Zuccardi “Serie A”
Mais uma vez me sinto um privilegiado ao poder participar de um agradável almoço de apresentação de um novo vinho. Neste caso, de diversos vinhos já que se tratava de uma nova linha de produtos que a Zuccardi, vinícola Mendocina, lança no Brasil em conjunto com a Expand. Afora o privilégio de tomar estes vinhos, tive o prazer de conhecer o homem por trás deste trabalho, José Alberto Zuccardi. Iniciamos com uma apresentação da vinícola em que, a meu ver, ocorreu o grande destaque do evento, uma frase dita por José Alberto; Não há vinhos de qualidade sem gente de qualidade. Não desmerecendo os vinhos, muito pelo contrário, mas esta é a essência de tudo, a espinha dorsal do projeto como um todo. Esta é uma filosofia que prezo muito e, de cara, ocorreu uma sinergia de idéias. Esta filosofia, conjuntamente com a capacidade de inovação, é que fez com que a Zuccardi, se tornasse a vinícola familiar líder na Argentina.
Para este projeto foram construídas instalações novas com 30% dos vinhedos orgânico, o restante muito próximo disto, sem uso de qualquer forma de pesticidas. A linha de vinhos Serie A, é composta de: um vinho branco, corte de Chardonnay com Viognier e três tintos varietais a 100%, um Malbec, um Syrah e um Bonarda. Falemos dos vinhos:
- Chardonnay/Viognier 2007, com 50% de cada cepa e 13.5% de álcool, resulta num vinho muito fresco, com ótima acidez, suave e ligeiro. Acompanhou uma entrada de Bobó de Camarão na mini moranga. Com a comida, cresceu assustadoramente me surpreendendo positivamente.
- Syrah 2006, com 30% do vinho passando por barricas de carvalho Francês de primeiro, segundo e terceiro usos por um período de dez meses. Com 14º de teor alcoólico muito bem balanceado, boa fruta madura, boa estrutura, levemente especiado com a tipicidade da casta. Foi o que melhor harmonizou com o risoto de ossobuco com ragú. Muito bom.
- Malbec 2006, com 70% dos vinhos passando por barricas de carvalho Francês de primeiro, segundo e terceiro usos por um período de dez meses. Vinho saboroso, de muito boa acidez o que não é muito comum ao Malbec Mendocino, com taninos finos e elegantes.
- Bonarda 2006, também com 30% do vinho passando por barricas de carvalho Francês de primeiro, segundo e terceiro usos por um período de dez meses. O teor alcoólico é bem comportado com 13º, boa estrutura e corpo numa soberba paleta aromática com frutas silvestres que se confirmam na boca com uma boa acidez, final de boca suave, redondo de média persistência. Individualmente, para tomar solo, talvez o mais interessante de todos os vinhos desta Serie A. Realmente a Bonarda, é a uva do futuro na Argentina!
No geral, bons vinhos, elaborados com muita competência, os tintos com uma previsão de guarda em torno de uns 4 a 5 anos, que a Expand coloca no mercado ao preço de R$55,00. Os destaques, para mim, foram o Bonarda e o Syrah que me agradaram muito e recomendo, cada um a seu modo. Acredito que, se este preço pudesse estar abaixo de R$50,00, teríamos aqui um grande custo x benficio.
Para finalizar, ainda pude provar o Zuccardi Zeta (top de linha da Zuccardi), um belíssimo e divino corte de Malbec e Tempranillo, dentro os grandes da Argentina e o MALAMADO. Para quem não conhece, um vinho fortificado à base de malbec elaborado à moda do porto, de onde advém o nome. Delicioso! salute e kanimambo.
João Filipe, realmente Zuccardi é um dos bons e estáveis produtores da Argentina. Acho o Q Tempranillo muito bom.
Abs, Raul
Prezado João Filipe: estive recentemente em visita à Bodega da Família Zuccardi, onde provei, no restaurante ali existente, vários vinhos ali produzidos, e fiquei muito bem impressionado com o Malbec Série A, que vc parece não ter apreciado tanto. Gd. abraço, Nelson Peixoto.
Oi Nelson, obrigado por participar. Não é que não apreciei, achei um vinho de qualidade e com caracteristicas diferenciadas, mas não me encantou tanto quanto o Syrah e o Bonarda. Acho que estou ficando um pouco cansado de tanto Malbec, tanto é que estou evitando tomar e dando um tempo, estando com o foco na busca por novos sabores! Não deixa, todavia, de ser um bom vinho até porque esta vinicola se esmera no que faz, desde os rótulos mais simples.
Agora, tomar na vinicola é sempre mais saboroso! Traz uma forte influência emocional que resulta num prazer especial. O entorno, a companhia e o momento de tomar o vinho, fazem uma diferença enorme. Tanto quanto uma boa taça e a temperatura adequada. Covardia, meu!
PREZADO JOÃO: AGORA EXPERIMENTEI O BONARDA, E REALMENTE ESTÁ BEM INTERESSANTE! CONCORDO QUE A MALBEC ARGENTINA AS VEZES CANSA, ESTOU COMEÇANDO A EXPLORAR A BONARDA, QUE FIQUEI SABENDO SER A SEGUNDA UVA DO PAÍS HERMANO….gd. abraço, Nelson Peixoto.
Oi Nelson, realmente a Bonarda é uma uva em plena expansão e trazendo vinhos muito interessantes. Ainda vamos ouvir falar muito desta uva conforme os produtores aprendem a trabalhá-la. Era uma uva que gerava vinhos muito rústicos, mas isto vem mudando. Quando tiver oportunidade, já que está explorando, prove o Nieto Senetiner Partida Limitada Bonarda, especialmente se vc conseguir encontrar da safra de 2002 (tente os nossos parceiros). Não é barato, deve andar aí pelos R$100, mas é um vinho impressionante e surpreendente. Todos os Bonardas que estão parecendo por aí, quando crescerem querem ser este vinho! Bão demais da conta! Abraço
Um Zuccardi 2008, ainda posso tomar?
Oi e desculpe o atraso na resposta. Depende do Zuccardi, porque tem linha de entrada e a top, passando por vinhos de média guarda. É um bom produtor, mas o vinho já está com 13 anos, então se for um vinho de entrada corre o risco de já não estar bom. Só tem um jeito de saber, abra! rs Saúde