Petrus – Esse Vinho!

Petrus-61-Mags-DuoEsta semana já  recomendei e falei sobre diversos vinhos, mas hoje quero falar de algo que transcende nossa vinosfera, porém sem perder o contato com o doce néctar. Quero falar de vinhos e paixão. Paixão por eles, devido a eles e através deles, pois nos abrem o espírito e a alma possibilitando que derrubemos muralhas e ultrapassemos obstáculos, deixando-nos viver em total êxtase, marcando-nos a memória e o coração enquanto nos despoja de preconceitos  falsos e hipócritas despertando em nós os instintos mais puros para que possamos experimentar momentos únicos de grande intensidade e emoção.  Como bem diz a jovem escritora e poetisa gaúcha Carolina Salcides, “Para uma vida melhor; poesia, vinho e companhia. Porque a poesia tem que estar na alma, uma boa companhia sempre ao nosso lado e o vinho, ah, esse é sempre indispensável”.

              Até hoje, em minha formação enófila, sigo perseguindo novos sabores e aromas capazes de mexer com minhas emoções, ainda esta semana vários o fizeram, porém de olho naqueles que fizeram a fama de nossa Vinosfera. Coisas como os vinhos Tokay, Romanée-Conti, Echezaux e outros grandes borgonhas, um Chateau d’Yquem ou os conceituadíssimos Chateaux Latour, Cheval-Blanc e Chateau Margaux entre muitos outros ícones de nossa vinosfera espalhados pelos cinco continentes. Alguns provei, outros não. Uns por pura falta de oportunidade e outros por falta de grana mesmo, mas imagino que sejam realmente espetaculares e dignos de toda a fama que os cercam, verdadeiras chaves para o desabrochar de todos os nossos sentidos tocando-nos na alma, elixires de reflexão elegidos Deuses de nosso Olimpo enófilo (isso existe?!).

              Um desses ícones de nossa vinosfera é o Petrus, a quem nem a rolha cheirei quanto mais um gole tomei,  porém ainda tenho tempo e guardo esperança. Uma amiga, no entanto, já teve esse privilégio e, movida pelo despertar da paixão, escreveu este poema que publico abaixo.  Após lê-lo me deu uma vontade danada de umas taças de Petrus!

Esse Vinho

Que me interessa a mim ,

O que dizem os outros,

Não quero saber,

O que pensam ,

Não me importa

Porque os seus pensamentos,

Não são os meus.

Os teus,

Esses sim,

Queria eu saber,

Por onde andas

Queria eu andar,

Onde estás

Queria eu estar,

Fecho os olhos e vejo-te…

Toco na tua boca,

Com a ponta dos meus dedos

E,

Bebes do copo por onde bebi,

Sinto a impressão que percorre a pele

Num ritual infinito,

Como o vinho que bebemos e nos embriaga os sentidos.

Ouço o meu coração falar

Dizer-me,

O queria que me dissesses,

O que queria ouvir de ti

Tenho saudades do teu peito

Tenho saudades do teu corpo

Das tuas mãos no meu.

Tenho saudades de ti

No meu leito.

Tenho saudades desse vinho

E

De todo o teu deleite.

O poema está registrado no IGAC (Inspeção Geral das Actividades Culturais) em Portugal e devidamente protegido por direitos autorais. Qualquer publicação somente com autorização da autora.

Para finalizar mais uma da Carolina “ Beber ou fazer amor? Beber e fazer amor. Ambos são instantes de total entrega. Não se ama mais ou menos como não se bebe vinho mais ou menos! Entregue-se aos dois por inteira” Ah, essas mulheres, essas mulheres, enorme sensibilidade que, como o vinho, também nos viram a cabeça. Como diz Henrique Pedro em seu poema “A Mulher e o Vinho”Por isso vida de homem é provação, a mulher e o vinho seu agasalho que se bem amados levam à salvação. E dá-lhe Petrus, abençoado caldo que ainda haverei de tomar!

Salute e kanimambo