Paradoxo Francês.

Apesar de ser, aparentemente, noticia mais que batida, muitos ainda me perguntam o que é isso e como foi levantado. Publicado no British Medical Journal em 1991, o estudo desenvolvido pelos Drs. Serge Renaud e Lorgeril, da Universidade de Bordeaux, com um universo de 34.000 homens, constatou que mesmo com uma dieta repleta de gorduras, o povo francês sofria de menos problemas coronários e se mostravam comparativamente menos gordos do que seus vizinhos e, especialmente, os americanos. A conclusão do estudo atribuía o fenômeno ao fato dos franceses terem o hábito de tomar vinho diariamente com suas refeições.

Que o vinho faz bem à saúde, nenhuma grande surpresa, o porquê é que não se sabia e virou fonte de pesquisa. Desde 400 A.C. que as qualidades terapêuticas do vinho são conhecidas e exploradas a começar por Hipócrates, passando por Louis Pasteur, até aos dias de hoje. Na verdade, já em 1819 um médico irlandês, Dr. Samuel Black, tinha observado fenômeno semelhante. Em 1979 a revista The Lancet, publicou o “Estudo dos 18 países”, elaborado pelo Dr Selwyn St Leger e alguns colaboradores. A grande diferença é que o estudo de Renaud e Lorgeril teve uma abrangência maior e, mais importante que isso, veio num momento propicio o da massificação da comunicação e da televisão. Foi pelas mãos do programa “60 minutes” da rede CBS em 17 de Novembro de 1991, que o agora denominado “Paradoxo Francês” correu mundo e fez a festa dos produtores que viram suas vendas de vinho tinto crescerem em quase 45%. Quem quiser assistir o original desse programa, clique aqui.

 

paradoxo

 

Existem indícios de que o numero de patologias cardíacas levantadas à época na França, estavam muito abaixo do real e que outros fatores, afora o consumo regular de vinho, tem grande participação tanto no índice de infartos como no de obesidade. Com relação ao americanos, com quem foi feita a comparação, os franceses comem menos, comem menos vezes, comem gorduras vegetais no lugar de animal, comem mais peixe, etc.. É, no entanto, aceitável pela comunidade cientifica mundial, que o vinho possui sim, propriedades benéficas à saúde desde que seja consumido moderadamente. Em 1995, cientistas dinamarqueses da Copenhaguen Heart Study, destacaram os efeitos do vinho em relação a outras bebidas alcoólicas através de pesquisa realizada com 13 mil pessoas durante 12 anos. A pesquisa traz evidências de que as taxas de mortalidade diminuem mais entre pessoas que bebem vinho do que naquelas que tomam cerveja ou destilados.

No site da Uvibra tem uma página sobre este assunto de onde destaquei o que segue; “Entre os mais de 200 componentes do vinho, existem substâncias químicas conhecidas como flavenóides, encontrados em vegetais como a cebola e a maçã, comprovadamente com propriedades antioxidantes, ou seja, que protegem as células do organismo da ação dos radicais livres, causadores de doenças do envelhecimento. Nas uvas, esses Flavenóides podem ser encontrados nos pigmentos que dão cor à casca. Os Flavenóides, como Luteonina e Quercitina, presentes no vinho tinto, tem poder antioxidante até maior que a Vitamina E, e por isso, protegem o coração dos efeitos das gorduras”.” Por outro lado, o Resveratrol presente no vinho tinto e conhecido por suas propriedades antiinflamatórias e anticancerígenas, controla as atividades de uma proteína, que é capaz de ativar ou desativar certos genes no interior de um núcleo celular, frisa uma das principais autoras do estudo, a doutora Minnie Holmes-McNary, da Universidade de Carolina do Norte em Chapel Hill”.

Os estudos seguem em diversas partes do mundo e já se fala em remédios á base de flavenóides dentro de um curto espaço de tempo. As benesses são enormes e, como iremos ver ao longo de outros posts que estarei divulgando com o tempo, vão desde a diminuição de risco de adquirir Alzheimer na mulher à impotência no homem. Alguns desses pseudo estudos podem ser exagerados e só servir de estimulo para induzi-lo ao consumo? Pode até ser, mas a comunidade cientifica está aí com estudos e pesquisas sérios, não é balela nem campanha de marketing. Por outro lado, também não é garantia de isenção de possíveis problemas e nem deve ser razão para se começar a beber. Agora, não exagere, como em tudo na vida, as coisas só são boas mesmo quando usadas com inteligência e moderação. O “quanto” é o moderado é que é a grande questão e existem diversas versões vindas de tudo o que é fonte.

 A que me parece mais lógica, especifica três taças para o homem e duas para as mulheres diariamente, preferencialmente acompanhando as refeições e com bastante água. No entanto, a UVIBRA publica este quadro em seu site, que recomendo visitar para mais informações sobre o tema. Estes são alguns dos beneficios extras, porque tomo vinho mesmo é porque gosto, me dá prazer e me desperta curiosidade para um mundo complexo e repleto de diversidade, cultura e história. Salute

 

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