Junho Romântico

              Neste Domingo começa o mês de Junho e, como prometido, a cada fim de semana um post, um texto e um ou dois clips alusivos à época mais romântica do ano. Pensando no que escrever, me veio à mente uma musica que era uma das minhas favoritas quando ainda um jovem namorador, WORDS, dos Bee Gees. Uma frase só, já dá todo o significado e importância que esta musica tinha para mim “words are all I have to take your heart away” traduzindo, “palavras são tudo o que eu tenho para arrebatar seu coração”. Simples, direto ao assunto e extremamente eloqüente quando acompanhado da divina musica deles. Posteriormente, aprendi que somente palavras não bastam, há que se ter ações construtivas e coerentes para que a conquista se desenvolva em um relacionamento mais consistente, feliz e duradouro.

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             Sempre senti dificuldade em me expressar, daí meu uso dos poetas e compositores como meus mensageiros por sua capacidade de sintetizar sensações e sentimentos melhor do que ninguém. Mestre de todos eles, é John Lennon.

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            O que você vai fazer? Esperar dia 12 para fazer sua declaração? Será que há que esperar uma data especifica para se abrir o coração com a pessoa amada? Quanto custa ou quanto tempo se pode gastar para escrever um bilhete e comprar um buquê de flores, uma caixa de seus bombons prediletos ou uma garrafa do vinho apreciado? Gastamos horas todos os dias para manter nossos empregos, mas quanto tempo gastamos para manter a nossa relação, quanto investimos nisso? Que ação você vai tomar? Comece neste domingo, surpreenda a pessoa que você ama! Salute.

 

Semana do Vinho IV – Wine Company

               Não, não terminou ainda. O problema é sempre conciliar o acumulo de informações com a inspiração e minhas atividades profissionais. De qualquer forma, essa semana foi particularmente rica em experiências e informações adquiridas e ainda há muito  do que falar. Hoje, abordarei os vinhos que provei no stand da Wine Company, onde o Charlston me recebeu com extrema simpatia, uma importadora séria e, verdadeiramente “price conscious” (não sei bem como traduzir isto) que nos trás vinhos de ótima qualidade com preços bastante módicos, coisa que nós consumidores mais queremos. Quando do estudo sobre os vinhos Uruguaios, já tinha mencionado os deliciosos vinhos da Marichal que eles trazem e comentado dos preços. Aproveitando esta visita na Expovinis, provei sete vinhos e me surpreendi com alguns. Vamos lá, vamos falar dos vinhos:

  • Lyngrove Syrah 2005 da região de Stellenbosch, próximo à Cidade do Cabo, na África do Sul. Para quem pensa que a África do Sul é só Pinotage, esqueça. A grande uva, que produz hoje os melhores vinhos Sul Africanos, é certamente a Syrah. Boa fruta, especiarias, taninos firmes, porém sem qualquer agressividade, unindo potência e elegância num conjunto que surpreende pela relação Qualidade x Preço. Deve estar nas lojas, por algo próximo a R$39,00.
  • Pequenas Producciones Syrah 2003. Este é de uma região um pouco mais próxima, Mendoza, Argentina e produzido pela conceituada vinícola, Escorihuela Gascon. Esta linha de produtos passa um ano em carvalho e posteriormente por mais dois anos em adega, antes de ser comercializado gerando um vinho de grande estrutura que, certamente, melhorará muito com mais uns dois anos de garrafa. Muito fresco no nariz, na boca se apresenta bem frutado, com acidez adequada e com bastante tipicidade da cepa. Ótima persistência e muito balanceado. Preço R$108,00. Fiquei curioso para provar o Barbera 2002, uva não tradicional na região, que o Charlston diz estar divino.
  • Two Up Shiraz 2006, Austrália. Mais um desta cepa que me agrada sobremaneira, especialmente quando é tratada com mais elegância que potência. Este tem bastantante especiarias presentes, muito saboroso, toques de pimenta no final de boca, com taninos aveludados e muito redondo na boca formando um conjunto muito agradável. Preço R$72,22.
  • Kangarilla Road Zinfandel 2004. Aqui á maior surpresa da prova. Primeiramente dizer que este é um dos grande produtores Australianos, produz o Two Up também, muito respeitado e conceituado no mercado. Segundo que nunca pensei em tomar um Zinfandel, tradicionalmente Californiano, vindo da Austrália, com 16, repito, 16º de teor alcoólico e simplesmente me apaixonar! Certamente não deverá passar pelo meu teste da terceira taça, mas no nariz e na boca, esse teor de álcool simplesmente não existe. Um vinho absolutamente equilibrado, de taninos doces e macios, grande elegância e harmonia. Tenho que tirar o chapéu, mesmo que o preço não seja assim tão acessível, R$108,00. Dizem que Kangarilla Road Shiraz/Viognier é maravilhoso e, pelo que vi aqui, acho que irá entrar no meu wish list.
  • Nucho de Pegões Moscatel. Tà, pelo nome acho que não preciso dizer que é de Portugal, certo? A Adega de Pegões é uma cooperativa localizada na Peninsula de Setúbal (Terras do Sado), produzindo ótimos vinhos. O Moscatel de Setúbal é de renome internacional, sendo um vinho licoroso muito apreciado. Neste caso, por algumas das vinhas estarem fora da área demarcada, não pode ser denominado como Moscatel de Setúbal sendo, porém, um vinho de grande qualidade e um verdadeiro Moscatel de Setúbal na boca. Quatro anos de carvalho e ótima persistência, um achado por somente R$42,00.
  • Pinot Grigio 2006 da Casa Defra, região de Friulli, próximo a Verona, Itália. Muito fresco, ótima acidez, seco no ponto certo, um belo vinho para os nossos verões e para acompanhar frutos do mar ou peixes pouco condimentados. Mais um achado, por apenas R$36,00.
  • Pradio Rok 2004. Este foi para finalizar a prova e para não deixar pedra sobre pedra. Senhor vinho, também do Friuli, de muito boa estrutura, denso, complexo nos aromas com nuances herbáceas e na boca, boa acidez num conjunto de grande personalidade. Vinho para acompanhar uma carne bem condimentada, perna de carneiro ao forno, pronto já babei! Vinhaço, que tem um preço sugerido de R$110,00.

Bem é isso gente, conforme for dando vou adicionando mais reportes sobre a Semana do Vinho e os vinhos provados. No próximo post sobre este tema, falarei um pouco sobre os vinhos Brasileiros provados. Pena que faltou tempo, tinha ainda muito mais para ver, provar e conhecer. Para maiores informações e ver onde os vinhos estão disponíveis para compra, contatem a Wine Company em São Paulo no telefone (11) 3938-2895 ou na sede em Pinhais, no Paraná, Tel. (41) 3302-1300. Nos vemos por aí, ou melhor, por aqui. Salute e kanimambo!

Parceiros do Vinho e seus Eventos

          Vinhos da Toscana na Confraria do Queijo & Vinho

A Confraria do Queijo & Vinho, ali na Dr. Arnaldo em São Paulo, promove uma degustação especial de alguns vinhos da Toscana. Para acompanhar a degustação, acompanha tábua de queijos e frios. Veja a lista:

  • Vernaccia di San Giminiano 2006
  • Chianti DOCG 2006
  • Chianti Reserva DOCG 2004
  • Rosso de Montalcino 2002
  • Collezione Piccini Brunello de Montalcino 2002

Para quem estiver interessado, acho uma bela oportunidade para conhecer os vinhos da região, o valor sendo cobrado é de R$50,00 e você poderá usar R$40,00 como abono na compra de qualquer vinho do evento. Legal né? O local não é grande, então reserve já. A degustação se dará dia 2 de Junho, aproveite e já leve seu par iniciando bem o mês dos namorados, às 19:30. Ligue para (11) 3873-3179 e tire suas duvidas ou faça sua reserva.

Endereço – Av. Dr. Arnaldo, 1318, Sumaré. Sentido bairro para quem vem da Av. Paulista e região, aproveitem. Manobrista no local.

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Outra das boas, é a degustação dirigida e harmonizada que o o Simon está fazendo na Kylix, neste próximo dia 3 de Junho. Mais uma boa opção para você começar bem o mês dos namorados, veja os detalhes abaixo:

Kylix – Jantar Harmonizado

 

 

Cinco Vinhos

                 Final de tarde de Domingo muito agradável, sentado no terraço enquanto me delicio com uma taça de Vinho do Porto Quinta de Baldias Tawny (Lusitana), escrevo sobre estes cinco vinhos tomados ao longo destes últimos dias, período no qual me debrucei na prova e descoberta dos vinhos de Bordeaux e Languedoc sob os quais estarei escrevendo a partir da próxima semana. Sem muita escolha, seleção ou ciência, na verdade apenas uma coletânea de opiniões e sensações que gostaria de compartilhar. São vinhos que cabem no bolso, com preços que variam entre R$25 a 37,00, e que me souberam bem.

 

La Florencia 2005, Mendoza, Argentina.  Este rótulo possui também outros varietais dos quais o mais conhecido é o Malbec. Eu tomei o Merlot, porque queria algo diferente e há muito busco encontrar um de qualidade e preço médio na Argentina. A cor é de um rubi profundo e bonito, com bom brilho. Os aromas não me chamaram a atenção, mas na boca aparece alguma fruta vermelha com algumas notas herbáceas e algo defumado ao final, de corpo médio, boa intensidade e um leve amargor no final. De taninos firmes já maduros sem grande adstringência e baixa acidez. Bem feito, mas seu estilo austero não me encantou. Vinho correto por cerca de R$32,00.

 I.S.P.  

 

Monte do Vilar Tinto 2005, Alentejo, Portugal. (Lusitana) Um vinho com a cara do Alentejo, elaborado com Aragonês e Trincadeira, corte típico desta região. Bela paleta aromática de boa intensidade onde aparecem claramente frutas vermelhas e algo de café tostado. Na boca, a sensação olfativa se confirma com acentuação em fruta madura e boa acidez num vinho de corpo leve e fácil de agradar que certamente se dará bem, levemente refrescado, acompanhando um arroz de bacalhau e brócolis ou um churrasco de carnes menos gordurosas ou, quem sabe, até um arroz de pato. Taninos maduros e macios num saboroso final de boca. Por cerca de R$28,00 meu I.S.P.  $   

Marco Luigi Reserva da Família Merlot 2003, Bento Gonçalves, Brasil. Este produtor tem uma série de produtos de que sou fã. Possui um Merlot básico varietal por cerca de R$22,00 que é muito saboroso, um Conceito Tempranillo por cerca de R$30,00 que também acho bastante interessante, assim como os espumantes dos quais destaco o Reserva da Família Brut e o Moscatel. Desta vez tive o prazer de tomar este muito saboroso Merlot da linha Reserva da Família. É realmente, um vinho mais evoluído, de médio corpo com álcool bem comportado em 13º, bom volume de boca, boa acidez, taninos maduros, finos e elegantes estando, na minha opinião, no auge para ser tomado. De interessante complexidade tanto no nariz como na boca, é um vinho de persistência média e bom final de boca que só vem comprovar minha tese de que, nos níveis médios de preço, os Merlots nacionais não devem para ninguém. Um dos bons produtos nacionais disponíveis no mercado e bem posiconado no quesito preço considerando-se a qualidade oferecida. Uma pena que em São Paulo não seja muito fácil de encontrar. Por cerca de R$33,00, vi no site da Costi Bebidas em Porto Alegre. I.S.P.  $ 

Callia Alta Shiraz (syrah)/Malbec 2006, Mendoza, Argentina. (BR Bebidas / Kylix) Pelo que pesquisei, este produtor parece trabalhar muito bem os vinhos de corte tendo a Shiraz, ou syrah, como sua casta dominante. Este corte, especificamente, achei muitíssimo agradável e fácil de tomar. Vinho correto, descompromissado, nariz de boa fruta fresca, taninos finos maduros, plenamente integrados, macio e sedoso, ótimo para acompanhar uma pizza, um bom cheese-salada, mesa de frios ou coisa do gênero. Dentro do estilo, e com um preço ao redor de R$26,00, é um vinho que satisfaz e que incentiva a  provar os outros cortes; Shiraz/Cabernet e Shiraz/Bonarda.

I.S.P. $

Masseria Trajone, Nero D’Avola, Sicília, Itália 2004. (Vinci/Portal dos Vinhos) Não sou um especialista ou grande conhecedor de vinhos Italianos, mas é o segundo vinho elaborado com esta cepa autóctone, que tomo e aprovo. O outro, o Passo Delle Mule, é um espetáculo de vinho que me encantou, tendo-o comentado num post anterior, e está num patamar de preços bem mais alto. Este é um vinho menos elaborado, mas segue sendo extremamente prazeroso de tomar. Tem uma paleta aromática bastante intensa e na boca é puro prazer. Muito equilibrado, boa estrutura, redondo, macio, boa acidez, enche a boca de prazer num final de boca médio e muito saboroso. Um belo achado por este preço de cerca de R$37,00, faixa em que contracena com o Altano, um vinho do Douro importado pela Mistral, mas que não faz parte desta análise, e que é outro belo produto por um preço incrível.

Meu I.S.P. $ 

 

Sozinho? Nem tanto!

        Há alguns dias, sabe-se lá onde, já que navego bastante pela rede e volta e meia perco o rumo, li uma receita sobre a longevidade do casamento que dizia algo como; para que o casamento dure, o casal tem que ter três espaços ou lugares. Um para ela, um para ele e outro comum aos dois. Não sei é para tanto, mas a realidade é que, em qualquer relação, há que existir um espaço neutro onde cada um possa buscar a sua individualidade. A necessidade de momentos pessoais de reflexão, de poder estar só, é essencial. Mas, o que isto tem a ver com o vinho?

Tudo e nada. Na verdade, este tema me veio à mente en função de um texto da Helô (link aqui do lado) em que ela criticava uma suposta afirmação do Washington Olivetto, que é pensamento de muita gente, de que vinho nunca se deve tomar desacompanhado. Gente não vamos nos iludir, na vida há momentos em que é importante, sim, estar só e nessas horas, o vinho é o companheiro, junto com um bom livro, seus pensamentos, com uma boa musica, vislumbrando milagres da natureza com um formidável pôr-do-sol, o cheiro da grama molhada pelo sereno num amanhecer de azul anil, etc. e tal. De qualquer forma só , só mesmo, realmente nunca ficamos.

              Um bom vinho é poesia, é companheiro de bons e maus momentos, com comida ou sem, com gente ou sem! Há hora e momento para tudo nesta vida, inclusive para estar só. Nessas horas, melhor se com um bom vinho na taça. Salute e kanimambo.

Promoções de Maio, ultima semana

              Ultima semana de Maio e pouco tempo para aproveitar boas ofertas que alguns de nossos parceiros elaboraram para este mês. Selecionei estes poucos, mas bons rótulos, que penso terem ótima relação QualidadexPreçoxSatisfação. Aproveitem.

  • Da Zahil, duas belissímas ofertas de rótulos de grande qualidade que a importadora está descontinuando de seu portfolio. Primeiramente, talvez a melhor oportunidade, o Legaris 2003 um vinho Espanhol de textura sedosa e taninos aveludados e maduros. Obteve 90 pontos da Wine Spectator, de R$142,00 por R$106,50. O Segundo destaque que me chamou a atenção, é um Cote du Rhone 2004 elaborado pelos conceituados e renomados Vins de Vienne. Um vinho de grande personalidade, concentrado e intenso de R$79,00 por 55,00.
  • Da Expand, algumas boas dicas dentro as sua promoções do mês. Um vinho que recomendarei em Junho, dentro do trabalho sobre Bordeaux que estou elaborando, é o Chateau La Croix du Duc Bordeaux 2006 um corte de 80% Merlot com Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon que resulta num vinho franco, bem frutado, macio na boca que agrada fácil. O preço normal é de R$39,00, o que já é bom, mas na promoção sai por R$35,00. O preço da garrafa do Palo Alto Reserva 2006 é de R$29,00 o que em si já é um achado para um vinho desta qualidade, e o recomendei quando do Mês do Chile que creio que foi Março. Agora, na compra de uma caixa 10% de desconto, se duas 20% e se três serão 30% de desconto, junte os amigos e aproveite porque com o desconto máximo, o preço baixa para míseros R$20,30!! Outro bom Bordeaux, que está na minha lista de recomendados e um dos meus preferidos por seu frescor e equilíbrio, é o Chateau Jalousie 2004 Bordeaux Superieur um belo vinho que, de R$78,00 está por R$69,00. Um que não está na promoção, mas é uma ótima oportunidade para se entender o grande prestigio que os vinhos Riesling da Dr. Loosen , região do vale do rio Mosel na Alemanha, possuem. Experimente este Dr. L Riesling Qualitatswein 2006 que é uma delicia, extremamente saboroso muito frescor e elegância com aromas cítricos de boa intensidade. Preço R$55,00.

Salute e kanimambo!

Pedro & Inês uma História de Amor

               O mês de Maio está por acabar. Daqui a uma semana entraremos no mês de Junho, chegamos ao meio do ano e ao mês dos namorados. Sim, digo mês porque há que se aproveitar ao máximo o romantismo da época, o friozinho ajuda, e não deixar a celebração para um só dia. Pensando nisso, decidi começar a preparar o clima desde já e nada melhor do que uma grande história de amor para abrir este ciclo de “festividades” e “declarações”. Todos os fins de semana falo menos de vinho e mais de coisas para além dele. A partir deste fim de semana, até ao final de Junho, dedicarei meus posts a todos os amantes e, em especial, á minha! Uma singela forma de homenagear um sentimento que, para mim, é precioso e faz o mundo girar.

             Eis aqui um misto de história e lenda, imortalizada em poemas, pinturas, musicas, peças, textos e esculturas, o amor de Don Pedro e Inês de Castro segue encantando o mundo, como símbolo maior de um grande amor, há mais de 650 anos. Para quem não conhece, eis a história que originou a conhecida frase “agora não adianta, a Inês é morta”.

                O príncipe D. Pedro, filho de D. Afonso IV e de D. Beatriz de Castela nasceu em Coimbra, em 8 de Abril de 1320 e morreu em Lisboa, em 18 de Janeiro de 1367. Reinou por apenas 10 anos, de 1357 a 1367 (8º rei de Portugal), como D.Pedro I. Como de praxe à época, quando casamentos eram arranjados desde a tenra idade em função de estratégias e interesses políticos, D. Pedro I e D. Constança, princesa e filha do Infante de Castela, D. João Manuel, vieram a se casar. A noiva veio para Portugal, em 1340, acompanhada por um séquito, do qual fazia parte uma aia Galega, chamada Inês de Castro. Filha do fidalgo Pedro Fernandez de Castro , Inês de Castro, segundo os poetas, era uma mulher lindíssima, e o príncipe Don Pedro I se apaixonou perdidamente por ela que correspondeu totalmente seus sentimentos de amor profundo. Por ela, D. Pedro deixou de lado as conveniências de Estado e as reprovações de todos, desprezando a corte e afrontando tudo e a todos.

                 A corte considerava uma afronta aquela ligação indecorosa pelos problemas morais e religiosos que levantava, bem como, pelo perigo que a influência da família dos Castros (Galicia – Espanha) poderia trazer à coroa portuguesa. Apesar disso tudo, Inês de Castro e D. Pedro viviam trocando juras de amor eterno. No entanto, as intrigas que chegavam ao Rei D. Afonso IV, apressavam o monarca a agir. Brando de costumes, mas firme de valores, o Rei despacha D. Inês para o exílio próximo à fronteira Espanhola em 1344. A distancia, no entanto, em nada alterou a paixão de Pedro & Inês. Dona Constança faleceu pouco depois, ao dar à luz a D. Fernando, herdeiro do trono de Portugal. O Rei tenta, novamente, casar seu filho com uma dama de sangue real, tendo D. Pedro rejeitado a idéia e trazido Inês do exílio para, com ela viver despreocupadamente, o seu idílio nas bucólicas margens do Rio Mondego no Paço de Santa Clara. Esta atitude criou grande tumulto na corte e deu um enorme desgosto a D. Afonso tendo a relação entre os dois se esvaziado. Desta relação de Pedro e Inês nasceram três crianças, D. Diniz/D. Beatriz e D. João, que só vieram a agravar o relacionamento entre Príncipe e Rei.

               Para incendiar mais ainda a situação, querem fazer crer a D. Afonso que os Castros queriam ver o Infante Fernando, filho de Pedro e Constança, assassinado, uma vez que era ele o sucessor de Pedro, e não os filhos resultantes da sua união com Inês. O monarca se sente amargurado e vê-se no meio de uma trama que só ele podia resolver. Embora D. Afonso compreendesse as razões daquela ligação perigosa, todo o enredo político/social o levou a tomar uma decisão drástica, por influência de seus conselheiros Diogo Lopes Pacheco, Álvaro Gonçalves e Pêro Coelho, em reunião convocada sem a presença de D. Pedro, ficou definida a execução de Dona Inês. Apesar de ser mãe de três filhos de D. Pedro, os executores régios, aproveitando a ausência de D. Pedro em uma de suas habituais caçadas, entraram no Paço e, ali mesmo, apesar de suas suplicas, a decapitaram em 7 de Janeiro de 1355 com apenas 30 anos de idade.                                         

                Inconsolável com a perda de Inês, D. Pedro chegou a declarar guerra ao pai. Dois anos depois, quando da morte de D. Afonso IV e de sua subida ao trono, aos 37 anos, D. Pedro I diligenciou a captura dos assassinos de D. Inês. Dois deles foram encontrados e executados tendo o terceiro conseguido escapar. Procurando dignificar o nome de Inês de Castro, D. Pedro declarou solenemente, apresentando como testemunhas Don Gil, Bispo da cidade de Guarda e Estêvão Lobato, seu criado, que sete anos antes casara com ela em Bragança em dia “de que não se lembrava”, tendo esta afirmação pública sido proferida em 12 de Junho de 1360. Diz a lenda, não documentalmente provada e aparentemente obra de poetas da época, que D. Pedro fez coroar rainha a Dona Inês, obrigando a nobreza, que tanto os tinham desprezado, a beijar-lhe a mão, depois de morta.

                   Cumprida a sua vingança, D. Pedro I ordenou a translação do corpo de Inês, da campa modesta no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde se encontrava, para um túmulo delicadamente lavrado, qual renda de pedra, que mandou colocar no Mosteiro de Alcobaça. Mais tarde, D. Pedro I mandou esculpir outro túmulo semelhante ao da sua amada, colocando-o em frente ao da sua Inês, para, após a sua morte, permanecer ao lado do seu grande amor. (mais lindas fotos do mosteiro aqui)

                    O quanto disto é real, ou lenda, difícil de definir apesar de todos os estudos sobre o caso. O que é fato incontestável é o grande amor que os uniu tanto na vida quanto após a morte. Uma verdadeira estória de amor; sublime e trágica, cheia de magia e encanto, demonstrando toda a devoção entre dois amantes. Esta é uma de minhas histórias de amor preferidas, já que outras cantadas em prosa e verso, são, em sua grande maioria e apesar de lindas, totalmente obra do imaginário enquanto nesta, os fatos comprovam a quase total veracidade dos fatos ocorridos. Achei importante relembrar a história já que estamos por chegar em Junho, o mês dos namorados e eternos amantes. Salute a todos, que a magia e intensidade do amor de Pedro & Inês tome conta de todos.

Imagem retirada do trabalho de Fernando Paiva, base da matéria, publicada em http://www.youtube.com/watch?v=rZ-Z7X9HsPY

Boas Compras III – Vinhos do Porto e Douro

                 Hoje publico o ultimo post de Boas Compras deste mês em que me debrucei sobre essa delicia, que são os Vinhos do Porto e os Vinhos do Douro. Acredito que tenha ficado claro que, apesar de alguns preços bem altos, existem ótimas opções com preços que beiram a pechincha. Há que desmistificar alguns rótulos que colocamos sobre diversos temas, entre eles o fato de que Vinho do Porto é caro. Comprar um LBV por R$57 a 80,00 ou um Reserva por R$50 a 70,00 é uma prova inequívoca de que esse preceito é errado. Isso, sem contar as excelentes opções de Vinhos do Douro a partir de R$30,00. Logicamente que grandes vinhos têm grandes preços, não dá para comprar um Vectra pelo preço de um Corsa, mas até aí existem belos custo X beneficio que há que se examinar  dentro de seu contexto. Grandes Vinhos do Douro como um Chryseia ou um Quinta Nova Grande Reserva dão um banho em diversos vinhos Franceses, Italianos ou Chilenos, cantados em verso e prosa pela imprensa especializada internacional, por uma fração do preço.

                  Nossos parceiros destacaram mais estes vinte e um rótulos. Neste mês, conseguimos reunir um total de sessenta e três destaques para todos os gostos e bolsos. Espero que tirem proveito destas lista de Boas Compras e lembre-se, dê sempre preferência aos nossos Parceiros do Vinho devidamente ressaltados em Onde Comprar. Salute e boas compras, que Bacco lhe ilumine na escolha.

Vinea Store – Uma das lojas mais bonitas, se não a mais, em São Paulo. Aquele “Jardim Gourmet” é especial, assim como a simpatia do pessoal. Em breve estreará na seção Parceiro do Vinho. Mas vamos a seus destaques:

  • Quinta Nova Porto Reserva Ruby 500ml, mais um dos meus favoritos que realmente encanta. Já o tenho elogiado em diversos outros posts e para quem tem duvidas se gosta ou não de Vinho do Porto, aposto que se tomar este suas duvidas se esvaziarão. Adoro e, ontem á noite, terminei minha ultima garrafa. Assim que der ($) tenho que dar uma passada lá. Preço R$69,00.
  • Quinta Nova Porto LBV 2003. Este produtor realmente exala qualidade. Belo exemplar de LBV que ficará melhor ainda com mais um ou dois anos de garrafa. Preço R$122,00.
  • Quinta Nova Douro DOC Tinto 2004, um dos vinhos mais acessíveis deste produtor. Preço R$75,00
  • Quinta Nova Douro Grande Reserva Tinto 2005. Colecionador de prêmios internacionais tendo recém conquistado o titulo de melhor tinto do Velho Mundo na Expovinis 2008. No encontro Vinho & Sabores realizado em Lisboa em Novembro de 2007, um conjunto de 11 jornalistas especializados elegeu os melhores vinhos participantes. De uma primeira lista de 300 vinhos degustada às cegas, foram selecionados 59. Destes, o Grande Reserva ganhou, também numa prova às cegas, como o melhor tinto. Diz a Revista do Vinho: ” Um tinto muito aromático, cheio de fruto e violetas. Na boca mostra-se sofisticado, suave a acetinado, com um belo final de boca. Foi um vinho muito consensual entre todos”. Eu ainda não provei, mas fiquei com água na boca! Preço R$269,00.

Grand Cru Granja Viana – A bonita loja da Grand Cru aqui da Granja, tem belos vinhos disponíveis e para todos os preços. Eis aqui alguns dos rótulos de qualidade que são destaques neste mês.

  • Quinta do Noval LBV 2001, mais um dos meus xodós. Já sei, tenho um monte de preferidos, não è? É que meu coração é grande e a quantidade de rótulos de qualidade imensa. Ainda tenho uma garrafa do 2000, que é soberbo, que um amigo me trouxe de Portugal. Um dos melhores LBV’s no mercado por R$130,00.
  • Poças LBV 1998, um Late Bottled Vintage de mais idade e pronto para beber, com preço bem camarada R$78,00.
  • Noval Maria Mansa Douro 2003, não conheço, mas meu amigo Álvaro Galvão o recomendou como sendo um belo vinho e o produtor é de primeiro nível, então eu assino embaixo. Preço R$65,00.
  • Chryseia 2004, não é exclusividade da Grand Cru, mas é onde, aparentemente, está com melhor preço. Este é um dos ícones Portugueses e, a meu ver, um vinho de reflexão. Não é só um grande vinho Português, é um grande vinho e ponto! Tomei o 2001 e é simplesmente maravilhoso. Se fosse Inglês, seria um Lorde, tamanha a elegância e, se fosse Francês, custaria três vezes mais. Preço, R$290,00

Cia do WhiskyMais um que aparecerá na seção de Parceiro do Vinho, muito em breve. Ótima opção de bons e diversos vinhos na região de Moema sempre com preços justos e algumas boas promoções. Eis os destaques que listaram para você este mês.

  • Royal Porto Extra Dry Branco. Mais uma opção de um branco seco para tomar como aperitivo, servido fresco, ou como drink longo tipo portonic ou com gelo e suco de laranja como sugere a Mariluz da Cia do Whisky. Preço R$48,70.
  • Royal Porto Tawny ou Ruby. Duas boas opções de Vinhos do Porto básicos por R$39,30.
  • Quinta do Crasto LBV 2001, opção de LBV de um dos principais e mais conceituados produtores da região do Douro. Elegante e delicado tendo passado por quatro anos de madeira, balseiros ou tonéis. Preço R$105,90.
  • Quinta do Portal Fine Tawny ou Ruby. Vinhos do Porto básicos, porém com maior evolução e mais tempo de madeira. Preço R$58,50.
  • Quinta do Portal Moscatel Douro, para mostrar que este estilo de vinho não é só produzido na região de Setúbal. Com um jeito muito próprio de ser, os vinhos fortificados Moscatel do Douro, são únicos. Preço R$81,70.

Vinci – A segunda marca da Mistral, possui belos produtores e preços em seu portfolio. Pela primeira vez aparece aqui em Boas Compras e, esperamos, poder vê-los por aqui de forma constante. Os preços destes destaques me parecem bem competitivos, para não dizer muito bons. Comparem.

  • Quinta da Pacheca LBV 2002. Tive a oportunidade de estar com o produtor e provei este delicioso Late Bottled Vintage. Muito frutado e sedoso na boca, me encantou. Acho o preço uma barbada, aproximadamente R$85,00.
  • Quinta da Pacheca Vintage 2003. Pelo papo com o produtor e a forma como ele se referia a seus vinhos e sua vinícola, só posso endossar tudo o que ele faz, mesmo não conhecendo, pessoalmente, todos seus rótulos. Preço aproximado de R$235,00.
  • Quinta do Passadouro Vintage 2000. Não conheço o produto, mas os vinhos tintos deste produtor são dos mais respeitados já tendo sido apontado como Melhor do Douro pela Revista de Vinhos. Imagino que seu padrão nos Vinhos do Porto seja tão bom quanto e, nesse caso, este Vintage da excelente safra de 2000, está uma pechincha por apenas cerca de R$135,00.

DecanterMais uma vez aqui conosco, esta importadora tem um maravilhoso portfolio que merece ser conhecido mais afundo. Eis aqui uma pequena amostra do que els têm a nos oferecer, com um especial destaque para o Ótima 10 anos e o LBV 1995.

  • Porto Warre’s LBV 1995. Um dos mais conceituados LBV’s do mercado muito elogiado pela Revista de Vinhos e a safra de 92 teve 90 pontos na Wine Spectator. Ainda não tive o privilégio de o provar, mas por tudo o que li, é um grande vinho. Preço R$ 126,50.
  • Porto Warrior Special Reserve Ruby 500ml, provei e gostei. Belo exemplar de um Porto Reserva. Preço R$102,40.
  • Porto Otima 10 anos Tawny. Ótimo 10 anos, muito sofisticado e complexo nos aromas e sabores. Gostei muito. Preço R$119,60.
  • Caldas Reserva 2004, ainda não tive oportunidade de o provar, mas; o produtor, Domingos Alves de Souza, é altamente respeitado, a Revista de Vinhos o tem elogiado bastante com diversas indicações de Melhor Compra, e o Cezar (Decanter – SP) me garantiu que o produto é de primeira. Recém chegou ao Brasil e acho que merece ser provado. Preço R$88,50.
  • Vale da Raposa Douro 2004. Um dos bons produtores do Douro. Frutado com toques tostados, vinho de gama média desta conceituada vinícola. Preço R$53,50.

Endereços e Telefones para contato e compra, encontre na seção

 “ONDE COMPRAR”

Trumpeter na Kylix & na Zahil

               O Simon nos trás sempre novas e boas promoções de dar água na boca. Desta vez, em parceria com a Zahil, nos oferecem três garrafas da linha Trumpeter pelo preço de duas o que equivale a 30% de desconto. Na promoção estão o Malbec e o Merlot 2007, ambos muito bem pontuados pela Wine Spectator com 88 pontos. A terceira opção, uma das minhas favoritas deste produtor, é o corte de Syrah e Malbec 2006. Eu provei o 2005 e adorei este assemblage que demonstrou ser um vinho muito equilibrado, saboroso, macio na boca, de taninos aveludados e bem frutado com leve toque de especiarias. Se o 2006 estiver qualquer coisa parecido, é uma bela compra. Todos custam R$45,00 no caso de comprar duas, a terceira sai na faixa! Para quem quer conhecer esta linha de vinhos, uma garrafa de cada será uma boa pedida, pois equivale a meros R$30,00 cada. Existem muito poucos vinhos desta qualidade no mercado, por um preço tão convidativo.

               O legal da promoção, é que você tem dois endereços (Kylix e Zahil) onde comprar em regiões diferentes de São Paulo. Uma pena que o Trumpeter Reserva não esteja nessa promoção, já que talvez seja, em minha opinião, o melhor de toda a linha, mesmo que um pouco mais caro. Bem, é isso, boas noticias, promoções e oportunidades que nos façam bem ao bolso e ao paladar, há que divulgar! Ainda mais quando são de nossos Parceiros do Vinho. Salute e kanimambo!

 Kylix, Av. Angélica, 681 – Tel. (11)3825.4422 

 Zahil, Rua Manuel Guedes, 294 – Tel. (11) 3071.2900

Bohemian Highway

                Domingo, dia ensolarado e bonito, típico de nosso outono. Linda caminhada, por ruas tranquilas e arborizadas, respirando ar puro e fresco, sou um privilegiado. Volto a casa, um leve pigarro insiste em me incomodar a garganta num prenuncio de uma potencial gripe. Precisava de algo macio e sedoso que atenuasse o incomodo e abri um vinho. Tá bom, já sei, poderia ser um mel com própolis ou coisa semelhante, mas ……tenham dó, dia lindo, família reunida, papo rolando solto, tinha tudo a ver!

                Estava em clima de provar coisas novas, na adega escolhi um vinho que não conhecia. Peguei um Cabernet Sauvignon Americano da Bohemian Highway da safra de 2005. Já sei, nunca tinha ouvido falar, né? Pois é, eu também não, é lançamento da Vinci, mas acho que esta falta de conhecimento só nos aguça a curiosidade e, paralelamente, nos deixa absolutamente á vontade para apreciar o vinho sem quaisquer influências externas. Bem, comentarei o vinho logo abaixo, mas para sintetizar, quando me dei conta, tinha dois dedos de vinho na garrafa!

  • Produtor – Bohemian Highway Wine Company
  • Importador – Vinci (tel. 011. 2797-0000)
  • Região – Sonoma County, California
  • País – Estados Unidos
  • Composição uvas – Cabernet Sauvignon
  • Detalhes Produção
  • Teor de álcool – 13º.
  • Safra – 2005.
  • Preço aproximado em maio/08 – R$42,00
  • I.S.P –  

O contra-rótulo tem uma descrição do vinho, que talvez seja uma das mais corretas que já tenha visto “This wine embodies the casual, free-flowing spirit you will find along the way”. Ou seja, casual, despretensioso, pura diversão. Aliás, o próprio rótulo já nos dá uma certa dica do vinho. Ficamos batendo papo na mesa petiscando uns queijos e um pão italiano com azeite e depois almoçamos uma massa recheada com mussarela de búfala e molho ao sugo. Tudo simples, leve, ligeiro e o vinho, harmonizou perfeitamente com a comida e com o clima reinante. Um vinho bastante agradável que me surpreendeu, já que esperava um vinho mais encorpado e robusto. Ao contrário, é um vinho leve, suave, fácil de beber, porém sem ser aguado, risco que se corre em vinhos deste estilo. Boa paleta aromática em que sobressaem aromas de frutas vermelhas maduras, na boca é macio com taninos sedosos e doces, harmônico, bom frescor, vinho fácil de agradar. Não é um vinho de complexidades ou grandes wows, mas não se propõe a isto, possuindo um jeito meio “easy rider” de ser. Ganharia uns pontos a mais em meu indíce de satisfação caso fosse um pouco mais barato.

                   Como diriam meus colegas blogueiros Portugueses, um vinho saboroso, apetecível e descompromissado! Não sei se passa por madeira, mas se passa, é imperceptível. Certamente será ótima companhia para uma pizza de calabresa ou um churrasco de hamburgers bem tipico Americano. Ah, aqueles dois dedos de vinho que tinham sobrado? Eheheh…… Salute, são quase nove da noite e vou pegar um mel com própolis, amanhã promete!