Blogueiro não é Jornalista

Verdade ué! Num semo mesmo, mas que parecemo, parecemo! Brincadeira gente, mas é que vi essa chamada na capa da Revista Imprensa que encontrei sobre uma mesa no lounge de espera num restaurante, faz alguns dias. Me chamou a atenção, curioso que sou, e fui fuçar na rede buscando a matéria que cobre este tema um pouco polêmico, pelo que pude ver. Na verdade, existe no Brasil uma cultura de que qualquer um que escreva num jornal ou blog, pode se auto-intitular jornalista. Aliás, nem precisa, o próprio mercado de encarrega de rotular este pessoal, eu incluso, desta forma.

Um jornalista pode sim, ser blogueiro, porém o inverso não por uma questão de legislação e tipo de atividade. Apesar de o blogueiro, de certa forma atuar como um jornalista, não é esse o objetivo final e não sei nem porquê se discute isso. Aliás, não sei nem porquê escrevo este post, mas enfim, já que começei vamos até o fim. Um economista, um especialista em marketing, um médico, administrador, torcedor,    cozinheiro, arquiteto ou um enófilo que escreva sobre suas experiências e compartilhe seu conhecimento através de artigos em revistas, revistas e jornais, também não é um jornalista e sim um colunista. Se o fizer em seu próprio blog será um blogueiro, o que é bem diferente, mas de nenhuma forma depreciatvo. A grande diferença entre eles, é que enquanto o Jornalismo é uma profissão, o blogueiro é uma atividade que pode, ou não, ter graus diferentes de profissionalismo ou ser totalmente anárquico. Cada um tem a audiência que merece em função da credibilidade que conquistou e ponto final. O que torna qualquer atividade depreciativa, é a forma como um a executa e o seu conteúdo. Se o leitor não quiser te agüentar, não precisa nem passar pela dor de cabeça que é cancelar sua assinatura, ou pular a página em que você escreve, basta clicar em outro lugar!

Eu me considero um Colunista e Blogueiro, jornalista não sou. Me rotulem do jeito que quiserem, já que isso é meio que um esporte nacional, desde que sigam lendo este blog e a coluna no jornal, pois este é meu unico interesse; seguir crescendo e evoluindo através da fidelização do leitor. Rótulo só serve como mera indicação, funciona como filtro inicial, mas a verdadeira prova é na boca, no caso dos vinhos, e nos resultados no caso de alguma atividade profissional. Eventuais polêmicas me parecem coisa de alguns jornalistas, membros de um pequeno e medíocre grupo mais retrógrado, que se sentem incomodados, e eventualmente ameaçados em seu nicho de atividades, pelo simples fato de que aqui não existem manuais de redação e tão pouco linhas editoriais a serem seguidas, a não ser aquelas que o próprio blogueiro se impõe. Há mais liberdade, menos amarras, maior independência e ousadia, talvez por isso, os leitores busquem esse novo meio de comunicação opinativo, na minha opinião copiar e colar não está com nada, de forma cada vez mais assídua.

Como em tudo na vida, há que se separar o joio do trigo, mas esta é uma revolução impossível de parar e, certamente, de controlar e enquadrar. Há que se buscar formas de convivência madura, um complementando as ações do outro, potencializando os meios. Por outro lado, é uma área de informação e comunicação em franco crescimento e com amplas possibilidades de evolução como canal mercadológico direcionado e focado. Em muitas partes do mundo, este novo canal de comunicação já é bastante reconhecido pelo mundo corporativo, porém aqui ainda segue engatinhando sem que lhe seja dado o devido valor. 

Existe espaço para todos, basta ser competente, ético e sério naquilo que um se propõe a fazer. Não existe lugar cativo no setor e o profissional competente não tem medo de eventual concorrência, muito pelo contrário, pois essa vira um estimulo para evoluir. Só queria deixar registrado, de forma muito clara, a posição e opinião deste enófilo, blogueiro e colunista do vinho que pretende, sim, inovar e fazer diferença. Amanhã retorno Falando de Vinhos.

Salute e kanimambo.