Dois países, Dois mundos, Dois vinhos saborosos!

             Este post é para deixar você no mínimo curioso e para mostrar que o mundo do vinho não precisa ser sério e sempre tratado com cerimônia. Pode até ser, em alguns casos, mas o vinho, acredito eu, tem mesmo é que trazer alegria e prazer. Não é para ser um assunto sisudo, há que se colocar um pouco mais de humor neste angu, tratar as coisas com mais leveza de alma e menos pompa, com menos padrão acadêmico e mais paixão, com alguma razão e muita emoção! Eis aqui dois bons exemplos do que estou falando:

Goats do Roam Red  – A Goats do Roam, é uma vinícola alegre e bem humorada. Passear por seu site é um tremendo barato e já a coloquei na minha lista de “vinícolas” a conhecer. Quem sabe em 2010! Já comentei o vinho branco e rosé, eis agora o tinto.

  • goats-red-custom.jpg  Produtor – Fairview
  •   Região –  Paarl / Perdeberg / Stellenbosch / Malmesbury e Piekenierskloof  (Western Cape)
  •   País – África do Sul
  •  Composição de uvas – Corte de, majoritariamente,  Syrah e Pinotage, mas com adição de pequenos lotes de Cinsaut, Grenache, Mouvédre, Merlot, Carignan, Gamay e Cabernet.
  •   Detalhes Produção – Curta passagem por madeira.
  •   Teor de álcool – 14º
  •   Safra – 2005
  •   Preço em Março/08 – R$38,00  (lojas da Expand)
  •   I.S.P. $ 

Um vinho encantador, com influência do Rhône, mas com características muito próprias típicas dos vinhos do Novo Mundo. Muito rico no nariz com aromas de muita fruta vermelha fresca, boa acidez, bem balanceado pouco transparecendo seu alto teor alcoólico. A assemblage de 9 cepas diferentes nesta safra, lhe dá uma certa complexidade, difícil de encontrar em vinhos nesta faixa de preços, com notas de especiarias, algo herbáceo que vai abrindo na taça e evoluindo com outras matizes aromáticas difíceis de apontar. Boa estrutura, fácil de tomar, um vinho para acompanhar carnes pouco condimentadas e que, a principio, é super fácil de harmonizar. Muito agradável e  é, com muita tranquilidade, que o recomendo devido a suas qualidades e preço. Pode comprar, levar à mesa ou bebericar “solo” com os amigos que, garanto, não haverão vozes discordantes. Não é a toa que virou um dos vinhos Sul Africanos mais vendidos nos Estados Unidos.

Le Loup Dans la Bergerie – Saindo do sul da África para a Europa de onde vem este delicioso exemplar de um tinto alegre e saboroso. O nome, algo como ” lobo tomando conta de ovelhas” (raposa tomando conta do galinheiro?), significado que ainda preciso destrinchar! Do rótulo ao conteúdo da garrafa, este vinho é uma alegria só.

  • loup-003-custom.jpgProdutor – Domaine de l’Hortus
  • Região –  Languedoc, mais precisamente de Val de Montferrand.
  •  País – França
  • Composição de uvas – Corte de Merlot (60%), Grenache (20%) e Syrah.
  • Detalhes Produção -Envelhecido por 9 meses, em tanques de aço inox.
  • Teor de álcool – 12.5%
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00 (De la Croix)
  • I.S.P. $ 

Como alguém poderia dizer em algum vilarejo Francês, este vinho é; “Trés delicious, séduisant un magnifique exemple de joie de vivre!” metido né? Pior é que não falo patavina de francês e espero que não tenha errado muito no texto! Vamos ao vinho que é, realmente, um vinho que conquista ao primeiro gole, que me traz à lembrança, gosto de festa. Não é nenhum vinhaço e nem se propõe a ser, seu propósito é agradar fácil e isto o faz com galhardia. È leve, suave e delicado, mas nada insípido, muito pelo contrário. Belos aromas de frutas silvestres e na boca é macio, saboroso, uma elegância só, com taninos finos e sedosos no ponto para ser apreciado. Boa acidez e frescor num conjunto realmente cativante. Não é de complexidades, ao contrário, é franco, direto diz logo ao que veio e cumpre todas as expectativas.  Desliza maravilhosamente pela boca e penso neste vinho num alegre encontro de amigos, refrescado a cerca de 14º e acompanhando um queijo & vinho descomprometido. Certamente acompanhará muito bem pratos elaborados com carnes brancas sem grandes condimentos, embutidos, um belo lanche de queijo brie, patê de foie, alface, tomate cortado bem fininho e um toque de chutney numa baguette. Mon Dieu, já babei todo o teclado! rsrs Outro vinho que não tem erro, é servir e agradar tendo somente um problema, uma garrafa é pouco!

É isso, dois vinhos alegres, muito agradáveis, com propostas e características algo diferentes mas igualmente deliciosos e, muito importante, por um preço que podemos pagar. Minha sugestão? Compre um para abrir o encontro ou jantar e o outro para servir na refeição. Será aplaudido de pé! Salute.

Mais Links do Vinho

               Há uns dias me perguntaram se não era arriscado colocar tantos links em meu blog. Num primeiro momento não entendi a pergunta, mas posteriormente, a pessoa fez questão de explicar. A preocupação era a mesma daqueles chefes que, por insegurança em sua própria capacidade, só contratam gente de menor capacidade e conhecimento. O final da estória é sempre o mesmo, péssimos ou medíocres resultados derivados de uma equipe mal preparada e ineficiente. O objetivo aqui é o mesmo que sempre tive em minhas atividades comerciais, compartilhar conhecimento e experiências na tentativa de construir algo de bom e proveitoso para quem perambule por estas bandas. Nesse sentido, os links são essenciais pois nos levam a um monte de outros locais repletos de informações que só enriquecem nosso conhecimento. Agregar conhecimento de quem conhece mais, é fator essencial para o crescimento do todo. É de conhecimento geral, que a força da corrente é diretamente proporcional ao seu elo mais fraco. Consequentemente, quanto mais fortes forem esses elos, mais forte será a corrente!

              Não perderei leitores, ganharei amigos fiéis que comungam dos mesmos pensamentos e ideais. Se perder, então será por minha falta de capacidade em manter o blog atualizado com assuntos de interesse de todo mundo. Isto, todavia, não é uma preocupação que me atinja já que, “Falando de Vinhos” não tem qualquer conotação de fundo financeiro ou profissional, é um hobby que curto, com alguns objetivos muito claros descritos em Objetivo, Sobre e Filosofia acima. Lógico que faz um bem danado para a auto-estima  quando se vê o gráfico diário de visitas aumentando ou os comentários recebidos e os contatos dos quatro cantos do mundo, não nego! É importante, mas não é essencial. Essencial é compartilhar, essencial é construir.

                Aproveitando, decidi incluir mais alguns links que acho legais. No post “Onde Comprar no Exterior“, inclui uma dica de uma loja legal na Itália. Aqui do lado, fiz uma pequena reestruturação e inclui:

  • Q-Vinho sempre um monte de dicas de vinhos com enfâse em notas de degustação.
  • Divino Guia, Blog do Álvaro Galvão que manja muito. Sempre com noticias e dicas legais desse nosso mundinho do vinho.
  • Os Vinhos, mais um blog Português superlegal com montes de notas de degustação.
  • Alexandra Corvo, muito conhecimento agora com um blog ou seja, maior interatividade.
  • Enoeventos, do Rio De Janeiro, um dos melhores sites e blogs sobre vinhos, com muita informação e notas de degustação.
  • Didu, um personagem a conhecer e seu site tem matérias muito interessantes.
  • Matching Food and Wine, está em Inglês, os pratos não são bem os que por cá comemos, mas tem ótimas dicas de harmonização.
  • Spittoon – Adorei o logo deles e o conteúdo também.
  • spittoonbanner.jpg
  • Wine Doctor – Outro cara que manja muito e tem uma forma e filosofia de trabalho com a qual tenho muita sinergia.

               É isso, a idéia é criar aqui um pequeno portal do conhecimento e boas dicas de compra junto com os parceiros que estamos conquistando. Se não quiser, não precisa salvar todos os links em seus preferidos. Se preferir, adicione o endereço de Falando de Vinhos e o resto você acessa por aqui, “your option”. Salute amigos e Bon Voyage por este incrível mundo do conhecimento e da internet.

Armazenando seus vinhos, o que fazer

               Qual é a melhor condição para a guarda de Vinhos. Em principio, o ideal seria que os vinhos, para que evoluam melhor garantindo um envelhecimento com qualidade atinjindo sua maturidade com saúde, sejam mantidos a uma temperatura estável e constante ao redor de uns 15º , a uma umidade relativa entre 60 a 75%, longe de luz direta, local mediamente ventilado, sem trepidações e deitado para manter a rolha úmida. Ou seja, nas condições das caves dos produtores, o que é praticamente inviável a não ser que se tenha o bolso extremamente recheado o que, convenhamos, não é a situação da maioria. O que podemos fazer é tentar reproduzir estas condições da melhor forma possível, considerando-se a disponibilidade financeira e de espaço, de cada um, em sua casa assim como do nível de qualidade dos produtos. Quanto mais evoluídos sejam os vinhos, mais delicados eles são e, consequentemente, maiores os cuidados com seu manuseio e armazenamento. Consideremos três cenários:

  • Um grande colecionador e expert em vinhos, certamente terá uma grande adega construída em uma sala separada, com tudo aquilo que o figurino manda. Preservar vinhos de excelência, de exceção e de reflexão requer cuidados extremos e os custos são altos. Numa situação destas, fácil, fácil se gastam R$20 a 30.000. Caro? Sim bastante, mas dependendo do seu conteúdo, perfeitamente entendível e justificável. Se forem do porte de vinhos como; Romanée Conti, Mouton Roschild, Veja Sicilia Único, Barca Velha,Gaja Costa Russi, Ornellaia Toscana,Opus One, Penfolds Grange, Chateau Margaux e Chateau Petrus, e outras preciosidades do tipo, o custo é até baixo!
  • Numa outra situação temos o apreciador de vinhos já com uma certa experiência, que viaja, trás coisas boas de fora, que toma bons vinhos e já possui algumas boas garrafas de vinhos de grande qualidade e de média guarda. Estes rótulos já pedem alguns cuidados especiais e um nível de armazenamento condizente. Nestes casos, um canto mais escuro da sala, é um bom local para se colocar uma adega climatizada de, por exemplo, 36, 48 ou 72 garrafas. Uma adega destas, dependendo da sofisticação e local de compra, terá um custo variando entre R$600 e 3.500,00, um pouco mais se você quiser sofisticar o acabamento ou aumentar o tamanho.
  • Na hipótese de que seus vinhos sejam mais para o dia-a-dia, mais simples, você não compra grandes volumes e, eventualmente compra alguns vinhos melhores, não creio que haja necessidade de grandes investimentos. Óbvio que, se uma pequena adega climatizada estiver ao seu alcance, melhor será. Tanto pelo cuidado com o vinho como para o ter sempre à temperatura adequada de serviço. De qualquer forma, neste caso, basta buscar um lugar escuro, fresco, limpo, longe de produtos de limpeza e de odores fortes assim como de vibrações. Existem no mercado, diversos racks baratos para adegas, de alumínio ou madeira, que você poderá montar dentro de um armário ou até embaixo do bar, com uma cortininha preta, ou coisa semelhante, para evitar a luminosidade. Uma boa opção, também, é o uso daqueles tijolos sextavados com furo no meio, deve existir um nome para isso só que não me vem à cabeça agora, que são perfeitos para esse uso e facilmente empilhados. São opções que podem até ser cafonas, mas funcionam bem. Se forem para consumo rápido, podem até ficar em pé. Veja dica pra manter humidade e temperatura nesta condições, aqui.

              Tudo isto pode, mais uma vez, parecer frescura, mas não é. A revista Prazeres da Mesa de Agosto de 2007 tem uma reportagem super didática que exemplifica bem a influência da forma de armazenamento sobre o vinho. Onze garrafas do mesmo tipo, um vinho jovem, pronto que não precisa evoluir na garrafa. Foram distribuídas 11 garrafas para onze pessoas com a missão de o armazenar em locais pré-definidos. Debaixo da escada, no armário da cozinha junto com alimentos, na área de serviço junto com material de limpeza, closet, armário da sala, armário no quarto debaixo de cobertores, geladeira (sem luz), e adega entre outros. Onze meses depois os vinhos foram recolhidos e passaram por uma prova formado por sommeliers e especialistas. Os melhores foram o da geladeira e da adega climatizada ficando a “intragabilidade” para os armazenados junto a alimentos e, em especial, aos materiais de limpeza. Teste empírico, mas “vero”! A  reportagem completa, leia na revista.

Espanha + Portugal na Kylix

Afora o almoço executivo desta Sexta (28/03) na Kylix com arroz de pato, uma iguaria Portuguesa imperdível para quem estiver por perto, a loja está com um programa super legal sobre os vinhos Ibéricos no mês de Abril. Mais do que um embate Portugal X Espanha estamos perante uma partida sem ganhadores e sim um Portugal + Espanha. Como por lá existem ótimos vinhos, tenho certeza que a Kylix junto com o competente Manuel Luz, certamente farão bonito nesse encontro. O programa está aqui abaixo. Bon Voyage e Salute amigos.

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Pizzato, Vinhos Brasileiros no Exterior

               Noticias boas são para serem divulgadas e esta é uma ótima noticia para o futuro do vinho Brasileiro. A internacionalização de qualquer produto é um estimulo importante para a evolução dos mesmos e das empresas que os produzem, palavra de quem há 28 anos milita no setor de comércio exterior, por isso a importância desta noticia. As exportações Brasileiras de vinhos finos cresceram mais de cinco vezes nos últimos cinco anos, passando de US$ 772 mil em 2003 para US$ 4 milhões em 2007, sendo que as empresas participantes do projeto Wines From Brasil, desenvolvido em parceria pela Apex-Brasil (Agência para Promoção das Exportações) e o Ibravin (Instituto Brasileiro de Vinhos) foram responsáveis por 57% deste valor. A vinicultura brasileira se destaca pelas condições climáticas de produção únicas, com novas áreas de cultivo, modernas técnicas e a história de sucesso do programa Wines From Brasil, que começou em 2004 com apenas seis participantes e hoje já conta com 25 empresas do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e da Bahia, sendo que 75% delas já vendem para o exterior.

              Uma destas 25 empresas que vem tendo sucesso, ampliando sua participação e se preparando para vôos mais altos é a Pizzato Vinhas & Vinhos ocupou o 4º lugar no ranking de crescimento de exportação da Wines From Brazil (WFB). Em 2007 as exportações representaram 18% do volume de vendas e 6% do faturamento da empresa, totalizando aproximadamente 20 mil garrafas de vários rótulos, com destaque para Pizzato Reserva Cabernet Sauvignon e Merlot, e Pizzato Chardonnay, todos do Vale dos Vinhedos, e Fausto Cabernet Sauvignon, do vinhedo Dr. Fausto. Para esse ano, a Pizzato espera alcançar novos países além da Europa e dos Estados Unidos. Já foram efetuados contatos com a África do Sul e com países latino-americanos, como o Uruguai, Bolívia e Venezuela. A projeção para 2008, segundo Jane Pizzato diretora comercial da empresa, é que o percentual de crescimento nas exportações seja equivalente ao crescimento da empresa no mercado interno.

            Números ainda pequenos, perto dos tradicionais países produtores e exportadores de vinhos finos, mas um começo que certamente gerará frutos importantes num futuro próximo. Este trabalho de conquistar fatia de mercado internacional é extremamente importante, principalmente, pela necessidade que se faz de melhorar o produto para atender ás altas exigências internacionais e acirrada concorrência. Ganharão os produtores e ganharemos nós consumidores que, certamente, estaremos tomando cada vez mais, rótulos nacionais de qualidade. Como profissional da área de comércio exterior, esta noticia me traz grandes expectativas e alento para o futuro do vinho nacional. O foco do projeto é essencial para seu sucesso e espero que esteja sendo dado maior ênfase na área de espumantes, pois é aí onde temos maior potencial e onde a demanda internacional é grande, com menos concorrência e desejosa de novos produtos de qualidade a preço competitivo. Os Argentinos tem a Malbec e o Cabernet, os Chilenos o Cabernet e o Carmenére, os Uruguaios o Tannat e nosso destaque, creio eu, é o Espumante que será a grande mola propulsora capaz de abrir portas para toda a indústria vinícola Brasileira. Basta investir nesse foco e trabalhar com objetivos sérios visando resultados efetivos e consolidados a médio e longo prazo.

Goats do Roam

 goats-do-roam-logo.jpg   Eis uma tacada certeira da Expand. Vinhos de muito boa qualidade por preços que podemos pagar. Mas vamos lá, vamos falar da Goats do Roam, uma linha de vinhos produzida pela vinícola Sul Africana, Fairview. Esta é uma linha de entrada, seguida pela Goats do Roam in Villages e a Goat Roti, entre outras. Este último, uma cutucada do produtor na INAO (Institut National dês Apellations d’Origine) que entrou com um processo nos EUA pra proibir a marca por sua semelhança aos Cote-du-Rhône. Pior é uma outra linha deles a “Bored Doe” agora cutucando quem, quem …. Bordeaux, ou será mera coincidência? Que o pessoal tem senso de humor e criatividade, lá isso tem! Exageros da INAO à parte, os vinhos merecem ser comprados e apreciados.  Provei os três rótulos básicos; Goats do Roam White, Rose e Red. Neste post, falarei basicamente dos primeiros dois, deixando o Red para uma outra ocasião.  O que fica claro em toda a linha de produtos da Fairview e, em especial na Goats do Roam, é a capacidade de inovação, de desenvolver produtos únicos  e diferenciados com cortes bem ao estilo dos vinhos do Rhône. Para quem se interessar visitem o site, tem informações interessantes sobre o que eles estão fazendo por aquelas bandas. Um outro fator interessante que estes vinhos nos demonstram é que pode-se sim, trazer vinhos da África do Sul com bons preços e qualidade. A Robertson Winery, falarei dela e seus vinhos em outra ocasião, já me tinha mostrado isso, e a Fairview confirma.

           Goats do Roam White

  • goats-008-wince.jpgProdutor – Fairview
  • Região –  Paarl / Stellenbosch e Piekenierskloof (Western Cape)
  • País – África do Sul
  • Composição de uvas – Corte de Chenin Blanc, Crouchen Blanc, Semillon, Viognier e Clairette Blanche.
  • Detalhes Produção – Sem madeira.
  • Teor de álcool – 13.67º
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00
  • I.S.P. $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif

Rica e intensa paleta aromática de frutos tropicais com um toque vegetal de algo que me lembrou grama molhada. Corpo médio, ótima acidez que lhe confere um enorme frescor. Boa mineralidade e média persistência, num conjunto que agrada bastante. Apesar de um teor de álcool um pouco alto, que exige que seja tomado bem refrescado, neste caso 10º marcado no termômetro analógico e cerca de 8º no interior da garrafa, o vinho apresentou um bom equilíbrio. Gostei e certamente visitará minha mesa mais vezes, até porque o preço também compensa.

          Goats do Roam Rosé.

  • goats-023-custom.jpgRegião –  Paarl / Stellenbosch / Perdeberg / Malmesbury e Piekenierskloof (Western Cape)
  • Composição de uvas – Corte de Syrah / Pinotage / Cinsaut / Grenache / Gamay e Merlot.
  • Detalhes Produção – Sem madeira, fermentado a frio, em torno de 14º.
  • Teor de álcool – 13.2º
  • Safra – 2006
  • Preço em Março/08 – R$38,00
  • I.S.P. $ smile1602.gifsmile1602.gifsmile1602.gif

Uma delicia de vinho que me encantou. A cor é linda, vibrante. Os aromas são de frutas vermelhas bem frescas, a acidez excelente, na boca boa concentração de fruta, groselha, mas seco e de boa persistência para um vinho destas características. Totalmente equilibrado, mostrou grande harmonia. É um vinho sedutor e extremamente agradável o qual adorei. Gosto de vinhos rosé como entrada para uma refeição, para bebericar sem compromisso com os amigos, na beira da piscina, acompanhando um belo sanduba de peito de peru, etc. Difícil é encontrar um que realmente me agrade na qualidade e que caiba no meu bolso. Eu tomava o Quinta da Giesta, que o importador (Lusitana) não mais traz, e acho que achei o substituto á altura, até superior. Imperdível e à venda nas lojas da Expand. Salute.

Ah, ia-me esquecendo. Toda a linha com screw cap (tampa de rosca) como convém em vinhos de pouca guarda para serem tomados jovens. Poupemos a cortiça, escassa e cara, para vinhos de maior envergadura e de longa guarda, se não pelo aspecto qualitativo pelo menos pela cultura e tradição. O que acho horrível, deveriam abolir essa prática, são os vinhos deste porte que usam rolhas sintéticas e coloridas. Me dá arrepios abrir uma garrafa e dar de cara com uma rolha azul, vermelha ou preta!!

Harmonização de Bacalhau – Aprendendo com os Erros

                Aqueles que acompanham este blog, vão lembrar que Domingo de Páscoa em casa, o almoço seria Bacalhau à Brás e que tinha separado dois vinhos portugueses para tomar; Duas Quintas do Douro e o Meia-Pipa das Terras do Sado, ambos da safra de 2004. A escolha recaiu sobre o Duas Quintas, o qual já há tempos andava seco para tomar e …………..não deu certo! O Bacalhau estava ótimo, a companhia nem se fala e o vinho muito bom, mas não casou com o prato. Esqueci-me de que o Bacalhau à Brás é um prato leve, estava demasiadamente focado no vinho, e o Duas Quintas se mostrou demasiado encorpado para acompanhá-lo. A personalidade muito forte do vinho simplesmente anulou o bacalhau. Não estava ruim, mas se o Bacalhau fosse à Lagareiro ou no azeite com grão, cebola, tomate e pimentões, certamente o vinho teria harmonizado muito melhor! A harmonização requer um equilíbrio entre o vinho e o prato o que não ocorreu aqui, me deixando um pouco frustrado. Nota 5, com muita patriotada.    

              Pois bem, sobrou um pouco de Bacalhau que decidi traçar na Segunda-feira no almoço e agora, fiz o que devia ter feito antes, abri um Travers de Marceu. Uma delicia, casamento perfeito! Primeiramente quebrei um paradigma, pelo menos pessoal, de que Bacalhau se acompanha com vinho Português ou Espanhol e segundo, pensei antes de agir. O Travers de Marceau é um vinho tinto Francês, produzido pela Domaine Rimbert, importado e vendido no Brasil pela De La Croix, pequena e simpática importadora que trabalha muito bem o conceito de custo x beneficio em vinhos Franceses. É da região de Saint-Chinian no Languedoc, elaborado com 40% de Carignan, 30% de Syrah e 30% de Cinsault gerando um vinho bem frutado, ótimo equilíbrio, com taninos doces e sedosos que encantam na boca e no nariz. Um vinho sedutor que se “achegou” ao Bacalhau à Brás formando uma total harmonia entre as partes. Agora sim, a harmonização foi adequada e, se não tirou 10, pelo menos 8 ou 8,5 foi! Ah, ia esquecendo do preço do vinho, R$48,00 e com isso minha nota sobe para 9, yesss!!

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Chile – Vinhos que Tomei e Recomendo, parte III

                 Este é o último post da série, com  alguns vinhos acima de R$80,00 que tomei e recomendo. Não tomei muitos nesta faixa de preços, fundamentalmente porque me faltou oportunidade. A maior parte dos vinhos que tomei nesta faixa, e acima, foram decorrência de compras feitas no exterior e o Chile não foi um dos meus destinos, lamentavelmente. De qualquer forma, alguns me agradaram bastante, aqui estão. 

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  • Don Amado 1999 (Portal dos Vinhos) – Um belíssimo vinho, que encanta. Um corte de 75% de Cabernet Sauvignon com Merlot é um vinho que está no ponto para ser tomado. Vinho de grande qualidade, muito redondo na boca, boa estrutura, toque de defumado, algo herbáceo, terra e baunilha num conjunto muito saboroso, elegante e de boa persistência. Faz lembrar o Don Melchor, mas com um preço bem mais acessível.
  •  Tabali Reserva Especial Corte 2005 (Grand Cru Granja Viana) – Este eu degustei com o Marcel e a Bete, simpáticos donos deste novo empreendimento no centrinho da Granja Viana. É um muito agradável corte de Cabernet Sauvignon (50%), Syrah (45%) e arrematando, um tico de Merlot só para amansar e arredondar o vinho. No nariz aromas complexos, intensos, frutas negras com algo floral. Abre na taça, demonstrando grande frescor e algo de baunilha num final de boca muito prazeroso e longo. Taninos muito elegantes, sedosos e muita harmonia, tornando imperceptíveis seus 14.5º de teor alcoólico. Um grande vinho realmente cativante que empolgou e me conquistou.
  • Amayna Pinot Noir 2005 (Mistral) –  Muito bom, só um reparo quanto aos preços desta linha que acha um pouco cara, mas como isso é muito relativo…. Isso não altera o fato de que seja um belo exemplar de Pinot Noir. Muito fresco, cheio de fruta vermelha, algo de ameixa evoluindo na taça quando aparecem toques florais. Na boca é um vinho intenso de boa estrutura e muito equilibrado com taninos finos e elegantes. Redondo, de média persistência, um vinho cativante.
  • Arboleda Cabernet Sauvignon 2002 (Expand) – Cabernet, porém com um toque de Merlot, Cabernet Franc e Syrah que lhe dá bastante complexidade na boca. Vinho denso, potente, balanceado e firme. Aromas clássicos de fruta madura, baunilha e tostado com notas de especiarias e boa persistência. Bom acompanhamento para pratos fortes.
  • Amayna Sauvignon Blanc (Mistral) – Boa intensidade de aromas, boa textura num conjunto muito bom e de médio corpo. Na boca sente-se um grande frescor calcado em ótima acidez que, junto com um alto teor alcoólico, pede comida. Final de boca muito gostoso de média persistência, leves toques amanteigados e um pequeno amargor. Parece um Sauvignon da Nova Zelândia, pelo menos dos que eu conheço.
  • Arboleda Chardonnay 2005 (Expand) – Bem mineral com toques cítricos e algo amanteigado em função da madeira. Bastante elegante, um vinho de porte médio, evoluído, com notas de abacaxi formando um conjunto bastante agradável. Ótima paleta de aromas .

 Acima destes valores, o Céu é o limite e existem vinhos divinos, aclamados pela crítica especializada. A maior parte já conhecida de todos como, Almaviva, Clos Apalta, Don Melchor, Altair, Seña, Casa Marin, etc. Eu tive o privilegio de provar somente dois. Sinto-me inibido cada vez que tenho que comentar vinhos deste calibre. Certamente porque tanta gente, com muito mais conhecimento que eu, já o fez e por serem ícones de uma região ou produtor. Nestes casos, minhas anotações servem mais como meros testemunhos de satisfação pessoal que pouco adicionam ao tudo o que já foi descrito por outros. De qualquer forma, lá vai. 

  •  Don Melchor 1997 (Expand) – É considerado um dos melhores, se não o melhor, Cabernet Sauvignon do Chile e um dos ícones do país, vinho topo de gama da Concha Y Toro. Quando a safra não é boa, ou algo sai fora dos padrões, suas avaliações “despencam” de 92 a 95 pontos, para 89! Ruim né? Brincadeiras á parte, o que falar de um vinho com este retrospecto e reconhecimento mundial. Realmente um grande vinho com um nariz de boa complexidade e média intensidade com frutas negras e notas balsâmicas. Vinho encorpado que cresce na boca com sabores fumados, café e algo de chocolate. Denso, carnoso com taninos elegantes e muito boa persistência. Um clássico do Novo Mundo que para mim, apesar de estupendo, acho um pouco “over rated”. Pelo preço que a Expand, importador oficial e exclusivo, está vendendo este mês, é uma grande opção e altamente recomendável. 
  • Casa Marin Riesling  2006 (Vinea Store)-  Não tinha nem idéia que a América do Sul era capaz de gerar vinhos  deste calibre com esta cepa. Absolutamente divino. Mais um daqueles vinhos com tal intensidade aromática, que cativam à primeira “fungada”. Aproveitando, alguém me ajuda? Ainda não consegui achar uma palavra tecnicamente apropriada que consiga expressar o ato de forma sintetizada. Inspirar, cheirar? Essas me parecem palavras sem expressividade, insípidas sem força. E aí, alguém me ajuda, ou fico na “fungada” mesmo? Bem, voltemos ao vinho porque já devaneei demais! No nariz, uma multiplicidade de aromas inebriantes com forte presença de frutas cítricas.  Na boca, muito mineral e ótima acidez que lhe dá uma marcante frescura. Teor de álcool bem comportado, 12.8º e muito bem balanceado. Corpo médio e boa persistência num conjunto que nos arrebata ao primeiro gole. Um vinho de grande expressividade e encantador.  Não fosse o preço, certamente estaria mais vezes sob a minha mesa e na minha taça. Salute.

Endereços e Telefones para contato, encontre na seção “ONDE COMPRAR”

Páscoa com Bacalhau e Vinho

              Todo mundo falando do coelho da Páscoa e de chocolate, mas eu não posso é deixar de falar de Bacalhau e de Vinho. Desde hoje, até Domingo, pratos de Bacalhau de todas as formas e jeitos, inundam as mesas Brasileiras. Muito ainda se perguntam que vinho tomar e optei por falar um pouco sobre o tema. Primeiramente vamos deixar claro que Bacalhau não é peixe. De acordo com a tradição Portuguesa, Bacalhau é Bacalhau e estamos conversados.

             Que vinhos podem acompanhar Bacalhau? Uma boa pergunta para uma resposta não tão fácil assim já que dependerá muito de dois fatores essenciais; como será preparado o bacalhau e qual o tamanho do bolso. A grosso modo, bacalhau pode ser tomado tanto com vinhos brancos de boa estrutura e mediamente encorpados como tintos de poucos taninos ou taninos finos e elegantes, em geral vinhos para serem tomados jovens. Vinho verde, preferencialmente não, mas se você gosta tudo bem. Como dizem os Portugueses “vinho verde com bacalhau é coisa de Português no Brasil ou de Brasileiro em Portugal.” Apesar do costume que por cá se enraizou, o vinho verde é demasiado leve para acompanhar a untuosidade do bacalhau. Deixe-o para acompanhar umas lulas à dorê e bolinhos de bacalhau de aperitivo. De qualquer forma, o que vale é sua satisfação, mas sugiro tentar outras opções.

              Normalmente, por ligações gastroculturais (existe essa palavra?!), se tomam vinhos Portugueses nestas ocasiões, mas qualquer origem é válida desde que mantidas as características do vinho. Quando o bacalhau é cozido, ou de preparo leve sem demasiados condimentos, prefiro os brancos, eventualmente um tinto bem leve. Nos pratos de bacalhau ao forno ou panela, bem condimentados, prefiro os tintos e é mais a minha praia. Eis algumas sugestões com uma indicação aproximada de preços.

Brancos:

Don Rafael R$42,00 , Alamos Chardonnay R$31,00, Esporão Reserva R$60,00, Vila de Frades Reserva 2005.

Tintos:

Dom Rafael tinto R$49,00, Monsarraz Tinto R$24,00, Barão do Sul R$25,00, Dal Pizzol Touriga Nacional 2007 R$29,00, Merlot Volpi 2005 R$22,00, Marco Luigi Cabernet Sauvignon 2005 R$25,00, Fincas Privadas Tempranillo (Argentina) R$14, Vila Régia R$28,00, Palo Alto Reserva (Chile) R$29,00,  Los Cardos Malbec R$30,00, Trumpeter Reserva (Argentina) R$58,00, Valle Escondido Cabernet (Argentina) R$39,00, Trivento Tribu Pinot Noir (Argentina) R$23,00, Quinta da Cortezia Touriga Nacional R$48,00, Don Román Rioja (Espanha) R$32,00, Quinta de Cabriz R$22,00, Montes Selección Limitada (Chile) R$50,00, Monte Velho Tinto R$34,00, Clos de Torribas (Espanha) R$32,00, Cunha Martins Reserva R$45,00, Quinta do Cachão R$23,00, Altano Douro R$40,00, Marquês de Borba R$43,00, Meia-pipa R$45,00, Borba Touriga R$75,00, Códice (Espanha) R$45,00, Cadão Reserva 2000 R$35,00, Cortes de Cima Alentejo R$70,00, Casa de Sabicos Seleção R$75,00, Dorna Velha Tinta Barroca R$77,00, Esporão Reserva R$85,00 e por aí vai.

             Ainda dou preferência aos Portugueses e, com o Bacalhau à Brás que iremos preparar em casa, já separei um Duas Quintas 2005 e um Meia-Pipa 2004. Um do Douro e o outro de Terras do Sado, na hora decido qual tomo e depois comento como é que ficou essa harmonização. Por outro lado, quem sabe não testo um Côte-du-Rhône só para variar?

Boa Páscoa a todos e Segunda retomo os posts com a ultima parte de Tomei e Recomendo com vinhos do Chile. Muita Saúde, Amor e Paz.

Vinea Store e Maison Philippe Bouchard

              Estive há poucos dias na Vinea Store onde tive o prazer de participar de um almoço para apresentação dos vinhos da Maison Philippe Bouchard, Bourgogne e Côte- du- Rhône, sendo importados pela casa. Existem momentos únicos em que se tem a oportunidade de curtir um lugar aconchegante, com gente simpática, boa comida e bons vinhos. Este foi um momento único! Os vinhos ótimos, a organização e harmonização perfeita e, mais ainda, a simpatia das pessoas presentes, o que faz, sempre, uma enorme diferença e não canso de ressaltar já que, como diz a minha amiga Rosario, há companhias que avinagram os melhores dos vinhos! Obrigado à Adriana pelo gentil convite e pela hospitalidade.    

             A Vinea Store, preciso fazer uma matéria só com eles, tem um “Jardim Gourmet” que é um local deslumbrante e onde o almoço foi servido sob a batuta da jovem Chef Fabiola Nogueira recém chegada à equipe da Central de Relacionamento com o Cliente. Fomos recebidos com uma taça de Prosecco Incontri, super fresco e muito agradável num dia de bastante calor. No almoço:

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  • Carpaccio de pêra com vinagrete de frutas vermelhas, harmonizado com um suave e bem fresco Chablis sem madeira. Combinação perfeita e muito agradável.
  • Escondidinho de carne seca com purê de abobrinha e queijo coalho divinamente escoltado por um Savigny-les-Baune 1er Cru, de aromas inebriantes. Um bouquet de aromas maravilhoso, de frutas vermelhas com toque florais e uma seda na boca. Não sabia se o cheirava ou se o tomava! Absolutamente maravilhoso, um vinho que é o sonho de qualquer enófilo, a personificação da elegância num vinho. Á parte disso, casou maravilhosamente com o delicioso escondidinho. Amei!
  • De sobremesa, um creme de manga com farofa crocante de castanhas.

Bem, a esta altura eu já estava nas nuvens, mas a Vinea ainda tinha uma surpresa guardada para nós. Para acompanhar a sobremesa eles serviram um Porto Ruby Reserve, Quinta Nova. Dos Deuses, o melhor Ruby que já tomei, um Grand Finale para um almoço divino! Acham que terminou, ainda não! A presença do diretor comercial do Grupo Corton André, a quem pertence a vinícola, o Sr. Christian Ciamos que nos presenteou com uma bela apresentação de seus vinhos, seus vinhedos e segredos da Bourgogne. Uma “aula” dada com extrema simplicidade e simpatia por alguém que, não só conhece muito, é um apaixonado pelo que faz e o faz com enorme prazer.

                Dê uma passada lá na Vinea tome um café, conheça os vinhos, no mínimo será um passeio muito agradável e, garimpar é bom demais. Para quem tem o bolso mais gordo, existem alguns néctares, como este Savigny acima ou o Corton Grand Cru, Aloxe Corton e Gevrey-Chambertain. Para quem não pode, eis algumas dicas que podem ser muito interessantes e me deixaram muito curioso; Bourgogne AOC Pinot Noir 2005 e o Cote-du-Rhône AOC Grand Mont 2006 de preços mais acessíveis. Ah, não esqueçam do Vinho do Porto Ruby!!