Frutos do Mar e Vinho Verde Branco

marithimus 005Gosto que me enrosco desta clássica harmonização, mas como a maioria, a cozinha não é dos meus fortes apesar de me esforçar e até fazer algumas coisas interessantes. Frutos do mar, por exemplo, são iguarias que ainda não dominei (exceção feita á caldeirada de lulas) e como gosto de combiná-los com bons vinhos brancos de ótimo frescor, esta linha de produtos da Marithimu’s veio bem a calhar. Já apresentei os produtos desta nova empresa de Santa Catarina há um tempinho atrás, mas fiquei de degustar e compartilhar a experiência com os amigos, o que finalmente faço e, como podem ver pelos potes, não sobrou nem cheiro para contar a história, só mesmo escrevendo.

        Num primeiro momento, abri o pote de deliciosos e suculentos pedaços de polvo, tenros, delicados e saborosos. Para acompanhar algumas fatias de pão italiano levemente aquecidos que gulosamente molhava no óleo que envolvia o polvo, abri uma garrafa do delicioso Quinta do Ameal Loureiro 2007  (Vinho Seleto) que escoltou o polvo em perfeita harmonia e sedutor encantamento. Ambos suaves, delicados e saborosos, cresceram juntos me Diversos 043enchendo a boca de prazer e a alma de satisfação. Uma bela “maridage” para ninguém colocar defeito e uma pena que esta minha degustação tivesse que ser interrompida por um acidente que requereu minha urgente e imediata atenção tendo, inclusive, me feito esquecer o fato de que não tinha fotografado esse encontro especial. Pelo menos curtam o rótulo, por que o resto desapareceu muito rapidamente. O Quinta do Ameal é um dos bons exemplos do que os vinhos elaborados com a casta autóctone Loureiro podem gerar.  Muito fresco, aromático, saboroso, suave e repleto de sutilezas num estilo que nos faz lembrar os bons vinhos alemães da região do Mosel e que acaba muito rapidamente. Melhor ainda porque tem um preço bem convidativo, por volta dos R$42,00

        Três semanas depois o segundo momento e este mais programado, sem interrupções e mais satisfação. Aliás, tenho que reconhecer que este produtos e um bom vinho branco são parceiros infalíveis e, muito importante, fácil e rápido de servir. Estou longe de ser um craque na cozinha, muito menos uma Renata Braune que soube como ninguém trabalhar estes produtos ou outros autores que aparecem na seção de receitas do site da Marithimu’s. No entanto, seguir receita eu sei, e segui a de Bruschettas de Ostras que vem com a própria embalagem, mas que também tem no site. Dois potes, um com mexilhão e o outro com ostras, que traçei devidamente acompanhado por um dos mais saborosos alvarinhos, o divino Soalheiro 2007.

Receita0001

         Para começar, preparei as bruschettas com as ostras, tendo feito um teste também com o mexilhão em somente duas. Achei que a delicadeza da ostra se houve melhor na bruscheta tendo deixado o restante do mexilhão para comer somente com pedaços de pão italiano levemente torrado, uma verdadeira delicia. Enquanto escrevo me vêm á memória os aromas e sabores tanto do prato como do vinho, deixando-me com água na boca, prova cabal de que essa harmonização foi perfeita. Costumo dizer que vinhos de longa persistência são aqueles que ficam na memória, pois bem essa harmonização seguiu o mesmo padrão.

Comemoração Bruno 008

           O Soalheiro, esse é um caso à parte, um vinho elaborado com 100% da cepa Alvarinho que é uma de minhas preferidas, sendo este rótulo muito especial, tanto que sempre que passo em Portugal me asseguro de trazer uma ou duas garrafas, até porque não é caro, custa algo próximo a 8 Euros. Uma pena que não posso trazer de caixa pois correria o risco dos fiscais da alfândega acharem que fosse para revenda! Existem vinhos de maior nome e bem mais caros, que não lhe chegam aos pés e, por outro lado, é campeão de consistência anos após ano possuindo uma característica interessante, envelhece bem. Uma pena que nunca lhe dou esse tempo e acabo com ele ainda jovem pois é irresistível. È um vinho de muita classe, grande intensidade aromática em que se sobressai damascos e flor de laranjeira com espectro floral e frutado que encanta. Na boca é exuberante e algo cítrico com  deliciosa textura e riqueza de sabores, sedutor e um final mineral que nos deixa pedindo mais. Um dos grandes vinhos brancos portugueses e quem ainda não teve oportunidade de o provar está perdendo. Faça-se um favor e compre uma garrafa aqui na Mistral, só para conferir se toda essa minha empolgação tem, ou não, razão de ser. Se não for com estas iguarias, que seja com um belo risoto de camarão, garanto que será um manjar digno dos deuses!

         Dois momentos, duas harmonizações deliciosas que recomendo aos amigos e uma dica ao pessoal da Marithimu’s, disponibilisar, opcionalmente, embalagens maiores com o dobro do conteúdo. Eu vou me garantir e fazer algum estoque, tantos dos vinhos quanto dos deliciosos quitutes dos amigos da Marithimu’s. Salute e kanimambo.