Direto do Front – Expovinis II

 Curta passagem por esta importante feira de vinhos, a maior da América Latina, e de volta ao estaleiro! Sabia que não deveria ter ido, mas o ver as pessoas era mais importante que provar vinhos e achei que daria. Qual quê, e eu lá resisti a algumas iguarias? Tá certo, fui bem comedido, mas desta vez, nem com a benção do “Papa”, trazido pela Ravin, deu certo! De qualquer forma tive o prazer de estar com pessoas como a Cátia e o Walter (Wine Lovers) com sua nova aquisição de portfólio a espanhola Bodegas Penafiel; falando de Espanha também estive com a simpática Carmen Sanchez (Viña Santa Marina) no stand da Maison des Caves seu importador no Brasil; com os amigos Raquel Mendes Pereira e seu marido Carlos Cruz (Quinta Mendes Pereira); Miguel de Almeida (Miolo), Ken Marshall (KMM), com o André da Malbec, Sergio Montag, Paula Del Pozo (C-trade agora representando a Lidio Carraro aqui em Sampa), Juliano Carraro, Viviane e Rogério da Ravin e Mariana Morgado amiga e companheira de Uvas & Vinhos entre muitas outras inclusive colegas e amigos enófilos.

              Por falar em amigos, as provas de amizade vêm nas horas em que a gente menos espera. Zé Roberto e Fábio, valeu pelo gesto de ontem e por terem saído de vosso caminho para me ajudar ontem á noite.  A pior cobertura que já fiz de um evento, mas na semana que vem prometo trazer algumas novidades.

Salute e kanimambo

Direto do Front – Expovinis

È gente, não sai, do estaleiro sorry! Como qualquer veiculo ou embarcação, estas coisas não têm hora e lamento não ter noticias porque estive de cama estes dois últimos dias, porém pretendo marcar presença na Expovinis, mesmo que rapidamente pois não posso abusar, nesta Quinta-feira. Lamentavelmente será o último dia quando a coisa tumultua mais, mas fazer o quê, Murphy tende a se mostrar exatamente nos piores momentos. De qualquer forma espero ter tempo de ainda encontrar algo que justifique um noticias do front com noticias e novidades. Em breve sairei do estaleiro, navegando a meia velocidade no inicio, e voltarei a desbravar os mares  na busca de novos portos e novos povos, oops, digo garrafas (rsrs). No ano passado, a esta altura já tinha visto, descoberto, conferido e postado um monte, uma pena, mas tudo bem, outras viagens ocorrerão. De qualquer forma, me chega a noticia dos TOP 10 entre cerca de 400 vinhos provados (número a confirmar já que eles não costumam divulgar sequer quais foram) às cegas por uma seleta banca de degustadores que sempre nos propiciam alguma surpresa final. Para mim essa regra de não divulgar os competidores tira o valor de qualquer conquista, mas…. essas são as regras deles então somos obrigados a engolir do jeito que vem. pior ainda é a Prazeres da Mesa, revista séria, os intitular como melhores vinhos do mundo, menos né, menos! De qualquer forma, vejam abaixo a lista dos ganhadores por categoria. Feliz de ver um Villagio Grando nesse podium, salute aos amigos de lá, Carlos e Guilherme .

TOP 10 Expovinis

  • Espumante Nacional: Grand Legado Brut Champenoise –  Wine Park (Brasil)
  • Espumante Importado: Ferrari Perlè Brut 2002 – Ferrari – Decanter (Itália)
  • Branco Chardonnay: Villaggio Grando 2008 – Villagio Grando (Brasil)
  • Branco Sauvignon Blanc: Yealands Estate 2009 – Yealands State (Nova Zelândia)
  • Branco outras castas: Mesh Riesling 2007 – Grosst Hill Smith – KMM (Austrália)
  • Rosado: Chateau de Pourcieux 2009, Provence – Chateau de Pourcieux – Cantu (França)
  • Tinto Nacional: Sesmarias2008 – Miolo Wine Group (Brasil)
  • Tinto Novo Mundo: Morandé Grand Reserva Syrah 2005 – Morandé – Carvalhido (Chile)
  • Tinto Velho Mundo: Herdade do Esporão Touriga Nacional 2007 – Herdade do Esporão – Qualimpor (Portugal)
  • Fortificado: Madeira Justino Colheita 1995 – Justino Henriques Vini Portugal – Porto a Porto/Flora (Portugal) 

 Tem uns 340 dias ao ano em que posso ir parar no estaleiro, mas nestes três NÃO, que zica!!!!

Salute e kanimambo

Direto do Front na Expovinhoff

                 Direto do Front volta nestes dia de importantes eventos em nossa vinosfera tupiniquim. Ontem, foi dia de Expovinhoff, evento organizado pelo Beto Duarte e a Fernanda Fonseca contando com a ajuda de uma série de amigos blogueiros e apoio dos mais diversos produtores e importadores. Num astral descontraído, um encontro dos amantes do vinho com diversas novidades, com pessoas queridas e nem sempre fáceis de se encontrar, com queijos de diversas origens, com o gostoso ambiente do já tradicional Pandoro um ícone gastronômico da região dos jardins, enfim, um momento muito especial. Alguns destaques entre o que provei, vinhos de grande qualidade alguns muito marcantes, em especial, como não poderia deixar de ser dois grandes vinhos portugueses, mas tem mais. Não me estenderei, mas deixo aqui uma lista de rótulos a serem conferidos pelo amigo, eu gostei demais:

Max Brands – um Amarone de tirar o chapéu e lamber os beiços, Cesari Bosani 2001. Tudo de bom, um estupendo exemplar que exuberante no nariz e na boca, enorme complexidade, ótima estrutura e volume de boca, quase cremoso, macio, taninos marcantes porém finos e elegantes, gostei demais. Custa mais R$300, mas é um negócio!

Cave Jado – um belo e delicado espumante, feminino e sedutor, o Louise Brison Millésime 2004 que durante este momento de feiras está por R$155,00, preço único no meio desse mundo dos champagnes no Brasil, e o delicioso vinho de sobremesa o Domaine Nigri Cuvée 2007, recém chegado ao Brasil e já arrebatando corações. Quando se acha que ele vai ficar enjoativo pelo excesso de doçura, entra uma acidez vibrante nos catapultando as sensações gustativas a níveis inebriantes. Adorei e espero para ver como ficará o preço que, por tradição do importador, costuma ser bem convidativo.

Smart Buy – importador focado em vinhos americanos trouxe diversos bons rótulos, nem sempre muito em conta, mas merecedores de todos os elogios. A grande estrela na minha opinião, foi o Montelena Chardonnay 2007. Um vinho espetacular, na linha dos grandes borgonhas, sutil, cremoso, envolvente, quando a gente se toca já era, somos levados ao nirvana de forma arrasadora. Um grande vinho que desde já está com um pé na minha lista de Deuses do Olimpo deste ano. Maravilha!

Wine Company – presentes com sua linha Sucre de produção própria no Chile, mostrou que ano após ano seus vinhos vêm melhorando tendo atingido um muito bom nível de qualidade com ótimo preço. Destaque para sua linha reserva, em especial para seu Sucre Reserva Syrah 2007, um vinho que foi muito bem na degustação às cegas para escolha dos TOP 5 do evento. O Melhor de tudo isso é que o preço em Sampa deverá ficar entre R$45 a 50,00, beleza de relação Qualidade x Preço x Prazer.

Domaine L’Oustal Blanc – da região de Minervois no Languedoc, vem este produtor de vinhos muito sofisticados e diferenciados para a região. Como bom olheiro, o Adolar da Decanter já fechou acordo com eles e em breve deveremos ter estes gostosos vinhos por aqui. Isabel, esposa de Claude Fonquerle, proprietários do domaine, é de cabo Verde então fala português com um sotaque intrigante advindo de sua vida na França. Foi ela que de forma simpática me apresentou a seus vinhos enquanto Claude sondava as atividades na feira.  Gostei muito do branco, mas me marcou mesmo o vinho de entrada Naick 7, em homenagem á filha de 7 anos, um delicioso corte de Cinsault e Carignan.

Brites Aguiar – Brites Aguiar Tinto 2006, um grande vinho, caro, mas estupendo e sem excessos. Um volume de boca e estrutura ímpares, muita elegância, taninos maduros, frutado, complexo, longo, um vinho que encanta e deixa marcas na memória. Como na linha do Bafarella que comentei na Sexta passada, a Touriga Franca é protagonista com 60% do corte aos quais são adicionados 35% de Touriga Nacional e o restante é de Tinta Roriz.  Grande vinho que é trazido pela Santa Ceia. Me surpreendeu também o branco DFE Douro Branco produzido por eles, porém ainda não disponível no Brasil, devendo ser trazido pela Ana Import que já importa alguns outros rótulos deste ótimo produtor.

Ghisolfi – um produtor do Piemonte sem importador que afora um Barolo interessante possui um saborosissimo Nebbiolo Langhe que na cantina custa em torno dos cinco euros, o que me leva a crer que, se chegar por aqui deverá custar em torno de R$75,00. Injusto, eu sei, mas dentro da média de mercado, talvez até um pouco melhor. Para quem busca novos produtores italianos, eis aqui uma boa dica.

Casa do Porto – O Rodrigo trouxe alguns ótimos vinhos para a degustação, entre eles o Erasmo, chileno de prima com alma francesa e o Ventolera Sauvignon Blanc e Chardonnay também chilenos e duas ótimas opções de vnhos brancos, sendo que acho o Sauvignon Blanc muito especial. Dificil no entanto, não nos rendermos aos vinhos de Julian Reynolds, caldos alentejanos de grande qualidade. Tendo a concordar com o Luis Otavio, promoter de grandes eventos em seu Enopira em Piracicaba, que não expressam muito as características do terroir, mas em sua modernidade são vinhos deliciosos sem perder seu elo com a tradição sendo esta, talvez, sua grande “arma” para ter o destaque que tem. Desde o Carlos Reynolds, seu gama de entrada, muito saboroso e equilibrado até o estupendo Gloria Reynolds, um vinho que nos enche de prazer se apresentando com uma personalidade muito própria. Mais um que não é barato, mas é um vinhaço para ninguém botar defeito, um vinho sem arestas.

TOP 5 – resultado das notas dadas por uma diversa banca degustadora da qual tive a honra de participar, numa prova às cegas, deu nos seguintes rótulos de destaque do dia:

  1. Giusti & Zanza Perbruno 2005 – Toscana/Itália – Importador Cantu
  2. Judas 2006 – Perdriel/Mendoza/ Argentina – Importador Max Brands
  3. Kuleto Estate Cabernet Sauvignon 2004 – Califórnia/Napa Valley/EUA – Importador Smart Buy
  4. Sucre Reserva Syrah 2008 – Maule/Chile – Importador Wine Company
  5. Chateau Montelena Chardonnay 2007 – Califórnia/Napa Valley/EUA – Importador Smart Buy

Meus Top 5 da Degustação às cegas

Chateau Montelena Chardonnay 2007  / Sucre Reserva Syrah 2008 / Silver Oak Cabernet 2005 (Alex. Valley/EUA – Smart Buy) / Lidio Carraro Tannat Grande Vindima 2006 / Perbruno 2005.

             Fotos não tem! Coisas de quem tem filhos em casa, a máquina nova saiu de viagem com a filha e a mais antiga que, depois de muito procurar encontrei no quarto do filho e levei ao evento, estava sem bateria e a reserva, obviamente, também estava descarregada!!! Enfim, se lá vie, hoje tem o primeiro dia da Expovinis. Lamentavelmente não poderei estar por lá em função de alguns problemas de última hora, mas amanhã não deixarei escapar. Beto e Fernanda, valeu gente, o evento foi muito legal, parabéns pela iniciativa e, conversando com o pessoal presente, precisamos de duas destas por ano!

Salute e kanimambo.

Dicas da Semana

             Bem, não precisa dizer que os dois principais eventos da semana, imperdíveis diga-se de passagem, são a Expovinhoff e a Expovinis. A roda de nossa vinosfera tupiniquim basicamente pára por uma semana e tudo acontece em torno destes eventos que, junto com a Decanter Wine Show e o Encontro Mistral, são os principais do ano. Partimos numa viagem de exploração, visitando terras já conhecidas, porém sem deixar de usar os momentos para percorrer mares nunca navegados. Há, no entanto, vida fora desses dois eventos como veremos abaixo:

Quinta de Jazz no Villa – O empório da Villa, dos amigos Armando e Denise, lançam a Quinta de Jazz. Ótima pedida de boas pizzas, bons vinhos, chopp bem tirado e música ao vivo para satisfazer os amigos do Morumbi e região.

Madre de Dios! Deu a louca no Enopira – è, o Luis Otavio desta feita botou para quebrar e, como sempre, os lugares são poucos, então viaje pela região da Ribera Del Duero/Espanha a bordo de alguns dos mais importantes rótulos disponíveis por aqui, veja só:

  • Protos Gran Reserva 2001- R$ 399,00 (Conheço, maravilha)
  •  Viña Sastre Pago de Santa Cruz 2004- R$ 407,00 (Grande Vinho, um dos meus Top de 2009)
  •  Aalto PS 2005- R$ 728,00 (Bão demais da conta!)
  •  Pago de los Capellanes El Picón 2004- R$ 825,00
  •  Abadia Retuerta Pago Negralada 2003- R$ 1.032,00 (seu irmão menor, não mais produzido, o El Campanario é fantástico, imagino este!)
  • Pago de Carraovejas Cuesta de Las Liebres 2004- R$ 1.090,00 (eh, eh, agora o Luis chutou o balde!)
  • Finca Villacreces Nebro 2006- R$ 1.320,00

APÓS A DEGUSTAÇÃO SERÁ SERVIDO: Lechazo Asado

PREÇO POR PESSOA: R$ 350,00, uma barbada considerando-se os vinhos sendo servidos e o jantar, um privilégio a que somente 15 pessoas terão acesso no dia 6 de Maio. Ligue ou envie e-mail para o Luis como segue: FONE: (019 ) 3424-1583-  Cel. ( 19 ) 82040406 – luizotavio@enopira.com.br . Lembrando, o Enopira é em Piracicaba, interior do Estado de São Paulo.

Enogastronomia no Caminho de Santiago – certamente é para poucos, as coisas exclusivas normalmente o são, mas quem sabe alguém esteja à procura de uma viagem diferente?

A Expand também tem suas Dicas da Semana – recebido deles no dia 22, estas dicas de Bordeaux estão muito boas. Tenho especial apreço pelo Chateau Jalousie que acho uma tremenda relação Custo x Beneficio. Confira preços e validade direto com eles, as dicas são tentadoras.

 

Dicas no stand da ViniPortugal na Expovinis – Aproveitando o maior evento do gênero na América latina, a ViniPortugal bota pra quebrar em seu stand. Entre as novidades que estão sendo lançadas, veja:

  • Henriques & Henriques  Rainwater (blend de três anos), Verdelho de 10 anos, Bual de 15 anos (DOS DEUSES!!!) e Medium Rich Single Harvest 1998.
  • Soberanas – XS 
  • Quintas das Arcas – Vinho Verde Arca Nova Branco, Tinto e Alvarinho/Trajadura , Herdade Penedo Gordo DOC, Quinta da Fonte Nova, Fuseiro 2006 Touriga Nacional, Quinta da Fonte Nova Grande Reserva 2005
  • Enoforum – Além e Alentex Reserva, Casa Hermelinda Freitas, Casa Hermelinda Freitas Touringa Franca 2008,  Pernord Ricard Portugal-Casa Macieira, Aldeia Velha – Aguardente Bagaceira Envelhecida, D´Alma XO – Aguardente Vinica Velha 10 anos – Edição Limitada
  • Quinta D. Maria – Quinta Vale D. Maria 2007 Douro Tinto, VZ 2008 Douro Branco, Quinta Vale D. Maria Reserva Porto, VZ 10 Year Old Tawny Porto (estarei lá).
  • Symington – Altano Reserva 2008 Doc Douro, Pombal de Vesuvio 2008 Doc Douro, Post Scriptum 2008 Doc Douro, Prazo Roriz 2008 Doc Douro (Imperdível).
  • Fita Preta – Preta, Sexy Tinto, Sexy Rose, Sexy Branco 2008, Sexy Branco 2007
  • Cabrita Wines – Quinta de Santana – Mafra, Herdade do Arrepiado Velho

É isso por hoje, juizo nas feiras e kanimambo pela visita. Nos vemos por aí.

Salute

Curtas da Semana

Estive ontem no evento promovido pelo IVDP (Instituto do Vinho do Douro e Porto) no Hotel Unique aqui em Sampa. Sem câmera fotográfica, sorry, já que minha filha está de viagem e me levou a “preciosa”, eis sem grandes delongas nem muito lero-lero, os vinhos que mais me chamaram a atenção e que talvez você queira conferir num futuro próximo.

  • Grainha branco – sempre uma revisita muito agradável que deixa claro que os grandes vinhos de Portugal não estão restritos aos tintos. Grande companhia para comida, é um vinho vibrante, sutil e encantador. Importado pela Vinea.
  • Quinta Nova de Nossa Sra. Do Carmo Reserva 2006 – vinho de grande reputação em nossa vinosfera e que demonstra na boca e no nariz o porquê da fama. Rico, boa estrutura, com um final muito saboroso e elegante. É GRANDE mesmo e delicioso! Importado pela Vinea
  • Pintas Character – mais um dos grandes vinhos do Douro que tive a oportunidade de descobrir o ano passado e agora revi. Enche a boca e os sentidos de prazer, um vinho sóbrio, uma certa austeridade, taninos finos, vinhaço! Importado pela Vinci
  • Quinta do Portal Moscatel 1996 – Grandíssimo Moscatel do Douro que encanta no nariz e seduz na boca. Tinha provado na casa do João Pedro em Portugal quando do Desafio Luso-Brasileiro de Espumantes e agora repeti a prova. Imperdível! Importado pela Paralelo 35.
  • Warre´s LBV 1999 – é um produtor que tem neste vinho um de seus mais cobiçados e premiados rótulos. Eu que gosto e provo muitos LBVs, digo que este entre meus top 5, bão demais da conta sô! Macio, frutado, complexo, muito equilibrado e longo, muito longo. Importado pela Decanter
  • Don Manuel Tawny básico – um belo exemplar de porto tawny básico que me agradou sobremaneira sendo ótima companhia para panetones, colomba Pasquale, doces conventuais portugeses, etc. Nesta linha de gama de entrada no misterioso e delicioso mundo dos Vinhos do Porto, é comum nos depararmos com produtos meia-boca e é sempre um prazer saber que ainda existe gente produzindo bons produtos nesta faixa. Gostei muito. Importado pela Malbec do Brasil.
  • Rozés Tawny 10 anos – na minha opinião o que mais se sobressaiu dentre aqueles que provei no evento, e olha que foi uma porção. Ficou por longo tempo na boca e na memória pois ainda me recordo dele. Belo Tawny envelhecido. Importado pela Domaine Montes Claros.
  • Bafarela Reserva 2007 – o que mais me surpreendeu neste encontro, fugindo do tradicional, elaborado pela casa Brites Aguiar. Novo, boa estrutura, rico, complexo e absolutamente sedutor, possuindo aquela característica dos grandes vinhos que permite que se tome já com grande gozo, mas que evoluirá maravilhosamente bem por mais um bom par de anos. Um corte com as tradicionais cepas do Douro, mas com predominância de Touriga Franca que talvez seja seu segredo. Importado pela Santa Ceia.

Ontem foi só um refresco, uma pequena mostra do que está por vir. Segunda tem Expovinhoff, terça o primeiro dia da Expovinis, haja fígado e cuspideira! São dez dias para deixar qualquer enófilo nas nuvens por um bom tempo e uma navegação essencial para os apaixonados pelo doce néctar. E este ano ainda teremos o Decanter Wine Show e o Evento Mistral, então preparem-se.

Novidades no Mercado:

  •  A Miolo acaba de anunciar que estará agregando a seus produtos importados do grupo Osborne (seu parceiro em diversas atividades produtivas), uma linha de vinhos italianos. A empresa oferecerá o Barolo Serralunga, elaborado por Davide Rosso, da Vinícola Giovanni Rosso, e o Carandelle, de Lorenzo Zonin, da Vinícola Podere San Cristoforo. O Barolo Serralunga permaneceu durante três anos amadurecendo em barricas novas de carvalho francês e o Podere San Cristoforo Carandelle elaborado com Sangiovese na região da Toscana possui como característica a fermentação foi espontânea com leveduras indígenas.
  • A Domo do Brasil, jovem vinícola do grupo Valduga que também possui um projeto de importação e distribuição de rótulos estrangeiros, vai finalmente apresentar ao publico os frutos de sua nova parceria, desta feita com os amigos da Enoport, com diversos rótulos que eu já tinha antecipado em Março deste ano; Os vinhos são o Romeira, Catedral, Devesa e Vinhas Altas da linha Signature e os vinhos Alma Grande e Magna Carta da linha Prestige, todos da Vinícola Caves Velhas, provenientes de várias regiões de Portugal como Douro, Alentejo, Dão e Vinhos Verdes.

 

Frase da Semana – escutada na rádio Jovem Pan hoje pela manhã e que não tem nada a ver com vinho, porém tem tudo a ver com nossa vida e a importância das escolhas que muitos de nós teremos que fazer em Outubro:

Fraldas e Politicos devem ser regularmente trocados e pelas mesmas razões ( Eça de Queiroz)

Pense nisso! Salute, kanimambo e um bom fim de semana para todos.

Fui Rever um Barolo e Descobri um Barbaresco

A convite dos novos importadores da Batasiolo no Brasil, a Ferace Distribuidora (ex-franquia da Expand) do Rio de Janeiro e seu distribuidor em São Paulo a Ravin, estive presente num agradável jantar no La Vechia Cucina de Sergio Arno. A primeira surpresa da noite estava á porta do salão, quando me deparei com o amigo e mentor de meus primeiros passos no mundo do vinho, o Ângelo Fornara que já algum tempo trabalha para os irmãos Dogliani, proprietários deste importante grupo produtor, que possuem um dos poucos sites de produtores internacionais com a opção do idioma português. Sempre bom rever os amigos e brindamos com um espumante delicioso que me encantou e seduziu por seu refinamento;  Batasiolo Método Classico Dosage Zero – Chardonnay (75%) com Pinot Noir vinificados em separado quando após cerca de 8 meses em tanques de aço, os enólogos decidem o cuvée mediante a assemblage dos dois vinhos com a segunda fermentação sendo efetuada em garrafa  como manda o figurino. A perlage é abundante, fina e persistente, ótima mousse, complexo, longo, muito frescor e seco na medida certa, um belo exemplar de espumante que, se o preço estiver bom já que ainda não chegou para comercialização, deverá estar nas prateleiras da Vino & Sapore.

Essas, no entanto, foram só as primeiras surpresas da noite, pois tinha mais por vir:

Chardonnay 2007, uma ótima companhia para um Tartar de Vitelo muito saboroso que demonstrou claramente o que ocorre quando a harmonização é perfeita, o ganho de sabor e êxtase é geométrico! Uma maravilha esta combinação, não só pela maestria do Chef, mas também pelas ótimas qualidades de um vinho muito bem feito onde os 6 meses de carvalho serve de aporte a uma paleta olfativa muito frutada e um palato muito balanceado, de bom volume de boca e boa acidez. Após os seis meses de barrica, passa ainda mais seis em garrafa. Muito agradável, um vinho elaborado com uvas da região do Langhe crescendo entre os vinhedos de Nebbiolo.

Babaresco 2006, me seduziu pelo nariz e me encantou no palato onde se mesclou maravilhosamente ao Risoto de Funghi com Fonduta de queijo Brie. Doze meses de carvalho em barricas de 750 ltrs, mais doze meses de guarda e afinamento na garrafa dão luz e brilho  a este vinho que encanta pelo nariz complexo onde aparecem nuances animais, tabaco, com notas terrosas e florais, até algo tostado. Na boca é vibrante, taninos suaves e sedosos, rico, estrutura e secura no ponto, sem exageros nem excessos, tudo no ponto tendo como resultado uma perfeita harmonia. Na minha modesta opinião, o vinho da noite e mais um que terá que fazer o caminho até a Granja Viana para se aninhar nas prateleiras da Vino & Sapore.

Barolo Corda della Briccolina 2003, derivado de um “vigneto” de apenas 1,63 hectares situado no território de Serralunga d’Alba no coração da região de Barolo. É um de meus Barolos preferidos da Batasiolo, o outro sendo o Cerequio, uma outra belezura. Já tinha feito uma degustação com os Barolos deste produtor há dois anos, tendo escrito uma matéria sobre o assunto. O mesmo 2003 que tomei na degustação anterior evoluiu de forma diferente e, não sei se para melhor. Está mais pronto, mas me pareceu que perdeu um pouco daquele vigor, mineralidade e frescor que me seduziu na primeira degustação, ou será que fiquei mais exigente e chato? Segue sendo um grande vinho, mas eu o tomaria agora até no máximo 2012, depois não sei.  De vinhedos com mais de 45 anos, passa por no mínimo 24 meses de carvalho francês resultando num vinho de muito bom corpo, mas fino e elegante que cresce muito com o tempo em taça mostrando um final aveludado e mineral, mesmo que sem o “vibe” de dois anos atrás.

Moscatel Tardio e Moscato d’Asti , dois vinhos brancos de sobremesa para acompanhar uma Panacota com Calda de Frutas Vermelhas e Gengibre. O Moscatel, mesmo que muito bom, ficou um pouco abaixo da panacota devido á ausência de uma maior acidez. Já o Moscato d’Asti Bosc Dla Rei, meu velho conhecido de cara nova, com uma acidez estupenda, algo frisante na entrada de boca, casou maravilhosamente com a sobremesa mostrando-se muito harmônico e vibrante. òtima companhia como sobremesa assim como aperitivo num encontro informal, chá da tarde (rs). Vai faltar prateleira!!!

Ótima companhia, ótimos pratos, belíssimos vinhos, como diz o amigo Didu, deve ser uma pé ser vendedor de parafusos! Como os ingleses dizem, “cant get much better than this”, mas ainda bem que em nossa vinosfera sempre existirá uma nova surpresa ao virar a esquina, mesmo que a mesma de sempre.

Salute e kanimambo.

Atração Fatal.

               Na semana passada dei uma passada na importadora  Grand Cru dos Jardins em São Paulo no final da manhã para tratar de assuntos inerentes à loja. Como tinha uma degustação ás 15 horas ali perto, optei por forrar o estômago por ali mesmo. Duvida cruel; D’Olivino, Le Vin Bistrot ou Paris 6? Ao passar na frente do Paris 6, duas moças recebiam a sobremesa nas agradáveis mesas da varanda e me deparei com este prato, digo taça!

 

              Hummmm, pensei já aguando, dessa taça eu preciso provar! Dei uma olhada no cardápio e dei de cara com uma opção de prato principal que me atrai muitíssimo, truta grelhada com amêndoas, irresistível!! Serviço simpático, sentei e perguntei se tinham garrafa pequena de vinho branco. Não tinham, mas poderiam servir taça de um Muscadet da região do Loire por um preço que, mesmo não sendo exatamente barato, caro também não era, então mandei vir. Delicioso, bem refrescado, era um Muscadet que conheço bem, o Sur Lie do produtor Le Haute Févrie trazido pelos amigos da Zahil e que certamente seria um companheiro perfeito para a truta que estava por vir pois é um vinho leve, delicado e muito harmonioso, daqueles que nos deixa pedindo mais, e mais, e mais, ….. Ciente que o preço não tinha me agradado muito, o maitre Silvano caprichou na taça com direito a “chorão”, legal. A salada estava ótima e daí chegou o peixe que não era truta e sim um bacalhau grelhado coberto de bom azeite. Não fosse o fato de que ninguém me tivesse avisado da troca, certamente uma boa pedida também. Chamei o Maitre que me disse que a truta não estava boa então o chef optou por substituir o prato. Legal, só que nesse caso, melhor ter em casa estoque de postas dessalgadas, pois esta quase não dava para comer. Enfim, levei até ao final, até porque o maitre para compensar seguiu enchendo a taça, rsrs, e a simpatia do pessoal assim o pedia.

              Erros acontecem, mas como sempre digo o que importa é como você os corrige. Neste caso, a simpatia do serviço e o bom Muscadet conseguiram me fazer querer voltar para conferir dando-lhes uma chance de se recuperar em minha avaliação gastronomica. O local também é muito agradável, então eis aqui uma interessante dica a ser conferida pelos amigos. Dei azar no dia, mas certamente o restaurante merece uma segunda chance, inclusive pelas boas criticas que li na net. Ainda saí e passei pela Pátisserie do Le Vin que é um capítulo á parte! Aqueles macarrons são um negócio e os doces de uma leveza e delicadeza impares. Ainda bem que não ando muito por aqueles lados pois as tentações são inúmeras!

Salute, kanimambo e não esqueçam do vinho, lembrando que bons brancos adequadamente harmonizados, vão bem em qualquer época do ano, não é vero Cristiano?

Ps. Ia-me esquecendo, a sobremesa estava divina!

Fotos meia-boca tiradas com celular, mas é o que tinha à mão!

Dicas da Semana

Semana de poucas dicas e alguns lembretes, mas vamos em frente.

Wine Day – Lembrando que amanhã dia 20 tem o Wine Day lá na Confraria do Queijo & Vinho na Av. Dr. Arnaldo (Sumaré) com a participação de diversos rótulos trazidos a degustação pelos importadores. Casa Flora, KMM, Adega Alentejana, Vinho Sul e Hannover Vinhos. Uma boa pedida para conhecer uma série de novos rótulos e comprar algumas garrafitas sem gastar muito.

Degustação – meus amigos Fátima e Emilio da Portal dos Vinhos anunciam mais uma de suas boas degustações comentadas com beneficio de compras no dia, vejam abaixo. Estas degustações são sempre de prima, então assino embaixo e desta feita teremos vinhos do Robert Mondavi.

Viagem com o Breno – é, é ele mesmo aquele que escrevia aqui quinzenalmente aos Sábados e que agora alça outros vôos. Desta feita ele se associou à Freeway Brasil para desenvolver viagens “enogastroculturais”, começando por esta ao Chile.

Vina Santa Marina – a Carmen me avisa que fechou acordo de representação e distribuição de seus bons vinhos da região espanhola de Extremedura, com a Maison des Caves fazendo seu debut agora na Expovinis. Gostei dos vinhos deles e, se os preços estiverem bons, certamente é uma boa dica para os amigos que estão por passar na Expovinis e posteriormente nas lojas da importadora, quem sabe até na Vino & Sapore?!

Expovinhoff e Expovinis – estão chegando, será uma semana que irá requerer muito preparo físico, muita ingestão de água e muita “cuspida”. É, pensar que passar dias tomando mé sem se precaver certamente trará graves conseqüências ao corpo e mente. Para os marujos de primeira viagem os excessos  são “normais”, mas evitáveis se forem tomadas algumas precauções. Sugiro ler esta matéria que publiquei no ano passado e está mais atual que nunca. Lembre-se, cuspir é parte do ritual de prova, mas faça-o digna e educadamente!

Wines of Portugal – nova bandeira da Viniportugal nomundo do vinho é apresentada com grande evento durante a Expovinis já que o Brasil é um dos grandes mercados para os vinhos lusos. Eis a matéria que a assessoria de imprensa da Viniportugal me enviou e que agora compartilho com vocês com minha última dica do do dia, não deixe de os visitar na Expovinis. Os vinhos portugueses são tudo de bom!

O evento, considerado o maior meeting do setor na América Latina, também será palco para o lançamento, no Brasil, da marca Wines of Portugal, rótulo de referência para reforçar, mundialmente, a qualidade e os diferenciais dos vinhos portugueses.  O objetivo do selo é elevar a percepção em relação ao produto, valorizando a sua complexidade, autenticidade, castas , terroirs e regiões.  Além da ViniPortugal, o projeto contou com o envolvimento do Instituto da Vinha e do Vinho, Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR) e várias empresas.

Uma das importantes vertentes do projeto é associar, cada vez mais, os vinhos portugueses com a modernidade.   Portugal atua hoje com metodologias enológicas entre as mais avançadas no mundo e uma grande e luxuosa oferta na área do enoturismo.  “ Fornecemos vinhos para todo o mundo – desde a América Latina à América do Norte, desde o norte da Europa ao Sul da África e Ásia. De norte a sul do país são produzidos vinhos diferentes dos outros países produtores de vinho.  Os vinhos portugueses apresentam sempre distinção, castas exclusivas e são essencialmente blends, o que os torna mais ricos”,  acentua a diretora da ViniPortgual para o Brasil, Sonia Fernandes.

Inovação, tradição, prazer, aromas e sabores envolventes, combinação de castas nacionais com internacionais, encontro de gerações, história, cultura, arte, paixão e diferentes sensações. Durante os três dias de evento, o público da Expovinis Brasil terá a oportunidade de desfrutar da carta variada e altamente qualificada de rótulos oferecidos pelo universo vínico português. Em destaque, vinhos premiados, elegantes, aclamados pela crítica e líderes de mercado, especialmente selecionados para agradar o também variado gosto do brasileiro.  Durante a feira serão apresentados o Sexy (Fita Preta Vinhos); o Medium Rich Single Harvest 1998 (Henriques & Henriques Vinhos); Herdade da Capela Reserva 2005 (Monte da Capela); Quinta Vale D. Maria 2007 Douro Tinto (Van Zellers XX/Quinta Vale D. Maria); Herdade Penedo Gordo DOC; Brutalis 2005 (Vidigal Wines S.A.); Sercial 1988 (Vinhos Barbeito – Madeira); Quinta da Fonte Nova Grande Reserva 2005 (Quinta da Fonte Nova); Glória Reserva Tinto 2007 (V.Leite de Faria); Cabriz Reserva 2006 (Dão Sul); XS 2006 (Soberanas);QPA Reserva 2005 (J. Pinto Leal Sociedade Agrícola); Vinhos do Porto Quinta dos Eirados (Quinta Santa Eufêmia); D. Matilde Reserva Tinto 2007 (D. Matilde); Miles Malmsey 10 YO (Madeira Wine Company), Grand¨Art Special Selection Touriga Nacional 2007 (DFJ),  vinhos do Alentex (EnoForum),  os produtos da Madeira representados pelo IVBAM (Malvasia, Boal, Verdelho, Sercial e Tinta Negra). Também estarão presentes as chamadas bebidas espirituosas produzidas a partir do vinho como a Bagaceira Aldeia Velha, Aguardente Vinica D´Alma XO e o famoso “ cognac” Macieira (Casa Macieira).    

               Ao longo do evento, o público também poderá saborear um pouco mais da história de algumas regiões do país e ficar a par das novidades do mundo dos vinhos de Portugal.  Apresentados pelo presidente da  Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo (ABS), Gustavo Andrade de Paulo, os Wine Walks serão um evento à parte no estande da ViniPortugal.  Foram preparadas três sessões, uma para cada dia da Expovinis, com os seguintes temas: Sinfonia de brancos e Viagem ao Douro, Castas portuguesas e Novidades de Portugal, Novas Estrelas Portuguesas e Vinhos da Madeira.”

Salute e kanimambo, uma ótima semana para todos.

Novidades

Tenho degustado muitos vinhos na busca por novidades em rótulos que possa disponibilizar na loja (Vino & Sapore) agora prevista para inaugurar no inicio de Junho e, espero, sem mais atrasos! O portfólio da loja terá a minha cara, ou melhor, a cara deste blog com produtos conhecidos, porém com uma ênfase em novidades em vinhos de menos exposição na mídia todavia mostrando ótima relação Qualidade x Preço x Prazer nas diversas faixas de preço que estou acostumado a comentar aqui. Será um lugar para os apreciadores fuçarem, levarem o que já conhecem e descobrir rótulos novos do mundo inteiro, ou quase. Para chegar nessa seleção de rótulos só provando e grande parte dessas degustações faço em casa tendo me deparado com uma série de ótimas e agradáveis surpresas. Entre as muitas garrafas provadas, alguns destaques como os portugueses Vale da Mina, Van Zellers Rosé, Quinta do Correio e Quinta do Valle Longo; o chileno Caliterra Chardonnay Reserva; o espumante brasileiro Ponto Nero Rosé; o argentino Filosur Torrontés e um surpreendente Lambrusco tinto que foi muito bem com um sanduiche de mortadela com pistache, tomate sechi e queijo prato, vibrante, barato e divertido!

 

         Ainda tinha, no entanto, uns vinte e cinco vinhos que pretendia provar. Uns de preço lá em cima e outros de preço lá em baixo, as extremidades das faixas de preço onde mora o maior risco de decepções. Tanto de um vinho caro não atender as expectativas como do vinho barato ser ruim. Optei por deixar os amigos enófilos e consumidores falarem por mim e foi uma tremenda de uma sacada. Primeiramente porque é importante a opinião de diversas pessoas cada uma delas com suas preferências e subjetividades e segundo porque é sempre bom reunir os amigos. Pois bem, a escolha do local recaiu sobre o melhor restaurante italiano da região da Granja Viana e arredores, o Emilia Romagna da Chef Carolina Napolitano devidamente capitaneada pelo maitre Wiliam com ajuda do Clayton e restante da equipe. O local é extremamente agradável, bem decorado e charmoso e possui uma cozinha de onde saem pratos deliciosos e bem servidos. Para acompanhar, uma boa carta de vinhos com vinhos de boa qualidade e preços muito justos, um restaurante verdadeiramente amigo dos enófilos e amantes da boa enogastronomia. Fica aqui a minha dica que vale não só para quem mora na região, pois é uma ótima pedida para quem está a fins de dar uma saidinha de São Paulo, especialmente nos fins de semana.

Pois bem, dos vinte e cinco vinhos provados, alguns vinhos de grande qualidade e outros nem tanto. O melhor vinho, em minha opinião, um magnífico syrah chileno I Latina, um vinho complexo e de grande categoria tendo como seu rival pelo topo da pirâmide, o Bogle Pinot Noir de Russian River Valley na Califórnia e o mendocino Arroba Malbec, um vinho de autor diferenciado e extremamente elegante na contramão dos potentíssimos e excessivos rótulos argentinos que se encontram por aí nessa faixa de vinhos topo de gama. Algumas outras surpresas muito agradáveis que surpreenderam pelo prazer gerado com preços baixos, foram os portugueses Terras de Cartaxo e Marques de Montemor, o espanhóis Pedrera Monastrell e Mesta Tempranillo assim como os chilenos Punto Final Sauvignon Blanc e o Terranoble Reserva Pinot Noir.

            Certamente uma bela experiência sensorial que me ajudou muito na escolha de alguns rótulos e eliminação de outros. Aos amigos enófilos presentes; Denise, Zé Roberto, Eduardo, Fábio, Marcel, Evandro e Ralph os meus mais sinceros agradecimentos pela presença e apoio, foi de muita valia, até porque todos entendem do riscado e são consumidores/garimpadores vorazes. Importante, a degustação foi aberta, mas os preços só forneci no final, depois que cada um já tinha dado suas notas!

Salute e kanimambo

Mais uma Dupla Ibérica na Taça.

                Vou fazer o quê? Parte escolha e parte obra do acaso, ou do destino, em dois fins de semana diferentes mais uma dupla Ibérica de peso. Cá entre nós, se pudesse e fizesse sentido comercialmente, mais da metade dos vinhos em minha loja seriam desta região. Tanto Portugal como Espanha possuem enorme diversidade e uvas autóctones de grande prestigio, ótimos produtores e, na maioria das vezes, vinhos de boa relação preço x qualidade quando comparado a outras regiões de história e tradição similares com rótulos do mesmo porte. Estes tomados não são dos mais baratos, pois se tratam de vinhos já conceituados, mas fazem jus ao que se cobra por aqui, considerando-se da realidade Brasileira. Quando comparado aos preços que pagamos lá fora, aí é outra conversa!

Domingo de Páscoa – tenho que reconhecer que sou um apaixonado pela Touriga Nacional, cepa que faz parte do blend de grande parte dos vinhos portugueses e é vinificado em varietal resultando em alguns dos melhores vinhos lusos. Para acompanhar o bacalhau escolhi este Só Touriga Nacional, velho conhecido, um rótulo produzido pela Quinta da Bacalhoa na região do Sado (Setúbal), uma visita obrigatória para quem vai a Lisboa, pois fica a apenas 40 minutos do outro lado do Tejo. Menos na mídia do que os grandes vinhos, este é um rótulo que me agrada muitíssimo e um de meus preferidos que sempre compro em minhas viagens a Portugal. Aliás, vai aqui uma curta dica de vinhos obrigatórios para quem lá vai que valem muito o que lá se paga já que não passam dos 12 Euros; Só Touriga Nacional /  Cortes de Cima Alentejo / Vila Santa Tinto / Quinta do Camarate / Post Scriptum / Quinta do Ameal Escolha Branco / Alvarinho Soalheiro / Grainha Branco, vinhos que costumam compor minha bagagem de retorno. Falemos, no entanto, do que bebi, do Só Touriga Nacional 2005. È um vinho que está no ponto certo de ser tomado e tenho visto que os varietais de Touriga Nacional crescem bem com tempo em garrafa, desabrochando e mostrando todo o seu potencial entre os 4 e os 6 anos, obviamente havendo vinhos que amadurecem bem mais tarde como, por exemplo, um Vallado ou Quinta do Crasto.

            Como disse, abri esta garrafa no momento certo. Um floral muito típico sobe da taça ao nariz trazendo-nos aquele aroma de violetas de boa intensidade porém delicado, mostrando também algumas notas de fruta vermelha compotada compondo uma complexa e agradável paleta olfativa que nos incita a levar a taça á boca. No palato mostra-se um vinho muito equilibrado, rico, ótimo volume de boca sem ser pesado, taninos finos e aveludados, rico, um final saboroso, longo e especiado que encanta e pede bis. Pouca garrafa para tanta gula e um perfeito acompanhamento para o Bacalhau à Braz que preparamos. Fosse de uma safra mais nova e seus taninos firmes se sobressairiam, mas este encaixou á perfeição e mostrou ser um lobo em pele de cordeiro já que, no meu conceito, é um vinho que surpreende e ás cegas certamente bateria um monte de rótulos mais afamados e caros. Após aquele maravilhoso champagne Mailly Grand Cru Blanc de Noir, um magnífico complemento para a primeira Páscoa com meu neto e uma digna celebração por sua chegada. Grandes vinhos, ótima comida e a companhia certa, receita para grandes momentos! O rótulo é trazido pela Portuscale anda na casa dos R$130 nas lojas especializadas.

Domingo Seguinte – mais uma celebração, a primeira visita de meu neto em casa. Lá fui eu para a cozinha preparar meu já tradicional Fetuccine com Salmão e Espinafre tendo como aperitivo polvo de caldeirada (esta em conserva) com um pãozinho italiano. O que acompanhar? Bem, certamente um vinho branco e pensei no delicioso Alvarinho Soalheiro que me aguardava na adega, mas aí caiu a ficha, porquê não algo diferente já que era um dia especial em que recebíamos um “convidado” para lá de especial? Busquei assim o presente que ganhei do Juan (Peninsula) quando do nascimento do Bruno, uma deliciosa cava, Juve y Camps Vintage Reserva 2006, estupenda! Mais uma vez faltou garrafa para tanta gula e a harmonização com ambos os pratos foi perfeita. Já tomei o Reserva da Familia Grand Reserva Nature 2004 deste mesmo produtor, por sinal também muito boa, mas tenho que reconhecer que para o meu gosto e para esta harmonização o Vintage 2006 se mostrou superior e desde já declaro que estará entre minha seleção de espumantes na Vino & Sapore.  Frutado (frutos brancos) no nariz com toques florais e nuances de brioche e leveduras sutilmente presentes. A perlage mostrou-se muito persistente, fina e abundante teimando em produzir estrelas no céu da boca. Bom corpo, cítrico, boa acidez, muito balanceado e agradável, crescendo muito com a comida e mostrando-se um ótimo companheiro de garfo afora se comportar maravilhosamente bem como aperitivo acompanhando umas tapas. É importado pela Peninsula e anda pela casa dos R$95 a 105 pelas lojas pesquisadas.

            Mais uma vez o Bruno iluminou o ambiente e me levou a tirar algumas preciosidades da adega que vieram alegrar o dia e dar enorme satisfação à família reunida em volta da mesa. Pena que ele ainda só tenha boca para leite, mas aguardo ansioso o dia em que tomaremos juntos a primeira taça.

Salute e kanimambo