Desafio de “Aussie Whites” – Resultados

A Austrália é um país diferenciado e pouco conhecido entre nós apesar de haver um grupo bastante grande de emigrantes brasileiros que se aventuraram por lá. Os vinhos Australianos invadiram o mundo e com seu marketing eficiente conquistaram mercados, mostrando grande criatividade e capacidade no desenvolvimento vitivinicola. Apesar de quase todas as grandes importadores possuírem ao menos um produtor australiano em seu portfólio, foi Ken Marshall quem primeiro apostou neste filão de forma mais consistente com a abertura da KMM. Agora, com a Wine Society, firma-se como o embaixador do vinhos australiano no Brasil.

            Que a Austrália produz excelente vinhos à base de Shiraz e Cabernet Sauvignon, isto estamos cansados de saber, porém e os brancos? Foi com o intuito de melhor conhecer estes vinhos que sugerimos ao Brendan (Gerente Geral da Importadora) via seu competente assessor de imprensa o Carlos Marcondes, que montássemos um Desafio especial com rótulos da importadora à sua escolha e um pedido, que dessa lista de desafiantes fosse incluído um vinho de que gosto muito, o Leasingham BIN 7 Riesling.

             Numa noite chuvosa, para variar, em que não pudemos aproveitar o bonito e agradável “Wine Garden” da Enoteca da Wine society em Moema, juntamos  parte dos já conhecidos membros da banca degustadora de Falando de Vinhos; Evandro Silva e Francisco Stredel (Confraria 2 Panas), Ralph Schaff (restauranteur), Simon Knittel (Kylix), Emilio Santoro (Portal dos Vinhos) os enoblogueiros Daniel Perches (Vinhos de Corte)/Alexandre Frias (Diario de Baco/Enoblogs) e Cristiano Orlandi (Vivendo Vinhos), Ricardo Tomasi (Sommelier/Specialitá), Dr. Luis Fernando Leite de Barros o mais novo membro da equipe médica do glorioso alvinegro praiano (Santos Futebol Clube)  e os amigos da Clube do Vinho em Embu José Roberto Pedreira e Fabio Gimenes. Lamentamos a falta da Denise Cavalcante, Marcel Proença e Álvaro Galvão que, por diversos motivos de força maior, não puderam estar presentes.

             Como já listado anteriormente, foram todos vinhos varietais (100%) tendo sido contempladas três cepa; três rótulos de Sauvignon Blanc e dois cada Chardonnay e Riesling. Vejamos como os Desafiantes se portaram, quem levou o titulo de Melhor Vinho (resultado da soma de todas as notas com o descarte da mais alta e mais baixa) e os de Melhor Compra (eleição direta da banca) e Melhor Relação Custo x Beneficio (cálculo matemático).

Smithbrook Pemberton Sauvignon Blanc 2007 – Um vinho que tem uma leve passage por Madeira e que, com três anos de vida já passou por seu pico e com tudo isso deu uma boa tapeada nos degustadores, lembrando que a prova é ás cegas.  Cor amarela, aromas florais, cítricos (limão siciliano) e algo mineral com o alcool um pouco aparente mesmo que seu teor seja até baixo,  12.5%. Na boca apareceram frutos tropicais com alguma baunilha, e notas minerais. Dificil de decifrar e quase todos erraram a cepa, inclusive eu! Pouca tipicidade, mas um vinho  agradável e bastante interessante com um preço de R$63,00 que obteve 92 pontos de James Halidday. Nesta noite e diante desta banca, obteve a nota média de 86,73 pontos.

Preece Chardonnay 2007 – um vinho muito agradável, untuoso, denso, cremoso, madeira bem presente com notas tostadas, calda de frutas brancas e um final algo doce. Talvez o que mais mostrou as características típicas do chardonnays amadeirados que fazem fama no novo mundo. James Halliday lhe deu 88 pontos, nota próximo do que obteve nesta noite87,3 pontos. Preço R$49,00.

Bridgewater Mill Sauvignon Blanc 2008 – talvez pela própria idade, o S. Blanc que mais mostrou a tipicidade da cepa. Frtuas brancas como melão, pêra e alguma maçã verde formam uma paleta olfativa de boa intensidade que nos convida a levar a taça à boca onde se mostrou bem fresco e vibrante, frutado, equilibrado e de boa persitência com um final em que despontam algumas notas vegetais. Caldo a que James Halliday deu 89 pontos e que, nesta noite, obteve uma média  muito próxima disso, 87,91 pontos . Preço na Wine Society, R$78,00.

Leasingham BIN 7 Riesling 2007 – presente mediante solicitação explicita (rsrs) o vinho mais caro este Desafio com preço de R$110,00. Diferente das outras vezes em que o tomei, parecendo um pouco mais evoluído, cor amarelo dourado e seu lado mineral mais acentuado mostrando aromas de petróleo e pedra de isqueiro bastante intensa. No palato, uma riqueza de sabores, complexo, acidez acentuada mas harmônica, mas o final apresentou-se algo curto.  James Halliday lhe deu 93 pontos, eu também já dei, mas hoje esteve um pouco aquém tendo obtido a média de 85,32 pontos.

Banrock Station Sauvignon Blanc 2008 – algo exótico, fruta super Madura, olfato timido sem grande atrativo. Na boca é cítrico, balanceado, boa acidez, elegante, mas de curta persistência. Um vinho que, se não desencantou, também não encantou não tendo apresentado uma performance que merecesse destaque. Gosto muito de seu Sparkling, um espumante muito bom que merece ser provado. Obteve a média de 82,36 pontos e custa R$43,00.

Bridgewater Mill Chardonnay 2007 – vinho que mereceu 92 pontos de James Halliday. De aromas intensos e     complexos em que se destacam nuances lácteas, abacaxi maduro e um leve toque vegetal. A madeira ainda está bem presente, corpo médio para encorpado, denso, untuoso com um final algo quente e de média persistência. Mais um vinho que não nega sua origem e estilo. Caldo que faz a cabeça de quem gosta de Chardonnays amanteigados e bem amadeirados. Obteve a média de 86,86 pontos e custa R$87,00.

Knappstein Ackland Riesling 2008 – maravilhoso. Tudo aquilo que esperava do BIN 7, veio neste vinho delicioso de paleta olfativa intensa, complexa e sedutora em que já transparece seu frescor através de aromas como flor de laranjeira e capim santo com o típico toque mineral do riesling que aparece de forma sutil e fina. Na boca é vibrante, rico, elegante e harmônico. Ótima acidez, um final cítrico muito saboroso com nuances de camomila e muito boa persistência. De James Halliday levou 90 pontos e desta banca de degustadores uma média de 88,45. Preço: R$93,00.

         Mais uma vez a constatação que preço não faz o vinho. O Grande Campeão da noite, tendo obtido o titulo de Melhor Vinho é o Knappstein Riesling 2008, seguido pelo Bridgewater Mill Sauvignon Blanc e Preece Chardonnay. A Melhor Compra e Melhor Relação Custo x Beneficio ficou com o Preece Chardonnay um vinho de apenas R$49,00 na Wine Society.

        Não posso deixar de agradecer o apoio do Ken, Brendan, Alejandro e Carlos que colaboraram para mais um Desafio de Vinhos de grande interesse e aprendizado que teve um tempero especial, o local. Sugiro e recomendo aos amigos uma visita a esta agradável e simpática casa. Antes de terminar, vejamos qual foi o vinho que mais marcou cada um dos degustadores e de quem obtiveram a melhor nota:

  • Emilio Santoro –Preece Chardonnay – 88 pontos
  • Daniel Perches – Knappstein Riesling – 92 pontos
  • Alexandre Frias – Bridgewater Mill Chardonnay – 89 pontos
  • Francisco Stredel – Knappstein Riesling – 91 pontos.
  • Evandro Silva – Smithbrook Sauvignon Blanc – 90 pontos
  • Ralph Shaffa – BIN 7 – 86,5 pontos
  • Cristiano Orlandi – Knappstein Riesling – 93 pontos.
  • Dr. Luis Fernando – Knappstein Riesling – 91 pontos
  • Fabio Gimenez – Preece Chardonnay – 92 pontos.
  • José Roberto – Bridgewater Mill Sauvignon Blanc – 91,5 pontos.
  • Simon Knittel – Knappstein Riesling – 88,5 pontos.
  • Ricardo Tomasi – Bridgewater Mill Sauvignon Blanc – 89 pontos
  • João Filipe – Knappstein Riesling – 91 pontos

Como podem ver, mesmo havendo uma certa superioridade do Knappstein Riesling, a diversidade imperou!

Salute e kanimambo