Armazenando seus vinhos, o que fazer

               Qual é a melhor condição para a guarda de Vinhos. Em principio, o ideal seria que os vinhos, para que evoluam melhor garantindo um envelhecimento com qualidade atinjindo sua maturidade com saúde, sejam mantidos a uma temperatura estável e constante ao redor de uns 15º , a uma umidade relativa entre 60 a 75%, longe de luz direta, local mediamente ventilado, sem trepidações e deitado para manter a rolha úmida. Ou seja, nas condições das caves dos produtores, o que é praticamente inviável a não ser que se tenha o bolso extremamente recheado o que, convenhamos, não é a situação da maioria. O que podemos fazer é tentar reproduzir estas condições da melhor forma possível, considerando-se a disponibilidade financeira e de espaço, de cada um, em sua casa assim como do nível de qualidade dos produtos. Quanto mais evoluídos sejam os vinhos, mais delicados eles são e, consequentemente, maiores os cuidados com seu manuseio e armazenamento. Consideremos três cenários:

  • Um grande colecionador e expert em vinhos, certamente terá uma grande adega construída em uma sala separada, com tudo aquilo que o figurino manda. Preservar vinhos de excelência, de exceção e de reflexão requer cuidados extremos e os custos são altos. Numa situação destas, fácil, fácil se gastam R$20 a 30.000. Caro? Sim bastante, mas dependendo do seu conteúdo, perfeitamente entendível e justificável. Se forem do porte de vinhos como; Romanée Conti, Mouton Roschild, Veja Sicilia Único, Barca Velha,Gaja Costa Russi, Ornellaia Toscana,Opus One, Penfolds Grange, Chateau Margaux e Chateau Petrus, e outras preciosidades do tipo, o custo é até baixo!
  • Numa outra situação temos o apreciador de vinhos já com uma certa experiência, que viaja, trás coisas boas de fora, que toma bons vinhos e já possui algumas boas garrafas de vinhos de grande qualidade e de média guarda. Estes rótulos já pedem alguns cuidados especiais e um nível de armazenamento condizente. Nestes casos, um canto mais escuro da sala, é um bom local para se colocar uma adega climatizada de, por exemplo, 36, 48 ou 72 garrafas. Uma adega destas, dependendo da sofisticação e local de compra, terá um custo variando entre R$600 e 3.500,00, um pouco mais se você quiser sofisticar o acabamento ou aumentar o tamanho.
  • Na hipótese de que seus vinhos sejam mais para o dia-a-dia, mais simples, você não compra grandes volumes e, eventualmente compra alguns vinhos melhores, não creio que haja necessidade de grandes investimentos. Óbvio que, se uma pequena adega climatizada estiver ao seu alcance, melhor será. Tanto pelo cuidado com o vinho como para o ter sempre à temperatura adequada de serviço. De qualquer forma, neste caso, basta buscar um lugar escuro, fresco, limpo, longe de produtos de limpeza e de odores fortes assim como de vibrações. Existem no mercado, diversos racks baratos para adegas, de alumínio ou madeira, que você poderá montar dentro de um armário ou até embaixo do bar, com uma cortininha preta, ou coisa semelhante, para evitar a luminosidade. Uma boa opção, também, é o uso daqueles tijolos sextavados com furo no meio, deve existir um nome para isso só que não me vem à cabeça agora, que são perfeitos para esse uso e facilmente empilhados. São opções que podem até ser cafonas, mas funcionam bem. Se forem para consumo rápido, podem até ficar em pé. Veja dica pra manter humidade e temperatura nesta condições, aqui.

              Tudo isto pode, mais uma vez, parecer frescura, mas não é. A revista Prazeres da Mesa de Agosto de 2007 tem uma reportagem super didática que exemplifica bem a influência da forma de armazenamento sobre o vinho. Onze garrafas do mesmo tipo, um vinho jovem, pronto que não precisa evoluir na garrafa. Foram distribuídas 11 garrafas para onze pessoas com a missão de o armazenar em locais pré-definidos. Debaixo da escada, no armário da cozinha junto com alimentos, na área de serviço junto com material de limpeza, closet, armário da sala, armário no quarto debaixo de cobertores, geladeira (sem luz), e adega entre outros. Onze meses depois os vinhos foram recolhidos e passaram por uma prova formado por sommeliers e especialistas. Os melhores foram o da geladeira e da adega climatizada ficando a “intragabilidade” para os armazenados junto a alimentos e, em especial, aos materiais de limpeza. Teste empírico, mas “vero”! A  reportagem completa, leia na revista.