Vila de Frades Reserva Branco

                Gosto quando descubro coisas diferentes, adoro experimentar. Se visito um país pela primeira vez, tento sempre provar os sabores locais. Nesta nossa Vinoesfera, ajo da mesma forma e meu hobby é garimpar. Numa dessas, constantes, visitas que faço ao Portal dos Vinhos, tive a oportunidade de dar de cara com o produtor e o importador deste vinho. Papo vai, papo vem, passamos do vinho a tauromaquia (touradas) e o papo foi longe. Desse encontro restaram as lembranças e uma garrafa de Vila de Frades Reserva Branco 2005, para prova. A primeira surpresa foi o corte com a uva Perrum, que até esse momento desconhecia. Portugal tem um sem número de castas autóctones, muitas com nomes muito interessantes como Rabo de Ovelha, Tinta Cão, Bastardo, Baga, Bical, Sousão, Antão Vaz, Fernão Pires, Encruzado, Loureiro, Arinto, entre muitas outras e agora, conheci mais esta. Falemos do vinho!

  • Produtor – Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito C.R.L.
  • Importador – Garrafeira Alentejana (www.garrafeiraalentejana.com.br)
  • Região – Alentejo, sub região de Vidigueira
  • País – Portugal
  • Composição uvas – Antão Vaz e Perrum
  • Detalhes Produção – Fermentado a 16º e estagiado em barricas novas de Carvalho Francês por um período de 4 meses.
  • Teor de álcool – 12.5º.
  • Safra – 2005.
  • Preço médio em Abril/08 – R$49,00
  • I.S.P$

Uma surpresa muito agradável, a segunda, só que desta vez na boca. Não é um daqueles vinhos brancos ligeiros, leves, para bebericar com os amigos numa tarde de verão. Pode até ser, obviamente, mas acredito que seja um vinho que se aprecia melhor com comida. É de corpo médio, cor amarelo dourado brilhante, possui muito boa acidez, aromas intensos de fruta madura como pêssego e ameixa amarela. Na boca é completo, muito equilíbrio, boa harmonia, boa fruta com nuances de baunilha e algo de mel num final de boca de persistência média. Mais que tudo é um vinho diferente, talvez em função da uva perrum autóctone da região que lhe dá uma personalidade própria. A casta Antão Vaz, também autóctone portuguesa e bastante usual em vinhos do Alentejo, já gera, por si só, vinhos muito agradáveis e de boa acidez. A adição de Perrum no corte fez a diferença, pois lhe deu mais complexidade. Muito bom.

            Fiz umas experiências gastronômicas com este vinho já que, por acaso, os cardápios em casa se propunham a isso. Primeiramente com um Cuscuz e o vinho acompanhou muitíssimo bem o prato. A boa estrutura e frescor do vinho, também fez com que harmonizasse muito bem com um curry de frango com maçã.  Se lembram do erro que cometi com a minha harmonização da Páscoa? Pois bem, com este vinho, aquele Bacalhau a Braz garanto que ficaria dez! Poderia, inclusive, acompanhar uma receita de bacalhau no forno com fidalguia. Uma ótima opção de um vinho efetivamente gastronômico. Eu gostei e recomendo, bela alternativa ao famoso e bem mais caro Esporão Reserva Branco. Existe também a versão Tinta que dizem ser muito boa, não conheço, mas se acompanhar este nível, certamente será de primeira e deve ser provado também. Estes vinhos, inclusive uma versão mais ligeira do branco, estão disponíveis na Portal dos Vinhos. Salute e kanimambo.