Argentina, Vinhos que Tomei e Recomendo – Parte III

                Ultima parte de minhas recomendações de vinhos Argentinos que “Provei e Aprovei”. Entramos na seara de vinhos de excelente qualidade, para curtir em boa companhia, preferencialmente com quem também seja apreciador destes néctares. Serão poucas, mas certamente, excelentes opções. Aqui começa aquele papo de chover no molhado, que critico tanto. Falar, ou escrever, sobre grandes vinhos é sempre complicado, a não ser que se queira cair na retórica, e agregar algo a tanto que já se falou é muito difícil, até porque, em sua maioria, são unanimidade. De qualquer forma, estas são minhas impressões sobre estes deliciosos néctares.

De R$80 a 120,00:

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De Catena Zapata, vem um dos melhores custo x beneficio desta faixa de preços, a linha Angélica Zapata (Portal dos Vinhos e Casa Palla). O Malbec é divino, o Cabernet Sauvignon de grande elegância (ótima promoção na Casa Palla), de ambos prefiro o 2002 que está mais redondo que o 2003. Ainda não provei, mas estão na lista, o Cabernet Franc e, especialmente, o Chardonnay do qual falam maravilhas. É a maestria de Zapata na elaboração de vinhos de grande complexidade e elegância, imperdível. O Clos de los Siete 2006 (Grand Cru) um potente e complexo corte de Malbec/Cabernet Sauvignon e Merlot produzido pela Bodega Monteviejo um projeto Francês sob a batuta do celebrado Michel Rolland.  Decante por uns 30 minutos e tome a cerca de 16% para domar este denso e encorpado vinho. Se encontrar uma safra mais antiga, 2004 ou 5, prefira, estará mais no ponto. Menos conhecido, o Altimus 2004 (Portal dos Vinhos) de Michel Torino é o topo de gama deles. Um vinho inebriante com um corte diferenciado de Malbec/Merlot/Cabernet Sauvignon e Bonarda, podendo a composição e participação porcentual de cada cepa, variar de ano a ano em função das características de cada safra. Muito elegante, harmônico, equilibrado, ótima paleta aromática, taninos finos e aveludados, é um vinho que me agrada muitíssimo e que tem um custo x beneficio incomparável.

                Ainda nos vinhos diferenciados, um ícone Argentino quando de fala de vinhos varietais elaborados com a uva Bonarda é o Nieto Senetiner Bonarda Partida Limitada (Portal dos Vinhos com um excelente preço). Inicialmente uma uva sem grandes atrativos gerando vinhos de mesa de baixa qualidade e muito rústicos, este é um exemplo do que se pode desenvolver com muito estudo, conhecimento, investimento e tecnologia. Não tomei o 2005, que é o que está disponível hoje no mercado, mas o 2002 é uma obra de arte, um grande vinho que deve constar da “wish list” de qualquer enófilo.  Achaval-Ferrer é uma Bodega suigeneris que já começou com vinhos topo de gama e, somente a posterior, é que elaborou vinhos mais “básicos”.  Interessante este conceito em que se inicia por um patamar altíssimo de forma a se estabelecer a excelência como parâmetro comparativo, gostei. Resultado, produtos de altíssimo nível de qualidade aclamados por críticos do mundo inteiro. O Achaval-Ferrer Malbec (Expand), é o melhor varietal 100% desta cepa que já tomei. Vinho encorpado, robusto, sem perder a maciez, taninos finos e aveludado, complexos aromas, grande persistência, explosão de sabores intensos na boca, boa acidez, elegante num conjunto diferenciado de estilo único, dentro do que já tomei. Sugiro tomar com um mínimo de três anos da safra, melhor com uns cinco anos de garrafa, e decantar por uma meia hora.  Nesta faixa de preços, ainda, existem alguns outros rótulos que, apesar de ainda não ter provado, estão todos em minha “wish list” e são unanimidade de qualidade; Luca Syrah, Humberto Canale Gran Reserva Merlot, Benmarco Malbec, Zucardi Q Tempranillo, Barda Pinot Noir e Gala 2 de Luigi Bosca

Acima de R$120,00:

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Nesta faixa de preços, menos acessível para nós pobres mortais, existem alguns néctares que fazem frente a qualquer grande vinho do mundo. Alguns eu listarei por reconhecimento à critica e suas avaliações: Catena Alta Malbec e o Cabernet Sauvignon, Riglos Gran Corte, Cheval des Andes, Cobos, Cinco Tierras Gran Reserva, Suzana Balbo Brioso, Cadus, Benmarco Expressivo, Magdalena Toso, Poesia, Nicolás Catena Zapata, Beso de Dante, Alfa Crux Malbec, Noemía, Zuccardi Zeta, Mendel Unus, Flechas de los Andes Gran Corte, Vistalba Corte A, Val de Flores Malbec, Achaval-Ferrer Mirador e Altamira, Chacra 32 Pinot Noir, entre muitos outros. Dos grandes vinhos Argentinos nesta faixa de excelência, tive o privilégio de tomar e posso recomendar, como se  de minha indicação precisassem, sem receios os seguintes néctares:

Achaval-Ferrer, Quimera (Expand), com outro significado na mitologia Grega, em Português a palavra quimera significa produto da imaginação, fantasia, sonho e é isso que o vinho é.  Nome muito bem escolhido para um vinhaço que busca a perfeição. Corte de Malbec/Cabernet Sauvignon/Cabernet Franc e Merlot, é  produzido com vinhas velhas de baixa produção o que equivale dizer, neste caso, que para cada garrafa se necessita de fruto de duas plantas. Cor escura, vinho denso e intenso em tudo, na cor, nos aromas e na boca. Encorpado, gordo com taninos finos num final de boca sedoso, longo e reflexivo. Com álcool de 13 a 13.5º, dependendo da safra, muito comportado e bem equilibrado, é um deleite para os sentidos. Vinho para decantar por volta de 45 minutos e tomar com o mínimo de 4 a5 anos da safra para poder desfrutar de todo o seu potencial. É um vinho que não se deve ter pressa para tomar. Tomei o 2003 faz três meses, dava para esperar mais um ano, ou dois, tranqüilamente, mas já estava uma maravilha. Vinho de longa guarda.

Catena Zapata Estiba Reservada Agrelo (Mistral), uma obra prima do gênio Catena Zapata. A elegância em pessoa. Muito equilibrado, bom corpo, estruturado, apetitoso com boa acidez e final de boca longo. Aromas complexos, daqueles vinhos que você toma e fica curtindo os sabores bem depois do gole já ter descido, deixando na boca aquele gostinho de quero mais. Tomei o 2002 que estava uma delicia, me encantando por sua sutileza e toque aveludado. Uma sedução, um vinho apaixonante que encanta ao primeiro contato!

Iscay um corte de Malbec e Merlot produzido pela Bodega Trapiche e seu topo de gama. Inicialmente desenvolvido com a consultoria de Michel Rolland, é o vinho ícone do produtor e um grande vinho. Carnudo, encorpado, denso, quase mastigável. Muito longo e concentrado, é de grande complexidade aromática, rico em sabores e de grande persistência.  Um vinho que precisa de tempo para se abrir e demonstrar todo o seu potencial, decantar é obrigatório. Gosto muito, mas é um vinho caro que normalmente só compro na Argentina, e mesmo lá ……!

                 Espero que tenham a oportunidade de curtir alguns destes bons vinhos e que tenham gostado das sugestões. No próximo dia 22, não deixe de passar por aqui e conhecer a Dominio Cassis, pioneira Bodega Uruguaia que chega ao Brasil com produtos diferenciados e boa filosofia comercial.

Endereços e Telefones das lojas/importadoras, aqui mencionadas, encontre na seção “ONDE COMPRAR”