Vinhos Italianos que Tomei e Recomendo I

         Meus amigos e amigas, se eu achava que o mundo vinícola Francês era complicado e caro, acabei de descobrir que pode ficar pior! Itália, mais complexo, mais regiões, mais caros e mais vinhos de baixa qualidade no mercado. Por outro lado, descobri que nem todo o vinho Italiano é rústico, encorpado e, até determinado ponto, agressivo. Muito pelo contrário, os bons vinhos são elegantes e profundamente saborosos. O que vi é que vou ter que trabalhar no intuito de ganhar litragem nas diversas regiões, em especial no Piemonte onde poucos vinhos provei. Por outro lado, descobri a Sicília, Puglia, Úmbria, Marche, etc. Aliás, aproveitei e mudei a imagem do cabeçalho do blog, com esta linda vista de um vinhedo da Toscana. Imagem linda que foi gentilmente cedida pelo pessoal da Wine Prenium.

        Normalmente inicio os meses com posts sobre as regiões produtoras, suas uvas e seus vinhos. Desta vez vou embaralhar um pouco as cartas e vou falando um pouco de tudo de forma intercalada. Começando com esta curta apresentação e o primeiro Tomei e Recomendo. Uma das características que mais me encantaram é a capacidade dos produtores Italianos trabalharem suas uvas autóctones. Acredito que este seja o principal atrativo dos vinhos Italianos, já que estas castas produzem vinhos muito peculiares e cheios de personalidade mostrando o caráter de sua gente e de sua terra. Existem, todavia, bons vinhos sendo elaborados com cepas de origem francesa espalhadas pelo mundo como a Merlot, Chardonnay ou Cabernet Sauvignon que merecem ser conhecidos porque mudam muito em função do terroir em que se encontram. Das autóctones, conheça os vinhos elaborados com; Nero D’Avola, Nebbiolo, Barbera, Dolcetto, Negrara, Corvina, Primitivo, Neroamaro, Sangiovese e muitas outras.

        Uma das principais características dos vinhos italianos é de que são vinhos que se dão muito melhor acompanhados do que solos. Crescem muito quando acompanhados de um bom prato, diferentemente de vinhos de outras regiões produtoras. Apesar do enorme volume de vinho Italiano que é importado, este número é um pouco falso já que um grande porcentual é de Lambruscos e Proseccos, nem sempre de boa qualidade. Nada contra quem gosta desses vinhos, alguns até são bem saborosos para serem tomados bem frescos numa tarde de calor e de forma descompromissada, mas são poucos os de real qualidade com origem garantida, disponíveis no mercado. Ao longo do mês falarei um pouco mais do Lambrusco que, na Itália, se toma mesmo é na versão tinto.

       De qualquer forma, difícil foi encontrar vinhos que tivessem qualidade e eu pudesse recomendar, nas faixas mais baixas de preços, até R$50,00. Especialmente abaixo de R$30,00, a tendência é que sejam, muito rústicos e desequilibrados, havendo muitas outras e melhores opções nos vinhos Argentinos, Chilenos e Nacionais . Já na faixa de R$50 a 80,00, por outro lado, há abundância de bons rótulos a serem apreciados e, acima desses valores, belos néctares, como seria de esperar,  com alguns sendo verdadeiros vinhos de exceção. Existem muitos outros rótulos que poderiam estar aqui listados, mas só falo do que provo, compartilhando o nível de satisfação sentido e as emoções que esses vinhos me despertaram. Conforme for provando novos vinhos, postarei mais matérias no blog. Agora, chega de lero, vamos falar do que interessa, dos vinhos! Desta vez, após cada rótulo recomendado, indicarei a região produtora afora a importadora ou loja em que este esteja disponível. Como de praxe, marcarei com um asterisco aqueles vinhos preferidos dentro de cada faixa de preço.

Ate R$30,00

        Não são muitos os vinhos provados que posso efetivamente recomendar, mas dentro o que pude provar se destacaram estas boas opções; Terre Alegre 06/Veneto (Wine Company) é um Sangiovese ligeiro, barato, para tomar sem compromissos num bate-papo informal ou acompanhando seu hamburger favorito, Zipolino 05 */Toscana (Wine Company) também é elaborado com Sangiovese e mostrou ser um vinho fácil de agradar, bem equilibrado, saboroso tendo acompanhado bem um prato de ravióli recheado com mussarela de búfala e manjericão. Nesta faixa de preços existem muitos rótulos de Montpulciano d’Abruzzo/Toscana que nem sempre são recomendáveis, mas estes dois são duas ótimas e surpreendentes opções pelo preço cobrado; o da NovaCorte 06 (LMC) e o da Bonachi 06*(Mistral) são dois achados muito agradáveis, corretos, saborosos, harmônicos que descem redondos e são ótimas companhias para a pizza de Sábado ou a macarronada da Mamma no Domingo. Verdadeiro achado, mesmo, é o branco elaborado com a uva Verdicchio produzido na região de Marche por Umani Ronchi, o Castelli di Jeisi 07* (Expand) um vinho delicado, fresco, algo cítrico, na boca é cheio, direto, balanceado uma grande pedida para tomar como aperitivo, com frutos do mar grelhados, ou peixes leves, e imperdível pelo preço. Para finalizar esta faixa de preços, um vinho que é sempre um porto seguro, o Rupestro 06/Úmbria (Decanter) um corte de Merlot (80%) e Sangiovese que agrada fácil, honesto, boa acidez e estrutura, taninos firmes, mas amigáveis.

De R$30 a 50,00

       Subimos um degrau nos preços e damos o pulo de qualidade nos vinhos encontrados. Nesta faixa provei alguns brancos muito saborosos; O Nicodemi Trebbiano d’Abruzzo 06*/Toscana (Decanter) que é muito interessante e diferenciado, necessitando de um tempo na taça para se usufruir de todos os seus aromas; a melhor relação preço x qualidade para um Pinot Grigio que é o Casa Defra  Pinot Grigio 06*/Veneto (Wine Company) com uma boa paleta olfativa, muito frescor e bem balanceado; o Alísia 07/Veneto (Zahil) um outro Pinot Grigio bastante sedutor, muito aromático com nuances florais e o Branciforti Bianco 06/Sicilia (Wine Premium) elaborado com a casta autóctone Grecanico, que é muito delicado, perfumado, fresco e acompanhou muito bem uma salada de legumes cozidos. Dos tintos, diversas opções de diversas regiões com alguns ótimos achados para a faixa; Branciforti Rosso 05*(Wine Premium) e Masseria Trajone 06* (Vinci/Portal dos Vinhos) são duas boas opções para conhecer a uva típica da Sicília, a Nero D’Avola, que produz vinhos muito redondos, com aromas de frutas vermelhas, macios e muito saborosos; O Vernaiolo 04*/Toscana (Wine Premium) um Chianti básico muito agradável elaborado com 85% de Sangiovese e Merlot, tem um nariz de boa tipicidade, mas simples sem grande intensidade. Na boca é fácil, de boa acidez e taninos aveludados; o Badiolo Chianti 06*/Toscana (Wine Company) mais um agradável e muito saboroso exemplar desta região, que surpreende por sua boa estrutura e harmonia, um vinho que seduz fácil e acompanhou muito bem uma madalena de carne; um Cabernet Sauvignon diferenciado 1404 Colli Bereci 06/ Veneto (Wine Company), muito fresco, suave com boa fruta vermelha, harmônico e macio que acompanha muito bem pratos de carne grelhados; o Valpolicella Clássico Campo Del Biotto 06*/Veneto (Decanter), de um ótimo produtor, com muita tipicidade, boa paleta aromática, cheio na boca, redondo com taninos finos, ótima acidez e bom equilíbrio; o sempre seguro Serrano Rosso Conero 06*/Marche (Expand) um corte de Montpulciano e Sangiovese de médio corpo e boa estrutura que gosto acompanhando uma lazanha bolonhesa tradicional, um picadinho ou um pernil assado; O Seral Corvina Veronese 04/Veneto (Decanter) é um varietal da uva Corvina, bem diferenciado e saboroso e o Masseria Trajone Primitivo di Manduria 05 /Puglia (Vinci/BR Bebidas) um vinho suculento, textura cheia e harmoniosa, taninos finos, final de boca com leve toque de especiarias. Alguns vinhos bem interessantes e diferenciados para quem gosta de provar coisas novas e se aventurar; um rosé de Sangiovese produzido na Sicília, o Branciforti Rosé é um vinho diferente daqueles rosés básicos lembrando groselha para serem degustados ao lado de uma piscina numa tarde verão. Este é mais gastronômico com aromas puxando para cerejas com leve floral. Na boca é muito saboroso, cheio, fresco e bem balanceado devendo acompanhar muito bem uma paella ou um frutos do mar à Provençal e, para finalizar, o Concerto Reggiano, um divisor de águas quando o assunto é Lambrusco já que é tinto e é um DOC – VFQPRD (Vini Frizzanti di Qualità Prodotti in Regioni Determinate). Não tem qualquer semelhança com aqueles Lambruscos brancos esquálidos que tanto abundam no mercado. Na taça parece um suco de uva com um frisante suave e agradável. Na boca é leve, suave, saboroso e fácil de tomar com seus parcos 11,5ª de teor alcoólico. A ótima acidez, convida a acompanhar uma feijoada e se prestou muito bem a isso numa harmonização feita em casa. Pode não ser um êxtase, mas é uma experiência muito interessante, diferente e agradável.

Salute e kanimambo

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