrah

Teor alcoólico-14%

Amadurecimento- 9 a 14 meses em barricas novas de carvalho

Preço- R$ 565,00

Serviço- Decantado por uma hora e servido a 18º C

Comentários: Rubi granada, brilho médio para intenso, lagrimas abundantes, finas e verticais. Nariz discreto com frutas vermelhas, sous bois e leve madeira. Na boca mostrou-se muito agradável, complexo, elegante, sutil, harmônico, com sensações de frutas vermelhas, café, notas licorosas, leve notas terrosas. Encorpado, muito equilibrado, evolução excelente; retrogosto muito intenso e excepcional, com ótima persistência. Nota 89/18.

Observação– as notas são na escala 0-100/0-20, tendo referência o padrão europeu e não o padrão 50-100 da escala americana.

Os vinhos foram exemplares dos seguintes cru de Châteauneuf du Pape, em sentido horário:

  •  Les Bosquet- Centro-Norte- Châteauneuf du Pape
  •  La Gardine- Oeste- Châteauneuf du Pape
  •  Les Brusquières- Norte- Châteauneuf du Pape- divisa com Orange
  •  La Font de Michelle- Leste- Bedarrides
  •  La Nerthe- Sudeste- Châteauneuf du Pape
  •  Les Clos- Centro-Sul- Châteauneuf du Pape

Bordeaux pelo Breno, não Existem Dois sem Três!

 

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         Na 1ª aula, com 7 alunos, fomos ao noroeste de Bordeaux no restaurante Santo Colomba: Margaux, Pauillac, St Estephe.

          Na 2ª, com 8 alunos, fomos ao nordeste da região, sem sair do mesmo restaurante: St Emilion, Lalande Pomerol e Pomerol.

          Nesta 3ª aula, agora com 10 alunos, fomos a Graves, cujas expressões máximas são Haut Brion de Pessac Leognan e D’Yquem de Sauternes, presenças obrigatórias em qualquer lista que conte com os 20 mais importantes vinhos que já se fez.

Graves produz também alguns dos melhores vinhos brancos secos de Bordeaux, no corte clássico da região, Semillon/Sauvignon Blanc. É por isso que em vez dos clássicos quatro vinhos presentes nas aulas anteriores, esta contou com uma degustação mais completa – um grande branco, quatro tintos e dois sauternes!

18 de outubro

Por conta dos vinhos, construímos um cardápio mais abrangente: patê de campagne da Santa Luzia, patê de fígado de pato, figo com presunto cru; arroz de codorna, plateaux de fromage com queijos variados em massa, mas tendo como estrelas máximas dois azuis Roquefort Societé e St Agur e uma grande transgressão > um típico manchego no meio dos franceses, todos importados pela Caseus…

O texto que esquentou a conversa sobre Graves é menos sobre a micro-região e mais sobre Bordeaux como um todo: falamos de custos a partir de uma tabela apresentada no Atlas dos ingleses Hugh Johnson e Jancis Robinson, que comenta inclusive o custo do dinheiro em empréstimos agrícolas, algo – diz o livro – na ordem de 100000 Libras Esterlinas por ano por hectar de vinha, ou – na média – 20 Libras por garrafa nos vinhos mais caros.

As diferenças para produzir uma garrafa de vinho são gritantes entre o custo de um vinho comum e um grand cru, justificando uma parte da diferença de preço que cada um chega ao mercado, além dos princípios que regem o mercado em geral, a saber, Procura X Oferta.

Me permito copiar alguns dados que impressionam nas tabelas – enquanto um genérico Bordeaux AC, tem 3330/h vinhas plantadas, um chateaux do Médoc típico bem administrado planta 6500/h, contra 7800/h para um Cru Classé. Muito madeira nova nos últimos, nenhuma madeira nos primeiros. No fim da tabela as conclusões são acachapantes – o custo total por hectolitro do vinho mais simples é de 87 Euros, enquanto que os típicos de Médoc tem um custo médio de 488 Euros, contra 1050 Euros do fruto de Cru Classé. Na garrafa isso vale 0.65 Euros, contra 3.66 Euros, contra, finalmente, 7.88!

Ora, mesmo que 7.88 estejam longe dos 150 Euros que o cru classe pode custar no mercado, vemos que as diferenças de preço são medianamente justificadas…

Continuamos conversando sobre Pessac Leognan, seu solo de muito cascalho e grande aridez, sua receita próxima dos vinhos de Médoc, sua capacidade de produzir bons vinhos brancos, às vezes superiores aos tintos, como disse mais acima.

Por conta disso, L’Esprit Chevalier 2007 branco foi para mesa para enfrentar os patês, o presunto cru e o figo. Um vinho cujo custo no Brasil gira em torno dos R$250,00, caro demais para um consumidor que não está acostumado a investir mais de R$40,00 num vinho branco.

Depois dele, um surpreendente ‘Bois Pertuis 2006’, custando em torno de R$75,00, totalmente fora do grupo, mas mostrando toda a raça de um autêntico Pape Clement – um ícone – do alto de seus 68% de merlot, 22% de C.Sauvignon e o resto em C.Franc, muito bem avaliado pelo grupo que adorou saber seu preço, pois gostou demais do resultado na taça!

Chateau D’Eyran 2004 teve a honra de inaugurar a harmonização com o arroz de codorna, um prato delicado e pouco gorduroso, que sentiu um pouco o baque do vinho, sempre alcoólico, mas, equilibrado, com os taninos bem domados! Apesar de não ter sido o grande campeão da noite, chegou em primeiro para um dos alunos e em segundo para outro. 50%C.Sauvignon, 45% merlot e 5% de Petit Verdot, com um ano de descanso em madeira, após uma colheita manual e vinificação tradicional, produz algo em torno de 80 mil garrafas/ano entre ele e seu segundo vinho. E apesar de ser igualmente um vinho abaixo do preço referência (R$200,00 no mercado brasileiro para o consumidor final), comportou-se com galhardia.

O próximo a se apresentar, sempre tendo a companhia do arroz de codorna, foi o Chateaux Haut Bergey 2005, que se mostrou ainda mais concentrado, inclusive no preço: R$280,00! Com 16 meses de guarda em madeira (50% nova) e com sua constituição estruturada sobre Merlot e C.Sauvignon ele empatou com o campeão em preferências, perdendo apenas na contagem dos segundos lugares de cada um!

E que vinho, este Haut Bergey. Perdeu para um Smith Haut Lafitte, o grande campeão da noite, talvez não apenas pelo líquido, mas pelo rótulo, porque a única coisa que fiz até agora foi esconder o preço de cada, sem me preocupar em ocultar os rótulos… E como o Smith é facilmente memorável pelo nome inglês e faz parte da maioria da lista de grandes vinhos da região, é possível que seja inconscientemente mais “aspiracional” pelo degustador.

Mas independente de qualquer outra consideração, o Smith, com seu corte favorecendo a C.Sauvignon sobre Merlot e C.Franc, com seus 18 meses de madeira – sendo que 80% renovada – impressiona pelo mix tão típico da região, entre a grande concentração e a grande delicadeza! Trata-se, sem dúvida, do milagre que faz o bom vinho em toda a sua essência, sem recorrer a excesso de álcool ou a qualquer recurso perfumístico – contido no nariz, extraordinário na complexidade. Considere-se tudo isso e mais algo que só dá para sugerir numa degustação – seu poder de envelhecimento de algo além dos trinta anos, o que lhe confere ainda mais valor!

Achei que não teria melhor momento para apresentar Sauterne do que este. O prato com os queijos foi dividido entre os vinhos tintos que restaram em cada taça – pela disciplina que adquirimos na prática de reservar as amostras até o fim – e duas meias garrafas de brotirizados, um mais simples que é importado e comercializado na Santa Luzia, o C. Chante L’Oiseau e custou R$50,00 e um outro que vem pela Grand Cru, o Carmes de Rieussec que custa R$97,00.

Talvez por conta do grupo não ser muito habituado a vinhos de sobremesa em geral e por estarem todos mais preparados para uma degustação com vinhos tintos, os Sauternes não empolgaram, mesmo depois que chegou a sobremesa propriamente dita, manga grelhada com sorvetes artesanais de frutas do norte e nordeste. Anyway, a preferência recaiu sobre o mais simples, menos untuoso e menos doce, o Chante L’Oiseau, um pássaro que célere cantando, voou…

Dito tudo, os tintos foram todos muito bem avaliados, com ao menos 3 indicações de preferência entre primeiro e segundo lugares. Por isso, o campeão de fato talvez não tenha sido o eleito pela maioria e sim o vinho mais barato de todos, quatro vezes mais acessível, um verdadeiro ‘Vinho Inteligente’ – o Bois Pertuis que empolgou a todos, mesmo comparado com os outros!

Até a próxima.

Mais um texto do amigo e colaborador, agora com participação quinzenal aos sábados, Breno Raigorodsky; 59, filósofo, publicitário, cronista, gourmet, juiz de vinho internacional e sommelier pela FISAR. Para acessar seus textos anteriores, clique em Crônicas do Breno, aqui do lado

Hoje e Amanhã, Encontro com Biodinâmicos na Casa da Fazenda

              A Casa da Fazenda do Morumbi recebe, nos dias 8 e 9 de novembro, a segunda edição da Renaissance des Appellations, feira de vinhos biodinâmicos, orgânicos, biológicos e naturais liderada por Nicolas Joly. O evento, que reúne 43 produtores e 5 importadoras. O ingresso é de R$ 150 por pessoa para compra antecipada e R$ 200 para compra na data. O público terá a oportunidade de comprar alguns rótulos que estarão em exposição no evento a preços especiais para o dia. Nesta edição, estão confirmados nomes como Jean Michel Deiss (Domaine Marcel Deiss), Claude Leflaive (Domaine Leflaive Anne), Lalou Bize Leroy (Domaine leroy/Domaine d’Auvenay), Alain Moueix (Château Fonroque), Morganne Fleury (Champagne Fleury), Emmanuel Cazes (Domaine Cazes), Christi Saahs (Nikolaihof Wachau), Alvaro Palácios (Alvaro Palácios), Andres Gillmore (Vinedos Santa Emiliana), Álvaro Espinoza (Antiyal).

Especial.

 Acontecerá um Jantar exclusivo para 32 pessoas, cujo o menu foi elaborado pelo chef da Casa da Fazenda Ivan Achcar e os vinhos serão apresentados pelo renomado sommelier Andreas Larsson (eleito melhor sommelier do mundo em 2007). Para participar do jantar, o ingresso sai por R$ 360 por pessoa.

            O evento é realizado pela Stellium Design e Eventos, conta com o apoio da Casa da Fazenda do Morumbi e da ABS – Associação Brasileira dos Sommeliers.

 Serviço:

Renaissance des Appellations

Local: Casa da Fazenda do Morumbi – Avenida Morumbi, 5594

Horários: 14h30 às 17h – profissionais

               17h às 21h30 – profissionais e consumidor final

Pontos de Venda:

ABS-SP: Rua Gomes de Carvalho, 1327, Vila Olimpia – Tel: (11) 3814 7853

Café Journal: Alameda dos Anapurus, 1121, Moema – Tel: (11) 5055 9454           

Casa da Fazenda: Av. Morumbi, 5594, Morumbi – Tel: (11) 3742 2810

Wine Style: Rua da Consolação, 3.367, Cerqueira César – Tel: (11) 5093 3650

Informações adicionais sobre o evento no no site: http://www.stellium.com.br

           Imperdível e eu darei um jeito de dar uma passada por lá nesta Terça. Quem sabe não nos encontramos?

Salute, kanimambo e uma ótima semana para todos.